Dark Heart - Cardfight! Vanguard escrita por Alysson_Lima


Capítulo 2
Capítulo 1 - Um garoto Problemático




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Capítulo 1
Um garoto "problemático"

O novo Brasil, como vem sendo chamado nos últimos anos após a tremenda popularização do CFV é diferente do de alguns anos anteriores, quando era o tráfico de drogas que comandava tudo. Hoje é o CFV e suas disputas ilegais que ocupam o mercado negro da cidade e são os torneios oficiais, que geraram enormes riquezas para o país e, principalmente, para a cidade que mais lucrou nesse novo mercado: O Rio de Janeiro.
É nesse cenário, na capital brasileira do luxo e entretenimento, que se encontra um garoto chamado Bryan Michiki. Um lema verdadeiro para esse garoto com certeza seria: "A vida não é fácil".
Michiki é o resultado de um casamento conturbado. Sua mãe era uma modelo muito famosa no exterior que se casou com seu pai, um Cardfighter profissional, mas na época a carreira não era valorizada o suficiente e o jogadores faziam de tudo para subir de nível e se sustentarem com um emprego "divertido". Infelizmente nessa luta pela sobrevivência no VG seus pais foram vítimas de terríveis fraudes.
Seu pai não era realmente bom, apenas sorte lhe sustentava em torneios e nem ela o fazia vencê-los, sua mãe, numa inversão de papeis, sempre brigava com seu pai e com o próprio filho, mesmo quando era ainda uma criança. Passava horas bêbada ou dormindo e abandonara a profissão de uma vez por todas. Apesar de tudo isso, o pai de Bryan conseguia cuidar da casa e era, não só pai, mas melhor amigo do filho. Realmente, era um pai que fazia o serviço de uma mãe também, popularmente chamado de "pãe".
Bryan nunca se esqueceu da noite de 31 de outubro de 2008, ano em que o garoto tinha 12 anos completos, dia do seu aniversário.
Sua mãe estava mais quieta que o normal, desmaiada em um sofá. O pequeno Bryan estava muito assustado, tinha acabado de levar uma surra da mãe e seu pai não havia chegado ainda. Bryan, apesar de tudo, temia pela mãe. Era muito inteligente e sabia que a rotina da mãe era perigosa, apenas não comentava para não aborrecer sua "pobre" mãe. mas naquele dia um pressentimento ruim passou por ele, ele percebia que ela não estava respirando direito e quando foi tentar conversar com ela, Reyna Michiki lhe disse tudo que tentava esquecer com a bebida, dizia tudo que o pequeno Bryan tentaria esquecer por anos.
"Bryan, já que está me incomodando e se acha tão espertinho maldito moleque, diga-me, você sabe a razão de eu estar desse jeito, de lado para o mundo ?" Disse Reyna com um sorriso mal no rosto, um sorriso de escárnio, mas uma incrível sobriedade. Bryan se assustou com essa expressão e deu um passo para trás, respondendo." N-não mãe....."
"Não me chame de mãe, seu maldito, me arrependo de cada segundo de minha vida nesses últimos 12 anos em que você nasceu e tem crescido, CADA SEGUNDO, MALDTO SEJA VOCÊ! É POR SUA CAUSA QUE ESTOU ASSIM, SUA CAUSA!!" Gritou a mulher a plenos pulmões. "C-c-como assim mã..." Tentou responder um assustado Bryan, mas foi parado com belo tapa no rosto.
"Não ouse me chamar de mãe, maldito!"Disse em voz baixa, mas venenosa a mulher enfurecida, era como se uma torneira de sentimentos tivesse sido aberta." EU O ODEIO GAROTO, DE TODO O JEITO POSSÍVEL, TUDO QUE EU GOSTARIA ERA VOLTAR NO TEMPO E TER ABORTADO, VOCÊ FOI O FIM DA MINHA VIDA, AGORA ESTOU PRESA NESSA ESPELUNCA!!! VOCÊS DOIS DEVERIAM MORRER!" Gritou suas últimas palavras, com lágrimas rolando os olhos e de repente caindo no sofá, sem respiração, como se tivesse perdido sua energia nesse último momento.
Bryan esperava por seu pai, ele sabia que deveria chamar uma ambulância, mas estava estarrecido e afetado demais para raciocinar algo além de querer ver o pai. Infelizmente, para o jovem garoto, seu pai veio com uma notícia terrível, talvez aquele tenha sido o pior aniversário possível para qualquer pessoa.
Robert Michiki era uma pessoa gentil e calma, mas naquele dia estava com os olhos para baixo, com óbvio desespero e lágrimas queimando os olhos, chegou em sua casa acompanhado de dois policiais, precisava dar a piuor notícia possível para seu filho, mas esperava que o tão racional Bryan entendesse e não o culpasse, no entanto, não foi assim, para ele aquele também foi seu pior dia.
Quando chegou em casa e viu seu filho encolhido em um canto da sala, parecendo que havia apanhado, uma garrafa de vodka no chão, ficou ainda mais triste, como poderia deixar seu filho com "aquela mulher", mas seu coração caiu ao vê-la deitada no sofá, sem respirar e pálida como um defunto. Ele percebeu quando a viu pela primeira vez, mas não podia ser verdade, não queria acreditar de forma alguma, aquela terrível mulher, a mulher por quem se apaixonou estava morta em frente a seus olhos e seu filho estava tão pálido, que parecia um cadáver também. Robert se aproximou do filho e o abraçou, nesse exato momento parecia que o Bryan o percebeu, abraço-se ao seu pai e chorou como uma verdadeira criança. Os policiais presentes se ausentaram por um momento, chamando o Instituto Médico Legal e deixando que pai e filho se despedissem, o futuro de ambos seria doloroso. E triste, muito triste.
Um mês se passou desde o pior aniversário de Bryan, sua vida deu uma reviravolta muito difícil de acreditar. Bryan perdeu a mãe e o pai no dia do seu aniversário, além de sua casa e tudo que havia dentro dela. Robert, seu pai, havia acumulado muitas divídas e, junto disso, foi encontrado com drogas em seu vestiário, onde se preparava para jogar sua próximas partida no dia seguinte. Aparentemente, diante de investigações, o verdadeiro culpado conseguiu incriminar Robert e, infelizmente, as penas por portar drogas, seja consigo mesmo ou em seus pertences eram muito pesadas nos últimos dias. Seu pai, para não deixar divídas para seu filho, diante da morte de Reyna, trocou sua chance de defesa para pagar as divídas, entregando sua casa junto.  Robert pegou por volta de 25 de prisão e um nome sujo diante do mercado de trabalho. Nos últimos anos, quem fosse preso por porte de drogas ficava realmente marcado por boa parte de sua vida, senão, por ela inteira.
Bryan, sem pais, dinheiro e pertences, teria de ir morar em um orfanato, mas em um último pedido desesperado de seu pai, acabou indo morar com alguns parentes, o tio Francisco Michiki e seu filho Carlos Michiki. Ambos foram bem receptivos com o novo morador e tentaram fazer com que o garoto se sentisse a vontade, mas a morte da mãe e a prisão do pai mexeram com ele. Bryan acabou isolando-se da "sociedade", passou a ficar longe de amigos e até de familiares, conversava apenas com aqueles que lhe acolheram, era realmente grato a eles. Foi nessa época de desespero pessoas que Bryan traçou seu objeitvo e decidiu por si mesmo, seria o melhor Cardfighter do mundo, limparia o nome da família e consegueria dinheiro para soltar seu pai. Ele se dedicaria a isso, mas em segredo, não poderia dar mais preocupações a aqueles que tanto lhe ajudaram.
Bryan e Carlos passaram, em 2009, a frequentar a mesma escola, o Colégio Gamma, considerado o melhor colégio do Rio de Janeiro na época e lugar de onde saíam os melhores cardfighters profissionais. Enquanto Carlos era bem popular na escola e um grande jogador, Bryan preferia se manter calado e silencioso,  fechando-se cada vez mais em seus pensamentos e praticamente afastando aqueles que poderiam se aproximar deles.
Em pouco tempo, Bryan passou a ser chamado de "problemático". Ele era visto com algumas pessoas estranhas nos tempos livres, era frio com os colegas de classe e egoísta com a maioria deles, muitos até comparavam Carlos e Bryan, deixando ambos desconfortáveis. Mas Bryan não andava com pessoas estranhas a toa. era desse jeito que ele pretendia atingir seu objetivo, um passo de cada vez e esse era um desses passos.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem.



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