019 – Combate

[David]

É incrível as imagens que a mente cria. Eu jurava que o tal vampiro fosse mais assustador, mas me decepcionei completamente. Talvez imaginar um monstro só porque o fulano recebeu o apelido de um, não fosse algo que ajudasse muito também. E a garota ao lado dele, nossa como era bonita. Uma pena que estivesse do lado errado. No fim das contas decidi poupar tempo, primeiro porque não tinha mais muito o que fazer alem de partir pro fim do encontro e segundo porque, bom, eu tenho uma casa e é realmente melhor ficar sentado no sofá assistindo TV que enfrentando malucos desmiolados que acham que podem fazer o que bem querem. Por isso corri em direção ao vampiro, tentando acertar-lo diretamente no rosto. Okay, não é a melhor estratégia do mundo, mas vejam só... Eu acertei. Em cheio.

E para minha infelicidade, o barulho não era exatamente o que eu esperava ouvir. Na verdade foi algo metálico. É sempre assim, quando eu quero agilizar um pouco as coisas, me aparece um cara que pode tornar a pele em armadura. Ótimo, porque eu não raciocinei que um cara como esse pudesse ter poderes assim como eu?

A reação dele foi de um simples olhar, seguido de um sorriso. Sorrisos daqueles nunca eram bons sinais. Ele me acertou um soco direto no nariz, rápido demais para eu sequer pensar em desviar. A força bruta da armadura me jogou longe. E quando eu digo longe eu não estou exagerando. Ainda antes de cair no chão eu percebi outra coisa, o desgraçado conseguiu quebrar meu pescoço, com um único soco ele fez minha cabeça se tornar um saco pendurado no corpo. Cai no chão com o corpo pesando sobre minha cabeça. Naquele momento eu poderia ter me levantado e aproveitado a provável surpresa deles para atacar, mas, venhamos e convenhamos, se eu fizesse isso não seria eu mesmo. Ao invés disso fiquei no chão, imóvel. Aquilo seria divertido.

– Hmm... Pensei que ele realmente fosse um problema. – Disse o vampiro, pelo barulho dos passos estava vindo em minha direção – Pelo visto me enganei.

Esperei paciente. E eu nem sou do tipo que se da bem com paciência.

– Você acha que ele tem algum tipo de poder? – Dessa vez foi a garota que fez a pergunta. Do que ela estava falando afinal?

– Eu sei que ele tem. Me pergunto qual será.

Finalmente o momento, ele estava perto o suficiente. Pulei acertando ele com o taco de baseball. Por minha sorte ele tinha cometido o erro de voltar para sua forma normal e felizmente eu acertei com força o suficiente. Ele caiu inconsciente no chão sujo do beco. Arrumei minha cabeça, era incomodo andar com ela caída de lado daquele jeito.

– Até que foi fácil. Ah, droga, o infeliz conseguiu cortar minha mascara... Vou ter que comprar ou...

– O que você pensa que fez com ele? – Tinha quase me esquecido da garota, mas não me importei muito. Afinal, o que ela poderia fazer.

Sabe?! Deveria ter me importado, realmente deveria. Foi isso que eu pensei quando fui jogado em uma velocidade incrível na direção da parede no fim do beco. Nem sabia exatamente como aquilo tinha acontecido e não tive muito tempo para pensar no assunto também. O impacto foi forte o suficiente para quebrar a parede. Ouvi gritos de garotas espantadas ao mesmo tempo em que sentia alguns ossos se quebrando.

Me perguntei se ela estava vindo em minha direção ou se tinha fugido com o vampiro. É, depois dessa eu não tinha duvidas...

“Vou precisar de uma mascara nova.”

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