The Best Thing Thats Ever Been Mine escrita por manupotter


Capítulo 42
And the big day nears


Notas iniciais do capítulo

ooooi meninas, tudo bem com vocês? *-* eu vou super bem e tenho uma novidade! estou conseguindo recuperar minhas notas em matemática, UHUL. tirei 9 em um trabalho que fiz e a professora me elogiou *u* como diria meu irmão: "quando a água bate na bunda, a gente aprende a nadar." mas é assim mesmo, né, fazer o que...
enfim, antes de tudo queria dizer que tive uma ajudinha super especial nesse capítulo de uma pessoa que vai me ajudar nos próximos também... (não que ela não me ajude sempre) quem será? quem adivinhar ganha um doce... é, é a nicole, bitchfriend e co-autora invisível. Sei que já está virando clichê isso, mas nunca agradecerei o bastante todo apoio que você me dá, bff :3 conta sempre comigo.
Agora, antes de deixar vocês lerem, quero dizer que fiquei muuuito feliz em receber minha sétima recomendação *-* é sério, só sendo uma escritora para saber a alegria que dá. por isso, esse capítulo vai para a fofa da JuhGrangerWeasley :3 você merece, flor!
Ah, sei que falo isso em todos os capítulos, mas eu realmente amo todo o carinho e apoio que ganho de vocês, minhas leitoras lindas, já li os reviews e vou responder em breve!
E sobre palpites que algumas deram sobre o sexo do bebê, não vou confirmar nada, apenas leiam HAHAHAH Capítulo que vem, o sonhado casamento *-* beijinhos e até sexta :*



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Hermione POV


Estava tudo indo de bom para melhor.

Há uma semana eu havia conseguido entrar na faculdade junto com Rony. Era cansativo equilibrar meu tempo entre trabalho e estudos, mas Minerva, por graças a Deus continuar sendo minha chefe mesmo depois de se aposentar, e por isso me dava mordomias quando eu realmente necessitava, agora que sabia que eu estava grávida.

Rony estava fascinado com a possibilidade de virar uma pessoa madura, por mais que tivesse seus momentos cabeça oca, momentos que eu nunca me cansaria de presenciar.

Agora meu dia a dia estava ficando cada vez mais exaustivo. Eu chegava do trabalho de tarde e aproveitava para tirar uma soneca, para depois às seis horas ir para a faculdade e voltar depois que meus pais já haviam jantado, mas que sempre me esperavam para se certificarem de que eu estava me alimentando bem.


Eu sentia falta dos momentos de ócio em que poderia apenas se jogar na minha cama e ler um livro até minha mãe anunciar o jantar, mas Hermione Granger nasceu preparada para crescer, e agora não era diferente.

Ron e eu tínhamos uma construção para acompanhar, ainda por cima tinha o casamento que todos diziam que teria de ser realizado o mais breve o possível, eu estava enlouquecendo.

Estávamos no início de maio, em um domingo tranqüilo em que boa parte dos Weasley foram para Malibu almoçar. Eu havia sido convidada, mas andava enjoada demais para fazer uma viagem de carro, tinha quase certeza de que todos seriam encharcados de vômito no momento em que eu entrasse no automóvel.

Era tanto enjôo que em um momento tive que ligar para o doutor Tyler – que continuava sendo meu obstetra apesar das reclamações freqüentes do ruivo ciumento – para perguntar se era normal, ele respondeu que no final do primeiro trimestre, os enjôos sumiriam. Talvez.

Mas pelo menos agora, indo para o terceiro mês de gravidez, o cansaço diminuía de pouquinhos em pouquinhos, eu me sentia mais disposta, por mais que a dificuldade de acordar para trabalhar de manhã fosse a mesma.

Porém, dormir até tarde no domingo foi revigorante, e acordar com um ruivo sussurrando roucamente no seu ouvido foi mais do que eu achava que merecia.

Era um dia lindo, o verão ia se aproximando cada vez mais e o que apontava isso era o céu sem nuvens e o sol reluzindo lá no alto. Me senti tentada a passar o dia inteiro pelada, se estivesse sozinha em casa.

Como andar pela casa feito uma mendiga nos finais de semana virou meu novo hábito, vesti um shorts de algodão e uma regata antes de descer e me deparar que Gina também não havia ido para Malibu. Rony não tinha ido porque queria passar um tempo comigo, já que foi impossível realizar esse feito em uma semana tão movimentada que tivemos.


O almoço já estava pronto com direito a muita coisa leve, pois minha mãe sabia que se fosse por mim eu não controlaria a minha alimentação, já que meu bebê parecia amar somente porcarias e durante o trabalho, Neville teve que me fiscalizar para que eu não passasse o turno da manhã agarrada a um pacote de salgadinho.

Sentei a mesa depois de cumprimentar a ruiva e começamos a comer. Meu pai parecia mais calmo do que ficou na última semana, pois as meninas não paravam de falar comigo sobre chá de bebê, casamento e coisas do tipo, deixando o coitado doido.

Mas quando vi que Gina iria abrir a boca, pensei em algo para impedi-la, porém ela foi mais rápida do que eu.


– E ai, Mi. Já decidiu uma data para o casamento? –Meu pai se engasgou com uma folha de alface e minha mãe foi acudi-lo, estapeando as costas dele. – Opa... –Murmurou a ruiva, me lançando um olhar de quem prende o riso.

– Bom, ainda não... –Busquei apoio em Ron, que fingiu limpar a boca com o guardanapo para rir. Quando ele perdesse as bolas por causa do meu pai, eu não faria nada para salvá-lo.

– Sabe, tive uma ideia mágica... –A olhei receosa, vindo de Gina não seria coisa boa. – Hey, calma, Mionezinha, você vai adorar. Pensei em um casamento na praia, agora no verão. –Ela sorriu animada. Devaneei um pouco e acabei achando a ideia incrível.

– Adorei, Gi. –Sorri, olhando para o ruivo ao meu lado que sorriu também.

– Mas tem uma coisa... E se o tapado do meu irmão ficar tão nervoso e cair de cara na areia? –Fiz aquele terrível barulho de quem tenta segurar uma risada e Rony fechou a cara, me fazendo rir alto junto com Gina.

– Ai, tadinho, meninas... –Disse minha mãe, rindo.

– Obrigado pela consideração, Rachel, só você me ama. –Ron fez um bico lindo que me deu vontade de jogá-lo no chão e beijá-lo até que ele sufocasse. Eia, grávida lasciva.

– Dramático. –Beijei a bochecha dele e sorri docemente, ele logo se derreteu e beijou minha bochecha também. Minha mãe parecia prestes a chorar.

– Vou buscar a sobremesa, já combinamos mais. –Alguns minutos depois ela voltou com uma travessa de salada de frutas. Enquanto eu catava os morangos da travessa, Gina não parava de falar.

– A Mione vai ficar linda, não vai? Poderia ser uma coisa meio angelical, sabe? Guirlanda de flores na cabeça, vestido leve... E o verão está se aproximando, a barriga dela não vai estar tão grande... Que tal em julho? –Sugeriu ela entusiasmada, me fazendo olhá-la confusa.

– Daqui a... Dois meses?

– Sim... Já podemos iniciar todo o projeto para esse casamento nesse mês mesmo, aliás... Ah, que droga, são SÓ dois meses! –Fiquei mais confusa ainda.

– Só...?

– Nós precisaríamos de no mínimos uns três! Mi, pensa... Tem a decoração, o Buffet, os convidados, o convite, o vestido... São tantas coisas! –Eu estava vendo que seria a menos agitada para organizar este casamento. Afinal... Eram dois meses, por que de repente minha mãe e Gina começaram a conversar ansiosas como se eu fosse me casar amanhã?


No decorrer do mês de maio foi que descobri o porquê da ansiedade delas. Nos raros momentos de paz e calmaria que eu tinha, era chamada para andar pelas ruas para procurar as melhores lojas de noivas, e só porque não tínhamos ainda achado uma “perfeita” no conceito delas no final do mês, elas surtaram mais ainda. E para ajudar, Cho e Luna decidiram participar da tarefa de deixar a Hermione louca também.

Um dos meus dias preferidos do mês foi com certeza a segunda consulta no obstetra.

O doutor Tyler fez um exame chamado translucência nucal. A translucência nucal é utilizada como principal indicador para dizer se o bebê tem um risco alto ou baixo para ter alguma síndrome genética, assim explicou meu médico.

E não. Rony ainda não aceitava ter uma relação amigável com o doutor e fechava uma carranca toda vez que o via, como se ele fosse meu rottweiler de segurança.

O que me deixou com menos raiva do ruivo foi Tyler dizendo que meu bebê estava em ótimas condições, só que eu teria que esperar até o próximo mês para poder saber o sexo. O tempo parecia agora correr lentamente graças a minha ansiedade.

Só que com tantas pessoas entusiasmadas com a aproximação do casamento, a faculdade de Pediatria ficando cada vez mais exaustiva e o trabalho compensando por estar mais tranqüilo, o mês passou voando.

Me peguei na segunda semana de junho antes que pudesse me dar conta.

Era uma segunda-feira abafada, porém nuvens cinzentas insistiam em cobrir a passagem do sol. Mas eu não estava nem um pouco afim de discutir o clima com dona Carmelita, só falava animada sobre minha próxima consulta.

Por sorte, Minerva havia deixado que eu faltasse no trabalho, deixando Neville de recepcionista, mas os dois exigiram saber o sexo do bebê.

Eu sempre optava por consultas matinais visto que teria tempo livre de sobra depois para curtir com Ron, já que fazia dias que não namorávamos, por mais que meus dias agitados nem me dessem disposição para isso, mas eu sentia falta de uma tarde passada abraçadinha com ele vendo filme e minha inseparável pipoca com maionese e ketchup.

Vestidos viraram típicos no meu dia a dia. Nada melhor para me deixar confortável em um dia de calor do que um tecido leve sobre minha pele. Só que é claro, Rony deu um jeito de reclamar, me lançando indiretas como “se nós tivermos uma filha, não vou deixá-la usar vestidos acima do joelho”. Deus, comecei a rezar para que não fosse menina, ou ela iria ficar doida com os cuidados excessivos do pai.

Depois de um ótimo café da manhã, me dirigi até a frente de casa, onde o ruivo já me aguardava sorridente.


– Tomara que nosso pequeno coopere hoje, não é? –Ele sorriu, depositando uma das mãos na minha barriga e a outra em torno da minha cintura, para depois me beijar carinhosamente.

– Tomara. –Respondi sorrindo e retribuindo com vontade seu beijo, agora percebi o quanto sentia falta do contato com esse menino.

Seguimos conversando aleatoriamente até o hospital, eu tamborilava os dedos no porta luvas enquanto ligava para minhas amigas para avisar que já estava indo para a consulta.

Chegando lá, as mesmas recepcionistas simpáticas nos atenderam e fomos os primeiros a chegar ao corredor de obstetrícia, e também os primeiros a entrar no consultório.


– Não sei porque você não se livrou desse médico ainda... –Lancei um olhar maligno a Rony.

– Porque já tenho afinidade com ele, Ronald. E não discuta. –Tyler, que havia escutado minha voz graciosa brigando com o ruivo, logo abriu a porta do seu consultório e deixou que entrássemos.

Vendo que eu mesma poderia jogar aquele gelzinho gelado na minha barriga e pegar aquela paradinha para ver como estava meu bebê, o doutor se apressou e pediu para que eu me deitasse na maca.


– Como a senhorita já tem conhecimento, vai ser um pouquinho frio... –Ele despejou o gelzinho na pele do meu ventre eu estremeci de leve. Maldita coisinha gelada.

Minha barriga estava linda, simplesmente linda. Eu poderia passar horas acariciando aquele montinho pequeno e admirando-o por saber que ali se desenvolvia meu filho. Toda vez que eu pensava que o montinho chegaria ao tamanho de uma “melancia”, como Sophia adorava me lembrar a cada semana que se passava, um sorriso bobo crescia no meu rosto. Eu queria que aquilo nunca acabasse.

Tyler pegou o aparelhinho, passando-o de leve em minha barriga, de vez em quando fazendo movimentos circulares, até que a imagem preta e branca se tornou nítida na televisãozinha.

O frio já não me incomodava mais, pois agora minha atenção estava presa no bebê que ia perdendo aos poucos o formato de dinossaurinho e cada vez ficava mais reconhecível seus pezinhos, suas mãozinhas... E sempre meus olhos tinham que marejarem ao ter aquela visão e aquele som mágico do minúsculo coração batendo.


– Pronto... Está ai o pequeno de vocês. Mede aproximadamente dezesseis centímetros agora... Pesa em média cento e cinqüenta gramas... No momento ele está hibernando. –Rimos. - Você já sentiu ele se mexer? –Neguei com a cabeça. – É comum que o primeiro filho não seja sentido tão cedo, mas olhe, ele parece estar tocando bateria...

Olhei para a tela e realmente meu filho mexia os braçinhos, olhei para Rony que sorriu e cuidadosamente secou uma lágrima que escorreu pelo meu rosto.


– Antes que vocês morram de curiosidade... Podem comemorar, pois o bebê está em uma posição favorável. –Ele mexeu mais um pouco com o aparelho em minha barriga. – Querem saber mesmo ou querem que seja surpresa?

– Ah, pelo amor de Deus, fala logo! –Pediu Ron, bufando. Não repreendi pelo seu tom de voz grosso, apenas ri, pois me sentia assim também.

– Podem preparando o enxoval azul, pois um menino vem ai. Sem dúvidas isto é um genital masculino. –Arfei de surpresa, olhando encantada para o meu menininho que se virava devagar, provavelmente incomodado com a movimentação sobre sua moradia.

– Um menino, Ron! –Falei com um fio de voz, as lágrimas descendo em cascata. O ruivo olhava admirado de mim para a tela da televisãozinha.

– Nosso garotinho... –Sorriu, acariciando minha mão.

– Parabéns, papai e mamãe! –Disse Tyler com um grande sorriso. – Terminamos o exame. Como sempre gosto muito de repetir, o garotão de vocês está mais saudável do que nunca. Nos vemos mês que vem, então. –Ele desligou o aparelho depois que salvou mais fotos do ultrassom e limpou o gel da minha barriga.

– Doutor, vamos nos casar mês que vem, o senhor gostaria de ir? –Era mais do que sensato convidar o homem que estava cuidando da minha saúde e a do meu filho, atendendo minhas ligações de madrugada para me ouvir reclamar que meu coração estava batendo rápido demais, para depois me responder educadamente, como sempre, que meu volume sanguíneo estava aumentado para manter a oxigenação fetal.

Mas é claro, Rony não gostou do meu convite.


– Mês que vem? Que ótima escolha, pois sua barriga está linda, vai ficar graciosa no vestido. E eu adoraria, mas dependendo do dia, terei uma palestra para dar sobre a Síndrome de Down em Washington e não volto tão cedo. Mas obrigado pelo convite, se der, eu compareço. –Tyler sorriu calmamente e eu me levantei para arrumar meu vestido.

– Tudo bem, então... –Checamos os últimos exames feitos e nos despedimos, Ron não falou uma palavra sequer, se manteve de cara amarrada feito uma criança que foi impedida de continuar no playground com seu melhor amiguinho. Só que o que o ruivo não sabia, é que junto com a faculdade de Pediatria, eu estava aprendendo a lidar com crianças birrentas.

– Amor, vai convidar o médico bonitão logo para o nosso casamento? –Questionou ele em um tom indignado.

– Algum problema? –Olhei-o de uma forma que encerrava a questão.

Logo, ele estava todo bobo comentando que o quarto do nosso filho seria feito um quartel-general. Depois, ele mudou de ideia, dizendo que seria feito um aeroporto com direito a um avião de pelúcia enorme. E então a próxima ideia foi que seria um quarto no estilo Star Wars. Ah, eu mereço...

O que se mantinha na minha mente era a visão de um bebezinho ruivo de olhinhos azuis um pouco sujo de sangue me mirando com curiosidade, logo depois do seu nascimento.

A próxima semana decorreu calmamente, além da escolha de data para meu casamento e as visitas constantes a lojas de noiva. Eu não havia contato sobre o sexo do bebê para ninguém ainda, somente mostrei as imagens do ultrassom. Minerva ficou sabendo porque pediu, mas Neville não soube porque sabia que ele iria contar para Luna.

Além dos planos para meu casamento, tinha ainda o chá de bebê, que seria realizado perto do fim da gestação. A única coisa que decidi, foi que iria arranjar uma forma especial para todos ficarem sabendo que meu filho era um garotão.

Na sexta-feira, depois de resistir muita pressão por causa das enlouquecidas das minhas amigas e da minha família que queriam saber o sexo do bebê, eu estava novamente no trabalho, sentada na minha mesa de recepcionista com a mesma cara de quem preferia estar em qualquer lugar, menos ali.

Não que meu trabalho fosse escravizado ou qualquer coisa do tipo, era um trabalho que eu apreciava e muito, mas eu ainda preferia estar em casa dormindo debaixo das minhas cobertas quentinhas.

Depois de pegar um amor por vestidos, me vi apaixonada por jardineiras. Ficavam tão lindas com a minha barriguinha...

E era por isso que hoje, em uma manhã particularmente quente, porém com períodos nublados, eu estava com uma jardineira escura de shorts, uma t-shirt por baixo e all star. A recepcionista mais adolescente do bairro.

Enquanto eu me escorava na escrivaninha fazendo cara de paisagem, Luna e Neville contavam histórias para crianças em um canto, tão fofos.

Em um dos meus momentos boiando, Rony havia chegado, lindo como sempre, vestindo uma camisa social escura com as mangas dobradas até o cotovelo, calça jeans, tênis, os cabelos ruivos perfeitamente desalinhados e os olhos azuis mirando os meus.


– Amor! –Ele disse sorrindo e me envolvendo em um abraço carinhoso.

– Que bom te ver, baby! –Me agarrei nele de tanta alegria em vê-lo. É, eu estava muito carente.

– Consegui dar uma fugidinha do trabalho, chefe foi visitar a filha bastarda no xilindró e ganhamos um dia de folga. –Ri sem muito humor, falar na vaca que costumava me atazanar não me deixava bem. – Ah, e oi Luninha e Neville. –Os dois riram, cumprimentando Ron de volta.

– Bom... Acho que vou organizar mais histórias para as crianças que vem aqui a tarde e...

– Eu vou junto, amor. –O casalzinho saiu junto para não terem que segurar a tocha olímpica para mim e para o ruivo.

– Mas então, o que trouxe sua magnífica presença para cá? –Perguntei sorrindo e brincando com algumas mechas do cabelo dele.

– Saudades, é óbvio. Não posso mais visitar minha futura esposa no trabalho?

– Pode e deve. –Beijei-o com vontade e, graças a Deus, ele retribuiu lindamente.

– E como vai nosso pequeno? –Questionou ele passando a mão de leve sobre minha barriga, ofegante, depois de me soltar.

– Vai muito bem.

– Ah, vim aqui te convidar para fazermos uma coisa... Sei que já projetou todos os cômodos da nossa casa, mas deixei dois por último. O quarto do bebê, que vai ser surpresa... –Abri a boca para protestar, mas ele repousou o dedo indicador nos meus lábios me fazendo calar a boca. – E falta nosso quarto também, caso não tenha percebido. –Pensei em todos os cômodos que já tinha organizado a decoração e me dei conta que realmente faltava nosso quarto.

– É...

– Então. Estava pensando em pintarmos nosso quarto, para termos a sensação de trabalho feito, sabe? Mas se estiver cansada, não precisa ir...

– É uma ótima ideia! Amo cheiro de tinta. –Ele me olhou com os olhos semicerrados.

– Não quero te ver drogada, garota. –Ri alto, mordendo com força o pescoço dele, ele recuou rindo. – Pode tirando o cavalinho da chuva, todas as tintas que comprei não tem aquele cheiro intoxicante de tinta e secam mais rápido, assim, você não vai passar mal. –Suspirei abobalhada. Maldito ruivo preocupado pensando em tudo e me deixando feito uma menininha apaixonada.

– Tudo bem, espertinho... É óbvio que quero ir! –Sorri entusiasmada. – Mas, meu trabalho... Não posso faltar mais uma vez.

– Claro que pode, Hermione. –Minerva entrou na biblioteca do nada, me observando por detrás dos seus óculos. Ela parecia bem melhor agora que estava aposentada, mas o olhar severo não a largava.

– Professora McGonagall! –Era costume chamá-la de “professora”, soava bem melhor do que “senhora”.

– Olá, senhorita Granger. Fiquei sabendo pelo Sr. Longbottom que mais crianças virão aqui hoje à tarde, e ele disse que tomaria seu lugar para que você não se estresse, afinal, seu pequeno necessita de você. –Pensei em protestar falando que conseguia lidar melhor com crianças agora que cursava Pediatria, mas ao ver o olhar que Neville lançou a mim, como se me obrigasse a sair dali agora, resolvi aceitar.

– Ah, obrigada Neville, te devo uma. –Sorri satisfeita e ele piscou discretamente para mim, sorrindo também.

– Bom, vamos indo? –Ron entrelaçou minha mão na dele, enquanto sorria.

– Vamos. –Me despedi dos outros e depois de agradecer muito Neville e escutar uma lição da minha chefe porque eu estava pensando em repor as horas que passava fora e ela disse da forma mais direta – e nada calma – que eu não precisaria repor hora nenhuma.

Teimosa como eu sou, demorei para aceitar entrar no carro de Rony de bom grado. Mas quando entrei, adorei cada segundo.


– Ah meu Deus, Caramel Macchiato, quanto tempo. –Me abracei ao copo com o logo do Starbucks e o ruivo deu uma grande gargalhada, se sentando ao meu lado e saindo com o carro pelas ruas de Los Angeles.

– Não poderia deixar nosso pequeno Slash com vontade de um bom café. –Olhei-o incrédula.

– S... Slash? –Fiz cara de deboche com as bochechas cheias de chantily com caramelo.

– Brincadeira, amor. Mas é um nome legal, não é? –Respondi com uma bufada e ele riu mais ainda.

Chegamos na nossa casa quando eu já estava bem satisfeita e com café calórico na minha barriga. Deus, meu filho ia me fazer engordar feito uma porca até o final da gestação.


– E ai, o que acha? –Ron abriu a porta do carro para mim e eu me vi diante de uma das casas mais belas que já havia visto, e o melhor é que era a minha casa.

– Cada vez mais perfeito. –Sorri deslumbrada, esperando Ron tirar o cadeado do portão para nós entrarmos, o portão elétrico ainda não tinha sido instalado.

– Eles vão começar a decorar na nossa lua de mel e quando voltarmos, vai estar tudo pronto do jeito que planejou. –Sorri mais ainda, entrando na casa e olhando em volta, apreciando toda a pintura, os acabamentos... Eu jamais acreditaria que aquilo tudo era para mim. Para nós.

– Ótimo. Então... Vamos pintar? –O ruivo assentiu e me levou até nosso quarto, no andar de cima. Um espaçoso cômodo com suíte.

As paredes estavam brancas e cada vez que pisávamos no chão coberto de jornais, um eco enorme se instalava no local.


– E aqui está a cor que você escolheu. –Rony balançou no ar baldes de tinta da cor amarelo queimado puxando mais para o creme. Se o quarto ficasse do jeito que projetei, ficaria perfeito.

– Certo. Estou com roupas adequadas ou precisamos nos trocar? –Apontei para minha jardineira e ele sorriu, me puxando pela cintura.

– Você está tão linda assim que pode manter essas roupas, mas se elas sumirem na metade do trabalho, não ache estranho. –Com uma piscadinha, o maldito se afastou de mim, me deixando de pernas bambas. Idiota, ele está provocando uma grávida carente, isso não vai dar certo.


Começamos a pintura tranquilamente depois que Ron ligou um aparelho de som e músicas animadas que eu sabia de cor ficaram tocando durante nosso trabalho.

Após praticamente berrar Hollaback Girl, da Gwen Stefani e o ruivo chorar de rir, a próxima música foi Wannabe, Spice Girls.

Eu estava animada pincelando de qualquer jeito a parede cantando alto a parte rápida do começo e ainda por cima rebolando, o que não estava deixando a pintura nem um pouco correta, e isso pareceu irritar Rony.


– I'LL TELL YOU WHAT I WANT, WHAT I REALLY REALLY WANT...SO TELL ME WHAT YOU WANT, WHAT YOU REALLY REALLY WANT...

– Mione, pinta direito, depois você dança... –Ignorei, voltando a rodopiar pelo cômodo cantando e derramando tinta pelo chão.

– I WANNA HUH, I WANNA HUH, I WANNA HUH, I WANNA HUH, I wanna really really really wanna zig-zig ah. –Bem no final da parte legal da música, minhas suspeitas foram comprovadas. Rony se revoltou e um monte de tinta veio parar na minha jardineira e um pouco respingou em meu rosto.

– Baby! Desculpa! –Ele tampou a boca com as mãos, prendendo o riso. Eu o olhava com uma expressão demoníaca.

– AH, É ASSIM ENTÃO?

– Amor, calma... –Me aproximei dele pisando duro, quase furando o chão e carregando ameaçadoramente minha lata de tinta.

Deu tempo de ele tampar o rosto todo com os braços para que depois eu o acertasse com um monte de tinta gelada.


– Briga de tinta? Então tá! –Senti meus cabelos sendo encharcados pelo pincel dele, molhei o meu no balde e passei nas partes do corpo dele que consegui alcançar, só que o maldito garoto alto tirou vantagem da sua musculatura maior do que a minha e me segurou para longe dele, enquanto eu tentava avançar feito um touro furioso.

– Algum problema, Mionezinha? –Um dos braços do ruivo me segurava e o outro desenhava no meu rosto com a tinta. – Aliás, belo bigode. –Rosnei, passando o pincel no rosto dele, que riu e se afastou, limpando os olhos.

– Beleza, sujou tudo minha pobre jardineira. –Tirei a peça de roupa que antes era jeans, mas agora estava amarela, e fiquei só com a t-shirt que chegava um pouco abaixo da minha roupa íntima.

Ergui meus olhos furiosa para Rony e vi que ele me olhava como se eu fosse uma divindade.


– Algum problema, Roniquinho? –Cruzei os braços, bufando.

– Você tem que aprender a brincar, baby. –Ele sorriu se aproximando de mim, me mantive imóvel olhando-o com raiva. – E você que me provocou. Bandeira branca? –Estendeu sua mão.

– Claro. –Mergulhei discretamente minhas duas mãos na tinta e na hora que ele foi me abraçar para a reconciliação, marquei a palma das minhas mãos na bochecha dele.

– HEY! Traidora. –Se afastou rindo, sorri maleficamente e fui me aproximando cada vez mais dele, com ele recuando até o ponto das suas costas encostarem-se à parte mal pintada da parede.

– Não sou traidora, sou vingativa. –Ron me olhou assustado quando aproximei minhas mãos em garras para ele, mas tudo que fiz foi mergulhá-las debaixo da camisa toda suja dele, quase gemendo quando fiz contato com sua pele quente do abdômen.

– Hum, entendo... –Ele sorriu malicioso, apreciando os arranhões leves que eu dava naquela região. – E como pretende se vingar, senhorita?

– Já me vinguei. Agora só resta saber se você vai se vingar da mesma forma. –Senti-o pegar na minha nuca antes de me beijar com vontade. Minhas mãos agora se ocuparam a desabotoar a camisa dele, enquanto eu sentia suas mãos grandes passearem pelas minhas coxas, me erguendo em seu colo em segundos.


Minhas costas encontraram a superfície dura da parede com um pouco de violência que não me atingiu, pois agora os braços de Rony estavam protegendo meu corpo contra o impacto que ele poderia causar.

Paramos um pouco com o beijo cheio de luxúria e encostamos nossas testas, ofegando.


– Amor, e se eu... Te machucar? –O ruivo acariciou minha barriga por cima do pano da t-shirt, demonstrando que estava preocupado com a saúde do nosso filho.

– Se não se lembra, você fez questão de informar o doutor Tyler sobre nossa vida sexual ativa e ele te informou tudo que podia e não podia. –Falei, me lembrando da segunda consulta em que Ron havia me feito passar uma vergonha enorme ao contar sobre nossa vida sexual, como se quisesse mostrar para meu doutor que ele fazia amor comigo, como se ele não soubesse e fosse que nem a Sophia, que acreditava ainda em cegonha. – Então se você não matar minha carência agora depois de um tempão sem me tocar direito, eu vou ali na rua e acho outro que aceita fazer isso por você.

– Nem a pau. –Ri mentalmente quando sua boca atacou a minha novamente fervorosamente. Eu já estava quase enlouquecendo ao sentir suas carícias provocantes em minhas coxas e ter que suportar sua visível “animação” apenas se friccionando contra mim.

Por isso, me livrei logo da camiseta que usava e da roupa íntima, e antes que eu pudesse piscar, Rony já estava do jeito que Deus o fez, e que Deus maravilhoso...

Voei para seu colo novamente e quase berrei ao sentir ele me invadindo.


– Está doendo? –Indagou ele rapidamente, seus olhos negros de desejo me mirando hesitante.

– Não, eu aviso se estiver, e se você não for logo com isso, juro que não apareço de noiva no dia do nosso casamento... –Obviamente não era uma ameaça real, mas agradeci silenciosamente por ter feito essa ameaça e o ruivo ter acreditado, pois logo seus movimentos se tornaram rápidos e fortes.

Eu me contorcia no colo dele e me agarrava aos seus ombros, quase furando sua pele com minhas unhas. Além dos movimentos que me deixava na beira do precipício da loucura, Rony sussurrava coisas em meu ouvido enquanto mordiscava meu pescoço.


Não demorou muito para que eu sentisse a mais bem-vinda sensação de pressão em meu ventre, e então meu corpo explodisse em sensações tão maravilhosas que ofuscaram meus sentidos por alguns momentos, porém eu ainda consegui escutar o lindo urro de prazer do ruivo antes que eu descesse da minha nuvem particular do ápice.


– Oh céus, como eu precisava disso... –Ofeguei, sentindo meu coração bater muito rápido. Rony não estava diferente.

– Eu nunca... Mais... Passo tanto tempo sem fazer amor com você. –Disse ele, me abraçando.

– Não poderia achar uma ideia melhor. –Retribui o abraço, sorrindo com satisfação.

Se terminamos a pintura? É claro que terminamos, Hermione Granger não deixa as coisas para a última hora e nem faz mal feito. Porém, uma hora fiquei tão cansada que deitei nos jornais e fiquei pintando deitada, depois tentei carimbar meu corpo na parede pra pintar mais rápido.

Insisti. Insisti mais um pouco e pronto, parede lindamente pintada.


Voltei para casa carimbando todo o assento de couro do carro de Rony, mas nem ele, nem eu, estávamos um pouquinho infelizes. Pelo contrário, um sorriso estava grudado em nosso rosto o caminho todo. O que um pouquinho de contato corporal não faz, não é?

Chegando em casa, após uma despedida calorosa no carro, pulei as perguntas da minha mãe como “por que até sua virilha está suja de tinta?” e fui direto para o banho, onde ri ao ver a água que descia de mim ficando amarela.

O resto do mês se decorreu calmo, não o calmo que você está pensando, mas o “calmo agitado” que virou minha vida. Minhas semanas se resumiram a “Trabalho, faculdade, planos para o casamento” e assim ia, pois o mês de julho estava se aproximando cada vez mais, e a minha ansiedade também.

No começo do mês de julho fui comprar o vestido e confesso, foi uma tarefa muito difícil, pois fui acompanhada por seis mulheres enlouquecidas que estavam me deixando confusa sobre qual vestido escolher.


– E ai, o que acham? –Já devia ser a vigésima vez que eu trocava de vestido, pelo menos. Agora o que eu vestia tinha bojo coração, o comprimento era longo e algumas pedrarias enfeitavam o busto. Era lindo, sem dúvidas.

Girei na frente de Fleur, Molly, Gina, Cho, Luna e minha mãe, enquanto prendia meus cabelos em um coque alto. Eu já estava ficando até com calor.


– Perfeito! –Disse Luna sorrindo.

– Vai ser um casamento na praia, não vai? Tem muito glamour nesse vestido para ser um casamento na praia... –Comentou Cho. Não falei? Elas estavam me deixando malucas com essa divisão de opinião.

– Eu acho que ficou linde, mas pela ocasion... –Opinou Fleur.

– Ah, nada a ver, ficou perfeito no seu corpo, filha! E com essa barriguinha ainda... –Minha mãe, sempre sorridente e emocionada, bateu palminhas de animação.

– Concordo com sua mãe. –Dessa vez foi Molly e para finalizar, olhei para Gina e aguardei sua opinião.

– Eu acho que você vai cair de cara no chão se usar esse vestido, Mione. Ou melhor, de cara na areia. –Fiz cara de desespero e todas riram.

– OK, próximo... Lá vou eu... –Suspirei cansada, me encaminhando ao provador. - Michelle, tem outro vestido? –Falei, me referindo a minha atendente, que se divertia com meu desespero em busca do vestido perfeito.

– Claro que tem. –Respondeu divertida a atendente morena, pegando um que estava estendido em uma poltrona de couro branca e me estendeu. – É mais simples, um pouco incomum, porém vai ficar lindo em um casamento na praia.

Vesti-o com cuidado atrás do acortinado do provador circundado de espelhos por todos os lados e quando ele se ajustou ao meu corpo, sorri com a visão do meu reflexo.

Era um vestido não muito comum, e era isso que me agradava.

Sai do provador, dando de cara com as seis meninas novamente, que me olharam admiradas.


– Com certeza esse. –Disse Cho com convicção.

– Sem dúvidas. Cadê a grinalda que ela tinha provado antes? Mi, solta o cabelo, vamos ver como fica... –Gina disse em um tom urgente, procurando pelas poltronas. Ri baixinho, acreditando que a loucura delas havia somente começado.

Um dia inteiro passado em lojas de noiva depois, voltei para casa satisfeita, sabendo que no outro dia teria mais coisas para comprar.

Mais uma semana agitada se passou, envolvendo planos para a decoração, provação do Buffet, que Rony gostou explicitamente, nosso filho também, e admito, eu também, por mais que quase tenha vomitado em cima do garçom uma hora quando o cheiro de salmão chegou às minhas narinas. Enfim, todo o preparativo foi organizado.

Meu futuro marido iria ficar louco a qualquer minuto, de vez em quando gritava com o planejador do nosso casamento exigindo que os guardanapos deveriam ser costurados a mão com fios de ouro, não com linha dourada. Eu apenas suspirava, pois se discutisse com certeza ficaria viúva segundos após assassinar o ruivo.

E quando parei para ver, já era dia 18 de julho, uma quinta-feira, faltando dois dias para meu casamento que seria realizado no sábado, dia 20. Foi a data mais especial escolhida, pois seria também meu aniversário de um ano e cinco meses de namoro. Não poderia ser uma data melhor.

Eu havia ganhado férias de verão, e por isso podia ficar dormindo até tarde. Só que Gina tinha dormido na minha casa para me ajudar com a despedida de solteiro e o mínimo som da voz da ruiva conversando com o namorado me fez ficar sem sono logo cedo.


– Dois dias... –Sussurrei, suspirando em seguida. Agora o nervosismo batia pra valer. A partir de hoje eu não poderia mais me encontrar com Rony, somente por telefone, e essa expectativa me fez pular da cama e andar de um lado para o outro, quase surtando. Só ele poderia me acalmar, e por telefone não adiantaria nada.

– Mione, assim você vai acabar afundando o chão. –Gina falou, se levantando da cama auxiliar e rindo da minha preocupação toda.

– É, você tem razão... Vou tomar banho e já vamos, ok? –Ela assentiu, ainda rindo. Juntei algumas roupas e fui tomar banho. Hoje eu teria que comprar as roupas para a despedida de solteira que seria uma surpresa programada pelas minhas amigas, eu tinha medo do que seria.

Fui para o shopping com Gina somente porque as outras já tinham suas roupas, e Cho poderia soltar sua língua perto de mim, então era mais aconselhável que eu fosse só com a ruiva.

Como eu já estava acostumada, não liguei para ter que andar, andar, e andar mais um pouco, passando em todas as lojas disponíveis. Só me assustei quando fomos para uma loja de fantasias. Deus que me ajude.


Rony POV

Levantei cedo, por mais que nem tivesse pregado os olhos a noite. Todas as preocupações para que meu casamento fosse perfeito estava arrancando minhas noites de sono...

Harry estava no meu quarto, dormindo no colchão ao lado da minha cama, percebi que ele falava com minha irmã no celular, e depois de um tchau todo meloso com direito a um “Desliga você! Não, desliga você!”, ele se levantou percebendo que eu estava acordado.


– E ai, mano! Dois dias para colocar a coleira, hein... –Revirei os olhos, me sentando no colchão e passando as mãos pela cabeça nervosamente. – Relaxa, Ron. Hoje vai ser um dia ótimo, sua incrível despedida de solteiro.

– O que vocês planejaram? –Perguntei desconfiado.

– Algo que vai te relaxar e muito... Você vai nos agradecer pra sempre.

– Cara, conta logo.

– Não se esqueça de me agradecer. –Ele jogou quatro ingressos na minha cama. Primeiro pensei que fossem simples ingressos de jogo de futebol americano ou de um show qualquer, mas quando olhei melhor, arregalei meus olhos.

– Não, nem pensar.

– Mano, me agradeça, vamos. –Encarei os cabelos desgrenhados de Harry e levantei bufando, erguendo um dos ingressos na altura dos olhos verdes dele.

– Uma noite na Mansão da Playboy? Sério? Você está achando que eu realmente vou? –Incrédulo, joguei os ingressos na minha cama novamente.

– Presente de padrinho. –Ele piscou. – E de nada. –Saiu calmamente do meu quarto em direção do banheiro.

– Babaca. –Olhei para os ingressos, sentindo uma pontada de remorso. Mansão da Playboy... Onde eu estava me metendo?


Hermione POV

Era de noite e eu vestia minha fantasia de Arlequina, a mulher do coringa. Um vestido nas cores vermelho e preto, a máscara preta e oxford preto com glitter, pois com cinco meses de gestação não seria recomendado usar a bota até a coxa de salto super alto e fino que combinava com sua fantasia de Viúva Negra de Gina.


Segundo ela, iríamos na boate mais badalada de Los Angeles que teria uma festa a fantasia naquele dia. Fiquei mais tranqüila por não ser uma boate com gogo boys.


Logo, Luna chegou vestida de Rapunzel e Cho de Pocahontas, ambas muito sexies, e elas me ajudaram com minha maquiagem e meu cabelo. Era estranho me arrumar pensando que Rony não me veria tão bonita e fatal vestida de Arlequina com a barriguinha que ele tanto amava evidenciada pela roupa.

Não resisti e tive que ligar para o ruivo, a curiosidade e a saudade era maior do que tudo.


– Não diga que você vai a uma festa, Mi. –Alertou Cho, enquanto fazia outro cacho em meu cabelo com a ajuda do babyliss.

– A graça está em esconder. –Disse Luna, sorrindo docemente de frente para o espelho, alisando mais seus longos cabelos loiros.

– Certo... –Suspirei e disquei no meu celular, aguardando que Ron atendesse, o que ele logo fez.

Oi amor!

– Oi... Saudades...

Eu também, baby. Mas... Um dia e meio para nos vermos de novo, não é? –Dei uma risada nervosa.

– É. Espero te encontrar lá vestido de noivo.

– Vamos, Mi, ou vamos nos atrasar. –Sussurrou Gina e eu fiz sinal positivo com a mão livre.

Vou estar e vou te aguardar chegar vestida de noiva.

– Não se preocupe, vou estar. Ahn... Baby, aonde você vai? –Alguns segundos de silêncio depois, ele se manifestou.

A um jogo dos Lakers. E você?

– Uma festa do pijama na casa da Cho mesmo... –Senti uma pontada dolorosa de culpa por mentir descaradamente. – Bom, quando voltar você me liga?

Ligo, amor. Divirta-se!

– Você também. Te amo.

Te amo muito mais, princesa. –Desliguei já sentindo falta da voz dele.

– Vamos? –Questionou a japonesa sorridente. Assenti hesitante e logo estava dentro do carro dela com as outras, seguindo para uma luxuosa boate.

Chegando lá percebi que o lugar era de elite e não estava muito cheio por ser um dia no meio da semana e pelo preço alto de uma entrada. Minha mão foi carimbada e uma pulseirinha VIP foi presa ao meu pulso.

As próximas horas passei no bar tomando drinks sem álcool. Estava sentada em uma poltrona de veludo vermelho vendo os outros dançando, dentre eles estavam Cho e Gina, Luna estava comigo me tirando do tédio constante. Eu não conseguiria me divertir, não mentindo para Rony.


– Legal aqui, não? –A loirinha perguntou alto, abafando o som da música agitada que tocava.

– Muito. –Era um local com uma decoração incrível, sem dúvidas, um local de respeito, mas pensar que meu noivo achava que eu estava em uma festa do pijama inocente quando na verdade eu era cantada várias vezes por homens desconhecidos vestidos de diversas fantasias, me deixava muito mal.

– Quer ir embora, Mi? Você não parece estar se divertindo...

– Não, vou ficar até o fim, pelo menos não tem gogo boys. –Luna riu, tomando mais um gole do seu drink rosa. Mais alguns minutos de silêncio depois, uma música sensual começou a ser tocada por um DJ muito conhecido em Los Angeles.

– Ah não... –Murmurou a loira, mas antes que eu pudesse perguntar o porquê da cara de choque dela, vi um barman sair de trás do seu posto e subir na bancada, rebolando loucamente e tirar suas roupas, ficando somente de cueca e com uma gravata borboleta preta.

– Eu quero sair daqui! –Praticamente berrei quando o barman safado veio pra cima de mim dançando feito uma minhoca enlouquecida, Luna me arrastou dali e só parei de berrar quando me vi fora da festa. – Vamos para casa, eu não agüento mais essa sensação de culpa! –Confessei, quando vi Gina e Cho chegando confusas.

– O que foi, Mi? –Perguntou a ruiva.

– Um barman pervertido começou a dançar em cima de mim na festa! –As três riram da minha cara de pânico.

– OK, certo, você é uma menina boa e não suporta mentir para seu namorado... Vamos para casa e curtimos lá, tudo bem? –Disse Cho, me abraçando.

– Tudo bem... –Concordei, choramingando.


Rony POV

Depois da ligação da Mione me senti o dobro mais culpado. Deus, o que eu estava fazendo? Mentindo para minha noiva dois dias antes do nosso casamento? Ela iria em uma ingênua festa do pijama com suas amigas enquanto eu e meus amigos lascivos iríamos na Mansão da Playboy. Mundo injusto.

Após me arrumar sem animação alguma, partimos para a maldita Mansão. Homens se matariam para estar no meu lugar, mas eu já estava quase me matando mesmo.

Chegando lá, me deparei com um imóvel incrível, de tirar o fôlego. Mas a visão de ter que “festejar” com um monte de “coelhinhas”, não me deixava contente, e nem um pouco.


– Cara... Hoje vai ser épico. –Comentou Cedrico, sorrindo marotamente.

– Que minha namorada não descubra... –Murmurou Neville, suspirando. Harry e Diggory riram dele.

– Que as nossas namoradas não descubram. –Corrigiu Diggory.

– Assino embaixo. –Potter disse, sendo o primeiro a adentrar pelos portões da Mansão.

Fomos recepcionados por mulheres esbeltas seminuas vestidas de coelhos, todas bonitas, isso sem dúvida alguma, mas senti falta dos cabelos cheios de Hermione que delineavam seu rostinho pequeno e delicado, suas curvas suaves, sua pele macia...

Fiz cara de desgosto quando uma das coelhinhas loiras me tocou sensualmente.


– É o noivo? –Questionou ela me olhando maliciosamente.

– Sim e bom... Vou ali com meus amigos, e... –Me afastei nada discretamente, desviando de mais algumas meninas até chegar nos patetas dos meus amigos que pareciam muito chocados com o local.

– Sério, minha despedida de solteiro vai ter que ser aqui! –Praticamente berrou Cedrico, aceitando uma taça de champagne de uma mulher negra de corpo escultural.

Uma música agitada começou a ecoar pelos cômodos luxuosos da Mansão e no salão de festas várias garotas preparavam drinks vestidas de forma sexy, mas eu me recusava a olhar, preferia ficar encarando a noite de uma janela no local.


– Vamos mano, se solta, é sua despedida de solteiro! –Disse Harry, dançando enquanto tomava um gole de um drink colorido.

– Vou ali tomar alguma coisa, já volto... –Cheguei no bar e pedi somente uma água, por mais que a menina que me atendeu tivesse me oferecido umas trezentas bebidas alcoólicas. Ficar bêbado só iria piorar meu remorso, e se eu fizesse algo com as mulheres desta casa que estavam loucas para me comer vivo?

Não demorou muito para que eu ficasse somente assistindo meus amigos se divertindo, Neville me acompanhava em meu cantinho do silêncio, junto com uma latinha de coca-cola.


– Tem certeza que vai ficar parado a noite toda? É mais fácil ir embora...

– Não consigo me soltar sabendo que menti para a Mione, Neville! –Afundei meu rosto entre minhas mãos.

– Então vamos voltar, cara. –Senti a mão dele em meu ombro.

– É, você está certo, eu só estou gastando meu tempo aqui. Avise a eles depois... –Sai do salão de festas sozinho, mas logo os três estavam andando comigo pelos corredores movimentados da Mansão.

– Cara, você tem que aproveitar, vai se casar daqui a dois dias... –Disse Cedrico, já um pouco alterado pelo álcool.

– Como vou me divertir sabendo que minha noiva pensa que estou em um jogo de basquete, quando na verdade estou rodeado por mulheres quase peladas? –Praticamente gritei, já perto do portão. – Querem ficar, fiquem, mas eu estou indo.

Eles me acompanharam porque não queriam me deixar na mão. Partimos para a casa do Diggory e ficamos festejando um pouco por lá, até que senti necessidade de ligar para Hermione, a culpa agora era maior do que nunca.

Um pouco hesitante, disquei para ela escondido no banheiro da casa de Cedrico. Quando ela atendeu, meu coração perdeu uma batida.


Amor... –Disse ela com a voz trêmula.

– Me perdoa, baby. Eu fui para a Mansão da Playboy na verdade, me perdoa, eu não queria ter mentido pra você, eu... Eu te amo tanto, me desculpa, meu amor... Por favor...

E eu fui para uma festa a fantasia, Ron. Tinha um barman que dançou quase pelado em cima de mim e... Desculpa também, amor, eu te amo, perdão...

– O QUE? –Gritei cheio de raiva ao imaginar a visão da minha noiva sendo tarada por um barman abusado.

Não começa, Ronald Weasley. Nos pagamos na mesma moeda, você tinha um monte de “vaquinhas” se esfregando em você, eu sei disso porque elas fazem isso.

– Coelhinhas, amor...

Que seja! Todas vadias que queriam comer meu noivo. –Ri baixinho do ciúme dela.

– Fomos dois idiotas por mentirmos, não fomos? –Ela deu uma risada chorosa.

Fomos...

– Bom, ainda vai aparecer de noiva no casamento? –Brinquei, um pouco mais aliviado.

Não perderia isso por nada... –Sorri, agora realmente aliviado.

– Então, até... –Olhei no relógio, já se passava da meia-noite. – Amanhã.

Até. Eu te amo muito, Ron.

– Eu também, mais do que imagina, minha pequena. –Depois de nos despedirmos, terminei de comemorar tranquilamente com meus amigos, já sem o peso da culpa e antes de dormir, fiquei um pouco na sacada observando o céu estrelado.

– Amanhã essa estrela será oficialmente minha... –Falei baixinho, sorrindo involuntariamente. Logo me lembrei dos votos que ainda não tinha feito, só que no lugar de me desesperar, sorri mais ainda. Depois de tanta coisa ocorrendo, eu estava inspirado, e meu coração diria tudo que tinha para dizer.

Peguei uma caneta e um caderno que achei, me sentei na varanda e coloquei o caderno aberto em meus joelhos, começando a escrever tudo que sentia naquele momento.

Hermione POV

Tudo bem, eu ainda queria matar quem fosse o idiota que resolveu levar meu noivo na Mansão da Playboy, mas eu estava bem mais aliviada em saber que nós dois fomos patéticos ao ponto de mentirmos.

Depois de algumas horas curtindo com minhas amigas, do jeito que deveria ter sido minha despedida de solteira, com direito a muito brigadeiro e filmes de terror, fui me deitar.

Só que eu percebi que não conseguiria dormir, pois uma inspiração muito grande tomou conta de mim. Eu tinha tentado escrever meus votos de casamento várias vezes, sempre odiando o resultado e jogando fora o rascunho, mas após achar uma camisa perdida de Rony em minha bolsa, me abracei a ela sentindo seu cheiro embriagador e senti que meu peito poderia gritar mil coisas naquela hora.

Achei uma folha decorada e um lápis qualquer e logo o texto que eu mais queria poder ler em um dos dias mais felizes da minha vida, surgia nas linhas.


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Notas finais do capítulo

SIM, eu não dei detalhes do vestido porque vou deixar para semana que vem. MUAHAHAHAH e também porque a dona Nicole, minha consultora de moda particular, tem a ideia prontinha que eu amei e obviamente, concordei em usar.
e ai, gostaram que vai ser um menininho? decidi mudar um pouco as coisas, hum... sou uma menina original. HAHAHAH acham que vai ser um ruivinho? e será que eles terão outros filhos?
e essa despedida de solteiro? os dois culpados se confessando? HSHUASHAUS viram meninas, os dois são anjos que não conseguem fazer nada de errado, só se pegar em meio a uma pintura, tsc, tsc.
mas a pergunta que fica sempre é a mesma: gostaram? *-* HSAUSHAUHSAU aguardo suas opiniões com muito carinho. beijinhos e até semana que vem!



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