The Best Thing Thats Ever Been Mine escrita por manupotter


Capítulo 41
If you only knew what the future holds


Notas iniciais do capítulo

boa taaarde, donuts açucaradas do meu coração ;3 como vão? antes de tudo, queria muito agradecer os quase 250 reviews, por não terem me matado depois do último capítulo (HAHAHAH) e queria também dedicar este capítulo à linda da Biia Granger que me deixou muito feliz com a sexta recomendação recebida nessa fic, obrigada mesmo querida, esse capítulo é seu! *-* enfim, sei que sempre agradeço, mas nunca acharei suficiente. Obrigada à todas que continuam me acompanhando, mandando reviews e me deixando muitíssimo contente com tanto carinho e apoio! Sem mais delongas, vamos ao capítulo! ;D uma boa leitura e até sexta que vem! ;*



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Hermione POV


Necessitou da passagem dos primeiros dez dias de abril para que o clima tenso se dispersasse um pouco e a vida voltasse a ficar normal. Se bem que no dia primeiro de abril, aniversário dos gêmeos, o clima simplesmente desandou e não tinha quem o reerguesse.

Jorge estava progredindo, por mais que ainda se recusasse a falar com qualquer um. Pelo menos agora se alimentava e não passava o dia todo trancado no quarto, como estava fazendo com muita freqüência.

Voltei ao trabalho por mais que não fosse com tanto entusiasmo, além de tudo tinha o cansaço excessivo que sentia. Mas eu havia aprendido a sorrir mesmo quando minhas costas estavam me matando ou ficasse triste pela perda do Fred.

Rony, sempre que podia, vinha me visitar no trabalho ou em casa, mas agora estava ficando mais difícil por causa da nossa moradia em construção que ele tinha que supervisionar, o seu chefe que ficava cada vez mais exigente e ainda queríamos entrar para a faculdade.

Por mais que fosse cansativo uma vida movimentada assim, eu estava adorando ficar adulta. Tinha meus momentos de nostalgia quando via minha irmã despreocupada brincando na sua casinha de bonecas, mas passava quando eu percebia que tinha que seguir com minha vida sem parar por um momento.

Tive um momento de folga em um sábado, faltando contáveis dias para minha primeira consulta no obstetra. Mais especificamente, dois dias para o dia quinze de abril.

Eu havia ficado em casa por não ter disposição de levantar minha bunda do sofá, e graças a Deus, os Weasley vieram almoçar com nós, me dando mais vontade de me mexer.


– Oi Molly! Como vai? –A cumprimentei quando ela chegou na minha casa uma hora antes do almoço ficar pronto. Ainda estava com o gesso no braço e a expressão acabada, mas sorria mais agora.

– Estou melhorando com o tempo, querida. –Respondeu ela sorrindo de leve e me abraçando com o braço livre. – E você?

– Vou bem também. –Sorri de volta, indo abraçar os outros. Arthur parecia ser o mais forte até agora, junto com Gina que sempre demonstrou ser durona. Jorge mancava pela casa com sua muleta e só deu um sorriso fraco para me cumprimentar. Rony não me largava por um segundo sequer. Gui e Fleur estavam em casa com os pais da francesinha.

Foi um almoço tranqüilo e agradável, houve poucos momentos em que falamos, mas só o fato de estarmos unidos já era uma coisa ótima e me alegrava.

Depois do almoço em família, os outros foram dar uma volta no parque próximo a minha casa, somente eu e Ron ficamos em casa.


– Amor... –Chamou o ruivo entrando na sala, onde eu estava esticada no sofá vendo tv.

– Que foi? –Ergui meus olhos para ele, que sorria de um jeito curioso.

– Bom... Passando na farmácia para pegar uns remédios para minha mãe, achei uma coisa que talvez, bom... Achei legal e pensei que funcionaria, não sei, sempre tive a curiosidade de saber se funciona... –Ron tirou do bolso uma caixinha comprida.

– O que é? –Perguntei em tom divertido, me levantando para checar mais de perto.

– Um teste de gravidez... –Franzi minha testa em confusão. – Calma, sei o que deve estar pensando. É que... Bom... Olhando a embalagem, vi que fica azul e rosa, pensei que pudesse dizer qual vai ser o sexo do bebê... –Ele me entregou a caixinha.

Eu já havia lido sobre um teste caseiro vendido nas farmácias que indica o sexo do bebê, mas aquele que o Rony tinha comprado era um normal que indicava se estava grávida ou não. O azul indicava negativo, e o rosa indicada positivo. Reprimi um riso pela ingenuidade dele.


– Amor... Esse teste só indica se está grávida ou não. –Falei no tom mais compreensivo que achei. E novamente me peguei prendendo uma risada por causa do vermelhão que subiu pelo rosto dele.

– Ah, mesmo? –Indagou ele, mexendo nos cabelos ruivos nervosamente. – Bom, eu não sabia... Mas mesmo assim, eu queria saber se funciona. –Só me sumi para o banheiro do meu quarto para atender ao pedido dele, porque lá eu poderia rir o quanto quisesse.

Fiz o teste só porque também tinha essa curiosidade, e sorri quando a cor rosa apareceu com grande êxito, por mais que já soubesse que estava mesmo grávida. Ah, coisas de mãe de primeira viagem, vai saber...

Sai do banheiro dando de cara com um ruivo em expectativa.


– E ai? –Questionou ele eufórico. Era como se ele nem soubesse da minha resposta.

– Positivo, né. –Mostrei o teste e Ron sorriu, me abraçando. Não consegui mais segurar as risadas. – Você parece uma criançona, baby. –Falei, abraçando-o de volta.

– Ah, desculpe, mas... Ainda não consigo acreditar! –Ele riu junto comigo depois que joguei o teste no lixo. – Então deu certo o teste, não é? Poderemos usá-lo com nossos futuros filhos... –Arregalei meus olhos.

– Quantos você pensa em ter, Ronald?

– Um por ano até você entrar na menopausa. –Escancarei minha boca em um ato de perplexidade, ele riu mais ainda.

– Está doido? Vai ter que contratar outra mulher para fazer isso. Eu, hein.

– Nem pensar, quero filhos com o seu e o meu sangue somente. –Ron sorriu, me dando um selinho. Sorri também.

– E se adotarmos um?

– Ele vai ter o nosso sangue do mesmo jeito. Vai morar no nosso coração do mesmo jeito. –Argh, eu queria tanto esmagá-lo e mordê-lo.
Descemos juntos e voltamos para a sala, onde ele deitou a cabeça em meu colo e eu fiquei brincando com as mechas do seu cabelo.

– O que você acha que vai ser? Menina ou menino? –Perguntou ele quando os outros chegaram do parque, certo de que ninguém nos ouviria, pois estavam no quintal conversando.

– Não sei...

– Ah, todas as mães tem uma certa intuição. –Insistiu o ruivo feito uma criança birrenta.

– Mas eu sou diferente. Até agora não sei dizer... O que você prefere? –Questionei agora trançando alguns fios dele, pois é uma mania minha desde que aprendi a trançar cabelos.

– Hum... É uma boa pergunta. Se for uma menina, certamente vai ser minha princesinha. Só que um dia ela vai namorar, e eu não vou apreciar nem um pouco isso. –Ri.

– Eu sabia que iria pensar assim. –Ele riu junto.

– Agora sei como se sente. Só de imaginar a pequena versão de você saindo de mãos dadas com um marmanjo qualquer, me dá ciúmes. Então, para que os futuros namorados dela continuem com suas bolas intactas, acho que um menino seria melhor. Não que eu não vá amar se for uma menina, para mim tanto faz, vou amar os dois da mesma maneira, mas não estou a fim de castrar ninguém. –Gargalhei alto.

– Ah, bom... –Escutei passos se aproximando da sala. – Shh, tem alguém vindo. –Nos calamos e voltamos nossa atenção para a tv que passava algo sobre adestramento de cachorros.

– Filha, venha aqui rapidinho comigo, por favor? –Pediu minha mãe, que me olhava séria até demais com aqueles olhos cor de mel, mas havia uma certa ansiedade no brilho daquele olhar também.

– O que houve? –Rony se levantou do meu colo, olhando primeiro para mim e depois para minha mãe.

– Só venha. –Desconfiada, me levantei e fui até ela.

– Já volto. –Falei para Ron, saindo da sala na companhia da minha mãe. Subimos a escada em silêncio e fomos para o meu quarto, no caminho passamos na frente do quarto da minha irmã.

Ela estava com Jorge, os dois sentados no tapete fofo dela, Sophia mostrando seus brinquedos para o ruivo que somente demonstrava interesse e assentia quando ela perguntava a ele se havia gostado do brinquedo.


– E esse é o Panda. –Minha irmã disse, erguendo um ursinho panda de uns trinta centímetros e mostrando ao Jorge. – Ele tem esse nome porque é um panda. –Eu riria disso se quando estivéssemos chegado no meu quarto, nós não fossemos direto no banheiro. Senti um frio se alastrar pela minha espinha.

– Achei isto aqui no seu lixeiro. –Ela levantou o teste de gravidez e eu parecia ter sido esbofeteada, milhões de calafrios passando pelo meu corpo. Levei segundos para pensar.

Deveria mentir? Mentir que era de uma amiga minha? Não, não tinha sentido... Minhas amigas só me ligavam por estarem ocupadas com vestibulares e entrevistas de emprego... E se eu mentisse, minha mãe me torturaria psicologicamente com aqueles olhos iguais os meus e me faria dizer a verdade tão facilmente como se eu tivesse sido ameaçada de morte.


– Mãe, eu juro que descobri isso depois do noivado. –Desviei meu olhar do dela, encarando meus pés que pareciam muito mais interessantes com minhas pantufas rosa com garras pretas.

– Esse não é o caso. Desde quando você sabe e como isso aconteceu? –Ela não parecia brigar comigo, e era isso que mais me assustava, pois eu pensei que ela surtaria quando descobrisse.

– Desde o acidente. Fiz uma bateria de exames e o médico descobriu. –Respondi ainda encarando minhas pantufas. – Como aconteceu? Eu preciso de explicar? –Suspirei.

– E por que não me contou antes? Já se passaram mais de duas semanas desde o acidente, Hermione. E não levante a voz comigo, estou tão nervosa quanto você.

– Não te contei, por que... –Eu não sabia o porquê que não tinha contado. Medo da reação dela, talvez? Minha mãe pareceu ler minha mente.

– Não vou te bater, te expulsar de casa ou qualquer coisa, acalme-se. Você e Rony não se preveniram? –Perguntou ela com a voz calma.

– Nos prevenimos sim, mas eu furei a camisinha com os dentes, na hora de abrir a embalagem. –Contei, sentindo meu rosto ficar quente. Não acreditava que estava falando isso para minha mãe, era pior do que uma tortura, sem dúvidas.

– Não vou te culpar também. Aconteceu, fazer o que? E além do mais, eu vou ser vovó. –Levantei meu olhar estranhando a mudança de voz dela, e percebendo um sorriso grande estampado em seu rosto, só fiquei mais confusa. – Ah, filha, sei que você vai ser uma mãe excepcional. –Ela me abraçou forte, senti lágrimas molharem minha blusa.

– Você não me odeia por isso? –Questionei hesitante e isso fez minha mãe se separar de mim para me olhar.

– É óbvio que não. Você já terminou o colégio, tem um emprego fixo, está noiva, tem uma casa própria em construção e vai entrar na faculdade. Tudo bem... É muito nova, isso eu admito. Mas pelo menos vai conseguir se virar. No meu caso, fui expulsa de casa pelo seu avô e sua avó sugeriu que eu te abortasse para não atrasar minha vida. Mas eu consegui jogar na cara deles que te sustentaria e prosseguiria sempre avante, e quando me formei em odontologia e tirei uma foto com você nos braços e seu pai do lado, feito uma família de verdade que meus pais acharam que eu não conseguiria ter, consegui deixá-los no chinelo. –Disse ela secando as lágrimas.

– Fico feliz que não me odeia. –Inspirei aliviada. – Papai... Ele não vai me odiar, vai? –Fiz bico só de pensar na possibilidade.

– Claro que não, seu pai não vai poder dizer nada sobre você estar grávida, pois me engravidou quando eu era dois anos mais nova do que você ainda.

– A Mione? Grávida? –Um jovem esguio e alto de cabelos ruivos apareceu de repente dentro do meu quarto, mancando com a sua muleta e sua perna engessada. Olhei para minha mãe assustada buscando apoio, mas ela parecia muito surpresa e não conseguiu dizer nada. – Vou ser tio mais uma vez e ninguém me disse nada? Que injustiça... Garanto que esse Weasleyzinho vai adorar o titio Jorge aqui, já que a Victoire decidiu amar somente o babaca do Rony. Sem ofensas, Mione, por mais que você vá casar com o babaca.

Gina saiu do banheiro do corredor de olhos arregalados. Molly apareceu correndo no andar de cima junto com o marido e Rony. Todos olhavam admirados para Jorge como se ele fosse um bebê falando as primeiras palavras.


– Você está falando, meu filho? Ah, Jorge. –Molly o abraçou aos prantos.

– O que deu de tão importante para ele falar? –Perguntou Gina para mim, sorrindo alegre com a nova conquista do irmão depois de longas duas semanas em luto total.

– Eu... Eu... –Ah merda, agora todos saberiam! Merda, merda, merda. E para ajudar, meu pai subiu para ver o que de tão maravilhoso estava acontecendo também.

– Vocês não ficaram sabendo? A cegonha resolveu fazer mais uma visita. –Disse Jorge sorrindo de leve enquanto Ron abraçava o irmão muito feliz junto com Arthur, que estava sorridente.

– Como assim, meu querido? –Indagou Molly, acariciando os cabelos do filho. Ele apenas sorriu mais e me apontou. Todos me olharam, até Sophia que não estava entendendo nada.

– Péssima hora, péssima hora... –Murmurei baixinho, sentindo Rony pegar na minha mão como se me encorajasse a contar. Eu não conseguiria, não com toda essa platéia e meu pai de brinde ainda.

– Pessoal... –Iniciou o ruivo ao meu lado, vendo que eu não conseguiria dizer nada, pois já estava ficando roxa de tanta pressão em cima de mim. – Hermione está grávida de quase dois meses do nosso filho. Descobrimos no dia do acidente. –Foi exatamente como no dia em que Ron gritou que havia pedido minha mão na fazenda dos avós dele.


Houve aquele momento constrangedor em que um silêncio que deixa todos surdos invade o local. Primeiramente, achei que o que fosse quebrar o silêncio, fosse algum comentário de Gina tirando sarro disso, que é o que ela adora fazer nesses momentos em que a seriedade prevalece, e até concordo com suas atitudes, pois deixa a atmosfera menos tensa.

Mas o que eu não previa, na verdade ninguém previa, era que meu pai se estatelasse no chão todo frouxo por conseqüência de um desmaio.


– Robert! –Guinchou minha mãe, se abaixando para acudi-lo.

– OK, reação errada. –Comentou Gina enquanto todos olhavam assustados para o corpo inerte do meu pai. – Mas parabéns, Mione. Mais um sobrinho! Exijo ser madrinha. –Comemorou a ruiva, sorrindo de orelha em orelha.

– Obrigada! –Agradeci com um fio de voz, observando preocupada minha mãe tentando acordar meu pai com a ajuda de Molly e Arthur.

– Deixa de ser frangote, Granger. –Falou Molly, ajudando a por meu pai sentado com as costas apoiadas na parede.

– Foi a emoção do momento, querida. –Disse Arthur carinhosamente. – A propósito, já comemoramos esse momento com você, Mione, mas o acontecimento agora com seu pai é crítico.

– Ele vai me matar. –Afirmei para mim mesma baixinho, afundando meu rosto entre as mãos.

– Shh, calma baby, ele só se... Animou tanto que desmaiou. –Ron disse me abraçando, visivelmente prendendo o riso.

– Se ele não me matar, vai te fazer uma vasectomia gratuita e sem anestesia. –Senti o ruivo estremecer.

– Certo... Acho que já vou me preparar para correr, pois ele está começando a acordar. –Olhei cuidadosa para onde meu pai estava caído e vi seus olhos se abrindo com um pouco de dificuldade, ele murmurava algo que eu não conseguia compreender.

– Não... Minha filha... Grávida... Eu... Avô... –E finalmente eu começava a entender seus murmúrios.

– Acredite, Robert. Parabéns vovô. –Parabenizou Arthur, rindo abertamente. Meu pai estava translúcido de tão branco e de vez em quando a cor da sua pele mudava para um roxo estrangulado ou um verde doentio.

– Grávida... Grávida... Como assim? –Todos se afastaram quando ele se levantou subitamente, parecendo atordoado. – EU SABIA! Sabia que era por isso que noivaram!

– Precisamos te dar as instruções de como fazer um bebê, Robert? –Perguntou Molly impaciente. – Que eu saiba você tem duas filhas, deve saber como elas foram concebidas. E creio que não foi por isso que noivaram, não é? –Ela lançou um olhar indagador ao filho.

– Não, não foi Sr. Weasley. Nós só tivemos conhecimento disso depois do acidente e...

– Eu sei como elas foram concebidas, e esse que é o pior! –Bradou ele. – E... Como isso foi acontecer, meu Deus...

– Amor, por favor, sem drama. –Pediu minha mãe suspirando.

– Minha filha... Minha princesa... Minha pequena... Grávida? Ah, só pode ser brincadeira...

– Sr. Granger, prometo que vou fazer da minha vida com sua filha a melhor possível. Teremos uma casa, como o senhor já ficou sabendo, vamos nos casar e você não vai se arrepender de entregá-la para mim no altar. –Disse Rony em um tom firme e confiante, me fazendo suspirar involuntariamente. – Ela e o filho que teremos serão tudo para mim. –Repousou as mãos no meu ventre, fazendo os olhos de Molly marejarem. Meu pai pareceu querer avançar em nós dois, mas mudou de ideia e recuou, ainda nos olhando atormentado.

– Avô... –Murmurou ele baixinho. – Caramba... Eu vou ser avô! –E tão assustados quanto ficamos quando meu pai desmaiou, ficamos novamente vendo ele fazer uma dançinha aleatória. O casal fofo dos Weasley caiu na gargalhada.

– É! E eu vou ser vovó! –Meus pais se abraçaram às gargalhadas. Me convenci de que aquela animação toda deles era porque eu não estava grávida de um marginal tatuado, fumador de maconha e pichador que já foi preso cinco vezes por furtos.

Olhei para o lado e sorri para a figura alegre de Rony, que retribuiu me beijando rapidamente. Logo eu e Rony estávamos sendo submersos em um mar de abraços.


– Vovó novamente, ah... Quanta alegria! –Molly disse sorrindo com lágrimas brilhantes nos olhos e me abraçando apertado.

– Vou ser o vovô mais babão do mundo de novo. Espero que Victoire não fique com ciúmes. –Arthur me abraçou rindo.

– Vou rezar para que meu sobrinho ou sobrinha não seja tão cabeça oca quanto meu irmão, Mi. –Disse Gina me abraçando. Não pude deixar de rir vendo a cara emburrada de Rony.

– Meu irmão iria ficar muito feliz, Mione. O que ele mais queria era ter uma mini Hermione para paparicar e ser o tio favorito, me disse isso desde que espiamos vocês dois se beijando na piscina no Rio. –Disse Jorge depois de me abraçar. Era a primeira vez que ele tocava nesse assunto, por mais que sua voz soasse dolorosa, ele falava sorrindo.

– Sei que iria. Creio que iria ficar duplamente feliz se você desse um sobrinho para ele com a Angelina. –Pisquei, sabendo que o relacionamento dos dois ia de vento em popa. Angelina era uma ótima menina e estava cuidando muito bem de Jorge, dando todo seu apoio.

– É... –Jorge sorriu mais como se tivesse acabado de ter uma ideia. – Vou casar com ela ainda esse ano, Mione. Você vai ver. Fred vai sentir muito orgulho de mim, pois sempre acreditou que um dia alguma menina com raros neurônios na cabeça aceitaria ser minha esposa. –Ri, abraçando-o de novo com os olhos cheios de lágrima. Estava feliz demais por ele.

– Você vai ter um bebê, mana? –Perguntou Sophia, seus olhinhos brilhando.

– Vou! Ele vai ser seu sobrinho. –Respondi sorrindo e acariciando os cabelos dela.

– Quando a cegonha vai chegar? Ela vai entrar pela janela do seu quarto, mana? Ou... O Ron-Ron regou sua sementinha? Vai demorar muito para ela florescer? Porque sua barriga ainda não está do tamanho de uma melancia... –Fiz um sinal para ela se calar, percebendo que todos pararam para escutá-las e caíram na gargalhada. Eu estava azul de vergonha.

– Vai, vai demorar um pouquinho sim, So.

Agora faltava meu pai me abraçar. Ou fazer perguntas inconvenientes, como minha irmã, mas ele não é uma criança. O fitei um pouco hesitante, mas logo seus braços me envolveram, me fazendo soltar o ar que prendia de alívio.


– Sei que vai se sair bem, minha pequena. Você sempre será minha princesinha, como seu futuro filho ou filha, que irá ser mais uma das coisas mais importantes da minha vida. –Sorri, abraçando-o com força. – Ainda não aprovo muito isso e ainda quero matar seu namorado. –Olhei-o com repreensão. – Mas... Não posso fazer nada. Quando você nasceu e abriu esses lindos olhinhos para mim, soube que um dia passaria por isso.

– É por isso que eu amo o senhor, pai. Pode ser muito ciumento, desejar matar meu futiro marido e desmaia por saber que sua filhinha está grávida, mas não poderia ser um pai melhor.

– Quando é a primeira consulta no obstetra? –Perguntou minha mãe ansiosa, depois que me soltei de meu pai, que encarava fervorosamente Rony nos olhos, como se o culpasse. Na verdade, ele era um pouco culpado da minha gravidez, mas não é só um que faz sexo pra engravidar.

– Amanhã. –Respondi cerrando meus dentes e pisando propositalmente no pé do meu pai, que soltou um grunhido de dor e parou de encarar o ruivo que me olhava assustado.

– Como assim você não nos avisa uma coisa dessas? –Esganiçou-se minha mãe.

– Vamos todos na consulta, então. –Sugeriu Molly sorrindo.

– Pessoal, pessoal... –Rony interveio no meio das vozes excitadas. – Vai ser uma consulta no obstetra, e não um show de um cantor internacional famoso. –Concordei com ele.

– Exatamente. Acho mais correto somente os pais irem. –Recebi olhares tristes.

– Tudo bem. Mas grave os batimentos cardíacos! –Disse minha mãe batendo palminhas e sorrindo de orelha em orelha. Meu coração acelerou com a expectativa de ouvir pela primeira vez meu filho que estava tão escondidinho agora no volume mínimo da minha barriga.

– Pode deixar. –Sorri radiante de volta.

O resto da tarde passamos comemorando com um super café feito pela dona Carmelita que parecia a mais animada de lá, não parava de me sugerir nomes e de me dar dicas para não ter estrias na barriga.


– É verdade, não pensaram no nome ainda? –Perguntou Arthur enquanto eu enfiava mais uma colherada de mousse de maracujá na boca.

– Hum... –Engoli o doce. – Ainda não porque não temos um sexo em mente ainda, então fica difícil...

– Mas nenhuma sugestão? –Insistiu minha mãe desta vez.

– Que tal Barbie se for menina? Ou Hello Kitty? Polly é bonito também... Se for menino pode ser Ken! –Todos gargalharam com o comentário da minha irmã.

– Estou com quase dois meses ainda, teremos muito tempo para decidir. –Falei ainda rindo de Sophia.

À noite fui dormir com um sorriso no rosto. O dia realmente havia valido a pena.

Na próxima manhã iria me consultar pela primeira vez no obstetra e a ansiedade me consumia, como consumia Ron também que me mandou uma mensagem à meia noite dizendo: “É hoje que iremos ver o nosso pequeno pela primeira vez. Eu te amo, mulher da minha vida.”

Depois de muito suspirar, adormeci com o pensamento de que teria que contar para meus amigos também. Se para minha família, principalmente para meu pai, foi mais fácil e menos turbulento do que eu pensava que seria, por que eu estava me preocupando?

Afinal, eram meus amigos, as pessoas que sempre estariam ali para me apoiar.

Mais relaxada e com Bichento ronronando ao meu lado, peguei no sono.

...

No outro dia acordei bem cedinho e disposta, mas depois que o sol havia nascido, porque é impossível ficar tão disposta assim ao ponto de acordar junto com o galo.

Fiz minha higiene matinal, tomei um banho rápido e revigorante, ensaboando com carinho minha barriga, para depois me secar e vestir minhas roupas. Estava simples e bonita com um vestidinho acinturado, sapatilhas e os cabelos enfeitados com um arco de strass e belos cachos caindo pelos meus ombros.

Desci para tomar café e me peguei com mais fome do que o comum, o que foi ótimo, já que a dona Carmelita resolveu encher a mesa de quitutes e não parava de falar comigo sobre meu futuro casamento e meu bebê.

Apesar de toda essa diferenciação no tratamento comigo, eu ainda me sentia a Hermione Granger, só que mais madura. Era estranho, mas era bom.

Quando a buzina do carro do Ron soou às oito horas no lado de fora da casa, eu já estava mais do que pronta.


– Bom dia, florzinha. –O ruivo sorriu quando me aproximei dele.

– Bom dia, baby. –Sorri de volta, dando um beijo carinhoso nele.

– Pronta? –Ele colocou a mão em meu ventre, ainda sorrindo.

– Sempre. –Entramos no carro e seguimos conversando aleatoriamente para passar o tempo, já que o engarrafamento típico de uma segunda-feira nos atrasou.

Chegando no hospital Bom Samaritano, por mais que aquele hospital me desse más lembranças, entrei sorrindo com a mão de Rony entrelaçada com a minha.


– Viemos para uma consulta no obstetra às nove horas. –Informou ele para a recepcionista.

– Ah, certo... Senhorita Granger, não é? –Disse uma senhora simpática e eu assenti. – Doutor Nicolas que marcou... Muito bem, sexto andar, no corredor da Obstetrícia, lá vocês se informam com a recepcionista. –Agradecemos e seguimos para o elevador.

– Vai ser uma mulher, não vai? –Perguntou Ron depois de alguns segundos em silêncio enquanto o elevador subiu me provocando um desagradável reviramento no estômago.

– Vai, Rony. –Revirei os olhos e ri em seguida.

Chegamos em um amplo corredor e encontramos uma mulher baixinha de cabelos vermelhos de frente para uma mesa, na sala de espera um casal aguardava ser chamado, uma mulher loira com um baita barrigão e um homem de cabelos escuros, que acariciava a barriga da esposa.


– Para vocês? –Questionou a recepcionista quando nos encaminhamos a ela.

– Uma consulta marcada às nove horas.

– Nome?

– Hermione Granger. –Ela fuçou um pouco nos papéis em cima da mesa e depois voltou a sua atenção para nós.

– Aguarde ser chamada, senhorita Granger. –Fui até a sala de espera e me sentei ao lado do casal, Ron na minha direita.

– Senhorita Moore. –Disse um homem de uns trinta anos, loiro e vestido de jaleco após abrir a porta de uma sala, deixando uma mulher com a gestação avançada passar com o marido. O casal ao meu lado se levantou e seguiu para a sala, Rony me lançou um olhar acusador.

– Você disse que seria uma mulher!

– Eu pensei que seria! –Repliquei, irritada. – Não começa, Ronald Weasley. –Murmurei baixinho. – Pode ser o assistente, sei lá.

– Um assistente que vai ver partes suas que só eu posso ver e ter propriedade! E ainda por cima é um médico bonitão! –Pude ver a recepcionista reprimindo um acesso de risos e isso me deixou roxa de vergonha.

– Quando nosso filho nascer, ele vai sair por um buraco de onde você costumava entrar então, você não tem mais propriedade privativa! –Falei o mais baixo o possível, contendo um grunhido de raiva.

– Mas não é por causa disso que um médico abobado vai se apossar do seu buraco! –Não sei quanto tempo passamos nos retrucando, Rony não tinha jeito de concordar comigo de que a saúde do bebê era mais importante do que tudo, ficou dizendo que era sim importante, mas que uma mulher poderia cuidar.

Mas antes que ele se tocasse de que no momento eu era a grávida mais instável e com mais probabilidade de matá-lo, o homem de jaleco retornou deixando o casal de antes passar.


– Senhorita Granger. –Me levantei e lancei um olhar mortal para Rony, que se levantou imediatamente e me seguiu consultório adentro com uma expressão emburrada no rosto.

Entramos no consultório claro, muito bem iluminado e limpo do doutor e ele pediu para nos sentarmos. O ruivo o obedeceu mirando-o como se quisesse poder soltar raios lasers pelos olhos, eu queria estrangulá-lo.


– Olá, meu nome é Gustav Tyler Hort, mas podem me chamar somente de Tyler, meu pai era Gustav, que é alemão, e resolveu dar esse nome esquisito para mim. –Ele riu descontraído, se sentando na nossa frente. Eu o acompanhei e Ron continuava mais emburrado ainda.

– Prazer. –Estiquei minha mão que ele apertou brevemente e estendeu para a criança birrenta ao meu lado, que se manteve imóvel. – Ronald Weasley... –Falei sem mexer a boca, em um tom maligno e ele logo estendeu a mão de má vontade. O doutor Tyler riu encabulado e sacudiu a mão depois de receber o aperto de Rony. Se meu namorado idiota tiver esmagado a mão do coitado...

– Você deve ser o senhor Weasley, não? O pai?

– Sim. E em breve ela será Weasley também. –Bufei, cruzando meus braços. Só faltava ele fazer xixi em mim para demarcar território.

– Ora? Mesmo? Parabéns. –Tyler sorriu. – Bom, antes de tudo, é bom eu saber o histórico completo de vocês. –A partir daí iniciou-se uma conversa sobre meu ciclo menstrual, a última vez que menstruei, sintomas de gravidez, se já tive doenças sexualmente transmissíveis... Ele ficou sabendo minha ficha completa e a de Rony também, por mais que a do último tenha sido depois de uma ameaça com o olhar vinda de mim.

– Perfeito. Os dois parecem em ótimas condições para ter esse bebê. Agora... Marcarei um exame de sangue para amanhã. –O doutor assinou algumas coisas com sua letra estranha em um papel. – Prontinho. Que tal vermos como anda o bebezinho? –Sorri animada e a feição de Ron pareceu mudar um pouquinho de irritantemente emburrado para ansioso.

– É agora o ultrassom? –Perguntou ele esperançoso.

– Quase isso. Se chama “Ultrassonografia obstétrica transvaginal”. O objetivo deste exame é determinar o número de fetos e verificar se a gestação está evoluindo normalmente dentro do útero, além de confirmar a idade gestacional, analisar a anatomia do embrião e se existem batimentos cardíacos. –A boca do ruivo se abriu para protestar pelo fato de o médico já ver a minha vagina na primeira consulta, mas eu o calei.

– Pelo bem do nosso filho. –Encerrei a questão me levantando e indo colocar a camisola para o exame.

Foi realmente desconfortável fazer o exame em que eu tinha uma espécie de câmera enfiada... Bem, você sabe onde. Mas quando as imagens e o som entraram em foco, mantive minha atenção presa na televisão que mostrava tudo. Primeiro, um som de água em movimento encheu a sala.


– Estamos chegando no útero... –Avisou o doutor, atento. – Pronto, está ai o pequeno. –Meu coração deu um salto. Ele estava ali! Meu bebê! Meu filho! Senti meus olhos queimarem, eu iria chorar logo agora?

Rony, que segurava minha mão possessivamente, sorriu todo bobo.


– Vêem a cabeçinha aqui? O braçinho, as perninhas... Ele colaborou, está de lado. –Tyler disse sorrindo e apontando para a televisão. – Querem uma foto? –Assenti, sentindo as lágrimas escorrerem.


(Imagem: http://www.gestarultrassonografia.com.br/wp-content/uploads/2011/08/ultra-obs-1-trimestre-4.jpg)


– Bom, ele não está muito formado ainda, isso vocês podem perceber, parece um dinossaurinho. –Ri entre as lágrimas. – Mas fiquem tranqüilos, ele está no lugar certo e muito saudável. Agora, que tal ouvirem os batimentos cardíacos? –O barulho de água em movimento foi trocado por um coração minúsculo em funcionamento, e isso só fez meu choro aumentar. Ron, que parecia se conter para não chorar, vi um bico enorme se formar no seus lábios, para segundos depois ele afundar seu rosto em suas mãos e soluçar alto.

Era com toda a certeza o som mais lindo que eu já havia escutado, muito melhor do que qualquer melodia tocada por mim no piano. Eu poderia conviver com esse som abençoado, que vinha de dentro de mim! De dentro do meu filho!

Eu já nem me importava em esconder as lágrimas, chorava feito um bebê e parecia não ser a única, Rony estava com o rosto vermelho de tanto tentar prender o choro.


– É o nosso bebê, Mione... –Disse ele entre um riso e um soluço, beijando minha bochecha.

– É... –Concordei rindo e secando as lágrimas com um lenço descartável que o doutor me entregou.

– É maravilhoso, não é? –O doutor Tyler sorriu, tirando de mim a câmera, o som dos batimentos cardíacos dentro de uma água foram se distanciando e me peguei sentindo falta daquilo, por mais que fosse um tubo com uma câmera na ponta enfiada na minha... Não preciso dizer novamente, né?

– Incrível. –Respondi sorrindo enquanto terminava de enxugar o rosto.

– A primeira gestação sempre é mais especial por ser a primeira. E é por isso também que geralmente os pais ficam tão nervosos, mas vocês não têm o que se preocupar, o bebê está perfeito. –Ele desligou a televisãozinha e deixou que eu fosse me trocar.

Muito mais aliviada e contente pela saúde perfeita do meu dinossaurinho, quero dizer, filho, vesti minhas roupas e voltei para a sala. Ronald Weasley versão emburrada havia retornado, e a vontade de matá-lo também. Maldito ciúme, é meu médico!

Sentei-me de novo de frente para Tyler, que sorriu entregando algumas folhas para mim.


– Ai estão alguns exames que você terá que fazer, estava aqui conversando com seu futuro marido sobre um exame de sangue que ele terá de fazer também. Então, nos vemos mês que vem!

– Ah... Doutor, e o sexo do bebê?

– Estão curiosos? –O doutor riu divertido. – A cada mês faremos uma ultrassonografia, tudo depende do desenvolvimento do bebê, a posição que ele estará durante o exame e outros fatores, um deles é que meninas são mais difíceis para identificar.

– Sempre mais difíceis... Espero que sejam difíceis com médicos bonitões, também... –Comentou Rony baixinho e eu chutei sua canela com força, feliz em vê-lo reprimir um gemido de dor.

– Certo, espero que esse bebê coopere. Então, até mês que vem. –Apertei a mão dele e sai da sala acompanhada pelo ruivo com quem eu estava aborrecida. – Idiota. –Xinguei logo que entramos no elevador vazio.

– Mas amor! Ele mal te conheceu e já te mandou abrir as pernas, não esperou nem o segundo encontro... –Soquei várias vezes o ombro dele, vendo-o se encolher tentando se afastar dos meus ataques.

– Ele é meu médico, seu babaca! –Vociferei. – E eu estou grávida, deveria saber que estou numa pilha de nervos, em uma montanha russa de emoções e se não percebeu isso ainda... –Minha voz foi ficando embargada sem que eu quisesse. – Perceba agora, já que estou quase chorando só por brigar com você! –Gritei, socando-o mais uma vez.

– Baby...

– Nada de baby! Me leva no Starbucks, quero beber café com caramelo até vomitar e depois contar para nossos amigos sobre a gravidez. E não abra a boca. –Ordenei, saindo do elevador com Rony correndo para me acompanhar.

Até chegarmos no Starbucks, já estávamos no love novamente. Segundo Rony, gravidez era pior do que TPM, e por causa disso ele não queria ver a irmã dele grávida, pois seria o capeta em pessoa. Eu apenas ri e voltei a sugar com vontade meu canudinho para tomar o café.


– Acho que nosso filho é um alien, pois está me fazendo amar café. –Comentei, me esticando no banco do carro e estendendo minhas pernas em cima do porta-luvas.

– Quero ver na próxima gravidez você vomitando café... –Ri, terminando de mandar uma mensagem para minhas meninas avisando um encontro na minha casa a tarde.

Chegamos na minha e dona Carmelita exigiu que meu ruivo almoçasse lá, o que foi ótimo, pois de grávida violenta passei para grávida carente. Depois de encher meu estômago, deitei minha cabeça nas pernas dele e cochilei com o carinho que ele fazia nos meus cabelos.


– Quem tá viva, sempre aparece! –Berrou uma voz estridente, me fazendo morder o lábio de Ron sem querer durante um beijo.

– Ai, desculpa, amor. –Pedi rindo e me levantando para ir atender os loucos dos meus amigos.

Abri a porta e fui praticamente esmagada por três meninas, para depois ter meu cabelo bagunçado por três meninos, e fiquei contente em saber que um deles era o Neville.


– E então, novidades? –Perguntei sorrindo, olhando para as faces sorridentes de todos. Cedrico mexia nos cabelos de um jeito que fazia a namorada japonesa perder o foco da conversa, Harry era outro que bagunçava os cabelos, uma mania irritante. Gina me olhava maliciosa, sabendo aonde eu iria chegar com a conversa. Luna estava me olhando com inocente curiosidade e Neville acariciava distraído a mão da loirinha.

– A Luninha tá se pegando com o Longbottom. –Cho apontou para os dois, que ficaram vermelhos imediatamente, enquanto os outros riam.

– O que ela quer dizer... –Luna pigarreou, ainda vermelha. – É que... Estamos namorando. –E sorriu tímida.

– Ah, que fofos. Parabéns. –Bati palminhas de animação. Contive um comentário como “até o Bichento é melhor do que o McLanche”, pois não queria desviar o rumo da conversa.

– E eu estou grávida... –Disse a japonesa, me fazendo olhá-la assustada. – Brincadeira, Mi! –Tentei rir junto com ela, mas não consegui, meu estômago resolveu embrulhar logo agora.

– Bom, tenho uma coisa para contar...

– Vai casar amanhã? –E novamente a japinha resolveu comentar.

– Amor, cala a boca e deixa a Mi falar... –Cedrico disse, levando um tapa da namorada.

– Pode falar, Mi.

– Bom... –Comecei hesitante, com todos os olhares em mim. – Depois daquele acidente que vocês ficaram sabendo... –Engoli em seco.

– Ah... Aliás, meus pêsames, Ron. –Cho falou, acariciando brevemente o braço de Rony, que sorriu de leve como agradecimento. Após alguns minutos de compaixão pela perda de Fred, recomecei o que falava um pouco triste pela menção do assunto que eu tentava tanto evitar.

– Enfim... Descobrimos outra coisa também, através dos médicos. Eles descobriram que eu... Que eu estava grávida. –Falei inspirando profundamente, aguardando alguma exclamação de horror ou algo parecido, mas todos se mantiveram me olhando surpresos.

– AI que lindo! –Exclamou Luna sorrindo animada.

- Incrível! Parabéns! -Neville disse com um sorriso de orelha em orelha.

– Vamos ter um mascotinho? –Brincou Cedrico rindo.

– Ae papaizão! –Disse Harry sorrindo para Rony, que retribuiu entusiasmado.

– Isso não é sério, né? –Questionou Cho com um olhar sério demais para meu gosto.

– É sim. –Confirmei confusa.

– Mas Mi... Você não vai ter esse bebê, não é? –Abri minha boca em choque, o que ela queria dizer com isso? E ela parecia falar sério ainda por cima. – Quero dizer... Seu futuro, Mione. Como vai ir para a faculdade com uma barriga de nove meses? Isso sempre foi sua prioridade, um bebê vai te atrapalhar...

– O que você sugere, Cho? –Perguntei um pouco alterada.

– Não sei, você está no início da gravidez ainda, não é? Nem tem barriga... Então, é mais fácil de... –Ela parou no meio da frase por causa de um olhar de aviso do namorado.

– Se vai me sugerir abortar meu filho, saia da minha casa, agora. –Meu tom de voz foi se elevando junto com o veneno em minha voz. Eu não sabia que Cho fosse capaz disso.

– Mione, se acalma... –Pediu Rony. – Ela não quis dizer isso...

– Obrigada a todos que iriam me dar parabéns, mas não agüento ficar nem mais um minuto aqui. –Sai da sala com os olhos cheios de lágrima, sentindo alguém me seguir.

– Mione! Não culpe a Cho, ela...

– Não culpar a Cho? –Gritei, me virando para o ruivo. – Ela ia sugerir que eu matasse o nosso filho, Ron! –Ele me abraçou, me fazendo chorar em seu peito.

– Ela só ficou muito surpresa, amor, calma... –Por pelo menos meia hora fiquei emburrada no meu quarto, magoada e aborrecida com Cho. Pensei que ela fosse minha amiga e fosse me apoiar... Mas não, acha melhor abortar, sendo que tenho sim condições de criar um filho.

Meia hora depois, as meninas apareceram no meu quarto, Gina e Luna vieram me abraçar.


– Não entenda mal a japonesa, Mi... –Pediu a ruiva. – Sabe como ela é desvairada.

– Não é ela que está sentindo um bebê se desenvolver no ventre, Gina! –Exclamei com a voz embargada.

– Exatamente. –Disse uma voz vinda da porta. Olhei de esguelha e era Cho.

– Sai... –Murmurei, desviando o olhar.

– Mione... Você está certa! Eu não sei o que é sentir um bebê se desenvolver no ventre. Eu admito, sou muito imatura e acho que as outras meninas da minha idade também são. Só que o simples fato de você enfrentar uma amiga sua daquele jeito, me fez perceber que você é muito mais madura do que qualquer uma nesse quarto. –Suspirei.

– Nada te dava o direito de se meter nas minhas decisões...

– E isso só prova o quão imatura ainda sou! Mione, cresci em um mundo em que fazer loucuras é legal e ser uma pessoa correta não. Graças a Deus que conheci você e as outras, pois sem vocês eu estaria pior do que sou hoje. Escute... –Olhei para ela. – Eu quero que você tenha esse bebê, porque sei que vai criá-lo da melhor forma. Me desculpe, Mione. Fui uma completa idiota. E também... Se eu ainda puder ser madrinha...

Dei uma risada de leve, pois sabia que Cho Chang não confessaria tudo isso facilmente, e se mostrava realmente arrependida. Então, me levantei e a abracei com força.


– Claro que pode.

Finalizamos a tarde conversando sobre assuntos relacionados à minha gravidez e é claro que tiramos uma parte para fazer brigadeiro e papear banalidades, enquanto nossos namorados jogavam Playstation na sala. Eu sentiria falta do meu lado adolescente depois que tivesse meu bebê, mas sabia que minhas amigas o trariam de volta quando eu precisasse.
E em uma determinada hora, o assunto foi “casamento”. Elas estavam doidas e não paravam de planejar maluquices para um dos dias mais especiais da minha vida. Diante de tantas ideias, lojas para comprar o vestido, sugestões de datas... A visão de Hermione Jean Granger entrando na igreja vestida de branco fazia meu estômago dar voltas. Mas era uma sensação ótima.


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Notas finais do capítulo

Hey! gostaram desse capítulo? :3 papai da Mione não matou o Ron quando soube da notícia, isso é ótimo, não? mas ele desmaiou... trágico. HAHAHAHAH antes que odeiem a Cho, saibam que na minha fic ela é a adolescente revoltada, rebelde e imatura, além de não pensar antes de agir, como vocês já devem ter percebido... mas eu fiz tudo ir para seu caminho bom, não fiz? Jorge melhorando, os sinos do casamento cantando cada vez mais alto...
no próximo capítulo descobriremos o sexo do bebê, mas continuo aceitando palpites ;P o dia de dizer "sim" no altar está se aproximando, mas antes vai ter a despedida de solteiro do nosso casalzinho lindo... ai, ai, ai... HAHAHAHAHAH
espero que tenham gostado, aguardo suas opiniões e até semana que vem :*