The Best Thing Thats Ever Been Mine escrita por manupotter


Capítulo 35
My place in this world


Notas iniciais do capítulo

ooooooi meus doritinhos :3 passando bem? hoje as novidades são que ESTOU DE FÉRIAS o/ e minha professora de matemática me pegou passando cola pra nicole, a minha co-autora invisível e bff, pra quem não sabe. Tecnicamente ela descobriu que trocamos as folhas e fiz a prova inteira pra ela HAHAHAHAHAH mas neguei até o último fio de cabelo que fiz a prova pra ela, disse que foi uma coincidência nossos números serem iguais e ainda corrigi a professora quando ela disse "letra". Olhei pra cara dela, fiz minha cara de deboche e falei bem seca "primeiro: é número, e não letra". ENFIM, me livrei por um raspãozinho de ir para a diretoria, e já vou dizendo que se eu fosse a diretora me odeia, não ia aliviar, minha mãe ia ser chamada e eu ficaria pelo menos um mês sem postar. Então rezem para que minha mãe não descubra HAHAHAHAH
antes de desejar uma ótima leitura a todas, queria dedicar esse capítulo à linda da Suzannah Potter que fez meu dia mais feliz (depois de tantas desgraças na escola) com uma linda recomendação *-* esse capítulo é pra você fofa, obrigada pelo carinho ♥
mas é claro que esse capítulo é dedicado também à todas as leitoras lindas e maravilhosas que tenho, é óbvio, sempre é. não fiquem com ciúmes! HAHAHAHA
beijinhos e até sexta que vem, espero que gostem e deixem todo seu amor nos reviews pra deixar sua escritora feliz :*



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Hermione POV

Agora a saudade parecia martelar ainda mais forte em meu peito, provocando dores que estavam me deixando à beira da loucura. Desci do carro fazendo a mesma cara que Victoire faz quando vai chorar, aquele bico de desespero, Rony praticamente pulou por cima do carro e correu na minha direção, os olhos não acreditando no que vinham.

A cada segundo que passava me machucava mais, os passos que precisei correr para se aproximar do garoto ruivo com olhos marejados pareceram quilômetros, mas quando finalmente a distância se fez ausente, Rony me abraçou e me ergueu no ar no momento que me joguei em seus braços.

Trancei minhas pernas ao redor da cintura dele, abraçando-o com tanta força que com certeza o machucaria, mas depois eu teria muito tempo para pedir desculpas, agora eu só queria senti-lo perto de mim, seus braços ao meu redor transmitindo a proteção e o amor que sonhei acordada em sentir novamente, nas noites passadas em claro.

Minha boca foi atacada com urgência, em um beijo desesperado, um beijo que parecia querer fundir nossos corpos em um só, mas essa era minha vontade mesmo, tamanha era a falta que senti dele.

O gosto salgado das nossas lágrimas se misturaram com o beijo e eu não soltei por um momento dele e nem ele de mim, o medo de ser rejeitada foi embora e percebi o quão fui burra em pensar uma coisa dessas.

Quando o oxigênio se fez ausente, muito relutante eu me afastei, mas nossos corpos continuaram colados como se fossemos uma pessoa só.

- Eu te amo, Rony... Eu te amo... –Comecei a repetir em voz alta, contendo meus grandes soluços. Ele colou nossas testas e me apertou mais para junto de si.

- Eu também te amo, Hermione. –Rony secou minhas lágrimas com beijos carinhosos distribuídos pelo meu rosto. Sua voz estava trêmula e nós dois tremíamos muito, a saudade ainda não parava de me agoniar, por mais que eu tivesse certeza que ele estava sim perto de mim novamente.

- Me perdoa... Por favor, me perdoa, eu... Eu não deveria ter ido, foi burrice, eu fui fraca demais e não lembrei que tinha você para me apoiar, pensei só em mim mesma... Eu... Eu voltei a ser aquela Hermione egoísta e... –O ruivo repousou o dedo indicador gentilmente em meus lábios.

- Shhh, baby. Agora estamos juntos, e para sempre desta vez. –Meti meu rosto na curvatura dele e solucei mais algumas vezes. Rony começou a andar comigo em seu colo e percebi que estávamos voltando para casa.

- Ah, graças a deus... –Falou Molly, suspirando aliviada. Harry, Arthur e Gina sorriam aliviados também.

- Vão para o quarto, crianças, Molly prepara um café. Vocês tem muito o que conversar. –Pediu Arthur.

Ron não me largou no chão por um só momento, meu interior me gritava que deveria poupar as forças dele, já que parecia muito fraco e deveria ter passado os dias feito eu, sem dormir e sem comer.

Mas eu não queria deixar do calor do corpo dele, não queria nunca mais me afastar. Eu estava me sentindo tão protegida ali que passaria o resto da minha vida nos braços dele. Era ali o meu lugar, somente e para toda a eternidade ali.

Fui solta com cuidado na cama e Rony me olhou pela primeira vez. Grossas camadas de olheira cobriam seus olhos, mas o tom azul que me encantava sempre não havia perdido o brilho, um sorriso de orelha em orelha crescia no rosto dele, eu retribuía o sorriso feito uma criança quando tem o seu primeiro amor.

- Hermione... Eu senti tanto sua falta. –Antes que eu reclamasse sobre a falta que comecei a sentir do corpo dele no meu, ele pareceu ler minha mente e se deitou sobre mim, me beijando. Eu não poderia desejar nada mais no mundo do que aquele momento.

- Eu também, meu amor... Eu também. –Puxei-o pela nuca e minhas pernas entrelaçaram em seu quadril, quebrando a distância que nos separava.

- Agora não... Temos que conversar. –Sussurrou ele com a voz rouca, mas eu o desejava tanto naquele momento, era impossível conter a vontade que tinha de me sentir amada antes de ter que voltar no tempo e rever todos os sentimentos ruins que tive que passar.

- Rony... –Sussurrei de volta, em um tom choroso. – Por favor, eu só quero sentir todo o amor que você sente por mim. É tudo que eu mais quero, Ron... Vamos matar a saudade. –Me remexi inquieta no colchão, choramingando.

- Minha princesa... Como você consegue me enfeitiçar assim? –Ele finalmente se rendeu e me beijou com uma intensidade diferente, com uma paixão ardente. Mas ele não deixava de ser carinhoso e demonstrar todo o amor que sentia por mim em cada toque que dava em meu corpo trêmulo.

- Onde... está a proteção? –Perguntei ofegando entre os beijos, sem deixar Rony se afastar de mim por um segundo sequer.

- Gaveta do criado-mudo... –Sussurrou ele rouco e eu estiquei meu braço, puxando a gaveta e tateando às cegas a procura do pacotinho. Tentei abri-lo com minhas mãos trêmulas e escorregadias por causa do leve suor que as cobria, sem sucesso. Impaciente, abri o pacote com a boca mesmo, e me entreguei ao meu namorado da forma mais apaixonada de todas.

Cada movimento era como se fosse uma declaração de amor, era como estar vivendo um sonho que desejei tanto viver a uns dias atrás. A ânsia que meu coração sentia de estar perto de Rony novamente foi se acalmando a medida de que passávamos mais segundos perfeitos juntos.

- Às vezes paro, penso, analiso o mundo, e me perguntou se ainda existe alguma razão pra viver. De repente me vem o toque, sim ainda tem... Você. -Rony sussurrou em meu ouvido, depois de nos amarmos incondicionalmente. Eu ainda não havia desgrudado dele, minha cabeça estava em seu peito enquanto eu contava distraidamente seus batimentos cardíacos, que estavam tão acelerados feito os meus.

- Você já nasceu lindo assim por natureza? –Ele deu uma gargalhada gostosa.

- São seus olhos...

- Meus olhos não mentem. –Sorri e depositei um beijo carinhoso no queixo dele, que retribuiu o sorriso. – Se isso é um sonho, eu não quero acordar nunca mais... –Falei baixinho, brincando com algumas mechas do cabelo ruivo dele.

- Muito menos eu. –Ron beijou o topo da minha cabeça e suspirou. – O que fez você voltar?

- É uma história bem longa... –Me lembrei de Draco entregando seu pescoço a corda. – Sabe quem foi lá em San Francisco me procurar?

- Quem?

- Malfoy. –A mão de Rony que acariciava suavemente minha cintura, se apertou com um pouco de força. É, ele não havia ficado nem um pouco feliz com a notícia.

- Como assim, o Malfoy? Ele te fez algo de mal? Me diga a verdade, Mione, que eu irei agorinha mesmo assassinar esse maldito... –Vociferou ele, o ódio ocultando sua íris azul.

- Calma, Ron... –Falei carinhosamente, passando os dedos pela mão dele que apertava minha cintura. Percebendo, ele afrouxou o aperto.

- Desculpe, é que eu me preocupo com você... –Ronronou o ruivo, fazendo carinho no lugar que apertou.

- Tudo bem, amor. Você tem motivos para ficar assim. Respondendo sua pergunta, ele não me machucou, muito pelo contrário, confessou que havia ajudado no plano junto com a vadia e disse que trocou de lado.

- Ora... Como se fossemos acreditar nele. Você não acreditou, não é? –Suspirei.

- Ele vai se entregar para a polícia e contar tudo que a Lilá fez, por isso acreditei. E Draco me contou também que mandou uma mensagem para você indicando que tirasse sangue. –Rony arregalou os olhos.

- Foi ele? –Indagou ele, incrédulo.

- Foi. –Assenti. Houve um momento de silêncio, resolvi nem falar sobre a declaração que Malfoy me fez, Rony ficaria louco. Em outra hora que estivermos menos frágeis e abalados, eu conto.

- Hum... É de se duvidar, mas pelo jeito o negócio é sério. Bom, vamos deixar esse assunto de lado, agora eu só quero te ter nos meus braços e te amar, do jeito que era para ser. –Sorri quando ele me apertou mais para si.

- Eu te amo, Ronald Weasley. –Acariciei o rosto dele, olhando em seus olhos pacíficos e brilhantes, os olhos azuis por quais me apaixonei. – Eu amo cada sarda do seu rostinho lindo. –Ele riu alto, e percebi que o som da sua risada era com certeza meu som favorito.

- Não esqueça que você tem sardas também, Hermione Jean Granger. –Ron passou os dedos em cima das minhas sardas claras na região das maçãs do rosto e do nariz, para depois cutucar minha cintura. Gargalhei e mordi o pescoço dele com um pouco de força. – Ai ai, vampira! –Gemeu ele, e eu ri mais alto ainda. – Ou seria melhor dizer, esquilinha? –Falou em um tom de desafio, com um sorriso divertido no rosto. Semicerrei meus olhos. – Brincadeirinha amor, também te amo. Amo até seus dentes da frente acima da média, pena que você os arrumou.

- Te cuida, ferrugem. –Retruquei de brincadeira e ele riu mais uma vez.

- Falando sério agora. Caso você não saiba, Hermione Jean Granger, eu amo cada célula que compõe você. –Sorri quando Rony beijou a ponta do meu nariz. – E amo mais ainda a dona Rachel e o Sr. Robert que fizeram essa perfeição de menina no típico papai e mamãe.

- RONALD! –Berrei, fazendo cara de nojo quando a imagem dos meus pais no dia que me fizeram passou na minha mente. Ron gargalhou alto e me abraçou com força.

- Esse é com certeza um dos melhores dias da minha vida. –Um sorriso apaixonado cresceu em meus lábios.

- Tenho que concordar... –O silêncio que antes se manifestava pela casa, foi trocado subitamente por gritos no andar de baixo. Reconheci algumas vozes sendo como a voz da Cho Furacão gritando e a voz esganiçada e desesperada da minha mãe.  – Oba, me acharam. –Falei desanimada e meu namorado riu.

- É... Tiveram que chamar o FBI, garanto. –Brincou ele e eu ri.

- Óbvio. –De repente, batidas urgentes começaram a serem dadas na porta do quarto.

- Desculpa interromper crianças, mas tem pessoas loucas aqui embaixo querendo ver a Mione de qualquer jeito. –Disse a voz de Molly.

- Já estou descendo, diga para eles! –Pedi, rindo junto com Rony.

- Tudo bem, vou avisar. –Os passos apressados dela sumiram e eu me remexi com um bico sobre o peito do ruivo.

- Quero muito ver meus amigos, meus pais, mas... Não quero desgrudar de você... –Resmunguei, aumentando meu bico.

- Também queria passar a eternidade com você aqui, mas não podemos... Prometo que vamos recompensar todo o tempo perdido.

- Promete mesmo? –Ele assentiu. – Jura? –Rony riu e assentiu novamente. – Então tá, vou cobrar. –Levantei rindo e fui vestir rapidamente minhas roupas, meu namorado  também começou a se vestir, mas não desgrudava os olhos de mim, como se eu fosse um bebezinho que iria sair engatinhando sem rumo pela casa e ele tinha que cuidar de mim.

Depois de pronta, Rony abraçou minha cintura e desceu comigo. Lá embaixo, tinha um alvoroço completo, com direitos a uma japonesa praticamente surtando, minha mãe se esganando querendo me ver, Sophia aos prantos e eu não sabia o motivo... Podem tentar achar uma família mais louca, procurem pelo continente todo se quiserem, mas não vão achar.

- Boa tarde, gatinhos e gatinhas! –Gritei, terminando de descer as escadas. Todos se viraram e uma multidão veio me abraçar. Gina, Luna, Cho, Harry, Cedrico, McLaggen, meus pais, minha irmã, Molly e Arthur, fizeram meus braços doer de tanto dar abraços. E eu não conseguia desgrudar meu sorriso de orelha em orelha que crescia cada vez mais. A solidão já não tinha mais espaço no meu peito, agora ele rodopiava de felicidade.

- Sua tosca, teve que fugir assim? –Brincou Diggory, bagunçando meus cabelos.

- É tapada, você sabe muito bem que eu e as meninas poderíamos ter dado um jeito na loira oxigenada, não é meninas? –Gina e Luna concordaram com a japa. Cho não largava de mim, parecia ter colado com cola quente. 

- É claro que teríamos dado um jeito nela. Tenho várias malas, poderíamos ter cortado a vadia em pedaçinhos e distribuir pelas malas, para depois enviar para os Emirados Árabes. –Disse a ruiva melancolicamente e todos riram, embora os adultos parecessem muito chocados com a ideia dela.

- Obviamente, mas antes depenaríamos a cabeça dela fio por fio até que todo aquele megahair de quinta virasse uma careca reluzente, depois arrancaríamos suas unhas de bruxa sem dó alguma, torturaríamos mais um pouco e...

- Luna, pausa ai, onde está a Luninha angelical? –Gina tirou as palavras da minha boca, enquanto todos riam.

- Não tem Luninha angelical quando se trata da vadia de beira de estrada. –E agora todos estavam chocados. – Brincadeira, gente. –Voltamos a rir e Luna me abraçou mais uma vez. – E não fuja de novo, minha Mionezinha.

- Ai gente, obrigada pelo carinho.

Eu não conseguia mais parar de sorrir, estava tudo bom demais para ser verdade, e eu ainda estava um pouco tonta pela mudança súbita de emoções. Nunca, nem em sonho, imaginaria que isso tudo aconteceria. Desde o que Lilá fez até agora. Estava tudo certo, indo para seu lugar novamente. E isso me deixava mais do que radiante de felicidade.

Molly fez um café da tarde magnífico com a ajuda de todo mundo, até dos meninos que arrumaram a mesa, e meu estômago agradeceu muito por tudo.

- E o resultado da sua prova, Mi? Quando sai? –Perguntou Cho, enquanto se servia de mais um pedaço de bolo de chocolate. Suspirei profundamente, mexendo em meu pedaço de bolo com o garfo de uma forma desanimada, não estava querendo tocar nesse assunto tão cedo e estava visível isso.

- Bom, eu... –Antes que tivesse que retornar ao pesadelo que foi fazer o teste, a porta da frente se escancarou.

- ...e aquela débil mental me trouxe café sem açúcar, acredita? –Berrou a voz irritada de um dos gêmeos.

- Acho que tem algo de errado com essa empresa, nós dizemos “um café com açúcar, por favor” e elas trazem o mais amargo da loja. –O outro falou, estava tão estressado quanto o irmão. Todos que estavam na mesa ficaram quietos, apenas rindo baixinho, para poder escutar a discussão deles.

- Sim. Vou sugerir que abaixem os salários dessas secretárias burras. MANHÊ, tem café de preferência doce, na cozinha? –Os clones ruivos adentraram na sala de jantar vestindo roupas sociais e pararam com os olhos arregalados quando nos viram.

- Mas o q-qu-que? –Gaguejou Jorge, que reconheci pela pinta no pescoço.

- H-Hermione? –Fred arregalou mais os olhos, como se não acreditasse no que via.

- Oi! –Exclamei animada, me levantando de braços abertos. Os dois simplesmente me atacaram e me abraçaram com tanta força, que fiquei sufocada. – Meninos, lembrem-se... Eu... Eu preciso de oxigênio... Para sobreviver. –Ofeguei e eles me soltaram, todos presentes gargalhando.

- Bom saber que o tatu saiu da toca. –Fred cutucou minha cintura.

- É, a borboletinha finalmente saiu do casulo. –Jorge bagunçou meu cabelo.

- Irritantes. –Resmunguei, ajeitando meus cabelos. - Também amo vocês. –O som que predominava no local, se fez presente novamente. Risadas e mais risadas, mais ainda que agora os gêmeos palhaçinhos estavam com a gente.

Os dois se juntaram com a gente no café e foi com certeza um fim de tarde perfeito, sem dúvida alguma. Só que ai nos lembramos que o conto de fadas uma hora teria que acabar, e resolvemos ir para o assunto sério.

- E a Lilá, gente? Quando que vão prendê-la? –Perguntou Cedrico, enquanto se esticava na cadeira com a barriga cheia de ótima comida.

- Já falei com meu advogado e ele disse que preciso estar com meu exame de sangue em mãos, primeiro... –Respondeu Rony, suspirando.

- Papai ainda não te ligou? –O ruivo negou com a cabeça, tristemente. – Nem te deu um prazo para o exame ficar pronto?

- Não... Só disse que me ligaria e... –“Help” dos The Beatles começou a tocar alto no bolso da calça dele, que se remexeu para pegar o celular. – Só um minutinho. –E encostou o aparelho no ouvido. – Alô? Sou eu mesmo. Ah, olá Sr. Diggory, hora perfeita para o senhor ligar. –A face dele se abriu em um sorriso.

- Ótimo! –Bati palminhas de excitação.

- Sim, Hermione está aqui. É, ela voltou, bem como o senhor disse. O exame já está pronto? Perfeito.

- MANDA UM BEIJO DE LÍNGUA PRO MEU PAI, ESSE GOSTOSO! –Gritou Diggory, caímos na gargalhada. Depois que Rony desligou, se virou para nós sorrindo.

- Prontos para nos livrarmos da Lilá de uma vez por todas, ver ela sendo algemada e carregada até a cela mais podre da prisão junto com uma mulher alta e robusta cheia de tatuagem que vai espancá-la todos os dias, até que ela amanheça com a boca cheia de formiga? –Gritou ele e todos comemoraram.

Ai, ai... Acho que nada dá mais prazer do que ver quem você mais odeia se ferrando.

- Que tal uma partidinha de futebol americano no parque para comemorar? –Sugeriu Harry, se levantando da mesa com um grande sorriso no rosto, meus amigos o apoiaram com gritinhos de animação.

- Amanhã, crianças. O casalzinho está muito cansado, com muitas coisas para resolver e está ficando tarde. –Ordenou Molly e houve um coro de “aaah”, demonstrando desapontamento.

- Mas mãe... –Resmungou Gina.

- Não adianta insistir. Vamos, os dois precisam de descanso.

- Não se preocupe, Molly. Vocês todos não vão nos causar incomodo nenhum e...

- Querida, eu sei o que é melhor. Amanhã, tudo bem? Vamos, circulando. –Me despedi dos meus amigos com grandes abraços e beijos, e tive que prometer que no outro dia iríamos sem falta a tarde no parque, curtir o dia ensolarado que um homem de meia idade previu no noticiário de fim de tarde.

- Eu não quero passar essa noite sem você. –Falei para Rony com um bico crescendo nos meus lábios, eu estava abraçada com ele em um canto mais isolado da casa. Meus pais já se despediam dos Weasley.

- Fica aqui, baby... –Ele disse, sorrindo e acariciando minhas costas levemente.

- Mamãe não vai deixar. –Aumentei meu bico, puxando-o para mais perto segurando ele pela parte de trás da camiseta. – Vai querer que eu fique com eles essa noite. –Até que se fez a luz na minha cabeça anormalmente lenta. Devia ser a presença de Rony que estava me tirando todos os sentidos. – Dorme lá em casa hoje?

- Se continuar com esse bico fofo e a piscar seus cílios desse jeito lindo, sou capaz de pegar minhas coisas e ir morar por lá. –Ri.

- Bom saber que tenho uma ótima técnica de persuasão com você. –Ron riu, brincando com uma mecha do meu cabelo. – Então, vai lá em casa? –Perguntei com um sorriso tímido.

- Se meus sogros deixarem, claro que vou.

- Só no dia que você arrancar esses olhos azuis das órbitas é que minha mãe vai negar algo para você. –Brinquei e ele riu mais ainda.

- Vamos lá pedir para sua mamãe que se encanta pelos meus olhos... –Entrelaçamos nossos dedos e caminhamos de volta para a porta de entrada.

- Mamães... –Chamei Molly e minha mãe em um tom manhoso. – Rony pode dormir lá em casa? –As duas se entreolharam, arquearam as sobrancelhas e riram.

- Por mim claro que pode. –Escutei meu pai pigarrear. – E pelo seu pai também.

- Muito legal saber que não tenho mais voz na família. –Todos riram.

- Por mim, também pode. E o que o Sr. Granger acha? –Questionou Molly para meu pai, em um tom divertido.

- Não acho nada e quando acho, tem dono. –Semicerrei meus olhos para ele. – Pode sim. –Tirei meu olhar mortal da cara e comecei a rir.

- Ótimo. Vamos então? –Perguntei para meus pais.

- Vamos. –Concordou minha mãe.

- Não querem mesmo ficar para o jantar? –A Weasley mãe fez um bico fofo.

- Outro dia, Molly. Creio que a dona Carmelita está prestes a se matar lá em casa, ansiosa para ver Hermione. –Rimos.

Me despedi dos Weasleys enquanto Rony arrumava uma mochila para passar a noite e entrei no carro dos meus pais, pois o meu e do meu namorado foram mandados para a oficina depois que meu pai simplesmente surtou ao ver a frente da minha Mercedes que ele havia dado amassada.

Durante a viagem de minutos  até em casa, Ron ficou brincando com minha irmã e meus pais ficaram conversando comigo. Chegando em casa, papai estacionou na garagem e eu desci, sendo recebida por um delicioso aroma de flores.

- Ah querida primavera, todos estamos aguardando sua chegada. –Cantarolei, acariciando as pétalas de uma margarida que havia crescido no quintal. Adentrei em casa, sendo recebida por uma dona Carmelita de olhos marejados.

- Minha filha, como está? Ah, como é bom te ver. –Fui abraçada por um par de braços gordinhos e cheguei a rir, muito surpresa pela atitude dela. Onde estava a empregadinha malvada que não demonstrava um pingo de afeto por mim?

- Eu sabia que a senhora me amava... –Falei e ela riu, me abraçando mais forte ainda.

- Claro que amo, Hermione. Só que nunca mais fuja daquele jeito, você me deixou quase louca, minha diabetes caiu, quase desmaiei... Tive que comer uma colherada de açúcar para melhorar. –Minha mãe, que pelo jeito não sabia disso, colocou as mãos na cintura e começou um discurso falando da importância de ter ligado para ela para avisar que não se sentia bem...

Subi para meu quarto para evitar mais confusão e Rony me seguiu de perto, carregando sua mochila.

- Ai... Preciso de um banho. –Me espreguicei, escutando todos os meus ossos estralarem.

- Que tal um banho duplo, senhorita? Economiza água. –Um sorriso levemente malicioso cresceu na boca do ruivo.

- Se papai descobre que sua filhinha linda está tomando banho com um marmanjo, te tira pelos cabelos de dentro do box e te capa. –Rony arregalou os olhos e eu gargalhei.

- Ele não sabe que você não é mais virgem? –Indagou ele em um tom sério, depois que joguei minha mochila em cima da cama e sentei no colchão para tirar meu tênis, me desmanchei em risadas.

- Isso é uma piada? Claro que ele não sabe, Rony. Ponha-se no lugar dele. Imagine sua filha criando idade...

- Nossa filha. –Ele me interrompeu e eu apenas sorri.

- É, nossa filha. Ela se tornando uma bela jovem de dezessete anos, cabelos ruivos compridos, olhos azuis...

- Não, já disse que quero uma filha igual a você. –Bufei, por mais que tivesse achando as interrupções dele mais que fofas.

- OK, OK... Continuando, ela se tornando uma bela jovem se não tiver o azar que teve da mãe de se tornar tão parecida com ela... –Rony fingiu que nem ouviu, para não ter que me contrariar mais uma vez. – E imagine que um cara chegue na nossa casa, vá com ela para o quarto e você escute o barulho do chuveiro sendo ligado.

- Acho que eu piraria...

- Exatamente. É assim que meu pai se sente. Agora... Reze para que ele nos deixe dormir juntos e tome banho no banheiro ali da frente. –Ele riu, pegando suas roupas.

- Tudo bem.

- E lembre-se: Fique de camisa durante o jantar, por mais que eu ame esse seu corpinho.

- Hum... Ama, é? Pervertida. –O ruivo me puxou pela cintura, depositando um beijo molhado em meu pescoço que me fez estremecer.

- Amo, agora se manda. –Empurrei-o um pouco contrariada quando escutei passos. – Gostoso. –Sussurrei antes que ele entrasse no banheiro, o que o fez se virar e dar um sorriso safado pra mim.

- Filha, seu pai está meio relutante sobre deixar Rony dormir com você.

- Diga a ele que sua filhinha nem sabe de onde vem os bebês. –Falei para minha mãe, que riu.

- Certo. Mas não se preocupe, vou convencê-lo. –E piscou para mim antes de sair dali. O que ela está achando? Que vou ter uma noite de amor ardente com Rony dentro do quarto? – não que não seja uma má ideia, mas não tem chance fazer isso quando meus pais dormem no quarto ao lado. – Essa mulher tem que limpar sua mente suja.

  Fui no banheiro do meu quarto e me enfiei debaixo do chuveiro, gemendo em resposta do deliciamento que a água batendo nas minhas costas provocou.

- Deus, como isso é bom... –Nunca um banho tinha sido tão relaxante na minha vida. Era ótimo estar em casa novamente, poder usar meu sabonete líquido de baunilha, passar meu shampoo de morango nos meus cabelos e me secar com minha toalha felpuda.

Quando eu sai, já vestida com meu pijama – e tendo em mente que trocaria depois pelo moletom de Rony, ou melhor, meu moletom – , o ruivo já estava de volta no quarto, sentado na cama observando o porta-retrato em cima do meu criado mudo que tinha uma foto de mim com ele patinando de mãos dadas no lago da fazenda dos avós dele.

- Olá. –Quando disse isso, ele percebeu que eu estava ali e se virou, abrindo um sorriso.

- Oi. –Terminei de tirar o excesso de água dos meus cabelos e me sentei ao lado dele, seus braços automaticamente foram parar em volta da minha cintura. – Ah... Esse seu cheirinho de baunilha... Habita meus sonhos desde que comecei a me apaixonar por você.

- Acho que eu já nasci apaixonada por você... –Confessei, acariciando as mechas ruivas molhadas dele. Ele sorriu mais ainda.

- Posso dizer o mesmo... –Rony inspirou profundamente em meu pescoço e o beijou. Bem na hora que iria beijá-lo, alguém abriu a porta. Olhei assustada e Sophia se encontrava parada na porta.

- Pensei que gostaria de ver o Bichentinho. –Ela estendeu meu gato ruivo, que miou desesperadamente quando me viu.

- Bichento! –Gritei, quando ele pulou no meu colo e começou a ronronar alto. – Bom te ver, garoto... Se lembra do papai? –Bichento se dividiu entre se esfregar em mim e ronronar para Rony.

- E ai, filhão. –Disse ele, rindo e afagando o gatinho.

-  A família está unida novamente. –Falei fazendo um tom choroso e Ron riu, me abraçando e abraçando nosso “filho”.

O jantar foi incrível, dona Carmelita fez meus pratos preferidos e mais caprichosamente, impossível. Comi até meu estômago gritar que não dava de entrar mais nada, isso foi depois da sobremesa: Sorvete de morango com calda de chocolate e cookie. O que eu havia deixado de comer quando fiquei fora, havia sido reposto agora. Até Rony estava com uma cara melhor depois da janta.

Resolvi passar um tempo no quintal enquanto meus pais conversavam com meu namorado e Sophia brincava com Perebas, pois Bichento ficava me seguindo para onde eu ia. 

  Sentei na calçada e meu gato foi direto em meu colo, onde se deitou e voltou a ronronar. Suspirei e olhei para o céu, era uma noite linda e tudo estava perfeito novamente.

Depois de alguns minutos apreciando a brisa fria que tocava minha pele e o cheiro delicioso das flores de cerejeira plantada por mim mesma quando era pequena, Rony apareceu e se sentou do meu lado.

- Já não ficou sozinha tempo suficiente? –Dei uma risada sem humor, demonstrando meu arrependimento de ter feito aquilo.

- Só estava relaxando um pouquinho, deixando as toneladas de comida descerem. –Ele riu, me abraçando pela cintura e beijando o topo da minha cabeça.

- Liguei para meu advogado, ele vai mover o processo que já abriu e vai marcar um julgamento. –Dei um suspiro aliviado.

- Perfeito. Mal espero para que aquela vadia seja enjaulada da forma que merece. –Rony riu.

- Somos dois, então... Ah, esqueci de te mostrar. –Ele puxou um papel de dentro do bolso, desdobrou e me mostrou uma foto nítida do dia em que Lilá fez aquelas coisas no escritório dele. Ela estava sentada provocantemente no meu namorado completamente drogado e fazendo uma cara de puta... Ah, esqueci que a cara dela é de puta.

- Ai, Rony... Isso pode induzir ao vômito. –Falei, virando a cara com uma careta de nojo. O ruivo riu mais alto.

- Não é? Só que a Lilá é tão burra que enviou essa foto para eu não esquecer desse momento nunca, e esqueceu que posso levar ao juiz como prova. –Ele sorriu maroto.

- Uma vez burra, sempre burra. –Rimos.

Ficamos algum tempo em silêncio, apenas curtindo o som que os gafanhotos faziam e olhando os vagalumes piscarem na escuridão da noite.

- O que fez você voltar? –Perguntei de repente. Estava muito curiosa pelo fato de bem na hora que eu iria sair atrás dele, ele havia voltado para casa.

- O carro estava dando piti, poderia parar na estrada a qualquer momento e me deixar lá plantado. Não seria correto viajar por mais de quatro horas em um carro com boas chances de explodir o motor, então voltei para pegar um táxi, ir no aeroporto e ir de avião. –Explicou ele.

- O destino realmente nos ama, não é? –Rony riu pelo nariz.

- Realmente, ainda bem. –Sorri e bocejei, piscando um pouquinho mais lentamente do que o comum.

- Você está muito cansada, vamos deitar. –A voz dele soou mais como uma ordem, apenas assenti e ele se levantou, me pondo no colo dele. Fechei meus olhos e deitei no seu ombro, aproveitando a sensação de estar nos braços dele.

Escutei-o dar boa noite para meus pais e para minha irmã, alguns minutos depois fui colocada suavemente em cima do colchão macio. Estava sonolenta demais para conseguir colocar o moletom dele, por isso só me aninhei em cima dele quando ele se deitou ao meu lado, nos cobrindo.

- Boa noite, baby. –Sussurrou Rony, acariciando meus cabelos que agora se desmanchavam em cima do peito nu dele.

- Boa noite... –Resmunguei, sentindo o sono clamar por mim. Houve algum tempo de silêncio, em que só nossas respirações eram ouvidas. Até que Ron disse da forma mais doce e linda o possível:

- Eu te amo minha pequena. –Senti meu coração se aquecer instantaneamente. Eu queria que aquele momento durasse para sempre, só isso. Como resposta as suas palavras, puxei-o para mais perto e o beijei calmamente, demonstrando todo o amor que sentia por ele.

- Eu também te amo, meu amor. Muito. –Falei, antes de ser levada para o mundo dos sonhos. Aliás, quem não adormeceria em um piscar de olhos sendo embalada por um carinho gostoso nas costas, braços quentes te envolvendo e uma pessoa que você sabe que te ama incondicionalmente te ninando?

...

Foi só acordar para ter certeza que o dia seria perfeito, pois tive a conclusão de que tudo que passei não havia sido um sonho. Eu realmente tinha o menino que mais amava no mundo para mim novamente.

  Levantei bem disposta e descansada, tanto que preparei uma bandeja de café da manhã para Rony, que simplesmente amou e quase me sufocou de tantos abraços. Eu me sentia plenamente feliz e amada, do jeito que deveria ser.

  Depois, teve o almoço, dona Carmelita inspirada em me manter mais do que bem alimentada. Insistia para que eu repetisse o prato pelo menos três vezes, não que fosse muito difícil repetir as deliciosas guloseimas dela.

À tarde, fui ao parque com meus amigos, como o prometido. Se resumiu a muitas risadas, partidas de futebol americano e baseball, e é claro, muito amor com Rony. A maior parte do tempo não resisti e fiquei agarrada a ele sentada em um banco do parque.

 Nada poderia estar melhor, eu tinha meus amigos para me alegrar, minha família por perto e meu namorado me mimando a cada segundo. Por várias vezes pensei que não merecia tudo isso, eu merecia mesmo era ser isolada de todo mundo, já que foi isso que pedi quando me mandei para San Francisco sem mais nem menos.

Só que agora eu me sentia renovada, muito mais forte e confiante. Ninguém, repito, NINGUÉM poderia me derrubar agora. E era ótimo me sentir assim.

A noite, tive a notícia mais perfeita do mundo: Lilá seria presa no dia seguinte, passaria vinte e quatro horas na prisão e depois iria a julgamento. E eu mal podia esperar para isso.

- Tchau amor, te pego amanhã às duas e vamos na delegacia. –Era final de tarde e Rony se despedia de mim, tão excitado quanto eu para ver a bela cena da vadia loira sendo algemada.

- Tchau baby, estarei pronta. –Sorri e o beijei rapidamente, meus pais e minha irmã estavam na porta. Ele foi a pé mesmo para casa, alegando que tinha que fazer exercício, estava muito sedentário. Se ter aquele corpinho era ser sedentário, não quero nem imaginar o que é ser atlético.

Fiquei acordada até de madrugada conversando no telefone com minhas amigas, estava animada demais para ir dormir. Até que meu pai apareceu emburrado na porta do meu quarto, com uma cara de assassino.

- Ahn... Gatinhas, vou desligar, beijos. –Escutei os protestos das minhas amigas e desliguei antes que meu pai avançasse no meu pescoço. Não iria demorar muito para que ele fizesse isso quando visse a conta de telefone.

Depois que ele retornou para a cama, tentei ocupar minha mente com outra coisa, prestando atenção no ronronar do meu Bichentinho felpudo que dormia do meu lado. Acabei dormindo sem nem perceber.

...

Acordei enérgica, fiz um delicioso omelete para poupar os esforços de dona Carmelita, que estava mais querida comigo do que o convencional, e isso era ótimo.

  Almocei quase voando, fui me arrumar e fiquei esperando Rony chegar com Sophia e os mascotes da família na sala. Não me lembrava de ter visto Perebas tão rechonchudo, por isso avisei minha irmã que não é porque ele simplesmente ama devorar cenouras, que ela deve dar para ele a cada ver que ele respira.

Até que as duas horas da tarde uma buzina soou do lado de fora.

Levantei prontamente e gritei um tchau para dona Carmelita e para minha irmã, meus pais estavam no trabalho e me mandaram um SMS carinhoso com um “Boa sorte para exterminar essa barata. Use bastante inseticida, beijinhos mamãe e papai”. Tão doces.

- Boa tarde, senhorita. –Sorri para Rony, dando um selinho nele.

- Boa tarde, gatinho. –Ele abriu a porta do carro antigo dele, já que a Maserati estava na oficina, e eu entrei.

- Meu advogado já está lá, é só irmos para lá. –Avisou o ruivo, colocando o cinto.

- Então, pé na tábua.

Não demoramos muito para chegar na delegacia, lá uma viatura da polícia e o delegado já nos esperavam na frente junto com o advogado do Ron.

- Boa tarde para os senhores. –Cumprimentou meu namorado, apertando a mão dos policiais e do delegado.

- Boa tarde. Delegado Stuart, Jones Stuart. Prazer em conhecê-la, senhorita. –O delegado, um homem de cabelos grisalhos, curtos e olhar frio, estilo James Bond, me cumprimentou beijando minha mão educadamente.

- Hermione Granger. Igualmente, senhor delegado. –Dei um sorriso simpático, percebendo que aquela expressão durona dele era só fachada quando ele deu um tapa amigável no ombro de Rony.

- Então... Vamos atrás da moça? –A frase que eu mais aguardava a séculos.

 Saímos na frente em direção da casa de Lilá com a viatura na nossa cola. Eu me sentia extremamente imponente agora, talvez porque caras armados estavam logo atrás de mim planejando dar uma ordem de prisão na vadia loira.

Quando chegamos na esquina das casas bonitas em que uma delas era a toca da vaca, percebi que alguém passeava com um cachorro na calçada. Era ela.

  Lilá caminhava calmamente trajando roupas de ginástica rosa e branco, chupando um pirulito despreocupadamente e levando seu maltês em uma coleira ridícula que incluía uma saia azul, isso que ele era macho. Pobre cachorro. E ela nem sabia o que a aguardava.

Rony, percebendo o paradeiro da vadia, deu sinal e os policias estacionaram logo depois dele. Lilá, percebendo a estranha movimentação, se virou com aquela cara de sonsa estampada no rosto. Inflei meu peito de alegria percebendo o que viria a seguir depois que os policias descessem da viatura.

- Com licença, senhorita Lilá Brown? –O delegado se aproximou, avaliando ela de cima em baixo. Desci do carro tentando conter meu sorriso vitorioso, mas quando ela me viu, já percebeu o que viria a seguir.

- Sim. O que querem?

- Sou delegado Stuart e tenho uma ordem de prisão em seu nome. –Ela arregalou os olhos olhando de um policial para o outro. – E espero não ter que usar as algemas, creio que a senhorita tem classe o bastante para não fazer escândalo. Sem mais delongas, a senhorita está presa em nome da lei, tem o direito de permanecer calada e direito a um advogado. Se não tiver como pagar, o estado te dará um. Tudo que disser poderá ser usado contra você no tribunal...

- Não, não... Não pode ser, EU? Euzinha? Presa? Que tipo de brincadeira é essa? –Quando o delegado tentou pegar no braço dela, Lilá se afastou bruscamente. – Não toca em mim! Foram vocês, não foram? Esses dois estão tentando me incriminar de coisas que eu não fiz, delegado! –Ela apontou para mim e para Rony, nos entreolhamos e fizemos muita força para conter as risadas por causa do desespero dela.

- Então quer dizer que a senhorita se recorda de algo que eles poderiam te incriminar?

- Não... Não quis dizer isso, seu brutamontes! Já disse para não tocar em mim!

- Senhorita, mas uma palavra e poderei usar isso contra você como desacato a autoridade. Algemas, policial Thomas. –Um homem realmente grande feito um armário mogno se aproximou balançando as algemas ameaçadoramente na sua mão.

- E o Flufy? Ele não vai ficar aqui sozinho, não vai! –Berrou ela, se referindo ao cachorro. Minha barriga doía da força que eu fazia para não rir. – MÃE! SOCORRO!

- Ande Thomas, as algemas. –O policial segurou os pulsos de Lilá, que tentou inutilmente se soltar. Já estava até vendo a pena dela subindo de ano em ano... Ah, isso estava me dando uma sensação de leveza inacreditável.

Até que uma mulher de cabelos loiros, compridos e ondulados, a face repuxada por botox e seios fartos de silicone se aproximou correndo.

- Meu bebê! Soltem meu bebê! –Gritou a mulher, recolhendo o maltês do chão e erguendo a mão para o policial.

- Você realmente não vai querer bater nele, vai? –Rosnou o delegado, já perdendo a paciência. – Se quiser ver sua filha, vá à delegacia. Ela já é maior de idade e não precisa mais de acompanhantes onde quer que ela vá. –Lilá foi colocada aos berros dentro da viatura e eu só sentia cada vez mais uma alegria me enchendo.

  Era lindo vê-la se rebaixando a esse ponto. Simplesmente lindo.

Depois de muita briga, ameaças por todos os lados, conseguimos voltar para a delegacia em paz. Chegando lá, Lilá se recusou a dizer qualquer coisa longe do advogado particular dela. Ué? Antes estava tão corajosa, tentou até morder o policial, e agora estava com o rabinho nos meio das pernas.

- Então... –Suspirou Stuart, secando o suor da testa por causa de todo o estresse que teve com a vadia. – Nos vemos daqui a dois dias! –Falou ele, se referindo ao julgamento.

- É, até lá. Obrigada por tudo, delegado. –Sorri e me despedi de todos, indo embora com Rony.

- Tem como o dia ficar mais perfeito? Ver a Lilá sendo algemada não tem preço, não é? –Disse Rony, dando um longo suspiro satisfeito.

- Acho que nada me daria a sensação de leveza que estou sentindo agora. –Dei um sorriso maldoso e ele retribuiu.

...

  O dia do julgamento havia chegado, era um dia ensolarado e eu não podia estar mais animada. Finalmente eu me veria completamente livre da vadia, nada me traria mais repentina felicidade do que saber que daqui a algumas horas ela veria o sol nascer quadrado.

Me vesti da forma mais formal que encontrei, com uma calça social preta feminina, um blazer combinando, por baixo uma regata branca e um scarpin preto. Prendi meus cabelos em um elegante coque e passei maquiagem leve, já que eu não iria para o carnaval, e sim dar de cara com um juiz.

Meus pais me deram um coro de boa sorte quando Rony passou para me buscar. Fomos direto para o fórum onde nos encontramos com Draco, que estava estacionado aguardando a nossa chegada com uma expressão vazia no rosto.

- Olá. –Ron o cumprimentou, muito sério.

- Oi. –Ele cumprimentou de volta, o ar de tensão aumentando.

- Vamos entrar? –Quebrei o silêncio desconfortável e os dois me seguiram, ainda com a cara fechada, por dentro do fórum. Percebi a chegada de um homem alto, ligeiramente gordo com uma papada no pescoço, olhos azuis pequenos e avaliadores, além de uma expressão de mau humor no rosto. Ele parecia impaciente.

- Ah, olá Sr. Johnson. –Disse Ron, sorrindo para o homem.

- Ahn? Ah, olá Weasley. Como vai?

- Muito bem, meritíssimo. Amor, esse é o juiz que vai cuidar do nosso caso. –O ruivo se virou para me falar quando ele virou as costas e saiu apressado. 

- Ele é bom?

- É justo e enxerga a verdade de longe. –Dei um sorriso satisfeito.
   Entramos em um corredor vazio, provavelmente onde ficava as salas de julgamento, Rony na minha cola.

- Esqueci de te dizer... Você ficou muito sexy nessa roupa. –Falou ele com a voz rouca em meu ouvido, me fazendo estremecer e dar um pulo quando recebi um tapa na minha bunda.

- Rony! –O repreendi, sentindo minhas bochechas formigarem.
- O que foi? Quem mandou vir desse jeito? Feito uma advogada gostosa que defende os marmanjos tarados? –Quando fui protestar novamente, para mandar ele ficar quieto, afinal estávamos em um fórum, sua boca atacou a minha e fui parar de costas na parede, quase batendo na porta de uma sala.

- Rony, não! –Sussurrei, tentando afastá-lo. Quando passos se aproximaram, o ruivo finalmente me soltou e arrumou a roupa amassada e os cabelos bagunçados. Limpei meu batom borrado e tentei manter uma expressão normal quando uma mulher trajando roupas sociais e uma cara amarrada passou por nós, mas era impossível esconder o rubor que subiu no meu rosto por causa do calorão que atingiu meu corpo. – Idiota. –Rosnei, quando a mulher virou no outro corredor desconfiada e Ron abafou as risadas com a mão.

Minutos depois, demos de cara com o juiz nos pedindo para entrar na sala às direita. Obedecemos e chegamos em uma sala bastante imponente, grande e bem iluminada. De um lado, estava o advogado de Lilá e do outro, o advogado de Rony. O ar estava bem sério e por isso resolvi não fazer nenhuma piada pela cara do advogado da loira burra que parecia estar com bosta debaixo do nariz.

Me sentei em um dos bancos junto com Rony e aguardei. Até que o juiz retorna e se senta em uma grande poltrona de couro de frente para sua bela mesa mogno muito lustrada.

- O réu queira se apresentar. –Falou ele com seu tom de voz grave indicando comando. Lilá entrou sendo arrastada por um policial e parou de frente para o juiz, com a mesma cara esnobe de sempre. Prendi a respiração por alguns segundos enquanto ele a olhava de cima em baixo com uma expressão nada contente no rosto. – Isso são roupas para vir a um julgamento, senhorita? –Quase morri sufocada porque tive que prender o riso quando vi o que Lilá vestia. Rony não estava diferente de mim.

Ao contrário de todos os presentes que vestiam coisas formais e corretas para a ocasião, ela vestia uma blusa rosa decotada cheia de paetês, uma calça skinny que a deixava semelhante a uma salsicha e salto alto, além de uma maquiagem chamativa.

- Que foi, senhor meritíssimo? –Perguntou ela com aquela voz anasalada nojenta e manhosa que me dava ânsia. – Não gostou? Pensei que o senhor ia adorar. –E se inclinou na direção dele. O quê? Ela estava se mostrando para o juiz?

Pela cara que o Sr. Johnson fez, Lilá não iria conseguir seduzir ele.

- Mais uma graçinha e nem precisarei ouvir sua versão dos fatos, senhorita. Em um segundo a senhorita pode ser algemada e ser levada direto para a prisão, é só eu pedir. –É, pelo jeito o circo iria pegar fogo. E eu seria responsável por jogar gasolina.


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Notas finais do capítulo

iiiiiiiiiiiiiirrá, quem quer ajudar a Mione jogando um palito de fósforo em cima? HAHAHAHAH mas como sei que vocês são más (e a Lilá merece) tacariam no mínimo uma granada, é.
enfim, gostaram? aaah, espero que sim :3 coloquei doçuras e tal, porque eu mesma sou um doce. HAHAHAHAH capítulo que vem tem o julgamento tenso da vadia Brown e O ANIVERSÁRIO DE NAMORO DO NOSSO CASALZINHO ESTÁ CHEGANDO! :D o que será que nosso ruivo lindo vai aprontar para os dois?
até semana que vem, obrigada por todo o carinho de sempre e beeeijos ;*



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