The Best Thing Thats Ever Been Mine escrita por manupotter


Capítulo 36
Fairy tale


Notas iniciais do capítulo

feliz dia do amigo, leitoras lindas do meu coração! sei que tem algumas que são fantasminhas (e que aguardo ansiosamente o momento em que vão dar as caras), mas também tenho leitoras que por mais que só nos falamos nos reviews, já considero minhas amigas, é claro! além disso, chegamos aos 200 reviews! queria agradecer o apoio e o carinho de TODAS, se não fosse vocês eu não estaria aqui hoje! obrigada por cada palavrinha que fez o meu dia mais feliz saiba que amo cada uma de vocês, obrigada novamente por tudo :3
bom, antes de tudo, queria dar os créditos merecidos e um feliz dia do amigo para minha melhor amiga, nicole, que todas já devem saber quem é. como sempre, obrigada por todo o apoio que você me dá ni, e além disso, obrigada por ser essa bitch friend maravilhosa, por garantir todas as nossas risadas do dia a dia, por me apoiar, por mostrar que existe sim uma amizade verdadeira e infinita! você merece muito mais do que créditos, mas não preciso ficar esclarecendo que você é minha sister, né? você já sabe!
eeeenfim, espero que gostem do capítulo de hoje que eu escrevi com muito carinho com a ajuda da minha bff e co-autora invisível. e não esqueçam de deixarem pelo menos um oi lá nos meus reviews! beijinhos e até sexta que vem, mais uma vez, obrigado por tudo, melhores leitoras do mundo :)



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Hermione POV


– Como tem gente que não tem senso de humor... –Comentou Lilá baixinho, mas por causa da sala silenciosa, deu de ouvir.

– Não me recordo de ter deixado a senhorita falar. –Pude ver o advogado da loira burra que parecia muito tenso e suava frio, puxá-la pelo braço e sussurrar algo no ouvido dela que me lembrava muito “dá pra ficar quieta e não piorar sua situação?”.

– Peço perdão, meritíssimo. –Disse ela por fim, mas seu olhar não transmitia sinceridade alguma pelo pedido de desculpas.

– Que isso não se repita. –O juiz pigarreou alto. – Podemos começar? –E olhou para os dois advogados, que assentiram. - De acordo com o art. 1º da Lei nº 8.072/90, são considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Código Penal, consumados ou tentados... –Começou ele, pegando uma papelada e colocando em cima da mesa.

– Lilá vai ser acusada de crime hediondo? –Sussurrei para Rony, que assentiu.

– E por fim, atentado violento ao pudor, art. 214 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único. Alguma objeção? –Ninguém falou. – Certo. Estamos aqui para fazer o julgamento do caso de Lilá Brown, acusada por atentado violento ao pudor, por administrar Flunitrazepam, uma droga altamente ilícita e proibida no país dos Estados Unidos, que induz o sono de forma rápida e intensa. –Disse o juiz sabiamente. – Peço para que o testemunho de acusação entre para ouvir conosco a defesa do réu.

Houve silêncio por algum momento, algumas viradas de cabeça, até que Draco entra calmamente na sala e se senta em uma cadeira próxima ao juiz. Pude ver Lilá ficar em choque novamente.


– Como assim? O que está fazendo aqui, Malfoy? É uma brincadeira, isso aqui? –A voz quase gritada e chata dela ecoou na sala, fazendo os olhinhos azuis do juiz quase saltarem das órbitas.

– Ordem no tribunal! –Berrou ele, batendo a mão na mesa. Senti falta daqueles martelinhos que aparecem nos seriados. – Tenho que repetir que a senhorita só fala quando eu ordenar? –A loira congelou no lugar, os olhos furiosos encarando Malfoy que parecia indiferente. – Ótimo. Se apresente. –Ordenou ele, ao loiro.

– Draco Malfoy, dezoito anos incompletos, testemunho de acusação.

– Senhorita Brown, venha mais a frente e conte sua versão. –Ela obedeceu, bufando um pouco e quando chegou na frente do juiz, seu ladinho “oi, sou puta” reapareceu. - Promotor Wilson, por favor. –Um homem de cabelos grisalhos e calvos, que observava a todos por baixo dos óculos fundo de garrafa com um olhar de poucos amigos se aproximou.

– Jura dizer a verdade, somente a verdade, nada mais do que a verdade? –Perguntou ele em um tom de quem preferia estar em casa assistindo um jogo de futebol americano.

– Juro. –Se eu não estivesse em um tribunal, com certeza soltaria uma risada de deboche. Mas me mantive quieta.

– Prossiga, então. –Ordenou o juiz.

– Então né, juiz... –Começou ela, colocando as mãos em cima da mesa dele. – Tudo começou quando Rony não quis admitir que me amava e me queria na cama... –Rony deu uma bufada histórica, que até fez o juiz olhar para ele.

E a partir daí começou uma historinha tão inventada e mal contada que o Sr. Johnson estava a poucos minutos de mandá-la calar a boca, e o pior era que nós todos tínhamos que ouvir a conversa dela para boi dormir de boca fechada, mas eu não conseguia conter pelo menos uma bufada de impaciência ou um risinho debochado.

Até que depois de minutos que pareceram eternidade, Lilá calou a boca.


– Espera ai... Deixa eu só ver se me esqueci de alguma coisa... Tá, contei como Rony me seduziu, como me obrigou a jogar aquela droga dentro do café que ele mesmo tinha traficado... Acho que deu, não é? –O juiz inspirou profundamente.

– Creio que sim. Agora, o depoimento da vítima. –Rony se levantou do banco em que estávamos sentados e se dirigiu até a frente do tribunal. O promotor repetiu o que havia dito para Lilá, o ruivo jurou e começou sua versão.

Era como se um filme passasse na cabeça, o sentimento de raiva me corroendo por saber que Lilá havia sim voltado como prometido, a dor me dominando por pensar que nunca teria sossego no meu namoro e que o príncipe encantado de cabelos ruivos com quem tanto sonhei quando mais nova não iria me aceitar de volta quando eu voltasse, pois havia sido uma tola e fraca...

Mas decidi ignorar esse filme, era muito mais legal observar a cara de pânico da loira burra toda vez que o advogado dela a lembrava que a versão de Rony estava mil vezes mais convincente, deveria ser porque era a mais plena verdade.

Depois que Ron terminou, lá foi Draco iniciar sua versão. Ele contou tudo, desde como arranjou a substância que drogou Rony, como ela convenceu o contrabandeador a dar para ela a substância, e descobri que ela gastou pelo menos a metade da sua fortuna só para tentar arruinar minha vida... E agora o feitiço havia se virado contra a feiticeira, mais alguns minutos e o decreto final seria dito, e pela cara do juiz, ele realmente não iria favorecer o lado dela.


– ...E ainda por cima tem a prova que mandei ao senhor, Meritíssimo. –Era o advogado de Ron que falava, um homem realmente inteligente, tanto que era assustador.

– Certamente. Mais algum artigo de defesa, Sr. Russeau? –Perguntou o juiz para o advogado de Lilá.

– Creio que não, Meritíssimo. –Pude ver a cara de uma tal loira que antes estava tão indiferente com isso tudo, se contrair em uma expressão de indignação. Pude ouvir ela cochichar “se você não me tirar dessa jaula, juro que te mato. Você está sendo muito bem pago para isso”. Como se dinheiro fosse resolver alguma coisa... Ai, ai, essa menina sonha alto.

– Então... Pausa de quinze minutos até o veredicto final. –Anunciou o Sr. Johnson, se levantando e dando um suspiro cansado.

Logo que sai da sala, me espreguicei. Toda essa tensão de julgamento estava me deixando muito cansada.


– Mal espero para ir para casa... A pressão desse lugar está me fazendo mal, nem fico surpresa pelo fato do juiz parecer tão mal humorado e cansado, eu piraria aqui. –Ron riu, abraçando minha cintura.

– Mais alguns minutinhos e vamos, ok? –Ele beijou o topo da minha cabeça e deu um sorriso doce, foi o necessário para me fazer relaxar.

– Certo. –Passei meu braço ao redor das costas dele, puxando-o mais para mim. – Minha garganta está seca, onde tem um bebedouro?

– Acho que é por aqui... –Viramos em um corredor e seguimos reto, até que chegamos em um local com duas direções, e no corredor do lado esquerdo parecia estar dando alguma confusão, pois vozes alteradas podiam ser escutadas de longe.

Espiei rapidinho para ver se era seguro continuar andando ou deveria parar e não interromper, mas prendi meus olhos nas duas pessoas que gritavam, era a mãe e o pai da Lilá.


– Por que você não foi ao julgamento? Você sabe que o juiz iria favorecer o nosso bebê se você estivesse lá, o nosso sobrenome tem moral por aqui, Richard! –Berrou a mulher loira cheia de cirurgias plásticas.

– Porque eu não estou nem ai para o nosso “bebê”! –Gritou ele de volta, com muito nojo em sua voz. – Ela fez a besteira, que corrija sozinha! Ela já tem dezoito anos, por mim Lilá pode se matar que o problema vai ser dela.

– Não é porque ela cresceu que vai deixar de ser sua filha!

– O problema é que você a mimou demais, sempre que fazia algo de errado o papaizinho corria para consertar, e se tentava dar algum castigo, a mamãezinha legal tirava a filhinha do castigo. –Rosnou ele. Quando Rony havia me dito que o pai da vadia era bastante rígido com ela, não pensei que fosse tanto.

– OK, mimei ela demais, sei disso! Mas nada te impede de defendê-la como um verdadeiro pai faria!

– Escuta aqui, Anne. –Disse o homem de cabelos negros bem penteados em um elegante topete e vestindo roupas sociais que reconheci serem caríssimas. Ele poderia ser um homem de ótimo porte se no seu rosto não tivesse estampado uma ira sem igual. – Ela sujou o nome da minha empresa por egoísmo próprio, ela usufruiu do poder que tinha e meu nome acabou nos jornais sendo motivo de piadas, pois minha filha descontrolada resolveu contrabandear uma substância terrivelmente proibida nos Estados Unidos e ainda por cima, abusou do meu melhor funcionário que não trabalhava nem a um mês lá. –Rony deu um sorrisinho por causa do “melhor funcionário”. Nós dois parecíamos duas crianças metidas escutando a confusão dos outros.

– Você só se importa com isso, não é? Tudo é a empresa, SEMPRE é a empresa...

– Tentei levar você e Lilá em consideração. Mas sabe, tentei em vão, pois vaso ruim não quebra e nem se ajeita. –Richard saiu pisando duro pelo corredor e passou quase que voando pela gente. A mãe da Lilá passou logo em seguida sem olhar para os lados, eu agradeci por isso, não queria ser descoberta com aquela cara de quem descobriu um segredo muito legal.

– Nunca, na minha vida, achei que iria me sentir realmente feliz pelo pai da vadia não gostar dela e deixar que ela apodreça na cadeia... –Comentei, voltando a andar pelos corredores com Rony.

– Nós somos maus, não somos? –Ri junto com o ruivo.

– Lilá pediu por isso, agora ela que agüente. –Chegamos ao bebedouro comentando sobre a discussão presenciada. Deus que me perdoe, mas sentir pena de alguém nesse momento, principalmente da vadia loira, não iria acontecer de jeito nenhum.

Quando os quinze minutos passaram, senti minha ansiedade aumentar. Por quanto tempo Lilá veria o sol nascer quadrado? Por mim podia ser prisão perpétua.

Chegando de volta na sala, o juiz parecia bem mais calmo, o advogado de Lilá havia encharcado o terno de suor e todos pareciam muito ansiosos.


– Chegamos a uma decisão. Durante quinze minutos negociei com os dois advogados, tanto o de defesa, quanto o de acusação. –Anunciou ele em voz alta. – Declaro a sentença do caso de número treze do dia, Lilá Brown, acusada de atentado violento ao pudor e por administrar Flunitrazepam, substância altamente proibida no país em que nos encontramos. –A atmosfera de tensão cresceu.

– Reze para que seja pena de morte... –Sussurrou Rony e eu me contive para não rir.

– Antes de tudo, decidimos que Draco Malfoy, por nos ajudar com provas concretas de tudo que a réu fez, por ficar do lado das autoridades sem questionar, ficará livre. -O loiro deu um suspiro aliviado. - Porém, no caso da réu, decidimos que Lilá Brown permanecerá presa no estado da Califórnia com a pena de oito anos.

– OITO ANOS? “CÊ” TÁ LOUCO, JUIZ? –Gritou a loira sem aviso algum, o que me deu muita vontade de soltar um riso debochado bem alto.

– Acalme-se, senhorita. –Ordenou ele, com uma expressão nada contente no rosto. – Contanto... Passaremos o caso para o promotor Wilson que irá julgar as ações de ambos os advogados sobre a pena do réu. O advogado de defesa, Sr. Russeau, exigiu dois anos na penitenciária feminina da cidade de Los Angeles, quatro em prisão domiciliar e dois de serviços comunitários...

– Objeção, Meritíssimo. –O advogado de Rony levantou a mão.

– Prossiga.

– Pensei que o senhor não tivesse levado em conta.

– O promotor levou, e a partir de agora é ele que mexe com o processo. Alguma pergunta ou objeção? –Ninguém se moveu. – Certo, transfiram o réu para a penitenciária.

Lilá olhou para os lados visivelmente atordoada e quando os policiais se aproximaram dela, ela se desembestou a correr na minha direção.


– SUA VADIA! POR QUE VOCÊ TEVE QUE NASCER? –Berrou ela, se jogando em cima de mim. Minha vontade foi de agarrá-la pelos cabelos e bater com a cabeça dela no banco até que ela morresse, mas não fiz nada, pois sabia que isso iria elevar alguns anos na prisão dela. Deixei que ela me derrubasse e isso resultou em minha cara de encontro ao chão.

– Não toca na minha namorada, desgraçada! –Rony partiu para cima da vadia, mas um dos policiais o segurou enquanto o outro pegava Lilá. Lambi meus lábios e senti gosto de sangue, a vagabunda havia feito um corte no meu lábio.

– UM ANO ADICIONADO! –Berrou o juiz em plenos pulmões. – Mais um ano na penitenciária, senhorita Brown. –Por mais que minha boca doesse e a raiva me consumisse, consegui dar um sorriso de satisfação, o que provocou mais ódio ainda nela. Antes que a cadela raivosa pulasse em mim novamente, levaram-na carregada por dois policiais enquanto ela chutava o ar, tentando se soltar. O advogado os acompanhava para fora da sala com uma expressão de pânico no rosto. Deveria ser a cliente mais doida que ele já havia cuidado do caso.

– Hermione? Você está bem? –Perguntou Draco, se aproximando de mim. Mas Rony foi mais rápido e me ajudou a ficar de pé novamente.

– Não se preocupa. –Pelo olhar que vi o ruivo dirigir a Malfoy, os dois não estavam nem a um passo de terem pelo menos uma conversa civilizada. – Amor, está doendo? –Ele tocou de leve em meu rosto.

– Está ardendo um pouco, não foi nada demais. –E de repente eu estava rodeada de pessoas preocupadas, principalmente o juiz cujos olhinhos azuis saltavam das órbitas de tanta raiva que ele sentia. – Só quero ir para casa.

– Vamos então. Muito obrigada por toda a ajuda, Sr. Johnson. –Disse Rony, apertando a mão dele.

– Sempre estarei à disposição, Sr. Weasley. E não se preocupe, essa doida da Brown não voltará mais a atormentar vocês.

Fomos embora depois que passei água no meu mínimo corte no lábio inferior depois de muita insistência de Rony e me senti como se tivesse corrido uma maratona.


– Ai, que dia cansativo... –Comentei, me espreguiçando já dentro do carro.

– Faço sua tensão se dissipar em um segundo, é só chegarmos em casa. –O ruivo sorriu para mim e eu retribui o sorriso. Sem dúvidas ele era o melhor namorado do mundo.

Paramos na minha casa e entramos juntos, sendo recebidos por meus pais que queriam saber todas as informações e quase piraram quando viram o cortezinho no meu lábio.


– Essa doida varrida... Ainda bem que vai dormir com os ratos a partir de hoje. –Falou minha mãe.

– Concordo. –Disse meu pai. – Agora... Creio que estão famintos, que tal se você fosse preparar algo para comermos, amor?

– Só se você me ajudar. –Minha mãe respondeu, sorrindo. Provavelmente queria levá-lo da sala para dar privacidade para mim e para Rony.

– Mas amor, eu...

– Vamos. –Falou ela cerrando os dentes e ele finalmente entendeu e se retirou junto com ela.

– E então... Vai fazer minha tensão se dissipar? –Sorri para o ruivo lindo ao meu lado.

– Com prazer. –Ele sorriu de volta, me fazendo sentar de costas para ele. Logo depois, suas mãos um pouco pesadas, mas muito habilidosas, começaram a massagear meus ombros.

– Nossa... Nunca pensei que você tivesse habilidade para isso. –Falei, fechando os olhos e aproveitando a sensação de relaxamento quando ele deu um beijo de leve em minha nuca exposta.

– Tem várias coisas que a senhorita não sabe sobre mim. –Me virei e olhei-o curiosa.

– Por exemplo...?

– Que eu sou o Batman... –Ri alto, dando um tapa de leve no braço dele.

– Seu bobo. –Ron sorriu e aproximou seu rosto do meu, de forma que nossos narizes se tocassem. Depois, envolveu meus lábios em um beijo carinhoso e cuidadoso, por causa do meu machucado recente. Mas foi o necessário para meu corpo se relaxar quase que automaticamente.

Uma das suas mãos foi parar em minha cintura e a outra em meu rosto, acariciando-o de leve e me levando as alturas. Minhas mãos procuraram sua nuca e seus cabelos, meu vício de brincar com suas mechas enquanto nos beijávamos não me deixaria até que ele estivesse velhinho e careca.

Depois de alguns minutos de carinhos, beijos e tudo o que eu mais precisava naquele momento, me lembrei de um detalhe: Amanhã seria nosso aniversário de namoro e eu não tinha preparado nada nem comprado presente.

– Ah, droga... –Murmurei para mim mesma, me sentindo uma completa idiota. Rony, que estava com a cabeça em meu colo, de olhos fechados apreciando o carinho que eu fazia no rosto dele, abriu seus olhos azuis para me olhar.

– O que foi?

– Lembrei de uma coisa... –Como eu sempre jogava sujo com esse negócio de aniversário e datas especiais, por isso nunca comentava quando uma estava se aproximando, só para ver se as pessoas se lembravam, não iria falar do que havia me lembrado, mas sabia que ele perguntaria.

– Do que?

– Hum... Preciso comprar uma coisa para meu tio, ele está de aniversário... –Era parcialmente mentira, meu tio Derek iria sim fazer aniversário, mas semana que vem.

– Vamos juntos, te ajudo a escolher. –Ele sorriu.

– Não precisa, vou sozinha. –Sorri de volta. Olhei no relógio e vi que já era quase quatro e meia, não teria muito tempo até que o comércio fechasse.

– Crianças, venham comer! –Gritou minha mãe da cozinha e nós dois nos levantamos, seguindo para a sala de jantar. Havia uma variedade grande de bolos comprados na padaria, pão fresco e torradas. Meu estômago berrou de fome.

Passei uma hora de distração com meus pais e Rony, comendo várias delícias e conversas animadas enchendo o cômodo. A relação de sogro e genro estava melhorando bastante, por mais que ainda meu pai olhasse para meu namorado com aquele olhar de “se cuida, rapaz, estou de olho em você”. Tenho certeza que Ron vai ser assim quando for papai.

Minha irmã estava na casa de uma amiguinha e não demorou muito para que meu pai se levantasse anunciando que iria buscá-la.


– E eu já vou indo, mamãe deve estar ansiosa por notícias. Muito obrigada pelo café, Rachel. –Rony deu um sorriso galanteador e minha mãe se derreteu.

– Eu que agradeço sua presença, Rony. –Os dois trocaram beijos de bochecha com bochecha e o ruivo apertou a mão do meu pai.

– Amor, me acompanha até lá fora? –Assenti e entrelacei minha mão com a dele e sumimos pela porta da frente. – Baby, amanhã quero sair com você, disse que iria recompensar o tempo perdido e quero fazer isso. –Sorrimos.

– Não tenho nenhuma objeção, Meritíssimo. –Ron deu uma gargalhada gostosa e me abraçou.

– Ótimo. Então... Amanhã, depois das três e meia, pode ser?

– Por que tão tarde? –Fiz bico. – Quero te ver mais cedo... –O abracei com mais força.

– Sem objeções, senhorita Granger. É surpresa. –Ele tocou a ponta do meu nariz com o dedo e sorriu.

– Já que insiste... –Retribui o grande sorriso dele.

– Então até amanhã, baby. –Me beijou calmamente e eu retribui, acariciando os cabelos dele.

– Até. –Dei um último selinho nele. – Amo você.

– Também te amo, minha linda. –Ele acariciou meu rosto e sorriu antes de entrar no carro, acenar e desaparecer na curva mais próxima. Suspirei tentando desgrudar o sorriso bobo que se formava no meu rosto e entrei em casa novamente, pensando no quão “adolescente apaixonada” eu era.

Até que depois desses segundinhos de “ah meu deus, olha o quão boba sou”, surtei ao me recordar do presente de aniversário de namoro que eu ainda teria que comprar.

– PAI! –Entrei gritando, procurando-o pela casa

– Estou aqui, senhorita escândalo. –Ele apareceu, saindo da cozinha.

– O pai já vai buscar a Sophia?

– Vou sim. Por quê? Respira, Hermione. –Eu ofegava, estava muito nervosa pelo fato de saber que a maioria das lojas já estariam fechando essa hora, e eu não queria pegar uma camisa velha do meu pai para dar para Rony. Sempre fui muito pontual com presentes, ou dava no dia correto, ou não dava.

– OK, certo... Ahn... Me leva junto? Preciso comprar um presente para o Rony, amanhã é nosso aniversário de namoro. –A simples menção da palavra “namoro” fez meu pai fazer uma careta. Sabe como é, né? Ele é do tipo de pai que se tortura por dentro pela filha estar namorando, mas não quer ser chato de me proibir, pois estou com quase dezoito anos na cara.

– Levo. –Dei pulinhos.

– Obrigada. –Corri até o carro e entrei, esperei meu pai se despedir da minha mãe e entrar também. Enquanto ele dirigia, fiquei com a cara colada no vidro procurando alguma loja aberta com algo que Rony gostasse. A única loja que eu havia visto aberta até agora era uma padaria, e creio que dar um sonho para ele e fazer aquela cantada ridícula de “você tem doce de leite na barriga? Porque você é um sonho”, não estava nos meus objetivos.

– Já sabe o que vai dar para ele? –Perguntou meu pai, quebrando o silêncio.

– Não... É de um ano de namoro e eu não faço ideia do que comprar.

– Que tal uma camiseta? –Olhei para ele incrédula. – Ou uma calça, não sei...

– Papai querido, prefiro não dar nada a dar uma calça de aniversário de namoro. Quero algo especial, que mexa com ele. –Grudei minha cara no vidro novamente quando vi uma loja de CD’s passar rapidamente com o movimento do carro.

– Então tá. O que tem em mente? –Olhei para o lado dele e fiz cara de desespero. Até que uma luz acendeu na minha cabeça quando passamos por uma joalheria.

– Pára ali. –Apontei para a joalheria e meu pai obedeceu, estacionando.

– Vai comprar um brinco de brilhantes bem bonitinho para ele? –Fitei meu pai com um olhar de desdém e ele riu alto.

– Não, uma gargantilha. Vai ficar mais “fófis”. –Entramos rindo feito doidos no lugar, que era muito chique, cheio de coisas que reluziam tanto que me cegaram por um tempo. Diamantes, rubis, topázios... E é claro, muitas câmeras e seguranças grandes feito armários ambulantes com uma expressão nada amigável no rosto. Além de algumas mulheres bem vestidas nos olhando com repreensão por causa da forma que chegamos.

– Boa tarde. –Cumprimentou meu pai, fazendo uma voz mais grossa e imponente que o comum. Fiz muita, muita força mesmo pra não ter outra crise de risos.

– Olá. O que desejam? –Uma das mulheres bem vestidas apareceu sorrindo.

– Queria algo para dar para meu namorado, aniversário de namoro, sabe? –Dei um meio sorriso, demonstrando minha preocupação e ela sorriu mais ainda.

– Por aqui. –A segui até uma bancada de vidro e ela começou a me mostrar pulseiras de prata para colocar minha inicial, anéis para gravar meu nome... Achei egoísta demais, por isso ignorei sua voz extremamente simpática e fiquei olhando as outras coisas distraidamente. Até que algo chamou minha atenção...

Um belo crucifixo de ônix reluzia debaixo do vidro tão limpo que parecia nem existir.


– Ah, gostou desse? É uma ônix verdadeira, chegou hoje mesmo. –Ela pegou o crucifixo com uma luvinha de veludo, tudo para deixá-lo perfeito como estava. Inconscientemente, passei os dedos sobre meu pingente de turquesa em formato de coração com diamantes circundando, não havia tirado meu colar desde que ganhei de Rony. Sempre que sentia falta dele, olhava para o pingente e me lembrava dos lindos olhos azuis dele...

– Adorei. –A atendente girou a jóia sobre uma luzinha para eu poder ver melhor.

– Esse seu colar é muito bonito, foi ele que te deu? –Nem havia percebido que o sorriso bobo havia retornado.

– Foi sim. Queria dar algo que tenha significado para ele, como esse colar tem para mim... –Até que uma ideia me atingiu em cheio. - Vou levar esse. Com essa corrente de prata. –Apontei a corrente e a mulher sorriu.

– Vou embalar. –Nem me importava com o preço, o significado daquilo que montei em minha cabeça me comoveu demais e só o que eu queria era entregar meu cartão de crédito e levar aquilo comigo.

Meu pai viu minha escolha e adorou, por mais que eu soubesse que mais uma palavra e o ciúme dele iria atacar e eu seria obrigado a consolar um pai com crise existencial em uma loja tão imponente.

Fomos na casa da amiguinha da minha irmã e a buscamos. Voltei para casa completamente satisfeita, ansiosa para mostrar para minha mãe. Quando ela viu e contei o significado que dei ao presente, ela chorou oceanos, como eu já esperava. Ai, ai... Mães, tão emotivas.

O resto da noite passei brincando com Sophia e com Perebas e Bichento, marquei um dia para ser o aniversário do meu gatinho, decidi que ia ser no mesmo dia do início do meu namoro com o Ron.

E foi só avisar isso para minha irmã que depois que jantei e fui me deitar, a meia-noite ela apareceu com um monte de comida enlatada de gato amontoada e uma vela colorida do aniversário dela, além do meu ruivinho que miava desesperado sendo carregado com dificuldade pela minha irmã que já segurava um pratão de comida de gato. Eu mereço.

Depois de cantar parabéns para Bichento por insistência da minha irmã, desci para comer um pedaço de torta de chocolate com ela enquanto o gato se acabava na comida enlatada. Resumindo: Fui dormir depois da uma da manhã por causa da retardada da Sophia.

Mas não demorei muito para adormecer, pois vesti o moletom de Rony, fiquei inspirando seu cheiro até que o sono me dominasse.


...

Dormi muito bem, eu poderia dizer, pois só acordei quando escutei a voz da dona Carmelita berrando que o almoço estava pronto. Desci vestindo o moletom do meu namorado mesmo, o que atraiu olhares desconfiados da minha querida governanta, mas ela não perguntou nada.

Me deliciei com um ótimo almoço e me deparei com horas de tédio até que Ron viesse me buscar e nós fossemos sair. Por isso, passei um bom tempo empurrando minha irmã no balanço no quintal.


Estava um dia lindo e ensolarado, anunciando que a primavera estava a caminho. Ainda bem, não agüentava mais aquele vento cortante passando por mim, agora um sol levemente encoberto por nuvens pequenas despejava um agradável calor em Los Angeles.

Quando dei por mim, já era hora de começar a me arrumar, tirar a cara de quem dormiu mais que a cama, domar os cabelos embaraçados que mais pareciam um ninho e vestir algo decente.

Fui para debaixo do chuveiro e como estava ansiosa demais, não demorei no banho.

Voltei para o quarto com o cabelo enrolado na toalha e de roupão, mexi em meu closet até que achei peças perfeitas. Joguei um top floral tomara que caia, um shorts de cintura alta para não ficar vulgar e um cinto fino.

(Roupas: http://2.bp.blogspot.com/_IlGsdklElpo/TE48eKlR55I/AAAAAAAAANg/bMlnrJVE3fY/s1600/22.bmp)


Depois de me vestir, sequei meus cabelos e deixei-os soltos naturalmente, voltei a colocar o colar que Rony havia me dado, a pulseira que da amizade que ele me deu no Rio e minha aliança. Esborrifei meu perfume e passei uma maquiagem leve, calcei um oxford com estampa floral e me olhei no espelho. Gostei do que vi.

Sorri para minha imagem refletida e peguei minha bolsa, quando desci já estava em cima da hora, uma buzina conhecida me alertou isso.


– Dona Carmelita, vou sair com o Ron, estou levando o celular, qualquer coisa ligo. Não sei que hora volto! –Acenei para ela e para minha irmã.

– OK, cuide-se. –Respondeu ela em um tom autoritário. Sai de casa e dei de cara com um ruivo de arrancar o fôlego de qualquer uma. Vestia uma bermuda jeans escura, um sapatênis e uma camisa pólo, seus olhos azuis me fitaram de baixo até em cima, senti minhas bochechas formigarem. Era um dom dele me fazer ficar envergonhada.

– Oi. –Sorri timidamente e me aproximei dele, ele sorriu de volta e bagunçou mais os cabelos ruivos levemente úmidos.

– Oi. –Ron me abraçou e me beijou apaixonadamente. – Nunca vou me cansar desse jeitinho inocente, é tão lindo. –Ele acariciou minha bochecha quente. Não querendo ficar mais escarlate, sorri e entrei no carro.

– Aonde vamos? –Perguntei, realmente curiosa.

– Surpresa, já disse. Ah, a propósito, coloque essa venda. –Arqueei uma sobrancelha e ele riu. – Por favor. –Coloquei um pouco contrariada, odiava surpresas. O pior de tudo foi que passamos a viagem toda em silêncio, não tive nem dicas de para onde ele estava me carregando.

Depois do que me pareceu a eternidade, senti a estrada se tornar um pouco mais difícil de passar com o carro, não parecia ser asfalto. Até que o motor foi desligado e Rony desceu do carro, abriu a porta para mim e pegou a minha mão, para me guiar.

Eu me sentia cega, era horrível, a curiosidade cada vez me corroia mais. Andamos por um trecho silencioso e um pouco frio, para mim parecia uma floresta. De repente minha venda foi deslizada calmamente sobre meus olhos e minha visão foi recuperada, meu queixo caiu diante do lugar que eu estava.

Era uma clareira enorme e linda, a grama era muito verde e bem aparada, não parecia um lugar abandonado e nem habitado, um lindo lago de água cristalina reluzia com a luz do sol que batia na sua superfície. Era lindo, completamente lindo.


– Surpresa! –O ruivo apontou para um local que eu não havia percebido, uma bela toalha xadrez vermelha estava estendida na grama com vários tipos de comida em cima. Um piquenique.

– É lindo. –Tentei conter minhas lágrimas, mas estava impossível.

– Quero te mostrar uma coisa, baby. –Ele me puxou pela mão e nos sentamos na toalha. – Está vendo isto aqui? –Ron ergueu um dente-de-leão, assenti. Então ele assoprou e as sementinhas semelhantes à mini pára-quedas saíram voando. – É fácil assim... –Apontou as sementes que voavam na leve brisa.

– O que? –Perguntei, confusa.

– Te amar. –Rony sorriu torto. – É fácil como o vento nas flores, profundo como o mel dos seus olhos, leve e simples como o piscar, o cantar dos pássaros lindo como seu sorriso todas as manhãs quando me olha. A facilidade de se irritar, o rubor em seu rosto quando fica envergonhada. –Ele tocou minha bochecha com suavidade. – Eu te amo, acho que já deve ter notado, eu só quero ser o responsável por reforçar isso todos os dias, para você nunca ter dúvida de que eu te amo total e completamente, com defeitos, birras e criancices. –O ruivo pôs o dedo indicador em meu nariz e sorriu. – Minha pequena Mione, minha perdição...

– Ron, eu te amo. –O interrompi, deixando as lágrimas descerem como um verdadeiro tsunami. – Você vai me matar ainda. –Abracei ele com força, soluçando. – Eu te amo, amo, amo...

– Shh, calma amor. –Rony riu, me abraçando de volta e secando minhas lágrimas. – Feliz aniversário de namoro, meu amor. –Eu não conseguia dizer nada, só chorar nos braços dele.

– F-feliz a-aniversário... –Tremendo, estiquei a caixinha de veludo preto com o pingente de crucifixo dele. Ele abriu, sorrindo e arregalou os olhos para o pingente.

– É lindo, baby! Muito obrigado. –E me abraçou.

– E-Esse crucifixo tem um significado... –Contive meus soluços, enquanto ele me olhava depois de já ter colocado o colar no pescoço. - Representa a minha proteção que está com você sempre. Assim, quando você olhar para o pingente, vai se lembrar que eu está aqui, pertinho do seu peito, cuidando de você e o amando. –Ele abriu um lindo sorriso.

– Linda, muito obrigado mesmo. –Percebi seus olhos azuis brilhantes de lágrimas. Dei um beijo rápido nele e ele puxou uma caixinha parecida com a que eu havia entregado o colar. – Esse é seu. –Abri e dei de cara com uma chave linda de ouro com diamantes cravejados. Fiquei confusa, não parecia ser um pingente ou algo parecido, somente uma chave.

– Amor, é lindo! Mas o que...? É um pingente? –Ron negou com a cabeça. – O que é então?

– Vai saber um dia. –Ele sorriu misterioso. Sabendo que o ruivo não me contaria o que era, tentei adivinhar mentalmente. Poderia ser uma chave de um carro... Não, chaves de carro não são desse jeito. – Vamos comer, agora? Eu fiz tudo que está ai. –Ansiosa para provar os quitutes do meu namorado, me esqueci da dúvida que martelava na minha cabeça.

Tinha de tudo, desde sanduíches a bolos, sucos de todos os sabores e tudo preparado com muito carinho.


– Experimenta esse cookie, eu que fiz. –Ron ergueu um cookie e levou até a minha boca, mas mantive ela fechada.

– Está me oferecendo do jeito errado. –Tirei o biscoito da mão dele e direcionei até sua boca, deixando a metade para fora. – Agora sim. –Mordi a outra metade e dei um sorriso maroto.

– Ah... Entendi. –Ele sorriu e mastigou sua metade. Me neguei a comer de outro jeito, só dividia com a boca dele, e estava uma delícia assim.

Depois de me entupir de muita comida mesmo e só parar quando Rony percebeu que eu ia vomitar, levantei para dar uma voltinha na beira do lago. Eu estava lá, tranqüila, escutando o cantar dos passarinhos, observando o movimento da água provocando ondinhas leves com o vento... Quando de repente, sou jogada dentro da água.


– RONALD WEASLEY, EU TE MATO! –Gritei enfurecida, batendo com as mãos na água. Rony se debruçava no chão de tanto rir. Sai do lago espumando de raiva com os punhos erguidos, pronto para dar um acesso de fúria e socar os braços fortes dele, e ele percebendo minha aproximação perigosa, me jogou no ombro e pulou no lago comigo. – Seu... Cabeça... De... Bagre! –A cada palavra, eu fazia uma pausa para socá-lo, que ria mais do que nunca agora.

– Cabeça de bagre que você ama. –Ele me beijou, calando minha boca. Tudo que fiz foi retribuir, é óbvio. Quando nos soltamos, meu cérebro me lembrou que eu estava com raiva dele.

– Se eu ficar com gripe, a culpa vai ser sua. –Mordi o ombro dele com muita força e sai correndo do lago, Ron deu um berro de dor e pelo barulho de água voando para todos os lados, ele não estava feliz e estava atrás de mim.

Corri o mais rápido o possível e me escondi atrás de uma árvore.


– Pode tentar se esconder, vampirinha. Mas eu vou te achar. –Abafei uma risada com as costas da minha mão.

– Estou esperando, ruivo sedução. –Berrei e corri para me esconder atrás de outra árvore.

– Não provoca, safadinha. -Quando o vi de costas na minha frente, não quis perder a oportunidade. Me joguei nas costas dele e entrelacei minhas pernas em sua cintura. Comecei a rir descontroladamente enquanto ele tentava tirar a parasita aqui das costas dele feito um touro raivoso.

Quando resolvi descer, desembestei novamente pela clareira, mas uma poça de lama me atrasou e me fez cair de cara no chão. Aproveitando a chance, Rony me puxou pelo pé e me virou de barriga para cima, ficando por cima de mim e prendendo meus pulsos acima da minha cabeça.


– Touché. –Disse ele com um sorriso satisfeito.

– Não vai se vingar? –Seu sorriso mudou para um sorriso maroto.

– Bem lembrado. –E atacou meu pescoço em uma mordida forte. Gritei, tentando me livrar dele, mas o peso de seu corpo pressionava o meu e não conseguiria sair dali nem por um milagre. – Pronto. –Seus dentes me deixaram e eu choramingava.

– Se você não quer levar a pior mordida da sua vida, não me solte. -Dei um sorriso malicioso.

– Nenhum dos meus objetivos é te soltar, minha cara. –Rony me beijou, explorando minha boca com sua língua inquieta. Não demorei muito para me envolver e esquecer as nossas provocações, nosso beijo foi se aprofundando, ficando cada vez mais intenso e luxurioso, até que o oxigênio se fez necessário.

– E eu não quero me solte. –Falei, ofegando. O ruivo sorriu na curvatura do meu pescoço, para depois se largar ao meu lado, cansado.

– É incrível como você me deixa vivo feito uma criança... –Disse ele, sorrindo.

– Você me deixa assim também. Me faz viver como nunca vivi. –Me aproximei dele, apoiando minha cabeça em seu peito e mirando seu lindo rosto um pouco sujo de lama.

Ficamos alguns minutos assim, apenas nos admirando e aguardando o tempo passar. Depois resolvemos nos limpar no lago e voltamos a nos deitar, mas dessa vez na toalha xadrez.

Fiquei deitada no peito dele enquanto uma coberta fina que ele havia trazido nos aquecia, o sol já ia se pondo pintando o topo das árvores de um dourado com rosa, os pássaros iam cessando a cantoria e as estrelas cintilando no céu azul marinho anunciava chegada da noite. Uma brisa morna passeava entre meus cabelos e estar nos braços quentes de Rony era tudo que eu precisava.

Quando as centenas de estrelas ficaram mais nítidas e uma lua redonda e brilhante tomaram conta do céu escuro, Ron quebrou o silêncio pela primeira vez em minutos, falar era o que menos necessitávamos, o sentimento mais puro era dito no silêncio de um olhar.


– Está vendo ali? –Ele apontou para o céu.

– A lua? –Segui seu dedo e ele assentiu.

– Sim. Sabe, estava aqui pensando... Todos dizem que a lua é linda, perfeita e coisas do tipo, mas eu não acho. –Ergui meu olhar para ele.

– Como assim? –Indaguei, confusa.

– Com você aqui deitada ao meu lado ela fica absolutamente fosca. Você ofusca qualquer brilho existente na Terra e resolveu iluminar logo a minha vida. Isso é completamente confuso para mim... –Ele balançou a cabeça, enquanto eu sentia meus olhos queimarem. Por que eu ficava um pedaço de carne sentimental quando olhava naquele par de olhos azuis intensos?

Ergui o rosto dele entre minhas mãos e sorri, sentindo uma lágrima quente escorrer pela minha bochecha.


– De que adiantaria brilhar se não fosse para iluminar a vida da pessoa que eu mais amo? Sabe... Por mais que eu brilhe, ainda tem uma coisa que brilha mais e eu morreria por ela.

– O que? –Perguntou ele, sorrindo e acariciando meu rosto inundado por lágrimas.

– O par de olhos que me observa agora, minhas duas pedras preciosas, sem ela não valeria à pena brilhar, pois quando meu brilho se apaga e eu fico nas sombras é por elas que eu procuro. Assim como a lua tem as estrelas, eu tenho você. A estrela mais preciosa da minha vida. –Rony fechou os olhos deixando duas lágrimas escorrerem e envolveu meus lábios em um beijo apaixonado, calmo e que demonstrava todo seu amor por mim.

Nos amamos ali mesmo, sobre a iluminação perolada da lua que refletia na água pacífica do lago. Eu não poderia querer nada mais naquela noite.


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Notas finais do capítulo

e aaaai, meninas! o que acharam? esse Rony não cansa de ser fofo, né? ai ai...
e a bruxa da Lilá? causando até na frente das autoridades. quem quer que ela apodreça na cadeia, bota o dedo A-Q-U-I! o/ HAHAHAHAHAHAH dei um fim nela, ou talvez um quase fim, não é? ela não morreu, mas deveria... *manu maléfica* ENFIM, para causar um choque de alegria em vocês, já vou dizendo, Lilá não retornará. Quero dizer... Retornará, mas só para vocês verem o que vai acontecer com o futuro dela. :B juro que a vadia oxigenada não interromperá mais o love do nosso casalzinho lindo.
Pessoas que amam drama: não se preocupem, não vou fazer a partir de agora a fic ser um pote grande de açúcar até o fim, é claro que uma tempestadezinha de vez em quando vai ter que ter, não é? é pra dar emoção :B
sem mais delongas, antes que eu conte tudo que vai acontecer na minha fic, quero saber o que vocês acharam, é óbvio! :D
antes de dar meu formoso bye, mais uma vez obrigada por tudo, meninas! sem vocês, essa história não existiria. aaah, algum palpite sobre a chave que o Ron deu pra Mione de aniversário de namoro? :3
beijiiinhos, até o próximo capítulo, vejo vocês sexta que vem e para finalizar, uma frase bem fofa em homenagem ao dia do amigo a ~la manu~:
"Se um dia a luz da nossa amizade se apagar, fod*-se irmão, a gente acende uma vela."



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