The Best Thing Thats Ever Been Mine escrita por manupotter


Capítulo 31
The revenge and the christmas night


Notas iniciais do capítulo

oioioioi meninas da minha life :3 estão bem? eu só estou rouca, minha voz está muito engraçada HAHAHAHAH uma curiosidade sobre mim: adoro ficar rouca, não sei porque. Só que rouquidão permanente pode ser doença então... Estou tomando meu xarope horrível para curar a irritação na minha garganta.
mas enfiiiim, não vim falar dos meus problemas. Primeiramente queria falar que fiquei super contente que vocês gostam dos meus capítulos enormes, porque ai vai mais um! HAHAHAHAHA o capítulo de hoje é sobre a bendita vingança da Mione e o natal dela :3 Escrevi com muito carinho e adorei escrever!
quero dar os merecidos créditos para minha melhor amiga Nicole que abriu minha mente com suas ideias para que eu pudesse fazer um natal legal e me diverti muito escrevendo :D obrigada ni por tudo ♥
desejo a todas uma boa leitura e espero que gostem :3 vejo vocês lá embaixo, beijinhos :*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/200570/chapter/31


Hermione POV


E o dia da vingança chegou. Eu estava mais animada do que quando a Rainha Má perguntou para o espelho mágico quem era a mais bela e ele respondeu que era ela.


Estava um dia frio, muito frio, que poderia me congelar e abaixar minha temperatura subitamente se eu tirasse um dos casacos que estava usando, mas nada abaixaria minha empolgação.

Cho enfiava no porta malas do seu carro tudo que iríamos precisar para a “surpresa” que iríamos dar para Lilá. Os meninos iriam mais tarde, por mais que estivessem super curiosos pelo o que nós estávamos aprontando, eles nem faziam ideia da diversão que seria.


– É hoje que a Miss Universo vai para o seu lugar certo no podium, como “Miss Zericórdia” que bicho mais feio. –Gargalhamos alto com a piadinha de Gina.

– Tem certeza que vai dar certo? –Perguntou Luna receosa. – E se os professores ferrarem com a gente?

– Relaxa Luninha, sei muito bem como driblar professores. E outra coisa: Nenhum professor gosta da Lilá, esqueceu? Vão até adorar o que vamos fazer com ela. –Dei um sorriso maldoso, entrando no carro.

– Ainda preferiria dar uns tabefes nela, o que dei no dia que você se acidentou não foi o bastante. –Reclamou Cho, fazendo bico e sentando no banco do motorista.

– Depois se der tempo você desconta essa sua vontade, tudo bem japinha? –As três riram.

– Só se Gina, você e Luna me ajudarem.

– Nada melhor para espantar a tensão socando o rosto cheio de maquiagem de um dólar da piranha azeda. –Elas riram novamente, fazendo um high five comigo.

Cho dirigiu até a escola do jeitinho que só ela sabe, ultrapassando sinais vermelhos, parando em cima da faixa de pedestres e me dando sustos a cada dois segundos. Queria seriamente descobrir quem é que deu aula de volante para ela, deveria ser um louco que fugiu do hospício, só pode.

Paramos no estacionamento da escola e checamos no relógio, havíamos chegado trinta minutos adiantadas, eram três da tarde ainda. Fomos até o auditório que estava vazio, somente alguns alunos puxa sacos arrumavam as cadeiras do jeito mais perfeito, alinhado e organizado o possível, mesmo sabendo que adolescentes sentariam ali e desarrumariam tudo.


– Tem alguma escada por ai, Susana? –Perguntou a ruiva para Susana Bones que arrumava a mesa dos professores.

– Tem sim Gina, ali no canto do palco. –Respondeu ela.

– Obrigada. –Gina saiu correndo e subiu no palco.

– Mas... Espera ai, por que vocês estão com esses baldes e o que querem fazer? –Fiz um sinal para ela ficar quieta.

– Negócios do show de encerramento. É surpresa, não fala alto. –Menti, indo em direção do palco também.

– Ah bom. Por que ninguém nos avisou?

– Porque é surpresa, né Bones. –Cho revirou os olhos, ajudando a ruiva a colocar a escada próximo da iluminação do palco. Elas prenderam os baldes lá, amarrando cordas discretas e então posicionaram perfeitamente.

– Melhor, impossível. –Comentou Gina sorrindo e descendo da escada. – Vai sair tudo perfeito, vocês verão. –Ela piscou para mim, ajudando a japinha a arrumar a escada no lugar.

– Fico contentíssima com isso. –Sorri animada. – A câmera está ai, Luna? –Me virei para a loirinha, que ergueu sua câmera no ar sorrindo. – Ótimo. Daqui a quinze minutos os alunos chegam, vamos escolher os melhores lugares. –Fiquei observando os melhores ângulos para o palco, até que achei as cadeiras perfeitas. – Ahn, Susana, você poderia me dar um microfone? Eu sou a responsável por anunciar a surpresa. –Sussurrei.

– Não sei se posso te dar, os professores não me deram permissão e...

– Ah, vamos Su... –Fiz manha. – Você não quer estragar a surpresa, quer? –Ela fez uma expressão pensativa.

– Tudo bem. Pegue aqui. –Me estendeu um dos microfones sem fio. Dei algumas batidinhas nele para ver se funcionava e sorri para minhas amigas, indicando que estava tudo indo de vento em popa.

Os professores foram chegando, me cumprimentando e perguntando sobre meu estado de saúde. Então eles foram alertados sobre o que aconteceu na formatura? Pelo jeito não foram só eles, vários alunos que nem falavam comigo na sala e os alunos da outra turma do terceiro ano que nem me conheciam vieram me cumprimentar. Interessante, muito interessante saber que estavam todos do meu lado.

Até que o alvo chegou. Lilá Brown chegou vestindo um sobretudo rosa e uma bota de salto alto de camurça, os cabelos soltos e sua expressão de desdém de sempre colada no rosto coberto de maquiagem.


– Gnu está se aproximando, leoa alfa. –Falou Cho em um sussurro. Me virei para ela com uma cara de quem diz “Mas que merda é essa?” e ela riu. – Gnu é a Lilá, a nossa presa. Você é a leoa alfa, quem planejou a emboscada, que seria a vingança. Eu, a Gi e a Luninha somos do seu bando, as leoas secundárias, entendeu? –Gargalhei.

– Criativa Cho, muito criativa. –Vi os meninos adentrando no auditório e Lilá só faltou comer meu namorado com os olhos.

– Leoa alfa, os leões machos estão se aproximando, estamos em época de acasalamento? –Tive que me conter para não rir de Gina.

– Não sei vocês, mas eu estou. Só que agora não é hora de praticar coito com os leões machos, leoa. –As três riram.

– Boa tarde à todos. –Começou o diretor em cima do palco falando no pedestal. – Hey, vocês ai, silêncio! –Ordenou ele percebendo o tumulto de alunos que não paravam de falar.

O diretor passou algum tempo falando sobre coisas banais que ouvíamos o dia todo na escola e que já sabíamos de cor. Minutos depois, o diretor anunciou quem seria a próxima a falar.


– Lilá Brown, a capitã do time de líderes de torcida vai falar agora em nome de todos os esportistas. –Me virei para olhá-la, ela se levantava com aquele sorriso falso grudado nos lábios cobertos de gloss rosa, as gêmeas Patil aplaudiam sem nenhuma vontade aparente como o resto do auditório. Mais da maioria nem aplaudiu. Só os jogadores de futebol americano que já haviam comido ela e as meninas que se faziam de amigas dela para poderem ser comidas pelos jogadores de futebol americano.

– Olá. –Começou ela com a voz anasalada e irritante. Houve silêncio, minha vontade foi de rir. Acho que nem a servente da escola seria tão ignorada assim se fosse lá na frente.

Lilá começou seu discursinho ensaiado falando de como era legal ser uma cheerleader, de como era chato e deprimente não ser popular e depois adicionou um “não que eu saiba como é não ser popular, porque sempre fui a vida inteira”. Percebi pela cara do diretor e dos professores que mais alguns minutinhos e eles tirariam a piranha de lá a tapas.


– Vou lá, me desejem sorte. –Cho foi escolhida por nós para ser a responsável da “surpresa”, pois ela era pequena e discreta. A japonesa foi indo sorrateiramente por trás da mesa dos professores, correndo para atrás do palco.

Ela ficou atrás da cortina vermelha onde os fios que havíamos prendido nos baldes estavam. Pude ver sua pequena mão aparecer e juntar os fios, cruzei os dedos rezando para que desse certo.


– A câmera está ligada? –Perguntei sussurrando para Luna.

– Ligadíssima.

– Luz... –Começou Gina. – Câmera... Ação! –Cho puxou o fio e os dois baldes viraram em cima de Lilá. Uma gosma rosa claro caiu primeiro, uma mistura de tinta vermelha e cola branca, se assemelhando com o tom de pele de uma galinha depenada. Depois, o outro balde virou despejando penas de várias cores que grudaram imediatamente na mistura gosmenta.

Vi a boca de todos que observavam a cena se escancarar, os professores e o diretor estavam visivelmente chocados. Lilá tirava a cola com as penas do rosto tão em choque quanto os outros. Os meninos estavam surpresos, mas riam do mesmo jeito.


– Ta-da! –Gritei no microfone me levantando do lugar. Todos olharam imediatamente para mim. – Surpresa, Lilá! –Fiquei no meio do corredor, no meio dos alunos que me olhavam surpresos. Houve um tumulto de cochichos. – Sabe pessoal, vim para a Campbell querendo um ano escolar de paz em que eu me formaria e me mandaria daqui. Só que isso foi impedido por uma VADIA! –O tumulto aumentou. Os professores e o diretor não sabiam o que fazer. – Sim professores, Hermione Granger fala palavrão!


“Só que o problema não é com vocês, é com a Barbie falsificada ali da frente. Como se sente, Lilá? Humilhada ou percebeu que esse é o seu lugar? Essa menina me atormentou o ano todo! Quando pensava que a cobra havia se escondido na toca, lá vinha ela de novo. Primeiro, achei que era dor de cotovelo, pois Rony te deu vários pés na bunda, não é? Você vinha descontar em mim toda essa sua falta de amor. E algum tempo pensando, descobri que era isso mesmo. Sabe o que você é, Brown? Uma mal amada. –O tumulto recomeçou, fiquei contente de que até agora ninguém me impediu de dizer o que eu queria. – Bem isso que todos ouviram, uma MAL AMADA! Garanto que você não tem amor nem em casa, quem dirá aqui fora. Até porque, que garoto em sã consciência te amaria? Uma menina fútil que não ama nem a si mesma não merece alguém que a ame de verdade.”


– JÁ CHEGA! –Gritou o diretor no microfone.

– Nada disso, diretor. Nada disso. –Me virei para ele. – O senhor mesmo nos disse que poderíamos falar o que quiséssemos. Sabe, isso estava entalado na minha garganta o ano todo, deixa eu falar tudo que você poderá dormir tranqüilo essa noite. –Falei com rispidez e ele se sentou novamente.

– Diretor, o senhor tem que fazer alguma coisa, a senhorita Brown está chorando e... –O diretor interrompeu Dolores e me fez um sinal para prosseguir. Confuso, mas muito legal.

– Voltando ao assunto. –Me aproximei mais do palco. – E essas pessoas que se diziam suas amigas? Não são, Lilá. Você não tem amigos, nunca teve. Você nunca saberá o gosto de uma amizade verdadeira, porque não merece.

“Você não tem NADA Lilá, absolutamente NADA. E não venha negar porque você sabe que é verdade. Vamos lá, conte para nós quem são seus melhores amigos? –Ela se manteve quieta com um olhar demoníaco e os punhos cerrados. Parecia querer invocar algum espírito para me matar, ou algo assim. – E seu namorado? Onde está? Viu? Ninguém. Você não tem NINGUÉM. Nunca teve.

Sabe o que você vai ser na vida, Lilá? Uma NADA, enquanto você poderia estar construindo um futuro, se preocupou mais em destruir meu namoro. E olha como você terminou: Sendo humilhada na frente de todos os alunos. Legal, não é? Estar por baixo uma vez na vida, está no lugar que sempre pertenceu, sendo quem sempre foi, uma GALINHA! –Todos riram enquanto os olhos da piranha se enchiam de lágrimas. – Pela primeira vez na vida, não sinto pena de alguém. Quero dizer, claro que sinto. Sinto pena por você nunca conseguir ser alguém na vida, sinto pena porque você nunca saberá o que é o amor e a amizade.

Sabe, eu até preferia te encher de tapas, como você faria comigo. Mas não, você esqueceria o tapa um dia, vai dizer que essa baita humilhação que está passando vai sair da sua mente um dia? Se sair, não se preocupe, o vídeo vai estar na internet daqui a algumas horas. –Apontei Luna, que ergueu a câmera em comemoração. – Enfim, espero que tenha amado a surpresa, OPS, corrigindo: Espero que tenha odiado a surpresa, já que você não é capaz de sentir amor nem por seus saltos de brechó e nem o camundongo que vive no seu quarto e capaz de amar uma pessoa repugnante feito você.

Você me dá nojo, Lilá Brown. Nojo, sua galinha.” –Risadas encheram o auditório e todos começaram a chamá-la de galinha. Dei um sorriso de vitória quando Lilá saiu correndo chorando. Missão cumprida.


– Agora chega. –O diretor arrancou o microfone da minha mão com uma expressão de fúria no rosto.

– Tudo bem, já terminei mesmo. Vamos, meninas e meninos. –Sai do auditório sendo acompanhada pelas minhas amigas e meus amigos.

– Nossa, isso foi inacreditável! O acontecimento do século! –Disse Rony rindo abertamente.

– Foi mais do que merecido, com toda certeza. –McLaggen falou.

– Parabéns, meninas. Isso foi épico. –Aplaudiu Harry e nós rimos.

– Sabemos que foi. –Cho disse convencida. Quando eu estava quase saindo do pátio da escola, vejo uma menina coberta de penas correndo em minha direção.

– SUA VADIA, VOCÊ VAI PAGAR POR ISSO! –Segurei os pulsos de Lilá quase que por um reflexo e acertei seu rosto com um tapa épico. Nunca despejei tanta força na minha mão como hoje. Ela recuou visivelmente tonta e seus olhos castanhos me encararam com ódio. – Se está pensando que vou te deixar em paz, está muito enganada, Hermione. –A piranha saiu dando uma risada maléfica e tudo que eu fiz foi cair na gargalhada.

– Meus joelhos estão tremendo de medo, Lilá! Não vou nem dormir a noite! –Debochei enquanto meus amigos riam.

– Chega de confusão por hoje, pelo amor de deus. –Pediu Rony me abraçando. – Vamos para casa. –Fomos comemorando até o estacionamento onde nos despedimos e cada um foi para sua casa.

– Como se sente? –Perguntou o ruivo enquanto dirigia.

– Uma sensação de missão cumprida enorme dentro de mim. Eu jamais deixaria barato depois de tantas coisas que essa vadia fez com nós. Agora, estamos livres dela. –Agarrei seu braço e deitei minha cabeça no ombro dele.

– É. Livres e em rumo a um futuro perfeito. –Senti meus cabelos sendo acariciados e sorri involuntariamente.

– A um futuro perfeito em que nós dois estaremos unidos sempre. –Completei.

– Sempre. –Ele repetiu e o sorriso bobo não desgrudava do meu rosto.

Cheguei em casa sendo recebida por uma mãe muito desconfiada da minha alegria exagerada. Subi rapidamente para meu quarto, onde liguei o computador e aguardei minhas amigas ficarem online. Luna preparava a segunda parte da vingança e eu mal esperava para isso.

No outro dia, acordei mais cedo do que o acostumado e as meninas me buscaram em casa para irmos para a casa da Lilá. Os meninos não sabiam do nosso segundo plano, mas Luna ia filmar tudo também para depois mostrar para eles. Sabe, é ótimo ser a vilã uma vez na vida.

Chegando na casa da piranha azeda, nossas habilidades de cheerleaders nos ajudaram a escalar o muro e entrar no terreno da moradia. Luninha que estava com a câmera e com uma caixinha em mãos, iniciou a segunda parte da vingança.


– Estamos aqui na casa da vadia oxigenada com a cópia do vídeo da vingança parte um. –Ela sussurrou para a câmera, mostrando a caixa escrito “Para Lilá, a flor mais linda do campo com muito amor. CD de músicas que me lembram você.”, para enganá-la. Dentro, o DVD com o vídeo estava prontinho para ser visto. – Agora, colocando na porta da casa dela. –A loira engatinhou até a porta para que Lilá que estava assistindo tv na sala, tendo visibilidade da janela da frente, não a visse. – Tocando a campainha. –Disse ela antes de colocar a embalagem no chão e apertar o botão da campainha.

Corremos como se não houvesse amanhã e nos escondemos na lateral da casa. Lilá saiu e pegou a embalagem com um olhar de curiosidade.


– Quem mandou? Não tem remetente... –Senhorita óbvia. – Vou ver então. –Entrou de volta. Engatinhamos até a janela da frente, onde ficamos agachadas com os olhos na altura da janela podendo ver a loira burra de costas colocando o DVD no aparelho. Ela se sentou novamente aguardando começar a rodar, até que a cena dos baldes caindo em cima dela começaram.

– Meu deus, eu vou fazer xixi nas calças... –Comentei me segurando para não rir da sua cara de ódio. As outras estavam no mesmo estado deplorável que eu.

– VADIAS! –Gritou ela praticamente arrancando o DVD de dentro do aparelho e o quebrando em pedaçinhos. – Elas vão ver, ah se vão... –E por fim tacou os míseros pedaços pela janela, quase nos atingindo.

– Vamos embora, eu não quero morrer, sou muito nova, bonita e modesta para isso. –Falei em voz baixa e elas concordaram, prendendo o riso. Depois que já estávamos no lado de fora, risadas escandalosas preencheram a rua toda. Nunca ri tanto na minha vida, agora sei porque Lilá gostava de fazer maldades com os outros.

A tarde Ron veio na minha casa, ele viu o vídeo e sentiu muito orgulho da namorada. Por mais que o ruivo ficou triste por não ver ao vivo a cena linda que presenciamos, riu muito e ficava dando replay no vídeo para ver a cara de espanto da vaca uma vez, mais uma e outra vez.

Depois das quatro da tarde, começou a nevar. Alguns floquinhos tímidos começaram a cair do céu de Los Angeles e uma menininha louca chamada Sophia quase enlouqueceu de tanta alegria, ela queria até guardar um floco em um potinho, como se neve em dezembro fosse muito incomum.

Enquanto minha irmã corria só de pijama do lado de fora, eu e Rony ficamos debaixo das cobertas perto da lareira. Depois minha mãe quase me espancou porque deixei minha irmã mal agasalhada no frio e ela ficou com gripe, mas tudo bem.

No dia 22 tive a notícia mais feliz de todos os tempo: Eu iria passar o natal na fazenda dos Weasleys. Sim, dia 24 a casa praticamente iria cuspir pessoas para fora de tanta gente, até meus pais iriam. Por isso, decidimos não fazer amigo secreto, já que quase vinte pessoas o mínimo que daria seria uma baita confusão, então optamos por uma troca de presentes mesmo depois da ceia, e é claro, um homem vestido de papai Noel para alegrar minha irmã.

Fiquei triste que passaria longe dos meus amigos, mas já prometi que o ano novo vamos passar na praia e todos juntos.

– Hermione, você vai cair! –Alertou minha mãe enquanto eu caminhava pela neve em direção do carro do Rony parecendo uma bola de tanto casaco. Era cinco horas da manhã, estava muito frio e nós estávamos indo para a fazenda. Meus pais e minha irmã no carro deles e eu com Rony, Gina e Harry, como da última vez. Meu pai carregava um saco de presentes para dentro do carro, um para cada membro da família.

– Mãe, não me importo em cair, esse monte de casacos que me fazem parecer um elefante marinho vão amortecer a queda. E eu só quero chegar no carro sem congelar. –Falei, alcançando o trinco e tentando abrir, mas com dificuldade por causa das malditas luvas. – RONY, FAÇA O FAVOR DE PARAR DE RIR DE MIM E ABRE LOGO ESSA PORTA! –Gritei batendo com as mãos nos vidros fumê do carro, ele abriu a porta e sua gargalhada alta encheu meus ouvidos.

– Que eu saiba elefantes marinhos não falam. –Semicerrei os olhos para ele, que continuava rindo.

– Se não quer apanhar de mim, cala a boca e dirige. –Coloquei o cinto fechando a cara para ele.

– Ah... Não fica braba... Você é a elefanta marinha mais linda do mundo. –Tive minhas bochechas apertadas, arranquei minha touca tacando com tudo na cara dele, nem me importando com meu cabelo bagunçado. O ruivo só riu e me beijou.

– Hello, estamos aqui! –Anunciou Gina e eu ri, me separando de Rony para abraça-la com dificuldade por causa das minhas roupas.

– Minha namorada é muito carente Mi, nem ligue. –Ri e abracei Harry.

– Vou começar um strip aqui, nem liguem. –Comecei a arrancar várias peças que eu nem me lembrava de minha mãe ter me obrigado a botar, enquanto os três riam de mim.

Fomos até a fazenda na maior da animação, mas sem fazer Rony tirar os olhos da estrada, pois havia descido um nevoeiro e a pista estava escorregadia por causa do gelo. Nem preciso dizer que meus sogros e meus pais só faltaram chamar um guincho para nos levarem em segurança, não é?

Na metade do caminho, acabei dormindo. Muita ansiedade no dia anterior somado com o porre do meu namorado – que eu amo muito – cantando canções de ninar e botando música clássica no rádio só para me ver dormir, encostei minha cabeça no vidro fazendo minha touca de travesseiro. Descobri uma utilidade para ela que não fosse coçar minha cabeça por causa do meu ódio interno por lã em contato com minha pele e me descabelar.


– ACORDA BELA ADORMECIDA, CHEGAMOS! –Gritou Gina em meu ouvido me fazendo pular de susto.

– Quer me matar? –Perguntei um pouco desorientada ainda abrindo os olhos sonolenta.

– Irmãzinha, sua insensível. Tem que acordar com jeitinho, sem assustá-la. Assim ó... –Rony esfregou o nariz em meu pescoço. – Amorzinho, acorda... Nós já chegamos... –Ele falou com a voz calma e suave, com um toque sexy que só ele sabia dar. Meu corpo respondeu aos seus estímulos com arrepios.

– Hum... –Me espreguicei e o puxei pela nuca, tascando um beijo intenso nele, que retribuiu com fervor.

– Ok, jamais acordarei minha melhor amiga com um beijo. –Ri alto me separando do meu namorado e saindo do carro, pegando em sua mão em seguida. Caminhei ainda sonolenta até a entrada da casa onde uma multidão nos aguardava. VOU SER SUFOCADA DE ABRAÇOS, YEY!

Como esse povinho me fazia falta... Vó Ella, vô Timus, vó Nina, tio Bilius... Todo mundo. Até aqueles que eu via frequentemente como Molly e Arthur, os gêmeos, Fleur, Gui, minha princesinha Vic... Eu fazia parte da melhor família de todas, sem dúvidas.

Fui recebida por uma chuva de abraços e beijos, como esperado, e a sensação de ser querida por tanta gente me fazia esquecer do frio que estava fazendo e das broncas da minha mãe por eu ter me livrado das roupas que ela havia me obrigado a por.

Por minha sorte, Muriel e Tessie não vieram, pois se mudaram de cidade e alegaram que “estava muito frio para sair de casa só para fazer uma troca de presentes idiota”. Se elas viessem, seria a garantia dos sonhos da minha irmã destruídos, ninguém duvida que Muriel não soltasse um “Papai Noel não existe” no meio da ceia de Natal.


– Vamos para dentro, gente! Está muito frio aqui. –Falou Ella entrando em casa enquanto a multidão a seguia. Sophia que brincava na neve só entrou quando foi carregada por Rony. Espertinha.

Depois de contarmos todas as novidades, todos terem um tempinho para segurar a nova bebezinha da família no colo, fui liberada para subir e descansar, já que todo mundo percebeu na minha cara que cansaço era pouco para o que eu estava sentindo.

O quarto foi o mesmo da primeira vez que vim aqui, estava do mesmo jeitinho que eu adorava. Da varanda dava de ver os campos brancos e o sol já nascia no horizonte tímido por trás das nuvens, avisando que a previsão do tempo estava correta. Mais neve, só para de tarde.


– Vai ficar lá embaixo? –Perguntei para Rony me espreguiçando e me jogando na cama.

– Não vou perder uma manhã de sono com minha namorada para ficar lá embaixo sem ela. –Sorrimos. O ruivo deitou-se ao meu lado, jogando um cobertor felpudo por cima da gente, me aninhei em seu peito coberto por um moletom macio e passei minhas pernas em volta das dele, para esquentar melhor. – Seu pé até com meia é gelado. –Ele reclamou quando passei meu pé pela perna dele, puxando a barra da sua calça para cima.

– Falou o Tocha Humana. –Ron gargalhou.

– Posso ficar fervente de um segundo para o outro, é só saber meu ponto fraco. –Levantei meu olhar para ele e vi seu sorriso malicioso.

– Sei exatamente qual é... Sou o fósforo para sua combustão. –Pisquei e ele sorriu.

– Exatamente. –Beijou o topo da minha cabeça. – Tenha bons sonhos, baby. Amo você.

– Estou em seus braços, já é um sonho vivido. –Seus dedos acariciaram meus cabelos. – Também te amo, baby. –Fechei meus olhos, sendo embalada pelo som da sua respiração baixa e o sobe e desce do seu peito.


...


– Amor... Já é hora de acordar... Daqui a pronto o almoço fica pronto... –Uma voz masculina falou baixinho em meu ouvido e abri os olhos preguiçosamente, me esticando na cama.

– Nossa, sério? –Coçei meus olhos e Rony riu baixo.

– Sério, dorminhoca. –Senti meu rosto sendo acariciado enquanto eu voltava a fechar os olhos. – Te espero lá embaixo, tudo bem?

– Certo, diga para os outros que a Bela Adormecida já está descendo... –Ele riu e beijou minha testa, pude escutar seus passos se afastando e voltei a abrir meus olhos, dando um grande bocejo. Tem coisa melhor do que dormir no inverno?

Não demorei muito para descer, só precisei trocar de roupa por algo mais confortável, coloquei um casaco grande do tamanho de um sobretudo por cima das minhas blusas de manga comprida, substituindo os milhões de peças de lã sufocantes.

Sai no corredor sentindo além do leve friozinho, um cheiro muito bom vindo do andar de baixo. Era tão bom estar aqui de novo, eu me sentia praticamente em casa. Desci as escadas chegando na sala de jantar onde as vozes estavam concentradas e me deparei com uma mesa repleta de pratos de aparência deliciosa que fez com que minha barriga respondesse imediatamente, roncando alto. Até as pessoas que conversavam distraidamente perceberam, deu até vergonha.


– Estou vendo que alguém está faminta. –Falou vô Timus e todos caíram na risada.

– Todos estamos, vô... –Comentou Fred indo beliscar um pouquinho de espaguete com a mão, só que Ella apareceu a tempo de bater em sua mão como repreensão.

– Estejam todos servidos! –Anunciou ela sorrindo enquanto Fred recuava fingindo que o tapa havia doído. É um dramático mesmo.

Nos distribuímos pela mesa e acabei ficando entre Gina e Rony. Demorei um pouco para me servir, pois estava com vergonha de encher demais o prato e ser reconhecida como gulosa, é que tinha tanta coisa boa... Novidade ter comida gostosa aqui nesta casa.


– Desculpem pela casa não estar devidamente decorada quando chegaram, dá até vergonha, pois costumávamos enfeitar o ano todo... Só que agora estamos velhos, temos que deixar o trabalho para os jovens... –Ella sorriu para nós. – O que acham queridos, de enfeitar a casa hoje a tarde?

– Acho uma ótima ideia! –Falei sorrindo. E era mesmo. Desde pequena tive sempre um fascínio por árvores de natal, casas cheias de pisca-pisca e coisas do tipo.

– Também acho. –Concordou Ron com um sorriso no rosto.

– Eu ajudo! –Falaram os gêmeos em uníssono, para depois Gina e Harry sorrirem e dizerem que ajudavam também. Fiquei mais ansiosa que a minha irmã, isso que ela é uma criança.

Depois do almoço maravilhoso, os homens limparam a cozinha como de costume enquanto as mulheres curtiam a folga na sala, o lugar mais quentinho da casa por causa da lareira enorme.


– Então meninas... Quero mais netinhos! Se não... Quem vai brincar com a pequena Victoire? –Disse vó Nina com a bebezinha no colo brincando com suas mãozinhas gordinhas enquanto ela balbuciava olhando curiosa para a televisão, onde passava um programa sobre cães.

– É verrdade... Minha Vic vai ficarr muito sozinhe! –Falou Fleur com seu sotaque fofo, para depois fazer uma cara de cadelinha abandonada.

– Gente, nem pensem que vou trazer um ruivinho ou um moreninho para essa família muito cedo. –Gina disse e eu concordei plenamente. – Tenho só dezesseis anos, quero mais é aproveitar, para depois casar e embuchar do Harry. –Gargalhamos alto.

– É, eu também. Penso primeiro no meu futuro acadêmico, quero ter uma condição boa para criar meus filhos. Sei que as ajudas financeiras que eu precisar, meus pais me ajudam sem questionar, mas quero ter o gosto de comprar as fraldas e tudo que o bebê precisar com o meu dinheiro. –Confessei e recebi olhares admirados.

– Tentei dizer a mesma coisa que a Mi disse, só que não saiu da melhor forma. –Rimos de Gina novamente.

– Terminamos, meninas lindas. –Tio Bilius, solteirão e humorista como sempre nos interrompeu, entrando na sala. – Timus avisou que já podem começar a arrumar a decoração. –Saltei do sofá animada e todos riram. – Calminha ai Hermione, vamos carregar as coisas lá para fora ainda.

– Ah... –Sentei novamente, a animação tinha desaparecido, e novamente risadas encheram o local.

– Brincadeira. Vá lá para fora e seja feliz, Mi! –Saltei de novo e sai correndo pela porta, ouvindo as risadas se distanciarem. Fred e Jorge já estavam do lado de fora brincando de guerra de neve. Sophia fazia um mini boneco de neve distraidamente.

– Seu casaco, filha. –Minha mãe apareceu do nada me estendendo um sobretudo grosso enquanto eu calçava minhas botas ugg. Não reclamei, pois estava realmente frio. Coloquei o casaco e fui até a caixa de coisas para a decoração, onde comecei a remexer a procura de coisas legais, só que tudo era mágico ali.

De tão distraída que eu estava, nem percebi a chegada de Rony. Só percebi quando ele começou a enrolar um pisca-pisca em volta de mim, tornando impossível mexer meus braços e minhas pernas porque fiquei presa.


– Ron! Me solta! –Pedi rindo e andando feito um pingüim, ele ria enquanto passava as lâmpadas pequenas por entre meus cabelos.

– Você virou minha árvore de natal agora, e meu presente também. –O ruivo pegou o fio e levou para dentro de casa.

– RONY! Volta aqui! Eu vou cair... –Choraminguei tentando me desenrolar. De repente as lâmpadas pequenininhas se acenderam em diversas cores. – SE EU LEVAR UM CHOQUE, VOCÊ VAI VER! –Gritei e ele voltou gargalhando.

– A árvore de natal mais linda que eu já vi. –Se aproximou de mim e me beijou, me segurando em seus braços para que eu não caísse de cara no chão. – Só que reclama muito, tenho que enfiar essa bola na boca dela. –Ron ergueu na mão uma bola vermelha para enfeitar árvores.

– Enfia pra tu ver o que te acontece quando eu me livrar daqui. –Falei ameaçadoramente e ele riu, recuando alguns passos.

– Chega de brincadeira, vocês dois. Ginevra Weasley chegou para comandar a bagunça. Comigo não tem erro, ou a decoração fica perfeita para a chegada do Noel e suas renas, ou vocês morrem e eu vendo seus órgãos no mercado negro. –Até os gêmeos que brincavam na neve se viraram para encarar Gina com olhares assustados.

– Chega de papo e vamos trabalhar, isso sim. –Harry chegou dando um tapa na bunda da ruiva, que fez uma cara de choque e começou a rir.

Até que nosso trabalho deu início. Enquanto os homens grandes e fortes seguravam as escadas, as meninas miúdas, só que nada fracas, é óbvio, arrumavam a iluminação da casa. Depois de muito tempo arrumando o posicionamento dos piscas-piscas para se adaptar ao alcance das tomadas, terminamos a primeira parte.


– O trenó tem que ficar no telhado. –Rony apontou para um trenó grande cheio de renas que a noite se iluminariam por causa dos piscas-piscas.

– Quem é que vai subir até lá carregando isso? É impossível. –Falou Harry.

– Desde que você ajude, eu vou!

– Vai ser hilário... –Começou Fred.

– Ver você cair do telhado, Rony. –Terminou Jorge.

– Calem a boca, vocês dois. Se não vão ajudar, não atrapalhem. –O ruivo saiu batendo os pés na neve para buscar o trenó, quando voltou trazendo-o derrubou sem querer um dos três bonecos de neve de trinta centímetros da minha irmã. Sophia fez uma cara de choro para depois disparar atrás de Rony com os braçinhos erguidos e acertar com tudo no meio das pernas deles, eu cheguei a cair na neve de tanto rir.

– SOPHIA! Não foi por querer! –Choramingou Ron se contorcendo de dor, minha irmã percebendo o que havia feito, começou a rir dele. Enquanto isso, eu lacrimejava em uma crise de riso.

Rony subiu no telhado mesmo e quase me matou de susto quando fingiu escorregar, quando ele desceu quase o matei por quase me matar. Depois, arrumamos mais algumas renas bonitinhas no quintal, penduramos um Papai Noel de paraquedas no teto da varanda, mais algumas plantinhas que lembravam o natal e por fim uma guirlanda muito bonita na porta principal.


– Ainda temos a decoração interna gente, mexam-se! –Gina praticamente gritou nos tirando do nosso momento “a-decoração-ficou-realmente-foda”. Quando abrimos a porta nos deparamos com os adultos cuidando da decoração interna eles mesmos.

Entramos e percebemos que todos os cômodos do andar de baixo estavam decorados. De relance, pude ver a mesa de jantar com uma toalha linda, velas e tudo mais, só que o que chamou minha atenção foi um pinheiro de verdade enorme em um canto da sala, deveria ter no mínimo dois metros e meio. Em cima da lareira haviam meias penduradas, dando um charme sem igual. Estava tudo perfeito, sem mais.


– E ficou incrível, não ficou? –Questionou Ella passando as mãos no pinheiro. Nós quatro assentimos encantados. Os gêmeos ainda estavam lá fora montando um boneco de neve grande com a ajuda da minha irmã.

– Voltou a nevar! –Alertou Nina. Fleur que amamentava a pequena Vic se virou para ver os flocos que começavam a cair.

– Voltem lá para fora, crianças. Aproveitem que as nevascas fortes de Pasadena passaram. –Como se o que Ella tivesse dito fosse só para mim, corri para fora onde fui alcançada por Rony que me derrubou na neve.

Brincamos de tudo, de guerrinha, de fazer anjinhos, de ver quem conseguia comer os flocos com a língua... Vô Timus até foi buscar o trenó dele para podermos deslizar pelos morrinhos que antes eram campos esverdeados e agora se tornaram uma paisagem fabulosamente branca, foi a tarde mais divertida que já passei na neve.


– Nossa, estou morta. –Falei me jogando na neve e sentindo-a derreter em meus cabelos levemente molhados de tanto ser acertada na cabeça pelos gêmeos. Eu suava, por mais que achei estranhamente impossível.

– Não está não, quer ver? –Rony se agachou me fazendo cócegas na barriga, gargalhei e o empurrei para longe.

– É, estou quase. –Tirei um dos casacos, mas antes olhei para os lados para checar que nenhuma mãe superprotetora me observava. Mas era impossível, dona Rachel chegou correndo com suas botas ugg como se tivesse sentido cheiro de desobedimento.

– Hermione! Levante dessa neve e coloque o casaco, agora! –Me levantei feito uma criança birrenta e juntei um pouco de neve nas mãos, tacando nas pernas da minha mãe. – Moçinha, eu não estou para brincadeira! –Gritou ela.

– É moçinha, ela não está para brincadeira. –Fred passou me zoando e minha vontade foi enforcá-lo.

– E vá tomar um banho quente, já são seis horas da tarde. –Sai afundando meus pés no gelo e com um bico que chegava aos meus pés. Entrei em casa e já fui direto para o banho, antes que eu precisasse ouvir mais algum discurso da minha mãe.

Liguei o chuveiro após quinze minutos tentando me despir e entrei debaixo da ducha quente, que encheu o banheiro de vapor. Rony entrou no banheiro e por um espaçinho do box sem estar embaçado consegui ver que ele ia tomar banho também.


– Ah, não consigo te ver tomando banho com todo esse vapor. –Comecei a rir e desenhei um coração com a ponta dos dedos na parte embaçada. – Ai que linda. –Ele desenhou outro coração ao lado do meu e eu sorri.

– Fofo. –Falei desligando o chuveiro, me enrolando na toalha e saindo do box. Fui recebida por um ruivo lindo que me puxou pela cintura e me beijou. Retribui e de repente senti suas mãos subirem para o nó que dei para a toalha ficar presa ao meu corpo. – Rony, não agora... –Afastei suas mãos e ele me olhou com uma cara de cachorrinho abandonado.

– Ah... Não vamos demorar... Eu prometo... –Ri, com minhas mãos em seu peito, bloqueando o contato.

– Vou checar com o Papai Noel se você se comportou esse ano, se sim, mais tarde você terá o que quer. –Pisquei, indo para longe dele para me secar.

– Juro que fui. –Ri mais uma vez.

– Veremos. –O ruivo emburrou enquanto se despia para entrar no banho. Até com a cara emburrada ele é lindo. Quando seu corpo escultural entrou no box, me sequei e coloquei uma roupa simples, a roupa super incrível da noite ficaria para depois.

Desci e fui ajudar as meninas com o jantar, que já começava a ser feito depois das seis e meia, pois era muita coisa a ser preparada. Tinha de tudo, desde pratos principais à sobremesas. As sobremeses já estavam prontas na geladeira sendo vigiadas por Fleur, para evitar qualquer ataque fora de hora dos meninos esfomeados.


Fui liberada para me arrumar e subi rapidamente, indo tomar um segundo banho, pois Gina havia brincado de guerra de comida comigo novamente. Depois do banho, coloquei um vestido vermelho muito elegante com um decote generoso que valorizava bem meus seios. Calcei uma sandália de tiras douradas para combinar com a elegância do vestido e mais algumas jóias. Coloquei minha aliança de namoro, girando-a no meu dedo e suspirando involuntariamente.


(Look: http://www.perfeitamulher.com/wp-content/uploads/2011/09/Vestido-para-festa-curto-da-moda-vermelho.jpg )

Sequei meus cabelos, prendendo-o em um coque deixando alguns fios ondulados soltos e coloquei uma presilha dourada para enfeitar. Passei pó, rímel, esfumacei meu olho com dourado, iluminando e destacando a cor dos meus olhos. Passei batom vermelho generosamente pelos meus lábios e esborrifei meu perfume enquanto girava na frente do espelho. Fiquei feliz com o que vi no reflexo.

De repente a porta se abriu e Rony entrou já arrumado com seu blazer, camisa branca de botões abertos no começo do peito e calça jeans. Quando ele me viu, sua boca caiu ao chão.


– O que achou? –Perguntei sorrindo e dando uma voltinha.

– Uma deusa. –Sorri mais ainda, o abraçando. – Você é por acaso um anjo que caiu do céu? –Ri, dando um selinho nele.

– Sim. Me joguei de lá para poder ficar com o mortal mais lindo da face da Terra. –Ele sorriu, acariciando meu rosto. Percebi seu olhar escorregando até chegar em meu decote. - Ron! -O repreendi com um tapa leve e ele riu.

– O que posso fazer se você tem esse dom de me deixar louco? –Ri. - Vamos descer antes que eu me descontrole? –Assenti, sorrindo. Peguei na sua mão e descemos juntos. Lá embaixo, a ceia já era servida. Em cima da mesa tinha salpicão natalino, batatas gratinadas, farofa de passas e presunto, filé ao molho de vinho, lombo ao molho de maracujá e é claro, o tradicional peru. Ou melhor, OS tradicionais perus, tinha três. Todos os pratos em cima de uma toalha linda e talheres mais lindos ainda.

Depois de uma oração de agradecimento por mais um natal reunido, a família crescendo, todos com saúde e sucesso, começamos a nos servir. Era tanta coisa que eu nem sabia o que escolher, decidi pegar um pouco de tudo.

Foi o melhor jantar de todos, a comida estava perfeita, tanta gente na mesa conversando animadamente, essa delícia que é a união, me fizeram sentir nas nuvens. Olhando para o rosto de cada um presente ali percebi que os amo muito e nunca quero perdê-los.

Já se passava das onze horas e nós comíamos as sobremesas, além das coisas comuns haviam muffins natalinos, biscoitos e é claro, panetones de todos os tipos. Depois que terminamos de comer e todos estavam ao ponto de explodir, Timus anunciou que arrumou uma festa para comemorar a chegada do natal no salão de festas. Pelo visto só os jovens não sabiam disso.

Coloquei um casaco de pele falsa preto e saímos na noite gelada em direção da festa. Quando chegamos no salão de festas foi um choque, um pinheiro todo enfeitado maior ainda que o da sala estava no meio do salão, tinha uma lareira acesa para aquecer o local e todo o lugar estava decorado, mesas cheias de quitutes circundavam o salão e tinha também vários sofás e cobertores.


– A meia noite creio que o Papai Noel chega! –Vô Timus falou apontando para uma chaminé. – Vamos esperar com uma musiquinha? –Ele ligou The Beatles para tocar e ficamos por um bom tempo dançando e nos divertindo.

Quando meia noite chegou, Sophia estava ansiosa demais pelo Papai Noel para que pudesse desejar um Feliz Natal para alguém, ela se manteve olhando para a chaminé o tempo todo, hilário.


– Feliz Natal, amor. –Falei para Rony sorrindo e beijando-o.

– Feliz Natal baby. O meu melhor presente é te ter aqui comigo. –O ruivo disse sorrindo e beijando a extensão do meu maxilar.

– Digo o mesmo. –Sorri, abraçando-o com força. – Eu amo você. Para sempre. –Sussurrei em seu ouvido e eu o senti estremecer.

– Eu também te amo, mais que tudo, mais que todos. –Sorri apaixonada. Fomos interrompidos por Gina que praticamente pulou em mim.

– FELIZ NATAL, GATINHA! –Gritou ela agarrada em mim. Comecei a rir e a abracei.

– Igualmente, ruiva. Igualmente. –Depois de distribuir abraços e desejar um ótimo natal para todo mundo, escutamos uma batida no teto. Sophia ficou alerta.

– Será que ele chegou? Fiquem todos quietos. –Nos mantemos em silêncio até que um saco vermelho despenca da chaminé, o que assustou a pequena Victoire. Mas antes que ela pudesse abrir um berreiro, um velho de barba branca despencou da chaminé também, arrancando risadas de todos, principalmente da bebezinha e da minha irmã.


Depois que o “Papai Noel” que descobri pelos gêmeos ser o veterinário particular da fazenda, fez seu discurso de bom velhinho e teve a barba puxada pela minha irmã, que se surpreendeu por ser de verdade, ele começou a distribuir os presentes. Cada presente tinha o nome do remetente e do destinatário, todos ganharam.

Eu ganhei peças de roupas, jóias banhadas de prata e ouro e um notebook do meu namorado. Exigi devolução, era um presente muito caro, por mais que o que eu iria dar para ele mais tarde era bem mais caro, só que mesmo assim tentei fazer a devolução, ele não me deixou devolver, é óbvio.

Para Rony dei um porta retrato digital para fingir que mais tarde não ganharia um presente muito mais incrível, ele agradeceu muito e amou as fotos que coloquei. Tinha desde que éramos bebês até agora, cada uma com uma frase fofa.


– Ron, vou lá na casa, preciso fazer um negócio. –Beijei sua bochecha pronta para sair do salão de festa.

– Precisa de ajuda?

– Não. Avise os outros que vou ficar por lá. –Os outros já sabiam o que eu iria fazer, e quando Ron avisasse a eles já se tocariam.

– Bom... Tudo bem então. –Antes que eu perdesse mais tempo, sai quase que correndo de lá. Chegando em casa, subi a escada rapidamente e cheguei no quarto de Gina, onde os preparativos do que eu iria fazer estavam.

Peguei duas sacolas grandes e arrastei até o quarto, onde despejei as coisas que estavam dentro e comecei a arrumar o quarto. Troquei o lençol da cama por um lençol vermelho de cetim, coloquei um tapete felpudo preto no chão, despejei pétalas por todo o quarto e algumas velas aromáticas para iluminar. Arrumei o banheiro também, peguei um balde com gelo e champagne, taças e morango com chocolate, bem parecido com a decoração do meu presente de aniversário que ganhei dele.

Só que eu não iria fazer um joguinho de detetive com ele, iria fazer algo que ele iria gostar muito mais.

Peguei uma sacola pequena diferente das outras e me mandei para o banheiro, onde troquei de roupa. Coloquei uma lingerie vermelha com cinta liga e por cima uma fantasia de Mamãe Noel, com direito a saia super curta vermelha com plumas brancas e um cinto preto e um top vermelho com plumas brancas também.


Soltei meus cabelos deixando-os naturalmente ondulados, coloquei o gorrinho e reforcei meu batom vermelho e meu rímel. Passei um creme de morango que Gina me emprestou e calcei um peep toe de glitter vermelho assinado por Christian Louboutin.


Por enquanto eu estava confiante de mim mesma, mas quando me vi no espelho senti minhas bochechas queimarem. Era besteira estar com vergonha de fazer isso? E se eu gaguejasse na hora de atuar como “Mamãe Noel”? E se eu fizesse alguma besteira e ficasse totalmente ridícula e nada sexy? E se eu virasse meu pé? Ai meu deus.


Não entre em pânico, Hermione.

Eu estava decidida a fazer isso na Páscoa com uma fantasia de coelhinha, só que Rony e eu brigamos e fiquei fora do clima. Mas agora é pra valer... AI MEU DEUS!

Peguei meu celular e mandei uma mensagem para o celular que Rony que vivia no bolso da calça dele, então ele sentiria vibrar.


Pode vir aqui no quarto? Preciso da sua ajuda.


É agora. Ai meu deus. É agora. Me sentei na cama tremendo, eu tinha que fazer uma pose sexy, mas havia congelado! Respirei fundo e imaginei Rony fazendo amor comigo, todas as suas palavras doces e gestos apaixonados... Meus ombros se soltaram e senti meus músculos deixarem de ficar rígidos. Quando ouvi seus passos se aproximando, cruzei minhas pernas de uma forma sexy e apoiei minhas mãos atrás de mim.


O trinco se mexeu e eu inspirei profundamente, deixando a Hermione envergonhada e insegura de lado dando lugar a uma Hermione confiante e poderosa.


Rony POV


Eu estava sentando em um dos sofás vendo Sophia brincar com sua nova boneca quando senti meu celular vibrar na calça. Tirei-o do bolso e me deparei com uma nova mensagem, deveria ser da operadora, só pode.


Pode vir aqui no quarto? Preciso da sua ajuda.

De: Amor ♥


Estranho. Levantei sendo questionado onde iria e respondi que ia ver o que minha namorada queria, sai do salão indo em direção da casa andando em passos rápidos. Adentrei na casa e subi as escadas, indo para o quarto. Meu tênis fazia barulho quando ia de encontro ao chão, mas mesmo assim não parecia que Hermione havia ouvido minha chegada.


Peguei no trinco e abri a porta devagar, sentindo um cheiro delicioso de flores, canela e menta invadir minhas narinas. Curioso, abri mais e me deparei com uma menina vestida com uma lingerie muito sexy e uma fantasia de Mamãe Noel. Congelei no lugar chocado com a cena.


Hermione era quem vestia aquilo e estava de pernas cruzadas, me olhando de uma forma provocante, como se com aquele olhar minhas roupas fossem cair todas ao chão de uma vez só.


– H-Hermione? –Falei com um fio de voz, a garganta seca, o corpo estremecendo de antecipação.

Merry Christmas, Rony. –Ela disse com a voz levemente rouca e carregada de sedução, fazendo os cabelos da minha nuca se eriçarem todos de uma vez. Minha namorada se levantou, caminhando de um jeito que nunca vi igual, um jeito sedutor e envolvente que me excitava só de olhar.


Ah meu deus, Papai Noel que me perdoe, mas hoje a Mamãe Noel é minha.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

oi de novo. HAHAHAHAH e ai, o que acharam? fiz aquela tragédia da formatura mas já enchi de love, momentos familiares gostosos e tudo de bom, ficaram contentes agora? não vão mais me matar? :c HAUSHAUSAS
e ai? o que acham que vai ser o presente do Rony? :3 não, não vai ser só essa surpresinha sensual ai da Mione safadenha HAHAHAHA
para acabar com algumas dúvidas que talvez irão surgir na cabeçinha de vocês... SIM, Lilá irá voltar. Não estamos perto do "Felizes para sempre" ainda, meninas. MAS CALMA, não me matem ainda. HAHAHAHAHAH aliás, o que é um conto de fadas sem um vilão? Uma hora é claro que vou dar um sumiço na Lilá e no Draco, mas vamos fazer como a filosofia do Jack Estripador, vamos por partes.
ENFIM, chega de spoilers que se não vou me empolgar demais e contar tudo que está guardado na minha mente maldosa. (~le exagero~)
espero que tenham gostado e que deixem suas opiniões, recomendações e reviews são muito bem vindo e um beijinho a todas, e até sexta que vem! :D