The Best Thing Thats Ever Been Mine escrita por manupotter


Capítulo 30
When I said, I'll never let you go, you believed?


Notas iniciais do capítulo

ooooi meninas :D como estão? espero que muito bem, já eu fiquei com febre ontem por causa da minha maldita garganta, melhorei hoje graças a minha mamãe super cuidadosa, só estou com um pouquinho de tosse e sintomas comuns de resfriado T-T também né, moro em uma cidade quente e quando o frio chega, dá a louca no meu sistema imunológico D:
mudando de assunto, primeiramente queria super agradecer a todos os comentários que estão deixando, aquece meu coraçãozinho gelado por causa do frio que está chegando. ♥ HAHAHAHAH obrigada por todo carinho e apoio sempre fofas, vocês são todas muito importantes para mim ♥ um agradecimento também à todas leitoras que antes eram fantasminhas e agora estão anunciando a presença! continuem assim ;)
mas eeeeeeeenfim, teve gente querendo me matar por causa do último capítulo :c HAHAHAHAHAH espero que esse capítulo faça vocês me amarem de novo, pois a manu não deixou sequelas na Mione ~spoiler alert~ só escrevi aquelas coisas nas notas finais para assustá-las mesmo, manu é muito covarde e sem chance conseguiria matar alguém nessa fic. (será? :B BRINKS TA ;*)
eeeeenfim, já chega de spoilers, tenham uma ótima leitura, espero que gostem, pois escrevi esse capítulo com muito carinho, deixem suas opiniões e até sexta :*



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Rony POV


– Meu Deus, Hermione! –Apertei o botão para chamar a enfermeira enquanto meu coração queria saltar pela boca. Eu não sabia o que fazer, pois não esperava por isso. Não sabia se ria, se chorava, se gritava... Fazia duas semanas que aqueles belos olhos cor de mel não se abriam, e agora que isso finalmente aconteceu, graças ao bom Deus, eu não sabia como deveria me comportar. Minha vontade era de abraçá-la, beijá-la, tê-la em meus braços para provar que aquilo não era um sonho ou um delírio

– O que houve? –Lisa chegou correndo e quando viu Hermione recuou um pouco com os olhos arregalados. – Meu deus, DOUTOR! –Gritou ela tão sem saber o que fazer quanto eu. Hermione resmungou se mexendo na cama como se não estivesse contente com a situação.

– Sim? –Sr. Diggory chegou correndo e abriu um largo sorriso quando viu Hermione. – Finalmente! Façam silêncio, vocês dois. –Ele pediu e parei de me mexer nervosamente, com os olhos marejados. – Como está, querida? –Amos se aproximou dela sorrindo.

– Sr. Diggory? Estou com dor nas costas... Me ajuda a sentar? –Aquela voz... Agora parecia o canto dos pássaros em meu ouvido, o coral dos anjos...

– Vejo que a memória não foi afetada, nem a fala. Ajudo sim! Mas vamos com calma, você pode sentir tontura. –Ele colocou as mãos nas costas dela e a ajeitou no travesseiro, para que ela pudesse ficar sentada. Hermione gemeu de desconforto.

– Nossa. Eu hibernei, não foi? –Risadas preencheram o quarto. Eu me mantinha tenso em um canto, apenas observando minha namorada com o peito gritando de felicidade.

– Hibernou, durante duas semanas. –Ela arregalou os olhos.

– Que droga. Virei a Bela Adormecida de novo. –Mais risadas.

– Mesmo com uma coisa tão séria você consegue brincar, vejo que senso de humor não falta. Vamos começar os exames, senhorita? –Hermione assentiu, dando um longo suspiro. – Primeiro, a melhor resposta verbal. Nome completo.

– Hermione Jean Granger. –Respondeu ela com convicção.

– Idade?

– 17 anos e... –Parou para pensar. – Quase três meses.

– Sabe onde está?

– Em um hospital.

– Por quê?

– Bati a cabeça na calçada no dia da formatura.

– Quem é ele? –Dr. Diggory me apontou e eu me encolhi mais ainda no canto da sala sentindo meu coração acelerar com o olhar avaliador que Hermione me lançou.

– Rony. –Pude ver o cantinho de seus lábios se crispando em um sorriso tímido, como se ela não me visse faz tempo e esse fosse nosso reencontro, onde nenhum dos dois sabe como agir, pois as emoções gritam sem parar dentro do peito.

– Certo. O que ele é seu? –Meu coração deu um baque. Agora era como se os segundos passassem tortuosamente devagar. Hermione me olhava e olhava para o doutor como se pensasse em uma resposta. Ela se lembrava perfeitamente da noite que viveu.

– Namorado. –Falou ela olhando para as mãos, senti uma lágrima escorrer. Pelo menos ela não disse que éramos amigos apenas, isso é bom, não é? Nós tínhamos que conversar muito ainda, mas a prioridade no momento era sua saúde.

– Muito bem. Nível 5, muito mais orientada do que qualquer bêbado em um barzinho qualquer em LA. –Lisa pegou a prancheta anotando a avaliação e riu. – Pisque cinco vezes. –Ela obedeceu com sucesso. - Abertura ocular... 4. Olhos se abrem espontaneamente. –A enfermeira anotou na prancheta. – Agora... Melhor resposta motora. Hermione, quero que erga o braço direito duas vezes, em seguida o braço esquerdo. Depois, faça o mesmo com as pernas. –E novamente, ela fez tudo certinho. – Certo. Sente isso? –Amos beliscou de leve o braço dela.

– Sinto.

– Perfeito. Nível 6, obedece ordens verbais. Parabéns Hermione, está em perfeitas condições, nenhuma seqüela aparente. Agora, temos que fazer outros exames. Lisa, ligue para os pais dela e avise que ela acordou! –Lisa assentiu e se retirou. Ele pegou uma cadeira de rodas e colocou ao lado da cama. – Rony, me ajude a colocá-la aqui!

– Ok. –Andei até a cama e Hermione me olhou profundamente, como se avaliasse meu rosto. Eu devia estar horrível, duas semanas sem dormir não fazem bem para ninguém.

– Pegue-a no colo e a coloque na cadeira.

– Doutor, não precisa, eu consigo me levantar... –Ela se mexeu na cama e Dr. Diggory a repreendeu.

– Você acabou de acordar de um coma, deixe que eu diga o que pode fazer e o que não pode fazer, senhorita. –Me aproximei de Hermione sem saber como agir, de tão nervoso que estava.

– Coloque o braço em meu pescoço. –Me inclinei e ela obedeceu, tirei a coberta de cima dela e passei o braço por debaixo de suas pernas, erguendo-a em meu colo. A sensação que eu tive foi como se fogos de artifício explodissem dentro de mim, tê-la em meus braços com ela bem novamente era a melhor coisa que poderia ter acontecido. Era inexplicável o que eu sentia, só sentindo para saber.

Coloquei Hermione na cadeira de rodas e Sr. Diggory saiu com ela do quarto.


– Obrigado pela ajuda, Rony. Coma alguma coisa enquanto ela faz os exames, depois vocês matam a saudade. –Assenti, sentando-me na poltrona de couro. A vontade de abrir a janela e gritar que minha namorada estava bem a plenos pulmões para que toda Los Angeles pudesse ouvir cresceu dentro de mim. Nem se eu ganhasse na loteria iria ficar tão feliz quanto estava agora, só que meus pensamentos que radiavam alegria resolveram me lembrar, que ela não estava de bem comigo.


Eu havia machucado-a, e ela se lembrava muito bem disso, por isso não agiu comigo do jeito que deveria ser. Recordei do que Fred havia me falado... “você machucou ela, e vai ter que ir passando bálsamo na ferida até que ela se cure, nem que isso demore.” Eu deveria ir com calma, mesmo que isso continuasse me matando por dentro. Hermione havia acabado de acordar de um coma, ela não deveria se sentir cem por cento bem. Como ela já havia reclamado, estava com dor nas costas, talvez uma dor no local da batida em sua cabeça, uma leve tontura, náusea... Além de tudo isso, não poderia sofrer muita pressão, afinal ficou duas semanas sem se mexer, sem conversar com ninguém, sem ser ela.

Eu teria que seguir o conselho de Fred. Simplesmente teria que obedecer e aguardar, ir cuidando do ferimento. Só tê-la por perto já me deixava mais do que feliz, seria o bálsamo para meus machucados. Só o fato de poder olhar para aqueles olhos que eu tanto amava e poder ouvir sua voz faria esse dia ser perfeito.

Fiquei perdido em meio aos meus pensamentos, tanto que até esqueci de chamar uma enfermeira para me trazer algo para comer, meu apetite até havia voltado com força total. Apertei o botãozinho e uma enfermeira perguntou qual era o problema.


– Tem algo para comer? –Duas semanas convivendo com enfermeiras que se derretiam pelo fato da atenção que dei para Hermione nessas duas semanas, por toda a fé que botei para que ela acordasse, resultou em uma boa relação com elas. Já estava bem amigo delas e conversava como se elas fossem minhas irmãs de pais diferentes.

– Tem sim Rony, já trago. –Uma voz meio falhada de uma das enfermeiras falou e eu caminhei até o banheiro, onde tive a coragem de me olhar no espelho pela primeira vez em duas semanas. Me assustei com o que vi no reflexo, não podia ser eu, simplesmente não podia. Camadas grossas de olheiras circundavam meus olhos fundos e uma barba rala crescia em meu rosto, eu parecia um mendigo, ou pior do que isso.

Lavei meu rosto sentindo a água levemente fazer um efeito bom em mim, aliviando minha tensão. Escutei a porta ser aberta e uma enfermeira adentrava no quarto, deixando uma bandeja em cima da mesinha.


– Aqui está seu café da manhã, Rony. Tem panquecas, mel e salada de frutas.

– Obrigado, Mary. –Falei para a enfermeira ruiva que era a cara da minha irmã.

– De nada. –Ela sorriu e se virou para sair do quarto. – Ah, e fico muito feliz pela sua namorada! Espero que dê tudo certo para vocês dois, ela é uma menina de sorte e vai te perdoar com toda certeza. –Sorri de leve, o primeiro sorriso verdadeiro em dias.

– Tomara. Obrigado mais uma vez, Mary. –A enfermeira sorriu e se retirou. Puxei a cadeira para perto da mesa e me sentei, joguei mel por cima das panquecas e comi em minutos, era bom ter fome de novo. Tomei água do copinho de plástico que veio junto e comi a salada de frutas, deixando a bandeja zerada. Realmente era muito bom ter fome de novo.

Satisfeito, sentei na poltrona novamente, ansioso pela chegada de Hermione. O que ela deveria estar fazendo agora? Ressonância magnética, talvez? Não sei, mas estava demorando, e essa demora estava me torturando.

Passado dez minutos, vejo o Sr. e a Sra. Granger adentrando no quarto sorrindo.


– Rony! –Rachel veio correndo até mim e eu me levantei, recebendo um abraço apertado. – Como está, querido?

– Estou bem, um pouquinho cansado, mas nada demais... Valeu a pena esperar aqui todos esses dias.

– Mas foram duas semanas, e você não parece bem. –Ela parecia minha mãe, a preocupação comigo era a mesma. – Por que não fez que nem a gente? Visitar todos os dias?

– Eu queria ficar com a Hermione, Sra. Granger. Queria vê-la quando acordasse. –Rachel sorriu e me abraçou mais uma vez.

– Minha pequena tem sorte de ter você, Rony. –Engoli a seco me lembrando das palavras que disse a ela.

– Que bom que acha isso. –Robert veio até a mim de braços abertos.

– Obrigado por cuidar da nossa filha, Rony. –Ele me abraçou fortemente e eu retribui.

– Sou capaz de dar a minha vida por ela, Sr. Granger. –Meu sogro sorriu e deu um tapa de leve em meu ombro.

– Sei que é. –Sophia adentrou no quarto saltitando com um sorriso enorme no rosto, até que ela olhou para trás e sorriu mais ainda.

– Vem mana! –Ela recuou alguns passos, dando espaço para que Hermione entrasse no quarto ainda na cadeira de rodas. Sorri involuntariamente quando as duas irmãs se abraçaram e Sophia beijou o rosto da irmã. Rachel e Robert sorriam abraçados.

– Essa menina é de ferro, se vocês querem saber. –Todos riram. – Hermione está melhor do que nunca, renasceu quando acordou do coma. Só que nem tudo são mar de rosas, ela vai ter que ficar mais 12 horas aqui no hospital em observação. –Hermione soltou um muxoxo.

– Passei duas semanas aqui, já não está bom? –Reclamou ela.

– Não, danadinha. As seqüelas que você certamente não tem, podem aparecer nessas 24 horas, elas são cruciais para nós. Mas não se preocupe, você poderá andar pelo hospital acompanhada e vai ter todas as regalias permitidas.

– Mesmo assim... Não suporto hospitais, quero tomar um banho no meu banheiro e vestir as minhas roupas, não essa camisola. –Dr. Diggory riu.

– Sei como se sente. Mas infelizmente, nada que diga vai me fazer mudar de ideia. Uma enfermeira vai passar aqui e vai te dar algo para comer, você relaxa, conversa com Rony que eu tenho certeza que está morrendo de saudades suas, e depois volto aqui. Já vocês, Sr. e Sra. Granger, vão ter que voltar só na hora da visita.

– Mas doutor... –Protestou Rachel.

– Eu sei, é seu bebê. Mas são ordens do hospital, infelizmente. –Meus sogros suspiraram.

– Vamos indo então. –Disse Robert. – Tchau filha, se cuida. Mais tarde voltamos. –Ele beijou o topo da cabeça de Hermione que sorriu.

– Tchau minha princesa. –Rachel fez o mesmo. – Te amamos muito, não se esqueça disso.

– Tchau mana. –Sophia sorriu e beijou a bochecha da irmã.

– Tchau pai, mãe e So. Amo vocês! –Eles se retiraram do quarto e Dr. Diggory fechou a porta.

– Ajudinha aqui, Rony. –Fui até a cadeira de rodas em que Hermione estava e a peguei no colo, colocando-a na cama. Aproveitei para inspirar o cheiro de seus cabelos e me senti nas nuvens. A cobri com a coberta e voltei a me sentar na poltrona. – Está com frio, querida?

– Não Sr. Diggory, obrigada.

– Certo. Volto depois, se precisarem de algo chamem uma enfermeira. –Assentimos e ele se retirou do quarto me lançando um olhar encorajador como se dissesse “Boa sorte”. Quando fiquei sozinho com Hermione, um silêncio ensurdecedor se instalou no local. Ela olhava para as mãos e eu encarava o chão.

– E então... Como se sente? –Perguntei quebrando o silêncio e levantando meu olhar para ela.

– Bem, tirando a dor de cabeça chata que estou sentindo e algumas náuseas, o doutor falou que é normal. Sente-se. –Puxei a cadeira para próximo da cama e me sentei. – E você, como está? Não parece nada bem. Passou as duas semanas aqui? –Assenti. – Não dormiu, não é? –Hermione passou os dedos de leve embaixo dos meus olhos e eu os fechei, aproveitando a carícia. Senti um tremor passar pelo meu corpo junto com uma sensação boa, eu queria que aquela sutil carícia durasse para sempre, só que antes que eu pudesse falar algo, ela tirou a mão.

– Não. –Abri meus olhos e encarei seus olhos cor de mel que continham muita preocupação.

– Por que não foi para casa, Rony? Por que não foi descansar? Agora você está mal assim por mim.

– Eu mereço estar mal assim, Hermione. Mereço coisa pior. –Tampei meu rosto com as mãos, ignorando o nó que se formava na minha garganta. Pude escutar o suspiro de Hermione.

– Ninguém merece mal algum, Ron. Por pior que seja a pessoa.

– Você nunca vai entender como eu me senti nessas duas semanas, eu fiquei na beira do precipício, Hermione. Se eu não tivesse falado aquelas coisas para você, você não teria corrido para fora e... –Senti sua pequena e macia mão tocar meu braço. Dei alguns soluços tentando parar de chorar.

– Não foi sua culpa. Você sempre agiu sem pensar, sei disso desde que você me proferiu o primeiro “Gugu dada” que me magoou.

– Eu juro que vou mudar, prometo pela minha vida, por tudo! Mas não me deixe... –Falei com um pouco de dificuldade, pois eu soluçava demais.

– Não quero que mude por mim. –Tirei as mãos do rosto e olhei para ela, pude ver seus olhos marejados.

– Como assim...? –Perguntei sem entender nada. O medo de que ela terminasse comigo cresceu em mim, meu choro aumentou sem eu perceber.

– Se acalme, Ron. –Seus olhos derrubaram as primeiras lágrimas e tentei controlar minha crise, mas era impossível. – Eu... Eu... Eu me apaixonei pelo o que você é, Rony, e não pelo o que você vai ser por causa de mim. –Meus soluços cessaram e os dela deram início. – Você é perfeito para mim. Até seus defeitos deixam você mais perfeito.

– Eu não mereço essas palavras... Eu te machuquei, Hermione!

– E você se arrepende. Você sente muito por isso, você se torturou duas semanas por causa disso, você admite que errou e não é covarde ao ponto de simplesmente jogar tudo pro ar e fingir que não aconteceu nada. E é isso que eu admiro em você. –Ela pegou minha mão e a acariciou.

– Você não sabe o quanto senti sua falta, não sabe o quanto chorei por você. Você é minha vida agora, Hermione. Eu mato e morro por você. –Beijei sua mão deixando as últimas lágrimas caírem. – Por favor, me perdoa por tudo que eu te fiz? Se não quiser me perdoar hoje, eu entenderei e vou esperar o tempo que precisar, não tenho pressa e... –Ela se inclinou até ficar mais próxima de mim e me puxou pela nuca, dando um beijo casto em meus lábios, mas que foi suficiente para fazer meu mundo parar.

– Eu te amo, Rony. E o que eu sinto por você é forte e verdadeiro, nada nem ninguém vai acabar com isso. É óbvio que te perdôo. –Meu coração deu um salto. A felicidade dentro de mim era indescritível, não tenho nem palavras para explicar como me senti. Duas semanas esperando por isso, duas semanas aguardando o melhor dia da minha vida.

– Eu te amo muito, minha Hermione. Eu nunca vou deixar você ir. –Ela sorriu. O sorriso mais lindo que eu já vi. Seus braços ainda um pouco fracos me abraçaram e eu retribui com cuidado, sentindo minhas lágrimas escorrerem e as dela molharem minha camiseta.


I remember tears streaming down your face when I said: “I'll never let you go” (Taylor Swift – Safe and Sound)

Escutamos uma batida na porta e nos afastamos.


– Pode entrar. –Disse minha namorada secando o rosto. Abri a gaveta do criado mudo e tirei uma caixa de lenços.

– Deixa que eu seco. –Peguei um dos lenços e passei de leve em seu belo rosto de boneca. Mary adentrou e se derreteu com a cena que presenciou.

– Que fofos. Desejo toda a felicidade do mundo para o casal. –A enfermeira deu um sorriso sincero e deixou a bandeja em cima da mesa.

– Obrigada. –Agradeceu Hermione sorrindo e secando meu rosto.

– É, obrigado Mary. –Sorri e ela se retirou com o sorriso ainda grudado nos lábios.

– Você conhece ela?

– Passei duas semanas aqui, conheço todas as enfermeiras desse local. –Ela estreitou os olhos em um ato muito fofo de criança ciumenta. Não pude deixar de rir. – Está com ciúmes das enfermeiras, amor?

– Como que eu poderia não estar? A Branca de Neve comeu a maçã e adormeceu profundamente, sem ter consciência do que o príncipe bonitão dela andou fazendo com as enfermeiras. –Nós dois rimos.

– Elas me apoiaram bastante e me acharam o melhor namorado do mundo. –Hermione sorriu, brincando com meu cabelo.

– E é mesmo. –Sorri, beijando sua bochecha. – Mas então... O que aconteceu nessas duas semanas?

– Malfoy foi preso, seu papai pagou fiança e entrou na lista negra da sua mãe. Agora a dona Rachel quer matar os Malfoys da forma mais cruel o possível. –Falei naturalmente como se contasse como estava o tempo lá fora.

– Uma cena engraçada: Mamãe matando alguém. –Ri.

– Realmente. Está com fome? –Perguntei, colocando uma mecha dos seus cabelos soltos e naturalmente ondulados atrás da orelha. Ela assentiu e sorriu. Peguei a bandeja em cima da mesa que continha o mesmo café da manhã que eu comi. – Panquecas com mel, senhorita? –Questionei em um tom formal e Hermione riu. Sua risada adentrando em meus ouvidos como o canto do mais belo canarinho.

– Por favor. Eu poderia ser capaz de comer um boi inteiro. –Gargalhei, derramando mel em cima das panquecas. Cortei um pedaço e levei até a boca da minha namorada fazendo som de avião.

– Abra a boquinha que o avião está pronto para o pouso. –Hermione cerrou os olhos de um jeito engraçado e não contive uma risada.

– Eu já estou melhor, Ron, posso comer sozinha e...

– Shh. –Coloquei meu dedo indicador em cima dos seus lábios. – Me deixa cuidar de você e se mantenha quietinha.

– Você sabe que não vou te obedec...

– Abre a boca ou terei que enfiar a panqueca goela abaixo! –Ameacei com um olhar malvado e ela riu, abrindo a boca. Coloquei o garfo em sua boca e ela pegou o pedaço, mastigando em seguida. – Muito bem, baby. –Hermione deu um sorriso fofo.

– Amo quando me chama assim.

– Amo te chamar assim. –Passei o dedo no restinho de mel que escorreu no canto da sua boca e o lambi. Cortei mais um pedaço e fiz o aviãozinho novamente.


Ficamos assim por um tempo, ela comendo em silêncio e eu dando comida para ela como se ela fosse meu bebê. A felicidade que eu estava sentindo deveria estar saltando dos meus poros no mínimo, pois eu estava quase enlouquecendo de tanta alegria. Ver Hermione saudável novamente, ser perdoado por ela... Eram as melhores coisas que poderiam ter me acontecido.


Hermione POV

Eu podia estar sentindo um pouco de mal estar por ter acabado de acordar de um coma, mas Rony estava me fazendo esquecer das dores de cabeças irritantes e das náuseas chatas.

Eu seria estúpida, muito estúpida se não tivesse perdoado Rony. Ele poderia ter os defeitos que tivesse, mas eu nunca vi menino mais incrível feito ele. Rony não tinha medo ou vergonha de se humilhar na frente de uma menina, bem pelo contrário, faria mil vezes isso se precisasse. Nunca pensei que ele pudesse ser assim, três anos sem vê-lo me fizeram ter ideias erradas sobre como o ruivo estaria. E olha como acabei: Namorando com ele. Eu não poderia ter namorado melhor, simplesmente não poderia.


– Agora as frutinhas de sobremesa. –Ron espetou uma uva com um garfinho de plástico e direcionou para minha boca. Eu estava amando todo esse cuidado dele, por mais que não quisesse admitir. Ganhar um mimo de vez em quando não faz mal para ninguém. Abri a boca e comi a uva, por mais que já estivesse cheia. Se eu reclamasse, Rony iria me dar um cascudo.

– Quero morango. –Pedi e ele foi espetar o morango, só que o impedi. – Não. Pegue com o dedo. –O ruivo nem perguntou o porquê, só me obedeceu, levando os dedos em forma de pinça segurando a fruta até minha boca, mordi o morango e fiquei com um pedaço para fora.

– Come, amor. –Fiz mímica informando que era para ele morder o outro pedaço e Ron riu. – Tudo bem, então. –Se aproximou do meu rosto quase encostando nossos narizes e deu um sorriso malicioso, mordendo o morango em seguida. A sensação de ter seus lábios nos meus novamente fez faíscas voarem em volta de nós. Então, ele voltou a se sentar reto e mastigou a fruta. Alguns segundos de transe depois, lembrei de mastigar meu pedaço. – Quer mais?

– Não, só quero um banho e andar um pouco. –Falei inspirando profundamente.

– Ok. –Apertou o botão da enfermeira.

– Uma enfermeira vai me dar banho? –Perguntei sem crer.

– Não sei. Nessas duas semanas foi assim, fui proibido de ajudar. –Rony fez bico e eu ri.

– Tadinho. Não vou tomar banho com a ajuda de uma enfermeira, no máximo com a ajuda sua.

– Ora, mesmo? –Sorriu ele convencido e eu gargalhei.

– Mesmo, baby, mesmo. –Fiz carinho em seu rosto passando os dedos em sua barba rala. – Vamos fazer assim: Eu tomo banho, e você faz a barba. Fechado? –O ruivo riu.

– Fechado. –Mary, a enfermeira ruiva adentrou no quarto sorrindo.

– Me chamaram?

– Sim. Eu queria tomar um banho e Rony vai fazer a barba! –O último soltou um muxoxo.

– Mas amor... Essa barba me deixa com cara de macho!

– Não, seu pomo de adão te deixa com cara de macho e o que você tem no meio das pernas te deixa com cara de macho. –Falei em um tom debochado, Mary arregalou os olhos e Rony riu apenas.

– Você realmente não deixou de ser a minha Mione de antes. –Ele apertou minha bochecha e não pude prender o riso.

– Estavam só brincando... –Mary se deu conta de que não era sério e começou a rir junto com nós. – Hermione, você pode até tomar banho, mas com a supervisão de alguém.

– Pode ser meu namorado? Já que ele vai fazer a barba... –A enfermeira pensou por alguns segundos, fiz beicinho para ajudar no convencimento.

– Tudo bem, pode ser sim. –Quiquei na cama.

– Obrigada, Mary linda. –Ela riu.

– De nada. Sabe como funciona o chuveiro, não é Rony? –O ruivo assentiu. – Certo. Tem uma roupa que seus pais trouxeram nessa sacola em cima do criado mudo. –Revirei a sacola olhando algumas peças de inverno.

– Ok. Obrigada novamente! –Mary sorriu e se retirou. – Posso andar até o banheiro ou meu papi vai me carregar no colo? –Ron riu alto.

– O que preferir.

– Me leva no colo. –Derrotada pela a delícia de ser mimada uma vez na vida, fui carregada por um ruivo de tirar o fôlego até o banheiro. Lá, me despi e fui debaixo do chuveiro quentinho enquanto Rony fazia a barba de frente para o espelho. As marcas arroxeadas que ganhavam um tom verde nos meus braços me lembraram da noite que vivi, uma marca levemente avermelhada, quase sumindo, de dedos em minha bochecha também. Só que quando um certo ruivo foi me ajudar a me secar para que eu não tivesse tontura, fez com que os pensamentos fossem embora como uma avalanche descendo uma montanha.

Depois de passar meu creme com cheiro de baunilha que servia com remédio para lesões na pele também, me vesti com um moletom da GAP cinza, uma calça skinny escura bem confortável e meias quentinhas, além de uma bota ugg indispensável no frio.

Passei o resto da manhã assistindo TV com o Rony, nós dois na poltrona de dois lugares, eu com as pernas sobre suas coxas e agarrada em seu pescoço, ele me abraçando e me esquentando, junto com um cobertor que Mary havia nos dado.

Quando faltavam cinco minutos para as onze, vieram nos avisar que várias pessoas haviam chegado para me visitar. Dei um jeito no meu cabelo e aguardei ansiosamente por todos. Até que minhas três melhores amigas entram em seguida dos meus três melhores amigos.


– Mione!!! –Gritou Gina vindo me abraçar com os olhos marejados.

– Oi minha ruiva! –Retribui seu abraço sorrindo.

– Sentimos sua falta, Bela Adormecida! –Ri de Cho, a abraçando.

– É, mas sorte que o príncipe ai acordou nossa Branca de Neve. –Falou Luna e eu ri novamente, recebendo seu abraço.

– De Branca de Neve e Bela Adormecida eu não tenho nada. Talvez uma leve sede de dormir por semanas, mas só isso...

– Nunca perde o senso de humor, não é palhaçinha? –Cedrico cutucou minha cintura de leve e eu gargalhei, dando um abraço nele.

– Que susto que você nos deu, maninha. –Harry me abraçou.

– Não foi minha culpa, gente! –Ergui minhas mãos em sinal de rendição após abraçar Harry de volta e McLaggen.

– Foi culpa do seu nervo “gavo”, né? –Indagou McLaggen e todos caíram na gargalhada, enquanto ele não entendia nada. – O que foi, gente?

– É nervo “vago”, lesminha. –Baguncei os cabelos dele, que riu e bagunçou os meus. – É tão bom vê-los aqui. –Falei sorrindo e ajeitando meus cabelos.

– É bom ver você de novo também, Mione. –Disse Gina e todos assentiram.

– Mas tudo que é bom, dura pouco. –A enfermeira Lisa adentrou com uma carinha carrancuda. – Seis pessoas visitando ela? Não é demais?

– Lisa... –Fiz bico. – São meus amigos...

– Seus pais, sua irmã e mais um monte de ruivos lá fora estão tumultuando porque querem te ver! Nunca vi tanto ruivo reunido. –Rimos.

– Gente, se importam de esperar lá fora? –Eles se entreolharam, negando com a cabeça. – Obrigada. E não pensem que se livraram de mim, depois vou encher mais o saco de vocês. –Riram e saíram do quarto. Logo depois os gêmeos, Fleur, Gui, Arthur e Molly adentraram. A francesinha estava com sua pequena Victoire no colo.

– Viu palhaço, ela está bem! –Fred socou Jorge, que revidou.

– Não acredito em mais uma palavra que você diz, já falei isso.

– Chega vocês dois! –Gritou Molly no meio da discussão dos clones e todos caíram na gargalhada.

– O que houve para as criançonas estarem brigando? –Perguntei, mesmo sabendo que nem precisava de motivo.

– No dia em que você veio para o hospital, Fred não me avisou, esse babaca, só porque eu estava com Angelina!

– Tadinho dele... –Debochou Fred. – Eu só estava querendo preservar os únicos minutos que você pode ter com uma menina de verdade, e não suas bonecas infláveis. –Jorge atacou Fred com tapas e eu só conseguia rir sem parar.

– Chega bobalhões! Victoire acorrdou por causa de vocês! –O pequeno bebê de quase três meses se remexeu no colo da mãe e abriu um berreiro.

– Vic, minha princesinha! –E lá se foi o tio babão mais conhecido como “Rony” fazer graçinhas para a loirinha parar de chorar. Dito e feito, ela só gargalhava quando viu o tio.

– Estou ficando doida aqui. –Falei e todos riram. Dei oi para os gêmeos e Jorge fez ciúmes comigo para Fred, os dois foram iniciar outra briga só que uma loira com sotaque francês muito irritada impediu. Fui muito abraçada pelos meus sogros e papais de coração lindos, Gui e Fleur, sempre queridos como sempre me deram abraços carinhosos e a linda Victoire me deu um sorriso fofo e ficou muito feliz em me ver.

Meus pais adentraram no quarto também depois de alguns minutos, quase me sufocando de tantos abraços e beijos. Depois foi a vez de meus amigos lotarem o quarto. Era quase impossível dar atenção para todo mundo, mas eu tentava.

Era ótimo estar com todos novamente. A alguns anos atrás o máximo de pessoas que iriam me visitar no hospital seria meus pais, minha irmã, talvez alguma tia distante e meus avós, no máximo mesmo. Agora ver o tanto de gente que faz parte da minha vida, que se tornaram essenciais, me deixa muito feliz.


– Vamos deixar a Mione comer agora, pessoal? Já é hora do almoço. –Alertou minha mãe.

– É uma boa ideia. Vamos até a lanchonete do outro lado da rua, comemos lá e depois voltamos! –Disse Molly sorrindo.

– Quero que voltem mesmo, sem falta. –Exigi e todos riram.

– Voltaremos nem que tenhamos que escalar o prédio e entrar pela janela. –Falou Fred e todo mundo riu novamente.

– Só não pratiquem coito, vocês dois. –Jorge me apontou e apontou Rony com a cabeça. – Quando voltarmos não queremos ver lençol bagunçado, roupas amassadas,Mione descabelada e Roniquinho com um chupão no pescoço. –Escancarei minha boca sentindo meu rosto queimar e dei um tapa no gêmeo, várias risadas preencheram o quarto.

– Tchau Mi, até depois! –Acenou Gina. O resto se despediu de mim e finalmente o quarto ficou silencioso, com somente eu e meu namorado.

Almoçamos lanches que minha mamãe coruja havia nos enviado, o que era bem melhor do que a comida insossa do hospital. Não demorou muito para que todos voltassem e passassem mais uma hora comigo, para depois Molly gritar que eu precisava de descanso e mandar todos para fora.


Eu estava feliz. Muito feliz. Feliz por estar bem, feliz por ter meu namorado comigo e ele ser tão perfeito, feliz por ter os amigos que tenho, feliz por ter a família que tenho, feliz por coisas pequenas que antes eu nem dava bola, mas que agora pareciam muito mais valiosas.

Passei as horas até ser finalmente liberada assistindo tv com Rony, feito antes. Tomado pelo cansaço, às duas horas da tarde ele adormeceu com a cabeça em meu colo. Por vezes me peguei olhando para seu lindo rosto que já ganhava uma aparência melhor, pensando no quanto eu o amava. Amava a cor de seu cabelo, amava seus olhos, amava seu nariz, amava vê-lo dormindo, amava cada célula, mais ainda porque sabia que ele retribuía esse sentimento.

Fui liberada para ir para casa no final da tarde, às seis horas. Rony ficou dormindo até esse horário, de tão cansado que estava. Eu não me incomodei nem um pouco, bem pelo contrário, fiquei feliz por ele ter descansado pelo menos por algumas horas.


– Ron dormiu? –Sussurrou Dr. Diggory olhando o ruivo adormecido sobre minhas coxas.

– Aham. Estava muito cansado. –Sussurrei de volta e Rony resmungou, se mexendo um pouco. – Amor... Acorda... Vamos embora do hospital... –Falei em um tom calmo, acariciando seus cabelos.

– Hm... Até que enfim... –Ele se levantou do meu colo com os olhos fechados e se espreguiçou feito um ursinho fofo. Me derreti por dentro. Depois do meu namorado finalmente acordar, fiz um último check-up com o doutor e fui liberada por fim, meus pais me aguardavam na saída.

– Ar puro! –Gritei inspirando profundamente e me arrependendo em seguida quando o ar gelado quase congelou meus pulmões. – Frio, frio, muito frio. –Comecei a tremer e Rony gargalhou, me envolvendo com sua jaqueta de couro super quente. Entramos no carro dos meus pais e o aquecedor estava ligado, para minha alegria.

Meu pai deu carona para Rony até em casa e nos despedimos com um selinho para respeitar meus pais, o que me deixou triste.


– Amor, quer ir amanhã lá em casa?

– Por que você não vem aqui em casa, querido? Eu e Robert estaremos no trabalho e Sophia vai na casa de uma amiguinha, vocês poderão ficar sozinhos... –Nesse mato tem cachorro, mamãe está com segundas intenções. Deus, eu não deveria ter dito a ela que tenho uma vida sexual agora.

– Tudo bem, então. –Eu já reconhecia pelo olhar de Rony que seus pensamentos não eram os melhores, sorte que papai não percebeu.

– Vem para o almoço? –Perguntou ela.

– É bom eu almoçar em casa, se não apanho de uma baixinha ruiva. –Rimos. Passo aqui depois do almoço. Tchau amor, te amo muito, não se esqueça disso. –Recebi um selinho. - Obrigado pela carona, Sr. e Sra. Weasley! –Ron deu um sorriso galanteador que derreteu minha mãe, obviamente.

– Te amo também, baby. –Sorri boba.

– De nada, Rony. Se cuida. –Falou meu pai.

– Hum... Puxando saco do genro? –Brinquei quando o ruivo deu as costas.

– Não começa, Mionezinha. –Papai se virou para fazer cócegas na minha barriga e eu me escondi atrás do banco do motorista, enquanto ria.

Fomos para casa conversando animadamente sobre coisas aleatórias, mamãe quase me espancou quando eu abri a janela pra sentir um ventinho frio, pois o aquecedor do carro já estava me agoniando, e fazendo isso escutei um discurso de dez minutos sobre como se pega um resfriado.

Quando meu pai estacionou na garagem da nossa casa e eu dei um profundo suspiro quando desci do carro. Finalmente em casa. Entrei saltitando fugindo do frio do lado de fora e dei de cara com Perebas pulando pela sala, Bichento grudado no rabinho em forma de pompom do coelhinho e minha irmã atrás deles gritando para que meu gato soltasse seu coelho. A cena mais hilária que eu já havia presenciado.

Dei oi para minha irmã e brinquei um pouco com ela e com os mascotes da família.

Subi para o meu quarto onde brinquei mais um pouquinho com Bichento e fui trocar de roupa, escolhendo um conjunto de moletom e minhas pantufas de joaninha. Tomei um banho demorado e quente no chuveiro do meu quarto, e só sai quando minha mãe anunciou que o jantar estava quase pronto.

Dona Carmelita expressou alguma saudade de mim, só que fechou a cara quando minha mãe me contou que ela chorou escondida quando descobriu meu estado. Ela me ama, sei disso.

Jantei e sendo levada pelo cansaço, fui dormir. Não demorei muito para adormecer, sonhei que as cobertas que me aqueciam eram na verdade os braços de Rony, desejei internamente que o sonho tivesse sido realidade.


...

A mais pura verdade do mundo é que acordar no frio se torna 100% mais difícil do que acordar no verão. Mais ainda quando se é inverno nos EUA, em que pessoas acordam com as janelas impossíveis de serem abertas por causa do gelo.

Abri meus olhos, me espreguiçando durante um tempo, escutando todos os meus membros estralarem todos juntos como se estivessem em um coral. Dei uma boa bocejada, vendo aquela típica fumaçinha branca sair da minha boca, indicando que se eu saísse de baixo das cobertas, congelaria.


Até que escutei três batidinhas na porta. Até parar de respirar eu parei. Minha vontade foi de gritar “só mais cinco minutos”, mas antes que eu pudesse protestar, outra pessoa falou.


– Onze e meia, Hermione. –Anunciou uma voz com sotaque espanhol e arregalei meus olhos. Como que eu consegui dormir tudo isso?

– Estou levantando, dona Carmelita. –Saltei da cama sentindo o ar frio envolver meu corpo. Maldição, minha janela estava com uma frestinha aberta.

Corri para o banheiro, onde tomei o banho mais rápido da minha vida, peguei uma calça skinny confortável, uma camiseta de manga comprida e um moletom bonitinho, grande e quente. Sequei meus cabelos, deixando-os naturalmente soltos, passei meu perfume para que Ron ficasse cheirando meu pescoço depois e me vi pronta na frente do espelho. Só passei um pouquinho de corretivo, base e pó para esconder a cara de quem dormiu durante 12 horas.

Desci quando era exatamente meio-dia. A mesa de jantar estava com pratos servidos de sopa de macarrão com legumes e frango cozido, um cheiro inebriante alcançou minhas narinas.

Depois do almoço fui escovar os dentes e passei algum tempo distraída com os mascotes da casa, até que escuto uma buzina. Cheguei a pular no ar de tanta empolgação. Abri a porta devagar e vi Rony de costas fechando o portão. Andei sorrateiramente até ele e pulei em suas costas, escutando sua sonora e deliciosa gargalhada.


– Oi princesa! –Ele se virou me fazendo sair de suas costas e me pegou no colo pela frente, me girando no ar.

– Senti sua falta. –Falei agarrada em seu pescoço e sentindo seu perfume que me desnorteava. Aquele sonho tinha me deixado carente.

– Eu também, baby. Quase não consegui dormir, acredita?

– Viesse aqui para casa, eu estava precisando de uma companhia para me esquentar. –Sorri, olhando em seus olhos que pareciam o mar calmo do Caribe.

– Queria saber voar, assim todas as noites eu viria para cá, entraria pela sua janela e dormiria grudado em você.

– Arranje asas, imediatamente. –Ele riu, beijando meu pescoço.

– Vamos lá para dentro que aqui está muito frio. –Me carregou no colo até estarmos dentro de casa.

– Senhorita Hermione, vou levar sua irmã na casa da amiguinha dela e vou ir para casa descansar, depois seus pais a buscam. Ah, olá Ronald. –Ron a cumprimentou com um aceno de cabeça. – Se cuidem e não explodam a casa. –Ri, descendo do colo do meu namorado.

– Não faremos isso, docinho. –Ela cerrou os olhos antes de sair de casa.

– Finalmente sozinhos. –Fechei a porta. – Agora, pelo amor de deus, será que é pedir demais para você me beijar até eu morrer sufocada? –Me virei falando com a maior naturalidade e com um tom de indignação. Rony gargalhou, me puxando pela cintura e me dando um beijo intenso, mas lento, o que fez com que pudéssemos explorar um a boca do outro com as línguas inquietas que dançavam no mesmo ritmo.

Quando o maldito oxigênio faltou, separamos nossas bocas, mas não nossos corpos.


– Ai como eu precisava disso... –Falei tentando desacelerar meu coração e acalmar minha respiração.

– Eu também, mais do que imagina. –O ruivo disse, seu peito subindo e descendo rapidamente.

– Vamos ligar um filme, colocar um colchão na sala, nos enfiarmos debaixo da coberta, ficarmos nos amassos e nem ouvir o que as pessoas no filme estão falando? Está frio. –E mais uma vez a naturalidade estava na minha voz, e mais uma vez Rony gargalhou.

– Ótima ideia, senhorita Granger. –Piscou ele. – Busco o colchão e os cobertores. Você coloca o filme e faz a pipoca. –Assenti, indo para a cozinha.

– Já estou sentindo sua falta, bonitão. –Sua risada sonora encheu a casa. Preparei uma pipoca de microondas, porque estava sem saco para fazer na panela. Enquanto o saquinho rodava dentro do aparelho estourando os milhos, fui até a sala, onde procurei dentro da estante algum filme interessante, sendo que nem prestaríamos atenção no filme.

Achei “Um Amor Para Recordar” e decidi pegar esse mesmo. Coloquei o DVD no aparelho e liguei a tv. Rony voltou com um colchão e cobertas, colocando-o no tapete da sala e as cobertas em cima, pegamos as almofadas em cima do sofá e jogamos no colchão.

Peguei o pacote de pipoca e trouxe para sala, me deitei e Ron deitou ao meu lado. Coloquei o filme para começar e me virei para ele, puxando sua nuca e grudando nossos lábios.

Ficamos por vários minutos assim, nos beijando sem parar, parando um pouquinho para respirar, voltando aos amassos, até que decidimos comer a pipoca. Deitei minha cabeça em seu peito enquanto comia, assistindo a metade do filme.


– Não estou entendendo nada, ela está doente? Ela vai morrer? Quem é esse cara? –O ruivo fazia perguntas a cada dois segundos.

– Quem mandou aceitar ficar agarrado comigo durante o início do filme. –Falei, brincando com algumas mechas do cabelo ruivo dele.

– Pensando bem... Foi ótimo perder o começo do filme. –Sorriu malicioso e me deu um selinho, depositando a mão fria dentro do meu moletom, nas minhas costas.

– Ai Rony... –Fiz bico, me estremecendo por inteira.

– Se arrepiou, é? –Ele passou os dentes no meu pescoço provocantemente, se antes eu já estava arrepiada, agora era o cúmulo da arrepiação, se é que isso existe.

– Hum... –Gemi baixinho. – Vamos fazer um cheesecake?

– Tem certeza que não quer fazer outra coisa...? –Ron perguntou com a voz levemente rouca, ainda roçando os dentes em meu pescoço.

– Se você se comportar, depois eu quero. –Dei um sorriso malicioso.

– Vamos fazer o cheesecake então. –Ri com a empolgação repentina dele. Nos levantamos e fomos na cozinha, onde preparamos o cheesecake. Ele mais me sujou do que ajudou a preparar, mas tudo bem.

– É assim então? –Bradei irritada por estar com o rosto coberto de calda de frutas vermelhas. Peguei um pouco da massa do cheesecake e passei no rosto dele, que riu e estremeceu por estar gelado.

– Eu limpo para você, estressadinha. –Lambeu minhas bochechas e eu gargalhei, sentindo cócegas por causa da sua língua quente em meu rosto gelado.

Quando finalmente terminamos de fazer a receita, fomos lavar nossos rostos e colocar outro filme para rodar, dessa vez foi “P.S Eu Te Amo”.


– Você só tem filme romântico?

– Não reclama. Tenho um namorado que adora Titanic. –Recebi um olhar semicerrado e cai na gargalhada. Nos deitamos novamente e começamos a comer o que havíamos preparado, até que não estava nada mal.

– Fez um bom trabalho, Weasley. –Falei sorrindo e colocando um pouco de cheesecake na sua bochecha, limpando com a boca em seguida.

– Você também, Granger. –Sorriu de volta, fazendo o mesmo que eu.

– Merece uma recompensa... –Sentei em seu colo, passando cheesecake em seu pescoço e o lambendo. Senti-o estremecer embaixo de mim.

– M-mereço? –Gaguejou ele, apertando minha cintura. Dei uma risada levemente rouca e sexy.

– Merece... Merece por ter cuidado de mim no hospital, merece por ter me ajudado a fazer esse cheesecake, merece por ser o namorado perfeito que é. –O beijei lentamente, sentindo suas mãos deslizarem pelo meu quadril.

– Ah... Como eu te amo, menininha... –Mordeu meu pescoço de leve e eu gemi baixo, me agarrando em seus cabelos.

– Me ama mesmo? –Perguntei, deslizando minhas mãos pelas costas dele.

– Amo. Amo muito. Amo tanto que até dói. –Respondeu ele e um sorriso involuntário preencheu meus lábios.

– Prove, então. –Me olhou com os olhos azuis negros de desejo. Fui deitada no colchão com calma e minhas roupas foram sendo tiradas peça por peça com bastante carinho. Primeiro, ele se livrou do meu moletom, da minha blusa e das minhas calças, me beijando e me acariciando todo o tempo. O frio que batia na minha pele já não fazia mais efeito, eu ardia de desejo.

Tirei seu moletom e sua blusa, contemplando seus músculos rígidos e a pele arrepiada, mordi meus lábios quando ele tirou meu sutiã e sua boca quente atacou meus seios.


Todas essas sensações que eu sentia, que variavam entre o frio do ambiente e o calor dos nossos toques, das nossas peles em chamas, estava me levando a loucura. Me livrei das calças dele antes que eu entrasse em erupção, como já imaginava, tinha uma proteção no bolso de trás. Ele se livrou da roupa íntima e quase que arrancou a minha.

Fui invadida pelo seu corpo pulsante, cheguei a revirar os olhos de prazer. Seus movimentos firmes e lentos começaram, me deixando nas nuvens. Seus braços fortes ficaram nos lados da minha cabeça, ele me beijava, me acariciava e gemia, todo o ato provando o amor que sentia por mim.


Ele aumentou a velocidade e trocamos de posição, coloquei meus cabelos grudados no meu rosto por causa do leve suor que escorria de mim para o lado, Rony ficou sentado com as costas encostadas no sofá, agarrado ao meu quadril, mordiscando meu pescoço, meu lóbulo e gemendo em meu ouvido, completamente em êxtase. Eu sabia exatamente como ele se sentia.

Eu estava sentada em cima dele com as pernas uma em cada lado do seu corpo, fazendo os movimentos certos, até que bastaram alguns minutos para que meu corpo todo fervesse e logo depois, explodisse em cima dele. Fiquei na minha nuvem de prazer por alguns segundos, sentindo meu corpo apertar o de Rony, pude escutar seu rugido que ele sempre dava quando chegava no ápice, o beijei apaixonadamente para conter nossos gemidos e calmamente fui parando de convulsionar em cima dele.

Deitei ao seu lado ofegante, com o coração a mil e cansada, mas muito realizada. Sempre fazer amor com Rony se tratava somente de “fazer amor”, e não apenas saciar nossos desejos. Eu me sentia amada, querida, desejada... Me sentia uma mulher completa com ele.

Coloquei minha cabeça sobre seu peitoral enquanto controlava minha respiração. O ruivo acariciava minhas costas, com a respiração acelerada que nem a minha.


– Acredita agora... Que eu te amo? –Perguntou com sua voz cansada.

– Sempre acreditei. –Levantei meu rosto com um sorriso em meus lábios, os dele retribuíram o sorriso e beijaram calmamente os meus. – Eu te amo tanto, Rony... Chega a esmagar meu coração, tamanho é o amor. Chega a nem caber em meu peito. –Falei em um tom choroso, me aninhando em seu peito.

– Sei como se sente. –Falou ele afagando meus cabelos. Ficamos assim por um tempo, apenas dizendo coisas fofas, pequenas declarações que aqueciam nossos corações, fazendo o frio ficar com raiva, pois não conseguia nos atingir.


Depois de um tempo assim, lembrei de uma coisa.


– Dia vinte tem a despedida lá na escola, não é? –Indaguei, me referindo a uma reunião dos alunos e os professores no auditório do colégio, onde todos poderiam falar o que quisessem e para quem quisessem lá na frente.

– Sim, por quê?

– Nós vamos. Tenho contas a acertar com uma pessoa...

– Mas já te falei que as meninas bateram na Lilá e...

– Palavras machucam muito mais do que qualquer tapa, amor. Você vai ver, a justiça será feita. –Dei um sorriso levemente maléfico e Rony ergueu as sobrancelhas, deixando o assunto para lá e beijando o topo da minha cabeça, recomeçando nossos momentos de amor.


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Notas finais do capítulo

IRRA, o que será que a Mione vai fazer? será que a Lilá finalmente vai deixá-la em paz? veremos no próximo capítulo!
e eu achando que nesse capítulo iria dar de fazer a vingança da Mione, o natal e blábláblá, mas mal deu de fazer a reconciliação do casalzinho lindo ai! se tem alguém ai que não gosta de capítulos grandes, DESCULPEM D: Prometo que o próximo não vai ser tão grande (eu espero), mas acho que tamanho não é documento, o que importa é a qualidade do capítulo :3 (que espero que esteja bom).
e ai? gostaram florzinhas do meu jardim? o que mais gostaram? o que não gostaram tanto? recomendações e reviews são sempre bem-vindos, beijos e até o próximo :*



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