The Best Thing Thats Ever Been Mine escrita por manupotter


Capítulo 32
Happy new year!


Notas iniciais do capítulo

heeeey! hoje é sexta-feira :3 (avá) só que tem uma diferença, nicole está aqui, minha co-autora fantasminha HAHAHAHAH ela quase me fez engolir o pacote inteiro de salgadinho, mas tudo bem né, bitchfriend é assim memo.
eeeeeenfim, sem mais delongas, vamos ao capítulo. e quem deu ideias para ele? quem? queeeeeem? aaaah... nicole,a genie, é óbvio, quem mais?
LEMBRANDO: capítulo com cenas que talvez não agrade todo mundo, se é que me entendem. MENORES DE 16 OU QUE SE SENTEM CONSTRANGIDOS COM CENAS CALIENTES, DESLIZEM PARA BAIXO! só avisando hahahahaha
uma boa leitura para vocês, aproveitem a surpresinha do Rony, descubram o presente dele, enfim, espero que gostem e deixem seu comentário :3 beijinhos e até o próximo ♥



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Rony POV


– Sente-se. –Ela apontou para uma cadeira próximo a parede.

– C-certo. –Por que eu gaguejava? Por que eu tremia? Por que eu estava tão nervoso? Ó céus. Essa menina tem que saber como me afeta. Sentei na cadeira e Hermione voltou a se sentar na beirada da cama, de frente para mim a pelo menos um metro de distância.

– Para você ganhar um presente, tem que confirmar que foi um bom menino o ano todo. –Descruzou as pernas de um jeito sensual que me hipnotizou. Até me esqueci do que ela havia falado.

– Ahn?

– Como se comportou esse ano, Rony? –Até sua voz estava diferente do convencional, e aquilo estava me enlouquecendo. Estava quase saindo de mim.

– Muito bem, eu acho. –As duas últimas palavras saíram quase que em um sussurro.

– Será? Eu não sei não... Falei com o Papai Noel e ele disse que você não se comportou muito bem... Vai ter que sofrer as conseqüências. –Ela se levantou e caminhou em minha direção com aquele andar espetacular. – Primeiro, vai ter que passar um pouquinho de frio. –Suas mãos deslizaram pelo meu blazer fazendo-o cair ao chão.

– Ah meu deus, você vai me matar... –Ergui as mãos para segurar em seu quadril e ela empurrou meus braços.

– Sem contato... Ainda. Você não foi um bom menino e vai pagar por isso. –Gemi de insatisfação. Hermione foi abrindo os botões da minha camisa um por um até tirá-la, seus dedos levemente frios passaram pelo meu peitoral provocando arrepios intensos.

– Não sei se vou agüentar... –Cerrei meus punhos para não tocá-la e ela deu uma risada sexy que fez calafrios passarem por mim.

– Quem mandou não se comportar. –Eu nem tinha percebido que ela estava com uma algema presa na saia, só percebi quando ela prendeu minhas duas mãos. – Isso é para você não me tocar de jeito nenhum, não quero que o Papai Noel fique com ciúmes. –Hermione tirou uma venda que estava presa na cinta liga. – Espero que goste da tortura. –Meus olhos foram vendados e eu não conseguia ver absolutamente nada. Era realmente uma tortura.

– Hermione... Por favor... –Resmunguei com a voz chorosa, sentindo o cheiro do seu creme de morango próximo a mim.

– Shh. –Seu dedo repousou em minha boca e eu me calei. Minha audição que havia ficado muito mais aguçada por causa da minha falta de visão, percebeu que Hermione tinha ido para longe de mim, pois a batida que seu salto fazia foi ficando cada vez mais distante.

Quando ela foi se aproximando de volta, minha respiração ficou fora de compasso, o que ela iria fazer? Fiquei por alguns minutos em silêncio tentando notar o que ela estava fazendo, mas aquilo era a pior tortura. Não poder enxergar e nem esticar os braços para ver se minha namorada estava pelo menos por perto.

Senti algo quente passar pelo meu pescoço e eu gemi pela troca de sensações, antes uma brisa fria passava por mim, agora esse negócio quente invade meu pescoço. A boca de Hermione passou pelo meu pescoço me fazendo estremecer e foi para minha boca, me dando um beijo casto, mas que já deu para perceber que ela estava me passando chocolate.


– Hum... Sua safada. Quer me experimentar com chocolate, é?

– Quero te experimentar de todos os jeitos possíveis. –Sua voz estava mais rouca do que o costume, uma voz embargada de desejo. Suas unhas deslizaram de leve pelo meu abdômen, que se contraiu em resposta ao toque.

– V-você... Vai... Me matar... –Falei com um fio de voz, sentindo o líquido quente escorrer pelo meu pescoço descendo pelo meu peito. Toda a trilha foi lambida, minhas mãos se remexiam inquietas na algema que já começava a me machucar, devido as minhas tentativas de me livrar delas.

– Sei quando posso parar, e não estamos nem perto do final. –Hermione não ficou mais muito tempo com essa tortura, finalizou tirando minha venda para que fosse possível eu vê-la comendo um morango coberto com chocolate da forma mais sensual o possível. Aqueles lábios vermelhos em contato com o morango... Aquela língua quente tocando a superfície coberta de chocolate...

– Por favor... Acaba logo com isso ou eu vou explodir dentro das minhas calças... –Mais uma vez sua risada rouca e sexy encheu meus ouvidos.

– Acabei de receber uma mensagem do Papai Noel dizendo que você foi um bom menino esse ano. Acho que já merece sua recompensa. –Ela prendeu duas chaves na parte da frente do sutiã. – Uma dessas chaves abre suas algemas... E a outra, é a chave do seu presente.

– Meu presente vai ser... Um carro? –Olhei admirado para uma das chaves.

– Exato, menino esperto. Você vai ter que escolher entre a Mamãe Noel e o carro. –Mordi meu lábio com força. Por que ela tinha que me colocar nessa berlinda? Os dois presentes eram maravilhosos, ou eu aproveitaria muito essa noite com minha namorada, ou dirigiria um carro novo. Ó céus. Merda, merda, merda!

Pensa Ron, pensa. Ou o carro, ou sua garota.

Se eu escolher o carro, posso acabar com o desejo de arrancar todas essas peças que Hermione ainda está vestindo depois, mas e se ela ficar brava comigo e negar todos as minhas tentativas de seduzi-la? Meu deus, por que tem que ser tão difícil?


– Não posso escolher os dois? –Fiz cara de cachorrinho abandonado, meu olhar quase suplicando que ela deixasse.

– Não... Desculpe, mas o Papai Noel só dá um presente, e ainda relutou muito em deixar você me escolher. –Hermione deu um sorriso malicioso. – O tempo está passando, Rony. Ou a Maserati GranCabrio, ou eu. –Me engasguei com a própria saliva.

– M-Maserati?

– Sim, Maserati. –Ela falou simplesmente, como se fosse um carrinho qualquer.

– Eu... Eu... Eu escolho você. –Não sei como essa frase saiu. Eu estava trocando um carro caríssimo pela minha namorada. É, eu sou realmente um bom menino. Hermione sorriu como se a resposta que eu havia dado fosse a correta.

– Além de comportado, é esperto. –Passou por trás de mim e alcançou meus pulsos, para tirar as algemas. Massageei meus pulsos um pouco doídos pelo meu esforço de se livrar das algemas e Hermione se pôs a minha frente, ainda sorrindo. – Toda sua. –Ela desprendeu o chaveiro do sutiã e o girou no dedo. – Venha pegar seus dois presentes. –Se afastou de mim em direção da cama com um olhar safado.

– É pra já. –Levantei com um sorriso malicioso e andei na direção dela, que havia prendido o chaveiro novamente no sutiã e estava sentada na beirada da cama. Coloquei meus dois braços, um de cada lado dela e a beijei, indo para cima do seu corpo. Ela foi se deitando e eu arranquei a chave junto com o sutiã.

– Calma ai, garotão. Se o Papai Noel ver o estrago que vai fazer comigo, não vai mais te dar presentes.

– Eu quero que ele veja mesmo como Ronald Weasley consegue ser um bom menino e ao mesmo tempo deixar uma garota de pernas bambas. –Senti-a estremecer embaixo de mim e voltei a beijá-la intensamente, havia muita luxúria na dança que nossas línguas inquietas faziam explorando as bocas.

Durante nossos beijos quentes, fui tentando arrancar todas as peças dela que eu conseguia, mas jamais vi uma lingerie tão difícil de se tirar. Tinha aquela cinta liga sexy e tudo mais, só que tirar aquilo era mais difícil do que achar uma agulha no meio de um palheiro. Vou ter que processar esses fabricantes de lingerie e sugerir peças que caiam com um estralar de dedos.


– Eu sou a Mamãe Noel então... Eu sou a responsável por te dar o presente, baby. –Hermione me empurrou em direção da cama sem dó. Esse ladinho selvagem dela com certeza vai me enlouquecer. Ela arrancou minhas calças e me “provocou”, se é que me entende, até que eu implorasse por misericórdia, para depois me “vestir” e ir para os finalmentes.

A cena mais linda e prazerosa que já tive a oportunidade de ver foi quando ela começou a cavalgar em mim. Seu gorrinho de Mamãe Noel começava a escorregar dos seus cachos, seus olhos estavam fechados aproveitando todas as sensações, seus lábios estavam entre abertos e belos gemidos saiam de dentro deles, meu corpo estava coberto de batom vermelho, seu corpo cheio de curvas esculpidas por anjos estavam cobertos por uma camada fina de suor e seus movimentos eram firmes e deliciosos.


– Gosta... Disso, Hermione? –Perguntei levemente ofegante, agarrado em seu quadril ajudando-a com os movimentos.

– Gosto... Muito... –Respondeu ela, demonstrando o prazer que sentia arranhando meu peitoral de um jeito que me deixou louco, fora de mim.

– Então vai gostar mais ainda. –Virei-a na cama e fomos parar no chão, em cima do tapete preto felpudo, onde velas negras e vermelhas mais próximas aqueciam nossos corpos que suavam gelado e iluminavam, deixando o momento mais sexy e envolvente ainda.

Meus movimentos eram rápidos e fortes, Hermione gemia alto sem medo de ser ouvida e arranhava minhas costas com força, o que iria dar belas marcas, mas eu nem ligava, ser marcado desse jeito era mais do que excitante. Não demorou muito para que ela chegasse ao ápice, se contorcendo em baixo de mim e apertando suas pernas em volta do meu quadril, diminui a velocidade sentindo meu próprio ápice chegar.

Fechei meus olhos com força e para que as sensações tomassem conta de mim, a beijei da forma mais apaixonada o possível. Depois que meu corpo relaxou, comecei a controlar minha respiração ofegante.


– Esse está sendo... O melhor natal de todos... Sem mais. Ultrapassa até o natal em que ganhei minha primeira bicicleta. –Falei ofegando um pouco ainda e Hermione riu, seu peito subia e descia rapidamente, indicando que o momento foi intenso para ela também.

– Quer champagne? –Ela perguntou, se levantando e pegando a garrafa de champagne. Acenei positivamente com a cabeça e ela sorriu, tirando a rolha com a boca e despejando o líquido no corpo nu. – Venha tomar.

– Hermione Jean Granger, a senhora quer ser responsável pelo meu falecimento? –Minha namorada riu e negou com a cabeça.

– Só estou deixando as coisinhas do jeitinho que você gosta, aliás, é seu presente. –Sorri enquanto ela se aproximava. Ficamos no tapete curtindo da melhor forma, depois que eu bebi o champagne no corpo dela, ela comeu morangos com chantilly, despejando o chantilly pelo meu corpo. Eu só conseguia pensar no quanto essa menina é perfeita.

Depois que fizemos amor mais uma vez no tapete, fomos para o banheiro limpar nossos corpos melados de chocolate, chantilly, champagne e suor. E mais uma vez, não resistimos, nos amamos novamente debaixo do chuveiro.


– Gostou mesmo da surpresa, amor? –Perguntou Hermione sorrindo enquanto esfregava suas mãos macias nas minhas costas com sabonete líquido de vinho.

– Se eu gostei? Eu amei, baby. –Ela se colocou na minha frente, esfregando agora o sabonete líquido no meu peito, minha namorada continha um sorriso lindo no rosto. – Mas quero que saiba que não é só dessas surpresas que gostei, poderia ter tudo isso e muito mais, mas se não fosse você, não seria tão perfeito. Eu não precisaria nem ter ganho tudo isso, só o fato de te ter comigo nesse dia e em todos os outros me deixa mais do que feliz. –O sorriso dela aumentou.

– Promete que vai ser sempre assim? Vamos estar sempre juntos? –Ela perguntou, se abraçando a mim. A abracei de volta e inspirei profundamente.

– Prometo. Prometo hoje e sempre. –Acariciei suas costas, sentindo o perfume dos seus cabelos. Daqui a uma semana vai ser ano novo, vida nova. Nós vamos dar importância ao que vale a pena, dar importância a nós. Você vai entrar na Harvard, eu vou com você para onde você for e vai ser sempre assim. –Recebi beijos carinhosos pelo meu pescoço.

– Eu tenho tanto medo de te perder...

– Shhh. –Repousei meu dedo em cima dos lábios dela, pude ver seus olhos que eu tanto amo marejados. – Nem a morte vai nos separar, ok? –Sequei uma lágrima que caiu dos seus olhos e se misturaram com a água do chuveiro.

– Eu amo você. –Tinha tanta sinceridade na sua voz, que foi o melhor presente de todos daquela noite e de todos os natais. Beijei-a carinhosamente e quando me separei de seus lábios, eu sorri.

– Eu também amo você.

Hermione POV

Fomos deitar quando ainda estávamos meio úmidos e nos cobrimos com um lençol apenas, pois o quarto estava quentinho. As expectativas que tive antes da noite ir de mal a pior com o meu nervosismo em tentar ser sexy, caíram ao chão com a forma que a noite passou. Foi o natal perfeito que já passei, além de todo o clima familiar aconchegante, teve Rony, meu príncipe encantado, meu melhor amigo, meu tudo.

Eu me perguntava deitada em seu peito como ele conseguia deixar tudo ficar perfeito? Acho que até se eu morasse debaixo da ponte com ele, eu seria feliz. Sua facilidade em me fazer rir, em me fazer me sentir amada, em encher meu peito de felicidade... Era algo quase surreal.

Era quatro horas da manhã e nos lembrávamos da viagem que fizemos para o Rio, em como foi importante para amadurecer o amor que estava germinando apenas dentro da gente, no quanto havíamos amadurecido junto com esse amor. A alguns anos atrás eu era só uma sabe-tudo chata e orgulhosa, agora junto a Ron eu deixava essa máscara cair.

Eu mesma conseguia ver meu próprio amadurecimento e isso era mais do que tudo de melhor que poderia acontecer comigo.

Nem me recordo de quando cai no sono, mas fui embalada pela respiração relaxada de Rony e com seus afagos. Só sei que dormi maravilhosamente bem, um sono sem sonhos bons, nem ruins. Apenas um sono gostoso ao lado da pessoa que eu mais amo.

...


– Hey baby, vai perder o almoço se continuar dormindo desse jeito... –Me remexi na cama escutando a voz masculina mais linda do mundo sussurrando em meu ouvido.

– Que horas são...? –Me espreguicei de olhos fechados, sentindo meus músculos se alongarem. A noite passada foi a melhor que eu tive, sem dúvidas, mas não sei porque que meu corpo estava tão doído.

– Onze horas, princesa. Antes que me bata, não te acordei antes porque estava linda dormindo. –Sorri sem abrir os olhos. Tinha muita iluminação no quarto, eu estava me acostumando ainda.

– Eu te bateria se tivesse me acordado. –Abracei a coberta para cobrir meu corpo nu. Finalmente criei coragem para abrir meus olhos e encontrei um ruivo sorridente olhando para mim.

– Dormiu bem? –Acariciou meus cabelos.

– Claro que dormi... Só estou com um pouco de dor no corpo. Você também está?

– Quem não estaria? Você foi selvagem ontem, menina. –Corei violentamente quando ele me mostrou as costas arranhadas. – Sorte sua que é inverno e eu não vou precisar mostrar minhas costas, mas se os gêmeos virem, se prepare para passar vergonha. –Soltei um grunhido de insatisfação e Rony riu. – Pois é. Tome um banho quente que as dores aliviam. Te encontro lá embaixo? –Assenti. – Ok. –Beijou minha testa e saiu do quarto, fechando a porta. Levantei agarrada a coberta e tranquei a porta.

Me espreguicei mais uma vez e a coberta caiu, fazendo aparecer no espelho uma menina com cara de quem hibernou e o corpo coberto de marcas, típico de uma noite ardente.


– Droga... De novo não. –Fiz uma careta de dor, cutucando um chupão no meu pescoço, me recordando brevemente do dia da festa na casa do Cedrico que acordei toda marcada também. Era ótimo fazer essas marcas, mas depois ficar com elas no corpo é que era difícil. Sorte que era inverno, muita sorte.

Fui até o banheiro carregando algumas roupas quentes e me enfiei debaixo do chuveiro, sentindo as dores irem embora por alguns minutos. Mas foi só me esforçar para me secar rapidamente que as dores retornaram. Que saco.

Sequei meus cabelos para que eu não precisasse escutar as broncas da minha mãe, e depois desci para o almoço. Chegando no andar de baixo, percebi que a sala de jantar estava vazia, só que com a comida na mesa. Fui na sala, onde as pessoas estavam acumuladas e só percebi o que estava acontecendo quando Gina apareceu rindo com um arquinho na cabeça de chifres de rena e o nariz pintado de vermelho.


– Feliz Natal, amiga! –A ruiva me abraçou e nós duas ficamos rindo.

– Não vamos deixar a Mi de fora! –Ella apareceu colocando um arco igual o da Gina em minha cabeça e Fleur pintou meu nariz de vermelho. Todos, repito, TODOS estavam caracterizados de rena agora. Era a cena mais fofa e engraçada do mundo, nem a pequena Victoire escapou, balbuciava animada no colo da mãe mexendo em seus mini chifres.

– Eu sou o Rudolph, eu guio o Papai Noel na noite com meu nariz brilhante. –Falou Fred segurando uma lâmpada no nariz e todos riram.

– Não, EU sou o Rudolph, seu traidor. –Bradou Jorge roubando a lâmpada na mão do irmão. E uma briguinha deu início, arrancando cada vez mais risadas.

– Você ficou linda de rena, Mi. –Ron disse, se aproximando de mim rindo.

– Você também, baby. –Cutuquei seu nariz vermelho e ele riu, cutucando o meu. Começamos o almoço e eu não deixei em paz os chifres de ninguém, de vez em quando a chata aqui escolhia um alvo para mexer nos chifres.

Fui um almoço divertido, delicioso, repleto de comidas natalinas como o jantar passado, conversas animadas enchiam o local e o clima familiar aconchegante não nos largava. Eu não conseguia parar de rir por um minuto sequer, era com certeza o melhor natal de todos.

Depois do almoço, ficamos na varanda vendo a neve cair em flocos pequenos, a alegria da minha irmã que ficou brincando com sua Barbie que estava vestida com trajes de inverno. Nossa, até isso eles inventam.


– Meninas, desculpe por não ajudar no almoço... É que fui dormir tarde e ainda acordei com o corpo todo doído. –Confessei e Gina me lançou um olhar malicioso.

– Hum... Então a noite foi ótima...

– Gina! –A repreendi antes que me envergonhasse mais na frente da minha própria mãe e das outras meninas, que riam da minha cara mais vermelha que um tomate.

– O que? Foi uma noite ótima pra todo mundo. –A ruiva se fez de inocente e eu semicerrei meus olhos, rindo em seguida.

– Claro que foi. E não se preocupe, querida. Nós também curtimos até tarde, descansamos até tarde e as cozinheiras maravilhosas é que cuidaram no almoço. –Disse vó Nina sorrindo.

– Ah, tudo bem então. –Sorri de volta. Ficamos conversando aleatoriamente esperando os meninos terminarem de limpar a cozinha, fiquei brincando com a pequena Vic que parecia um filhote de baleia orca, de tanta roupa que possuía. De tanto ficar brincando com o próprio nariz, a loirinha acabou borrando todo o batom vermelho, sujando todo seu rostinho de boneca, e seu arquinho com chifres estava por cima de uma touca fofa.

– Por que bebês tem que ser tão lindos até quando choram? –Indaguei quando a bebezinha abriu um berreiro porque o arquinho escorregou da sua cabeça, levando sua touca junto.

– Você só acha isso porrque não é mãe ainda, Mione... –Comentou Fleur e as outras mães presentes concordaram plenamente.

– É fácil quando o filho não é nosso. –Vó Ella disse e nós rimos.

– E ai gatinhas, terminamos o serviço. –Anunciou Rony, chegando na varanda acompanhado dos outros meninos.

– Que tal uma patinadinha no gelo? –Perguntou vô Timus erguendo uma caixa cheia de patins. Meus olhos automaticamente brilharam, é óbvio.

– É uma ótima ideia, amor. O que acham? –Ella perguntou sorrindo.

– Acho que estamos perdendo tempo. –Levantei animada e todos riram. Saímos pela fazendo em direção do lago que estaria congelado e perfeito para patinar, fui na frente saltitando. Desde que meu avô me ensinou a patinar no gelo, aquele mesmo que me ensinou a tocar piano, aderi a uma paixão por isso.

Várias recordações poderiam ir a tona nesse momento de lazer, as vezes que eu caía e vô John me dizia para não parar de tentar, e que desistir era o pior que tinha para se fazer. Foi ele quem me ensinou a perseguir meus sonhos sem olhar para trás. Ah, vovô... Como você me faz falta.

Chegando ao lago, depois de muita caminhada dificultada pelo gelo que se formou na grama, me surpreendi com a paisagem. Estava tudo muito lindo, a água estava mais dura do que pedra, a ponte era a única coisa que dava coloração no ambiente além das árvores cobertas de neve.


– Vamos, tem patins para todos. –Timus foi distribuindo os patins e peguei um branco, até Sophia foi treinar seus primeiros passos no gelo. Fleur preferiu ficar com o marido em casa para que Victoire não ficasse doente.

Fazia tempos que eu não patinava no gelo, as primeiras deslizadas foram dificultosas, quase cai algumas vezes, sorte que Rony sempre estava lá para me segurar. Era incrível em como ele conseguia ser melhor que eu na patinação, deveria ser porque ele vem todo o natal aqui e pode praticar, talvez.


– Que tal uma corrida, Granger? –Sugeriu Fred.

– Contra nós dois. –Jorge deu um sorriso maroto.

– Aposto que eu e a Mi deixaremos vocês dois no chinelo. Ou melhor, nos patins. –Ri e fiz um high-five com Gina.

– Quem perder, vai ter que comer neve. E os vencedores são quem dizem o tanto que os perdedores vão comer, pode ser uma mão, duas mãos... –Sugeriu um dos clones, eu e a ruiva nos encaramos com um olhar maldoso.

– Feito. –Gina cuspiu na luva e Fred fez o mesmo, apertando a mão da irmã em seguida. Não pude conter uma cara de nojo, e isso só os fez rir.

– Vamos fazer esses gêmeos comerem poeira, Gi? Ou melhor, comerem gelo? –Dei um sorriso diabólico para a ruiva, que retribuiu.

– Quem muito fala, nada faz. Em suas marcas...

– Essa eu tenho que ver. –Falou Harry, sentando-se na neve para ver a corrida.

– Acabem com esses dois bundões, gatinhas! –Gritou Rony, sentando ao lado do moreno, que gargalhou.

– Se alguém se machucar, não vou fazer curativo! –Avisou vó Nina e caímos na risada.

– Enfim. 3, 2, 1... JÁ! –Berrou Jorge e nos lançamos pelo lago em nossos patins. Primeiro, os gêmeos esguios saíram na liderança, para que depois eu e Gina saíssemos na frente em disparada. Chegando no local determinado como a linha da chegada, a ponte que não nos deixava atravessar o lago, os clones ruivos soltaram muxoxos.

– Queremos revanche! –Exigiu Fred.

– Nada disso, nós ganhamos e vocês vão comer neve agora. –Gina riu maléficamente.

– Para quem estava dizendo que iriam nos fazer comer gelo, estão muito covardes. –Debochou Jorge.

– Não é covardia, cumprimos o prometido, vamos fazer vocês comerem gelo... Literalmente. –Falei dando pulinhos de comemoração. Do outro lado do lago, os outros riam das expressões de infelicidade dos gêmeos.

– Tudo bem... Quanto vocês querem que a gente coma? –Sussurrei algumas coisas com a ruiva e chegamos a um acordo.

– Uma mão. Bem cheia. –Ela parecia bem feliz em fazer essa maldade. Fred e Jorge se ajoelharam na neve, juntando os flocos com uma mão e trocando um olhar choroso, para depois enfiarem o gelo na boca e mastigarem. Todos caíram na gargalhada, eu chorava de tanto rir.

– Meus dentes! –Gritava Fred quase chorando.

– Minha garganta! –Isso era Jorge quem gritava a beira do choro.

– Vocês que propuseram isso, não foi nossa culpa e... –Minha cabeça foi acertada sem dó por uma bola de neve.

– AH, É ASSIM? –Gina fez um bombardeio de bolas de neve e a briga deu início, até tio Bilius entrou na brincadeira. Minha irmã se divertiu a beça enfiando uma bola de neve dentro das calças de Rony, a mando meu. Só que quando o ruivo descobriu que foi ideia minha, minha bunda congelou de tanto gelo que ele jogou dentro das minhas calças e por debaixo das minhas blusas, nas minhas costas.

Na metade da tarde, todos estávamos exaustos, não conseguíamos nem rir mais de tanto cansaço. A dor no meu corpo havia piorado, mas não me arrependi nem um pouco da diversão que tive.

Depois de tomar um banho quentinho com meu namorado que ajudou a me aquecer, percebendo que eu tremia bastante, vesti mais roupas do que todos somados naquela casa. Estávamos na sala, alguns no chão em cima de colchões com cobertores e outros nos sofás, eu estava em um dos sofás com as pernas jogadas em cima das coxas do meu namorado tremendo a beça. Dava até vergonha, eu parecia estar sendo eletrocutada as vezes.


– Baby, você está bem? –Perguntou Ron, colocando a mão na minha testa.

– Estou sim, deve ser frio psicológico, pois aqui está quentinho... –Apontei para a lareira acesa enquanto tremia o queixo, fazendo meus dentes baterem.

– Está com cara de febre. –Minha mãe se levantou com uma expressão preocupada, colocando a mão em minha bochecha e encostando o rosto em minha testa. – É febre. Ella, tem um termômetro? –Vó Ella assentiu e saiu da sala. – Já para cama Hermione, você está doente. –Soltei um muxoxo, eu ODIAVA ficar doente mais que tudo nesse mundo.

Rony me carregou até o quarto e me colocou na cama, me cobrindo com um monte de cobertores antialérgicos por causa que minha rinite estava atacando.


– Foi tudo minha culpa, por que eu fui colocar neve nas suas costas? –O ruivo ficava se martirizando dizendo que a culpa era toda dele e eu só suspirava.

– Não foi amor, hoje de manhã eu já estava com o corpo todo doído, se lembra? –Ele assentiu. – Não foi por causa da nossa noite... –Sussurrei, sentindo minhas bochechas esquentarem mais do que já estavam. – Foi o aviso que a gripe iria chegar.

– E eu só acelerei o processo. –Bufei, batendo de leve em seu braço.

– Não começa. –Minha mãe adentrou no quarto acompanhada das outras meninas.
– Desculpe por isso, mas vamos ter que tirar algumas peças para medir sua febre. –Ela tentou tirar meus casacos e eu não deixei, me recordando dos chupões em meu pescoço.

– Não! –Gritei. – Quero dizer... Está frio! E... Eu vou piorar!

– Mas eu tenho que fazer isso, filha. –Fiz bico enquanto ela arrancava meus casacos. Quando meu pescoço ficou a mostra, pude escutar Gina prendendo o riso.

– A noite ontem foi ótima para todas nós... –Fuzilei-a com o olhar, que logo se calou. As outras nem deram bola, para minha felicidade pareciam mais preocupadas comigo. O termômetro foi parar debaixo do meu braço e fiquei segurando durante cinco minutos. Quando minha mãe foi checar a temperatura, parecia que ia cair dura.

– Quarenta graus de febre! –Gritou ela, me dando um susto.

– É melhor ela tomar um paracetamol! –Nina tirou um comprido de dentro de uma caixinha de remédios e pegou um copo d’água. – É para baixar a febre, querida. –Tomei o comprido enquanto minha mãe me encarava como se eu fosse morrer.

– Tem vinagre?

– Mãe...

– Shh. Tem vinagre? –Perguntou ela novamente, revirei meus olhos. Sempre que eu ficava com febre, ela colocava panos encharcados de vinagre na sola dos meus pés. Se abaixava a febre? Abaixava. Mas aquele cheiro... A sensação de ter aquela coisa gelada nos pés... Argh.

Vó Ella foi buscar os panos e o vinagre, quando ela voltou foi uma tortura. Eu ficava chutando as mãos geladas da minha mãe para que ela não conseguisse colocar os panos nos meus pés, isso só me rendeu algumas broncas e por fim, cedi, sentindo aquele troço gelado e fedido em mim.


– Não reclama, é para o seu bem. –Quando fui reclamar, minha mãe me impediu. Passado dez minutos, ela foi checar minha temperatura novamente. A febre estava abaixando. – Ah, graças a deus. Acho que temos que ir pra casa antes que aumente, não é?

– Mas... Mas só vocês dois e a Sô é que iriam embora, eu ficaria aqui até dia trinta! –Reclamei.

– E você está doente. Vai com a gente.

– Tudo bem Rachel, nós cuidamos da Mione. –Ella sorriu, acariciando meus cabelos.

– É mãe...

– Mi, não discuta com a sua mãe. –Falou meu pai e eu bufei.

– Nós sabemos que vocês vão cuidar, só que você já foi mãe, sabe como é, né? –Vó Ella assentiu.

– É até melhor mesmo, Mi. Aqui em Pasadena está tendo frios rigorosos, é bom ficar lá em LA mesmo. –Cruzei meus braços em meu peito, vendo que não poderia discutir mais.

– Tudo bem... Eu vou. –Ter que me despedir de todos a contragosto foi o pior de tudo. Rony, Gina, Harry e os gêmeos resolveram ir embora também, os outros ficariam só mais um dia.

Fui no carro com Ron totalmente emburrada. Só depois que ele disse que pediria para meus pais se eu poderia ficar na casa dele até o ano novo foi que fiquei contente, sendo que tinha muitas chances da minha mãe superprotetora não deixar nem a pau.

Depois de ser provocada por Gina um milhão de vezes seguidas por causa dos chupões no meu pescoço, meu namorado estacionou na frente de casa.


– Rachel... –Chamou Rony com seu tom manhoso e pidão.

– Sim, querido? –Perguntou minha mãe tirando as malas do carro.

– Hermione poderia passar alguns dias lá em casa... Até o ano novo? –Eu pensando que ela iria surtar como se o ruivo tivesse sugerido me esquartejar e guardar meus restos dentro de uma mala para mandar para o Egito ou algo assim, mas não, apenas sorriu provavelmente encantada pelos olhos azuis do meu namorado.

– Poder até pode... Se o senhor prometer cuidar dela e se acontecer algo, me ligue. –Comecei a comemorar com uma dançinha improvisada enquanto todos riam.

– Prometo, óbvio. –Ele abriu um grande sorriso, abraçando minha cintura.

– Tudo bem então. –Acho que se Rony perguntasse “Hey, posso torturar a sua filha até a morte?” com aquele sorriso torto, voz embargada de cavalheirismo e olhinhos azuis sedutores, minha mãe deixaria.

Meu pai colocou minhas malas no porta-malas do carro do Ron e me abraçou, beijando minha testa e olhando para meu namorado como se dissesse “Quero que ela volte do jeito que está, se não te mato”. Ah... Esse amor de sogro é lindo.


– Se cuida. –Falou ele finalmente me deixando entrar no carro novamente.

– Tchau mãe, tchau pai. Vejo vocês dia trinta! –Acenei e mandei beijos soprados. Fomos para a casa dos Weasleys em silêncio, apenas escutando um bom rock leve no rádio e cantarolando o caminho todo.

Chegando lá, vimos os gêmeos andando em volta de um carro desconhecido coberto por uma capa preta, eles estavam visivelmente confusos.


– Será que chegaram novos vizinhos? –Escutei Jorge perguntar quando Rony estacionou e eu desci do carro.

– Essa é a Maserati do Ron. –Ergui a capa que estava com um pouco de neve e fui puxando, até que o carro ficou descoberto. A boca dos clones se escancarou.


(Carro: http://4.bp.blogspot.com/-9eGQAjW9TXQ/TsB_KCPtduI/AAAAAAAAHuk/WW_QX1eJ72M/s1600/Maserati-GranCabrio-preta.jpg)


– Não... –Começou Fred.

– ...Brinca. –Terminou Jorge. Eles pareciam nem respirar, seus olhos faiscavam e uma babinha começava a escorrer no canto da boca deles.

– Chamou, amor? –Meu namorado chegou atrasado, me abraçando por trás, e quando viu o carro, quase caiu para trás.

– É o m-meu c-carro? –Gaguejou ele ofegando. Comecei a rir da sua reação.

– É. Respire amor, respire... –E minha boca foi atacada sem mais nem menos. – Amor, eu estou com gripe, eu... –Rony nem ligou e voltou a me beijar.

– Obrigado minha linda, muito obrigado. –E por fim me deu um abraço de urso. Deus, eu nunca entenderei esse fascínio de meninos por carros.
Depois que Harry, Ron e os gêmeos namoraram muito o carro novo, andaram por dois quarteirões com ele, quase apanharam de mim e de Gina, pois demoraram muito para voltar e esqueceram de nos dar as chaves de casa, nos deixando do lado de fora no frio, finalmente entramos.

Eram sete horas da noite e fazíamos o jantar, quero dizer, os cinco faziam o jantar, eu fui proibida pelo meu namorado, porque segundo ele eu estava doente demais para sair da cama. Por isso, fiquei no quarto dele no maior do tédio escutando as risadas no andar de baixo. Novamente: Odeio ficar doente.


– Amor... O jantar está pronto! –Anunciou Rony adentrando no quarto com um prato em mãos.

– Ótimo, estou morrendo de fome. O que é? –Perguntei animada me ajeitando na cama.

– Canja de galinha. –Arregalei meus olhos.

– Comida de doente?

– E você está muito saudável, não é baby? –Bufei, cruzando os braços.

– Não vou comer isso. –Virei o rosto quando o ruivo se sentou ao meu lado. – O que vocês vão comer?

– Macarrão... –Bufei mais alto ainda.

– E eu vou comer... Isso?

– Quero que melhore gatinha, só isso. –Fiz mais drama, neguei mais algumas vezes, reclamei mais um pouco, até que a fome falou mais alto, praticamente gritou quando o cheiro da macarronada entrou no quarto e até minhas narinas entupidas conseguiram captar o odor. Comi a canja na maior da má vontade, reclamando a cada colherada que Rony me dava.

– Mas você é chata, né menina. –Falou ele rindo quando a canja já estava acabando e eu estava reclamando que estava com fome ainda. – Vou te trazer bolachas de água e sal. –Minha boca caiu no chão.

– Bolacha de doente? –Ele nem se deu ao luxo de responder, apenas riu e saiu do quarto, voltando depois com um pacote de bolacha de doente. Argh.

– Vamos medir a temperatura, agora? –Perguntou Rony se aproximando de mim com o termômetro. Continuei emburrada olhando para a tv, uma das coisas que ele teria que aprender: Todos me odeiam quando fico doente. – Baby, não dificulte as coisas. Abra a boquinha. –Abri sem demonstrar nenhuma emoção. Depois de checar minha temperatura, a febre havia aumentado alguns traçinhos apenas, chegando a 38 e dois traçinhos, mas foi o necessário para fazer o ruivo pirar.

E eu achando que seria ótimo passar alguns dias na casa dos Weasleys, pois não teria minha mãe para cuidar de mim como se eu fosse feita de cristal. E agora eu tinha Rony, que conseguia ser pior do que minha mãe e meu pai juntos.

Ele me tratava como se eu fosse uma deficiente, ou melhor, até deficientes fazem mais coisas sozinhos do que eu estava fazendo. Era só uma gripe e nem ir no banheiro desacompanhada eu podia ir! Porque segundo meu namorado paranóico, uma tontura súbita poderia me atingir e me faria cair no piso do banheiro, batendo a cabeça e morrendo. Era S-U-F-O-C-A-N-T-E.

Tudo bem, eu conseguia entender as preocupações dele, mas chegava a ser exagerado. Eu deveria estar de TPM, estava doente, e essas duas coisas somadas me deixavam a pessoa mais detestável da face da terra, até brigar com Harry por causa de uma bandeja de morango eu briguei, então Rony que se cuidasse.

Já era dia 27 e eu simplesmente não estava agüentando mais. Como a febre resolveu me largar, meu corpo sentia mais calor agora, só que mesmo assim meu namorado me enchia de casacos dizendo que não queria trair a confiança da minha mãe, porque da última vez que ele prometeu que cuidaria de mim para sempre, fiquei dormindo durante duas semanas no hospital.


– Amor, cadê sua jaqueta? –Semicerrei meus olhos para o ruivo ao meu lado. Eu estava no sofá assistindo algum programa sobre animais e Rony continuava me sufocando.

– Eu estou bem assim, Ron! Estamos perto de uma lareira, com um cobertor e estou com três casacos. Já não está bom?

– Só quero que fique melhor, Mione, e...

– Mas está me sufocando. –Confessei.

– Ah estou? –Bradou ele indignado.

– Ah, está. –Debochei.

– Se não está contente com meus cuidados, pode voltar para casa. Não estou te prendendo aqui. -Ele foi elevando o tom de voz, e eu não deixei barato.

– Ah, é assim então? –Me levantei, jogando o cobertor no chão.

– É, é assim!

– Então tá. –Sai batendo os pés e abri a porta sendo observada por uma Gina e por um Harry chocados, fechei a porta com força sem olhar para trás e sai portão a fora, andando rapidamente em direção da minha casa, que por sorte não era tão longe da minha. Senti meu celular vibrar no meu bolso e nem me mexi para atender.
Escutei uma buzina e não olhei para trás, continuei andando em linha reta.

– Hermione! Deixa de ser teimosa! –Me virei enfurecida para o carro que havia acabado de estacionar.

– ESTOU INDO PARA CASA! –Bradei completamente descontrolada. – Não se preocupe comigo, volte para a sua e contemple a ausência da doente. –Dobrei a esquina e enxerguei minha casa.

– Hermione! –Escutei seu grito e apenas ignorei, seguindo meu caminho. Sei que é bobagem brigar por causa de uma coisa dessas, mas eu simplesmente explodi e agora não havia mais volta.
Cheguei em casa e Rony parecia ter desistido de me seguir. Minha mãe que estava em casa até se assustou quando eu cheguei. Expliquei tudo que havia acontecido e é claro que dona Rachel brigou comigo por eu ter sido tão grossa, que eu poderia ter resolvido isso com ele na base da conversa. Ai fiquei braba com ela também e subi para meu quarto.

Até dia 28 permaneci assim, descontando minha raiva de estar doente em tudo e em todos, menos em Bichento que parecia ser o único que me entendia. Até que na madrugada do dia 29, levei o maior susto da minha vida.

Eu já estava na cama dormindo profundamente, quando fui acordada por causa de uma pedra que simplesmente voou na minha janela, quebrando-a. Levantei terrivelmente assustada e abri a janela, dando de cara com um Rony muito bêbado na frente da minha casa.


– Você! –Ele me apontou, falando com a voz enrolada. – Você estava sufocada e resolveu arrancar o meu ar me deixando sozinho... Brigando comigo!

– Rony... –Suspirei e corri para as escadas, descendo-as e chegando onde ele estava. Meus pais levantaram assustados. – Ron, entra aqui. Está frio ai fora!

– Não... Você está se sentindo sufocada, não vou ai arrancar o seu ar novamente. –Corri até ele, arrancando a garrafa de whisky das suas mãos e tacando-a na grama. – Você não tem direitos de... –O puxei pela camisa e o beijei, sentindo o gosto forte do álcool na sua boca. Primeiro, o ruivo tentou resistir recuando em passos tortos, mas depois desistiu e agarrou minha cintura, retribuindo o beijo.

– Como somos idiotas, não é...? –Falei ofegando, com as nossas testas encostadas.

– É...

– Me desculpa, Rony. Eu te amo, amo seus mimos, amo seus cuidados, amo me sentir amada, que é como eu me sinto sempre que estou com você. Me perdoa? –Supliquei, abraçando-o com força.

– Perdôo... Perdôo... –Nos reconciliamos assim, de madrugada, debaixo da geada que caía, eu de pijama, ele bêbado... Seria uma boa história para contar para nossos filhos no futuro.

O dia 29, passamos grudados debaixo das cobertas depois que Molly ficou sabendo onde seu filho bêbado havia ido de madrugada.

Dia 30, partimos para Malibu, onde ficava a casa dos meus avós maternos. Foi todo mundo para lá, como era tanta gente, boa parte da família Weasley teve que ficar em hotéis. Até meus amigos foram, e revê-los foi a melhor coisa do mundo, além de ver meus avós que não via fazia tempos.


– E ai? O que vão vestir hoje à noite? –Perguntou Cho remexendo nas malas. Estávamos no meu velho quarto, na casa dos meus avós.

– Biquíni, japa. –Debochou Gina.

– É, está bem quente para darmos um mergulho quando meia-noite chegar. –Luna ajudou a debochar e a japonesa fuzilou as duas com os olhos, enquanto eu ria em um canto.

– Dizem que a cor da calçinha influencia na sorte... Acho que vou escolher uma vermelha, não porque quero uma paixão, mas porque o Ced ficará doidinho. –Ela sorriu maliciosa e nós caímos na risada.

– Não quero ninguém fazendo safadeza na casa dos meus avós. –Brinquei e elas riram mais ainda.

– Como se seus avós não soubesse o que é bom. Devem ter mais vida sexual do que nós.

– Imagina sua vovó de calçinha fio dental rosa e com as peitcholas de fora rebolando para seu vovô cheio de charme, Mi. Pura sedução, não é? –Eu já chorava de rir.

– Ai que horror, Gina. Vou ter pesadelos essa noite. –Ficamos rindo e comentando bobagens por um bom tempo, para depois dar atenção as roupas. Era perfeito estar com minhas amigas novamente.

Passamos a tarde fazendo competição de videogame com os meninos. Em um jogo de carro, Cho não sabia se o carro dela era o de cima ou o de baixo e acabou perdendo para o próprio namorado, que apanhou depois de vencer da japonesa invocada. Nunca ri tanto na minha vida. Talvez só quando minha vó Sarah resolveu tentar jogar um pouco de jogo de dança contra Rony, eu poderia dizer que ela dança bem melhor que meu namorado, e é por causa disso que ri tanto, ela deu um banho nele.

Quando a noite chegou, fui me arrumar para o ano novo. Primeiro, faríamos uma festinha particular na casa, que ficava de frente para a praia, e a meia-noite iríamos ver os fogos.

Fui tomar banho depois que ajudei a fazer o jantar, fazia tempos que eu não visitava meus avós e estar na casa dele depois de anos sem aparecer aqui era mágico, cada cômodo me dava recordações de quando eu era criança e passava as férias de verão aqui. O balanço pendurado na árvore até hoje, o baú de bonecas que esqueci aqui... Tanto que quando encontrei esse baú, passei um tempão olhando minhas bonecas e sorrindo, imaginando minha filha brincando com elas.

Quando sai do banho, vesti uma saia de renda vermelha de cintura alta e colada, e uma blusa cropped de lantejoula por cima. Para sair na praia eu colocaria algo mais quente, pois estava frio.

Depois de modelar meus cabelos com o babyliss, passar bastante rímel, batom vermelho, esborrifar meu perfume e ajeitar minha aliança em meu dedo, calcei meu Louboutin preto mais básico.


Eu mal tinha terminado de me arrumar quando Rony adentrou no quarto.


– Mione? –Ele me chamou, entrando e fechando a porta. Estava lindo, absolutamente lindo. Vestia uma camiseta vermelha e por cima uma camisa branca aberta, calça jeans e tênis. Os cabelos ruivos mais bagunçados do que nunca, dando uma carinha de moleque safado a ele. Me peguei suspirando involuntariamente, e pelo jeito não foi só eu.

– Oi. –Sorri, quebrando o silêncio enquanto ele me encarava boquiaberto. – Como estou? –Dei uma volta e o ruivo continuou me encarando como se eu fosse a coisa mais incrível dali. Quando ele finalmente voltou a falar, começou a cantar da forma mais linda o refrão da música “Just The Way You Are”, do Bruno Mars.

When I see your face... There's not a thing that I would change. 'Cause you're amazing just the way you are... And when you smile, the whole world stops and stares for a while. 'Cause girl you're amazing just the way you are. –Eu simplesmente não conseguia parar de sorrir.


(Tradução da música: http://www.vagalume.com.br/bruno-mars/just-the-way-you-are-traducao.html)

– Lindo. –Falei, sentindo meus olhos queimarem querendo se encher de lágrimas, mas eu não deixei. Rony sorriu e me abraçou, coloquei meu rosto no vão do seu pescoço e inspirei, sentindo seu perfume inebriante.

– Linda. –Ele sussurrou no meu ouvido e eu estremeci.

– Vamos gente! O jantar está pronto! –Gritou Gina passando pelo corredor. Descemos juntos e jantamos animadamente. Tinha uma ceia de ano novo deliciosa preparada pelas meninas da casa, matei as saudades da comida da vovó e perto da meia-noite, fui trocar de roupa.

Coloquei uma calça jeans, uma blusa de manga comprida branca e um moletom vermelho escrito “I ♥ My Boyfriend”. Já Rony estava com um moletom branco escrito “I ♥ My Girlfriend”.

Prendi meus cabelos em um rabo de cavalo, calcei meu All Star preto e nos mandamos para a praia que começava a lotar de gente. No outro canto da praia tinha um grupo musical que ficava tocando todos os tipos de música.


Meus avós, meus pais e meus sogros estavam mais festeiros do que nunca, comprovando de que idade não é algo tão importante assim. Fizemos a contagem regressiva na beira do mar, de mãos dadas, até que os fogos foram ouvidos.


– Feliz ano novo! –Gritamos dando um grande abraço em grupo. De repente, os meninos estouraram as champagnes e encharcaram suas namoradas com a bebida.

– CEDRICO DIGGORY, VOCÊ ME PAGA! –Gritou Cho tão alto que deu de ouvir mesmo com os fogos estourando e ficou correndo atrás do namorado pela praia, que só ria da namorada melada de champagne. Já eu, Gina e Luna revidamos, roubando as champagnes das mãos dele.

– Ah, então é assim senhorita? –Berrou Rony sacudindo o cabelo que pingava a bebida. Antes que eu falasse algo, fui carregada quase de cabeça para baixo pela praia enquanto socava as costas do meu namorado, exigindo que ele me colocasse no chão.

Nem percebi que ele tinha me levado de volta para casa, só quando o ruivo cabeça oca me jogou na piscina – que por sorte era aquecida – foi que me dei conta.


– RONY! –Gritei tentando sair da água, mas ele já tinha pulado junto e me segurava, rindo sem parar.

– Feliz ano novo, minha linda. –E ele me beijou. Um beijo calmo, sem pressa, apaixonado e com gosto de quero mais. Um beijo embalado pelo som do mar, pelo som dos fogos coloridos explodindo no céu e meus familiares e amigos comemorando.

Retribui da mesma maneira, sorrindo e encostando nossas testas depois do beijo.


– Isso é loucura... Hoje começa outro ano, lembrar de tudo que já passamos me deixa perplexa... Olha como começamos, brigados feito cão e gato, e agora, olha como terminamos... –Falei ofegante, abraçada a ele.

– Não terminamos, Hermione. Isso é só o começo. –Ron sorriu, me dando um selinho. Nos declaramos da forma mais verdadeira o possível, com um “Eu te amo” dito do fundo do coração, para depois corrermos para pular as sete ondinhas com os outros.

E mais um ano se passa, vidas mudam, nascem pessoas, morrem, vem, vão... Mas é só olhar em volta e crer que nós sempre continuaremos ali, em um mundo inverso aos outros, um mundo nosso, um mundo simplesmente perfeito.


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Notas finais do capítulo

e ai? o que acharam, meninas? gostaram da surpresinha? HAHAHA e do presente do Rony? presentão, né? do que mais gostaram e não gostaram de alguma coisa?
e esse ano novo, gente? quem quer um Rony desse? vem pelo Sedex, em dez dias úteis, é só falar comigo HSUAHSAUHSAH
espero que tenham gostado, aguardo comentários e recomendações são muito bem vindos para fazer meu coração transbordar de alegria ♥ ah, e a nicole aguarda um comentário também, afinal, ela merece né? tem me ajudado tanto nesses capítulos :3
beijinhos e até sexta que vem :*



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