Hermione POV

– Entrem vocês dois! –Uma mulher de cabelos castanho escuro com belos cachos, sorriu abertamente para nós. Sorri de volta tentando ser simpática, mas meu lado envergonhado me fazia olhar para baixo e mexer em minhas roupas nervosamente.

– Então essa é a bela Hermione? Que bom gosto você tem, Rony. –Um homem alto parecidíssimo com Arthur me envolveu com seus braços em um abraço caloroso, não pude deixar de retribuir. – Septimus, prazer em conhecê-la! –Ele era um homem encantador tanto quanto seu filho.

– O prazer é meu, Sr. –Sorri, já começando a gostar dele.

– Me chame de Timus, tudo bem?

– Sem problemas! –A mulher que havia nos recebido se aproximou de mim enquanto vô Timus abraçava o neto.

– Tão linda... Seus pais capricharam, querida! –Ri, me sentindo coberta de vergonha.

– Obrigada, a senhora também é lindíssima! –E era mesmo. Tinha um rosto perfeito e se eu a conhecesse sem saber que já tinha netos, eu juraria que ela tivesse no máximo um filho.

– Ah, que grande bobagem. Já sou velha e Fleur vai me dar um bisneto.

– Mas continua linda. –Ela riu e me abraçou.

– Cedrella, muito prazer. Pode me chamar de Ella!

– Prazer Ella, sou Hermione Granger!

– Claro que é. Roniquinho me contou sobre você por telefone, e quando ele disse que você era linda feito um anjo, ele não mentiu. –Olhei para Rony, que sorriu para mim enquanto seus parentes o esmagavam. Argh, menino fofo.

– Bondade de vocês. –E meu rosto se mantinha rubro.

– Ella, chega de lamber a coitada, também quero conhecer a futura Weasley! –E recebi mais abraços, dessa vez de um ruivo com um bigode engraçado. – Tio Bilius, prazer!

– Ah, então e daí que o Ron recebeu o segundo nome? –Dei um enorme sorriso.

– É, do tio mais maluco da família. –Gargalhei enquanto recebia cócegas. Ok, esse definitivamente passou na minha avaliação silenciosa de primeira impressão.

– Agora eu. –Uma mulher de cabelos loiros com a raiz um pouco branca e um pouco ruiva, se aproximou de mim sorrindo. Seus dentes eram amarelados porque fumava, comprovei isso percebendo o cigarro preso entre seu dedo indicador e médio. Seus dentes pareciam se tornar mais amarelos ainda por causa do seu batom rosa chamativo. Possuía uma verruga logo acima da boca, olhos pintados e uma roupa extravagante. Deus, até agora para mim todos os Weasleys eram pelo menos elegantes!

– Oi fofinha. Tia Tessie, prazer! Que cabelos lindos, olhos lindos, rosto lindo... Parece uma bonequinha. –Minha bochecha foi apertada sem dó. – Que shampoo você usa? Tem cheiro de baunilha! –A doida simplesmente pegou um dos meus cachos e enfiou nas suas narinas. – Hum... Você é igualzinha a mim quando eu era mais nova! –Nossa, ela falava demais e sem parar para respirar, estava me cansando. E me comparar a ela era quase um xingamento.

– Tia Tessie, menos. –Pediu Ella, visivelmente incomodada. Timus pigarreou, vi Rony com a mão na testa e todos se calaram de repente.

– Hum, prazer em conhecê-la amorzinho! –Apertei sua mão e ela me deu um super beijo estralado na bochecha que eu tinha quase certeza que a marca do seu batom iria permanecer ali por pelo menos uma semana. Consegui sentir seu perfume enjoativo e aquilo me deu ânsia. É, ela não é minha Weasley preferida, deu pra notar?

– Mi, adorrei sua roupa! Adorro essas corres mais clarras, puxadas parra o gelo... –Fleur apareceu do nada, beijando meu rosto. Pelo menos ela cortou o clima esquisito na casa.

– Obrigada Fleur, você está radiante também! –Ela vestia um vestidinho leve amarelo claro com branco, que contrastava com sua pele clara, cabelo dourados e olhos azuis. Sua barriga de três meses de gestação já estava um pouco visível.

– Ah, parre com isso Mione, estou simples!

– Deve ser a gravidez que te deixou mais linda ainda! –Ela sorriu, levando uma das suas mãos ao ventre e o acariciando. Ah... Deve ser tão bom ficar grávida, ruim é o parto depois.

Cumprimentei os gêmeos que juravam que iriam me incomodar a viagem toda, Gui que era o pai mais babão do mundo sendo que o filho ou a filha nem havia nascido ainda, dei um oi melhor a Arthur e Molly, e pronto. Finalizei os cumprimentos, eu acho.

– Vamos tia Muriel, dê oi à Mione! –Ella pediu para uma senhora sentada o tempo todo no sofá mantendo uma expressão de tédio. Ela levantou seu olhar para mim me observando de cima até embaixo.

– Hum. Olá. –Muriel soltou por entre dentes, ajeitando seu chapéu cheio de flores coloridas.

– Tia, seja educada, por favor. –Ela se levantou um pouco cambaleante enquanto resmungava.

– Prazer em conhecer a senhora! –Falei educadamente abraçando seu corpo magro coberto de roupas extravagantes, feito Tessie.

– Está me chamando de velha? –Muriel sussurrou me apertando cm seus dedos finos de unhas compridas coberta pro esmalte vermelho.

– Não, não quis dizer isso, eu...

– Acho que a velha aqui é você com essas roupas ridículas. –Arregalei meus olhos. – É primavera, devia ter mais cor nesse seu corpinho de botijão de gás. –EU? Botijão de gás? Vou presa se eu bater em uma velhinha folgada? – Não é inverno para colocar roupas assim, floquinho de neve sem graça.

– Tia Muriel, chega de destilar seu veneno na coitada! Deixe a Mione em paz. –Ella gritou. – Desculpe por isso querida, ela é sempre desagradável assim. Rony, leve-a ao quarto de hóspedes e se arrumem para o jantar. –O ruivo assentiu, me arrancando de lá.

– Estou absurdamente chocada. –Falei, seguindo Ron por uma escada magnífica enorme que nos levava a dois caminhos.

– Argh, odeio a tia Muriel. –Pelo visto eu não era a única.

– Que mulher mais... Mais...

– Irritante? Folgada? Nojenta? É, só mamãe e vovó Nina não puxaram esse jeito repugnante. Deveria ter te avisado que Tessie trata todos os sobrinhos que já tem quase idade adulta, ou até os gêmeos, Gui, Percy e Carlinhos que já são adultos – tirando o fato de que Fred e Jorge fingem ser adolescentes ainda, mas já são adultos –, como se fossemos crianças. E que tia Muriel é amarga com todos.

– Ah, todas as famílias tem seu lado ruim, se acalma amor. –Adentramos em um corredor recheado de portas.

– Me acalmar? Tia Muriel vai ficar te dizendo coisas horríveis o tempo todo! Não vou agüentar... –Antes que eu tivesse que explicar a ele que conviver com chateações desde... Sempre, o prendi contra a parede do corredor e o beijei intensamente.

– Mas o que...? –O calei novamente com meus lábios sobre os dele e suas mãos voaram em minha cintura, colando nossos corpos e aumentando nosso contato.

– Viu? É fácil te acalmar. –Sorri, me afastando de um ruivo ofegante.

– É, e me deixar animado também. –Quando me virei de costas para ele, Rony me agarrou por trás e eu senti um volume avantajado dentro de suas calças.

– Hum... –Resmunguei me esfregando nele e arrancando um gemido baixo rouco. – Vá acalmar isso aí também porque até amanhã temos que ficar em abstinência. –Me afastei e ele deu um estralo com sua língua.

– Amanhã seu período chato termina? –Assenti. – Então me aguarde. –Seu sorriso safado fez meu corpo estremecer dos pés a cabeça.

– Irei aguardar com grandes expectativas. –Sorri e ele beijou meu pescoço.

– Bom, vamos rápido se não vovó ela nos mata se chegarmos atrasados. –Gargalhei. – Este é nosso quarto. –Quando a porta foi aberta, minha boca foi ao chão, como sempre. Se aquilo era um quarto de hóspedes, nem quero imaginar a suíte principal.

(Quarto: http://www.fasano.com.br//upload/imagem/galeria/acomodacoes/principal/017f2d815a0338355e60061022cec051.jpg)

Ele não tinha aparência de ser feito de ouro nem nada, mas a decoração fez com que eu sentisse que realmente estivesse em uma fazenda, e não na casa branca. O quarto tinha uma varanda com uma porta deslizante de vidro, tinha uma vista estonteante para todo o verde do lugar. Todo o quarto continha móveis nas colorações bege, marrom, azul marinho e outras cores que harmonizavam perfeitamente com o local.

– Pronta para aproveitar essa cama no final de semana comigo? –Rony me abraçou por trás, depositando beijos em meu pescoço e repousando suas mãos em minha barriga.

– Sim. –Foi tudo que eu consegui dizer, ainda admirada pela beleza do cômodo.

– Vem cá ver o banheiro. –Banheiro? BANHEIRO? É uma suíte? Oh meu Deus, vou enfartar. O ruivo me levei até uma porta e a abriu, exibindo um banheiro repleto de plantas e coisas de madeira, muito a cara de um sítio. Além de ter um box enorme com um chuveiro maravilhoso, o cômodo já era gigante, parecia mais um quarto.

(Banheiro: http://imagesus.aluguetemporada.com.br/vd2/files/WVR/400x300/tt/3220000/909712_1310486218534.jpg)

– Eu quero tomar banho aqui, agora. –Falei e Ron gargalhou alto.

– Então vai, vou ficar te esperando no quarto. –Balancei a cabeça em sinal positivo e lembrei de fechar minha boca. Voltei para o quarto e fui remexer na minha mala, peguei as primeiras roupas apropriadas que vi pela frente, a maquiagem e o cabelo eu faria depois.

Voltei para o banheiro e fechei a porta, colocando minhas roupas na bancada gigante embaixo da pia, coloquei minha toalha no porta-toalhas e comecei a me despir enquanto corria meus olhos pelo cômodo.

Liguei o chuveiro e deslizei a porta de vidro do box, pisando no azulejo com medo de escorregar. Dava para dançar um baile dentro daquele box, é sério. Comecei a me banhar debaixo da água quentinha, passei sabonete e fui ensaboar minha cabeça com meu shampoo, fiquei de olhos fechados cantarolando Mean, da Taylor Swift enquanto fazia espuma em meus cabelos. Depois de enxaguar bem meus fios e passar condicionador, abri meus olhos e dei de cara com meu namorado sentado no vaso sanitário com a tampa abaixada.

– RONALD! –Me virei tampando meu corpo sem sucesso, já que ele continuava vendo meu corpo despido.

– Nada que eu não tenha visto antes... –Meu rosto ferveu de raiva e de vergonha.

– Eu sei disso, mas ninguém te convidou para o banho! –Rosnei desligando o chuveiro.

– Ora, só estava vendo uma deusa grega se banhando. –Ele falava com a maior tranqüilidade, como se fosse a coisa mais normal do mundo.

– Eu fico constrangida, Ronald. –Me cobri com a toalha. – Desde quanto tempo você está ai me observando feito um tarado? –O ruivo riu em alto e bom som.

– Constrangida? Bom, naquelas horas que você fica gemendo em cima de mim, você não fica nada constrangida. –Fechei meus punhos com o ódio misturando com meu constrangimento ultrapassando os limites. – E eu estou aqui tempo suficiente para ficar completamente louco para entrar nesse box e acabar com você, Hermione. –Ok, estava ficando impossível não ficar vermelha escarlate.

– Mas você não pode hoje, sabe disso. –Sai do box enrolada na toalha.

– Sua boca diz isso, mas seus olhos dizem: Infelizmente hoje não dá, por mais que eu esteja desejando isso como você. –Cerrei meus olhos para ele.

– Xô, se manda daqui agora, já viu o showzinho. –O empurrei para fora do banheiro.

– Mas eu quero bis. –Ele fez um bico e eu ri baixo, fechando a porta e me encostando nela de olhos fechados, respirando profundamente, tentando acalmar meu coração palpitante. Maldito ruivo safado, essa semana seus hormônios estavam bem mais agitadinhos do que o esperado.

Sequei meu corpo e coloquei um vestido florido, já que tia Muriel me queria colorida. Não que eu ligasse para o que aquela velha dizia, mas o vestido era realmente bonito. Calcei minhas sapatilhas rosa claro e sai do banheiro secando meus cabelos, Ron parecia ter saído para tomar banho em outro lugar. Ótimo, poderia me arrumar em paz sem suas provocações.

Primeiramente fiz minha maquiagem com pó compacto, rímel incolor, blush pêssego e batom rosa nude. Sequei minhas madeixas utilizando o difusor para deixar minhas ondas mais naturais e fiz uma trança embutida com minha franja comprida que circulava a parte de trás da minha cabeça. Coloquei alguns acessórios, passei meu perfume e pronto, consegui me arrumar em quarenta minutos.

(Look: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=46963134&.locale=pt-br)

Dei um giro de 360 graus na frente do espelho e quando a volta se tornou completa, vi um ruivo me observando na porta.

– Uau, está incrível Mi! –Sorri e caminhei até ele, beijando seus lábios de leve. Mas o apressadinho me segurou pela cintura, me impedindo de sair de seus braços. – Como uma menina que foi chamada por tantos anos de “nerd” “cdf” e afins, é tão linda? Sorte que te fisguei antes que outro idiota te fisgasse.

– Mas você é um idiota. –Brinquei e ele riu.

– Obrigado, igualmente. –Belisquei seu braço com força. – Ai amor! Você não é idiota, mas eu fui um dia. Fui idiota no dia que perdi sua amizade, fui idiota no dia que não quis admitir que estava me apaixonando por você, fui idiota por achar que todo amor que sentia por você era amor de irmão. –Já com os olhos ardendo querendo que lágrimas se formassem, sorri e escondi meu rosto em seu pescoço. Inspirei para sentir seu delicioso cheiro e ele fez o mesmo comigo.

– Hey, dê uma voltinha para mim! –Me afastei e ele deu seu lindo sorriso torto, dando uma voltinha exibindo sua camisa clara que mostrava, mesmo que sutilmente, seu belo corpo definido. Olha, nunca me interessei por bumbuns de meninos, mas aquela calça jeans dele deixava sua parte de trás incrível. Ele calçava um tênis da Nike e mantinha seus cabelos ruivos molhados e bagunçados, Rony parecia um moleque de quatorze anos, mas tão lindo que me fez suspirar.

– Lindo. –Foi o que escapou da minha boca junto com o suspiro e minha cara de idiota.

– Não babe, Mione. –Revirei os olhos e ele gargalhou, juntando minha mão na sua. – Vem, todos já devem estar lá embaixo. –O acompanhei pela casa até chegarmos na sala de estar onde todos conversavam entre si, vi uma pessoa que não havia conhecido ainda falando com Molly.

– Vovó Nina! –Rony gritou e a mulher adorável o olhou imediatamente.

– Rony, meu querido! –O ruivo correu até a sua avó e a abraçou calorosamente. - Como cresceu e está lindo! –Acariciava seu rosto. – Já tem até barba! –Todos riram quando ela passou os dedos nos pouquinhos pelos ásperos que cresciam em seu queixo, típico de alguns dias sem se barbear.

– Vovó, quero te apresentar minha namorada, Hermione Granger. –Acenei timidamente e ela me abriu um grande sorriso.

– Então foi você quem roubou o coração do meu neto? –Todos gargalharam novamente, até eu. – Prazer em conhecê-la, querida, sou Nina. Rony tem um ótimo gosto, escolheu justo uma jovem encantadora! –Sorri a abraçando, Nina era uma cópia de Molly, sua filha. Não era nem um pouco semelhante à Tessie ou Muriel.

– O prazer é todo meu! E a senhora é encantadora também. –E tudo que eu dizia para essa mulher fofa era super sincero.

– Ora, mesmo? –Ela abriu um imenso sorriso.

– Com absoluta certeza. –Retribui o sorriso.

– Todos aqui? Então vamos ao banquete! –Ella saiu batendo palminhas e eu apenas ri, olhando para Rony e aguardando sua iniciativa de ir a sala de jantar. Ele voltou a segurar minha mão e seguimos os outros que caminhavam animados pela casa. Chegando ao cômodo, percebi que seria impossível manter a boca da idiota aqui fechada.

A sala de jantar era M-A-G-N-Í-F-I-C-A. Além da mesa enorme com capacidade para agüentar a família inteira e uma tv de tela plana encostada em uma das paredes, a decoração era incrível com belos dois lustres de cristais com pequenas velas distribuídas pelo teto.

(Sala de jantar: http://decoracao.novidadediaria.com.br/wp-content/gallery/sala-de-jantar-de-luxo/sala-de-jantar-de-luxo-2.jpg)

E o cheiro da comida estava me intoxicando, porque era um banquete de comidas caseiras. Quem quisesse ter uma primeira impressão sobre os Weasleys é que eles comiam aquelas pequenas porções de comidas minúsculas e asquerosas, mas que os ricos consideram uma delícia. E era totalmente ao contrário. As duas coisas que eu mais admirava na família Weasley, era sua união e principalmente sua humildade. Realmente uma família admirável.

– Que tal se agradecermos por esse alimento e a família mais uma vez reunida nessa páscoa, e é claro, mais membros chegando? –Todos sorriram e assentiram. Juntamos nossas mãos e agradecemos a Deus por toda a paz que reinava aqui, pela comida na mesa e pela união. Agradecimentos bem coerentes. Depois de finalizarmos uma oração com um “amém”, nos sentamos.

– Andem, não se acanhem. Se sirvam! –Ordenou Timus pegando uma colher para se servir de strogonoff. Deixei os mais velhos se servirem primeiro e novamente, o metido do meu namorado mandou que eu pegasse comida antes que Tio Bilius comesse tudo. Ficamos rindo toda vez que Tio Bilius fazia algum comentário, percebi que o jeito brincalhão e travesso dos gêmeos foi herdado por ele.

A comida estava simplesmente deliciosa, tinha tantas opções que fiquei indecisa. Descobri que Ella havia feito tudo com a ajuda de Molly e Nina. Já estava imaginando que Tessie e Muriel iriam ficar de fora, as duas tinham cara de preguiçosas e folgadas. Mas sorte que todas as três que cozinharam tinham talentos culinários perfeitos e deram conta de tudo, se Muriel ajudasse no jantar acho que minha macarronada estaria coberta de veneno para barata, e não de queijo.

– Então Mione... –Levantei meu olhar que estava fixo no prato e Ella me olhava sorrindo. – Você quer fazer uma faculdade?

– Ah, quero sim. –Sorri.

– Ela é muito inteligente vó, Harvard seria pouco para ela. –Rony sorriu com orgulho e minhas bochechas coraram com os olhares sobre mim.

– Mesmo? É ótimo saber disso! Uma menina linda e inteligente na família. Não que não tenham outras lindas e inteligentes, muito pelo contrário! Mas os meninos... –Harry e o ruivo se entreolharam. – Creio que Harry tem um futuro brilhante pela frente. –Brincou ela, recebendo um olhar semi cerrado de Rony, e todos riram. – E é claro, meu ruivinho lindo também tem um super futuro ao lado dessa menina incrível.

– Vovó... Sempre tão puxa saco. –Brincou Gina, arrancando risadas.

– Ora, esses jovens de hoje em dia são todos maravilhosos. Fleur e Gui já começaram seu futuro e sei que vai ser incrível. Agora faltam você, Harry, Rony e Hermione começarem a construir seus futuros. O ano que vem já vão começar suas faculdades, vocês irão ganhas asas e aprender a voar sozinhos. –Escutei uma fungada de Molly do outro lado da mesa.

– Molly, não chore querida! –Riu Ella. – Também foi difícil largar meu doce Arthur, o menino que morou em meu ventre por nove meses, para esse mundo injusto. Mas olhe, vocês dois criaram um futuro lindo! E com seus filhos vai ser o mesmo, tenho certeza. –Nem essas consolações faziam Molly parar de choramingar, e todos voltaram a rir com seu momento sentimental.

– Que faculdade você quer fazer, docinho? –Perguntou Tessie me encarando com aqueles olhos cheios de sombra rosa.

– Ah, não sei ao certo ainda...

– Mas você já vai completar dezesseis anos! Deveria saber... –Interrompeu Tessie.

– Ahn, vou completar dezessete, tia Tessie. –A corrigi e ela me ignorou.

– Hum, bom pra você. Continuando, você não tem nem uma ideia? –Fiquei pensando por alguns segundos.

– Bom, me agradam vários setores de medicina, mas também gosto de arte, como balé, outros tipos de dança ou tocar instrumentos. –Finalizei com um sorriso no rosto e várias pessoas presentes na mesa me observaram admirados.

– Dançar para que? Vai se tornar stripper, senhorita Granger? –Os olhos de todos se arregalaram e minha vontade foi virar a panela de feijão quente em cima da cabeça de Muriel.

– Muriel! Tenha respeito com as escolhas da menina! –Repreendeu Nina. – A vida é dela!

– Não se alterem, tia Muriel é sempre incompreendida aqui. –Tessie deu um suspiro cansado super forçado e rolou os olhos discretamente. – O que ela quis dizer com isso, foi que não se tem futuro promissor sendo dançarina de um barzinho qualquer.

– Mas e ela falou que iria ser dançarina de bar? Depois da faculdade ela poderia até chegar a dançar na Broadway, sei que ela tem talento de sobra só de olhar em seus olhos! –Vó Nina disse enquanto todos observavam a discussão com uma cara de choque estampada no rosto.

– Ok, já chega. O futuro é da Mione, e não de vocês. Ela, somente ela, poderá decidir sua vida daqui a uns anos. E tia Muriel, cuidado para não morder a língua ou será intoxicada com seu próprio veneno. –O jantar que poderia ser perfeito por causa dos membros incríveis da família Weasley teve que ser estragado pela velha mais repugnante que eu já havia conhecido.

Passamos o resto do jantar em silêncio, só o barulho dos talheres era ouvido. Por mais que a discussão tivesse sido um problema já deixado para trás, o clima ainda era tenso. Pela cara de todos, menos de Tessie e Muriel que mantinham seus olhares indiferentes, as duas estavam a beira de serem expulsas da fazenda.

Porém, o clima ruim logo se dissipou quando tio Bilius soltou um arroto sem querer, fazendo Ella e Nina o repreenderem ao mesmo tempo, em uníssono, o que desencadeou o retorno das risadas dentro da sala de jantar. As duas avós eram tão amigas que pareciam ser irmãs e desejei que fosse assim com Gina, Cho e Luna futuramente, envelhecer ao lado delas. Mas nunca se deve subestimar o destino, não é?

– Bom, o jantar estar sendo maravilhoso, mas temos bastante tempo ainda para curtimos. Então, podem ir para seus quartos e tenham uma ótima noite de sono! E quem quiser diversão, que esteja em pé às seis da manhã que é quando nossas atividades começam! –Anunciou vô Timus com um sorriso no rosto.

Dei boa noite a todos – por mais que para Tessie e Muriel tivesse sido forçado –, e Rony praticamente me carregou para o quarto.

– Calma Ron, ou vou me matar nessa escada antes de chegar ao quarto. –Resmunguei correndo pelos degraus.

– É que eu quero dormir com você de conchinha, amor. –Arqueei uma sobrancelha e o ruivo riu. – Sem malícia.

– Hum, promete? –Ri.

– Se meu amiguinho aqui de baixo se animar, não vai ser culpa minha. –Suas mãos se levantaram em sinal de rendição e eu gargalhei. Entramos no quarto e fui procurar um pijama, achei um bem fresquinho e fofo, me livrei do vestido na frente de Rony mesmo. Como ele havia dito: Nada que ele não tenha visto antes.

Mas meu ato gerou conseqüências, pois levei uma leve rasteira e fui parar deitada na cama com meus dois pulsos sendo segurados por mãos fortes.

– Sempre me provocando sem querer, não é senhorita Granger? –Arfei quando meu pescoço foi atacado por sua boca.

– Ron... –Falei com um fio de voz tentando me livrar dos seus braços, sem sucesso.

– Argh, você sabe como me afeta... Esse seu jeito inocente, a naturalidade de seu jeito sensual com que tira as roupas na frente no namorado... –Seu corpo másculo saiu de cima do meu e ele possuía um olhar arrependido, porém negro de desejo.

– Você tem que parar de me deixar assim, linda. –Ele sorriu torto. – Tenho que tomar um banho gelado, é sério. –Rimos. Sentei na cama e respirei fundo. Gente, está quente aqui.

Não demorou muito para que eu ouvisse o som do chuveiro sendo ligado, aproveitei para ligar para meus pais. Peguei meu celular e disquei os números, bastou uma vez chamando que minha mãe atendeu.

– Filha? Como você está? –O tom de voz dela era preocupado, já deveria imaginar que ela iria surtar se eu não ligasse.

– Oi mãe. Estou ótima, e vocês ai?

– Também! Já estou com saudades. –Ri baixo.

– Também estou.

– Como foi de viagem?

– Bem, Rony dirige com muito cuidado. –Escutei um suspiro de alívio.

– Ah, que ótimo saber disso! Como é ai?

– Incrível, mãe. A família Weasley é maravilhosa! –Tirando duas velhas insuportáveis. Mas guardei essa parte para mim apenas.

– Mesmo? Que bom que está gostando. Como Fleur está? –Antes que eu respondesse, vi Rony saindo do banheiro com a tolha enrolada na cintura, o cabelo pingando e gotas escorrendo no seu peitoral e abdômen. PUTA QUE PARIU, QUE RUIVO MAIS GOSTOSO! Desculpe pelas palavras de baixo calão, mas é a única forma que achei para descrever o que eu senti.

– Filha? Está ai? –Rony percebeu minha reação e deu seu sorriso torto que bambeia minhas pernas.

– E-estou mãe. –Sacudi minha cabeça para afastar os pensamentos impróprios.

– Ah bom. Escutou minha pergunta?

– Escutei. Fleur está ótima, com uma barriguinha linda. Gui é muito babão. –Tentei controlar minha voz mesmo que meu namorado estivesse se aproximando de mim com aquele sorriso no rosto.

– Ah, mesmo? Queria muito vê-la. Vó Nina está ai? –O ruivo se ajoelhou na cama ao meu lado e gesticulou para que eu me mantivesse quieta, meu coração começou a bater descompassado quando sua mão foi parar em minha coxa.

– E-está. –Ofeguei quando o idiota passou seus dentes provocantemente em meu pescoço e ombro.

– Hermione? Você está bem? –Inspirei profundamente, tentando conter os tremores involuntários quando Ron desceu beijos molhados em meu busto. Lancei um olhar reprovador para o ruivo que nada fez a respeito de seus atos que estavam me trazendo conseqüências.

– Estou, claro que estou. –Falei soltando um longo suspiro. A mão de Rony subiu em minha barriga, fazendo-a se contrair ao toque luxurioso. – Mãe, vou desligar. Estou morrendo de sono, amanhã conversamos mais. Manda um beijo pra So e pro papai. –Disse tudo isso fazendo um esforço enorme para não gemer, enquanto meus seios eram acariciados levemente por cima do pijama.

– Hum, ok então. –Ela parecia desconfiada. Quem não estaria? – Boa noite, durma bem meu amor. Amamos você! Mande um beijo para o Rony!

– Tudo bem. Beijo. –Bem na hora que desliguei o celular, meu namorado babaca parou as carícias. – Você me paga, Ronald Bilius Weasley. –Rosnei e ele riu, erguendo os ombros inocentemente.

– É tão linda a forma com que seu corpo reage aos meus toques...

– Mas isso não é hora de testar como o corpo de Hermione reage. –Falei debochadamente.

– Ei, irritadinha. –Ele gargalhou.

– Irritadinha com motivos. E se minha mãe descobrisse? Seu idiota, ainda vou te dar o troco.

– E aquele dia na escola, no refeitório e na frente de todos? –Cerrei meus olhos.

– Ok, estamos quites. –Finalizei e ele sorriu.

– É, quites. Mas nada que me impeça de agir desse jeito novamente. –Estapeei seu braço e Rony ficou rindo.

– Só entre quatro paredes e sem ninguém por perto, está bem?

– Tipo agora? –Rolei meus olhos.

– Óbvio que não, babaca. Vai vestir uma roupa que eu quero dormir. –Me enfiei debaixo da coberta fina e ele riu.

– Tudo bem estraga prazeres. Já venho. –Suspirei deitando minha cabeça no travesseiro. Eu ainda estava afetada, muito afetada. Maldito ruivo. Fiquei observando o teto por alguns minutos até que escuto passos e finjo que estou dormindo novamente.

– Sei que não está dormindo, Mi. –Droga. Sou tão ruim em atuar assim?

–Estou só vendo a parte de dentro das minhas pálpebras, ok? –Escutei sua gargalhada que era música para meus ouvidos.

– Se não se importa, estou meio vestido. –Abri meus olhos e Rony vestia uma cueca box preta e estava sem camisa. Eu não me importava nem um pouco, mas decidi fazer doce.

– Não me importo, mas não me acaricie no meio da noite sem permissão.

– Não preciso de permissão. Sei que você gosta, vai até pedir por mais. –Ele sorriu malicioso.

– Boa noite pra você também, Roniquinho. –Debochei e ele riu.

– Não é pior do que “presuntinho”.

– Ah é? Então boa noite, presuntinho. –Rony me lançou um olhar maligno e veio para cima de mim me atacando com cócegas. Ai olha, eu mereço. Depois de alguns minutos ele finalmente me soltou com um sorriso no rosto.

– Viu? Quem mandou não ser uma boa menina.

– Então... –Me ergui mantendo meu corpo mais próximo do dele. – Boa noite, meu amor. –Beijei seus lábios com calma e ele retribuiu, acariciando meu rosto.

– Bem melhor. –Sorrimos e voltei a me deitar.

Ficamos assistindo tv por alguns minutos enquanto conversávamos sobre coisas aleatórios e fazíamos carícias um no outro. Sem nenhuma malícia, claro. Somente beijinhos, carinho nos cabelos, nos braços... Carícias românticas.

Passava-se das onze da noite quando eu cochilei sobre seu peito e ele decidiu que era hora de dormir.

– Durma bem, minha pequena. –Ergui meus olhos para observar seu sorriso adorável. Eu me mantinha no peitoral dele tendo meus cabelos acariciados.

– Você também, amor. Amanhã te acordo às seis horas, vamos fazer um tour pela fazenda. Quero conhecer cada pedaçinho de terra daqui. –Ele suspirou.

– Vou fazer esse esforçinho por você. –Rimos e demos um beijo rápido, Rony apagou o abajur e fechei meus olhos enquanto passava meus dedos carinhosamente em seu peito, meu novo travesseiro. Deixei me levar pela brisa com cheiro de pinho que adentrava pela porta entreaberta da sacada e adormeci.

...

Meu corpo relutou em se acordar quando o primeiro som de pássaros foi ouvido. Uma melodia suave combinada com o sol quentinho que surgia por trás das nuvens. Olhei para meu lado esquerdo e Ron dormia serenamente com as costas viradas para mim e um dos braços debaixo do travesseiro. Dava até dó de acordá-lo, de tão fofo que estava. Chequei no meu relógio e já se passavam alguns minutinhos das seis horas, ainda dava tempo de me reunir com os outros.

Me espreguicei durante alguns minutos e dei um grande suspiro, sentindo o cheiro das flores que florescem pela manhã invadindo o quarto. Ok, chega de preguiça.

Levantei devagar da cama para não ficar tonta e caminhei até minha mala, abrindo o zíper devagar para não fazer barulho. Mexi um pouco a procura de uma roupa apropriada para passear pela fazenda e achei uma t-shirt com um laçinho da Minnie, uma jardineira de shorts e por fim um all star de cano médio preto.

(Look: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=47124323&.locale=pt-br)

Fui ao banheiro para fazer minha higiene matinal e após isso coloquei minhas roupas. Penteei meus cabelos por algum tempo para domar meus fios, depois fiz uma trança lateral mais folgadinha. Dei uma volta no espelho e pronto!

Quando voltei ao quarto, peguei um ruivo sentado na cama com uma cara sonolenta, um riso baixo escapou dos meus lábios.

– Rony? –Ele levantou seu olhar para mim e deu um sorriso.

– Bom dia, Mi.

– Bom dia. –Sorri, dando um beijo em sua bochecha. – Olha, nem precisei te acordar! –Eu estava realmente surpresa.

– É que vi você levantando, ai me acordei sabendo que já era hora de partir. Ah, uma observação, você está linda. Não que eu precise dizer isso todo o tempo, porque você ficaria linda até vestida de Chewbacca, mas adoro ver seu rostinho corando. –Dei um sorriso tímido de lábios cerrados, com muita vontade de morder as bochechas dele, é sério.

– Obrigada, fofo. Agora se arrume que estarei te esperando lá embaixo.

– Sim senhora. –Gargalhei e sai do quarto, deixando a porta fechada. Olhei em volta e não tinha ninguém pelos corredores, mas no andar de baixo eu já escutava o tilintar dos talheres e a conversas das mulheres. Pelo jeito nenhum homem preguiçoso havia levantado ainda.

Desci os degraus e virei a esquerda, na direção do som de pessoas conversando. Ultrapassei alguns cômodos com um receio bobo de me perder nesse casarão, mas finalmente encontrei uma cozinha exuberante em que Gina, Fleur, Molly, Ella e Nina conversavam e faziam o café da manhã.

(Cozinha: http://www.fotosdanet.com/wp-content/uploads/2012/03/Cozinha-de-luxo-2.jpg)

– Bom dia, lindas mulheres. Será que eu poderia intervir para ajudar no serviço? –Perguntei e elas riram, me cumprimentando também com um “bom dia”.

– Bom dia Mione, entre! A casa é sua, lembre-se disso. –Falou Ella fazendo um gesto convidativo.

– Dormi muito bem! E vocês? –Adentrei na cozinha que estava cheirando a deliciosas comidas. As cinco responderam que dormiram bem também.

– Só eu que tive um desejo súbito no meio da noite, quis comerr gelo. –Arregalei meus olhos e todas riram.

– Ella, o que eu poderia fazer para ajudar aqui na cozinha? –Perguntei, olhando em volta e percebendo que todas faziam um prato diferente.

– Bom, você pode só arrumar as mesas pra ficar mais fácil! –Ella sugeriu.

– Mas e se eu disser que a Mione faz uns brownies incríveis...? –Falou Gina e eu ri.

– Além de inteligente é boa na cozinha? –Gargalhamos. - Então sinta se a vontade para prepará-los! Mas quem vai arrumar a mesa?

– Eu arrumo! –Rony entrou na cozinha sem aviso prévio, dando um beijo carinhoso no topo da minha cabeça e cumprimentando as outras com beijos também.

– Ora, tudo bem então! Sabe preparar seus brownies sem a receita, Mi? –Assenti.

– O que? Vai ter “Brownies Granger” agora de manhã? Que café da manhã incrível, hein! –Elas riram e eu me senti coberta por vergonha. Ok gente, eu adoro uma bajulação, mas isso está me deixando estupidamente constrangida.

– Rony, não se enrole. Vai arrumar a mesa, ande! Tem toalhas na segunda gaveta no armário do canto e os talheres, pratos e copos você sabe onde é. –Informou vó Ella para o neto.

– E cuide para não quebrar os pratos e copos como você costumava fazer, Roniquinho. –Falou Nina e eu gargalhei enquanto o ruivo bufava.

Ron assentiu e começou as arrumações da mesa. Já eu fui juntando os ingredientes e começando a fazer meus brownies, que não demoraram muito para ficarem prontos. Derramei um pouco de calda de frutas vermelhas e pronto, tudo perfeito. Levamos os pratos um por um para a mesa que ficou repleta de coisas. Tinha desde pães, geléias, docinhos, torradas, omeletes, panquecas, bolos, tortas, frutas... Era comida que daria para alimentar boa parte da África. E para beber tinham sucos naturais e cafés para preparar do jeito que quisesse.

Para mim, fiz um capuccino bem doce, com bastante chocolate, espuma e canela, porque eu não sou necessariamente muito fã de cafés.

– É sério, se meu namorado não levantar agora, eu vou trazê-lo pelos cabelos. –Ameaçou Gina. Como estava virada para a cozinha, nem viu Harry se aproximando de sua retaguarda e indo falar algo no seu ouvido.

– Bom dia pra você também, amor. –Com a voz dele soando rouca no ouvido da ruiva, ela estremeceu e se virou para ele com uma feição diferente, como se nem tivesse ameaçado de ir buscá-lo pelas suas madeixas castanhas.

– Bom dia, meu gatinho. Dormiu bem? –Rimos enquanto os dois se abraçavam apaixonadamente. O casal mais engraçado que eu já havia visto, além de Cho e Luna com seus namorados.

Depois de todos os membros da família já estarem presentes no andar de baixo, o café da manhã foi anunciado. Sentamos nos mesmos lugares que no jantar e começamos a nos servir. Eu não sabia o que eu pegava primeiro, era tanta coisa boa. Decidi por panquecas americanas com morango, um pedaço de torta de amendoim, pão integral com peito de peru para pular dos doces e é claro, meus brownies.

– Hum... Esses brownies de chocolate estão um arraso! E é novo por aqui, pois sempre tivemos todas as maravilhosas comidas no café da manhã, menos essa delícia. Quem que fez? –Perguntou Tio Bilius com a boca cheia de comida.

– Bilius, mais respeito! Mastigue de boca fechada! –Repreendeu vó Nina, o tom de comando mais adorável que eu já havia escutado.

– É, realmente, essas coisinhas de chocolate estão boas. Mas eu tenho diabetes. –Falou Muriel. Será que se contassem que foi eu que havia feito ela vomita tudo? De repente todos elogiavam as comidas presentes na mesa.

– Para a informação de vocês, foi a Mione que fez. –Tessie e Muriel se engasgaram com seus sucos e todos me olharam admirados. Deus, são só brownies!

Continuamos o café da manhã, eu fui a primeira a sair, pois estava incomodada com Muriel me olhando com desdém o tempo todo, como se estivesse com raiva de que tivesse gostado dos meus brownies. Quer saber? Foda-se ela.

Elogiei a comida e falei que ia escovar os dentes para depois passear pela fazenda, Gina e Harry decidiram ir também, mas em caminhos diferentes do que a gente. Garanto que iriam se agarrar em alguma moita.

Fui ao banheiro e escovei bem meus dentes, dei uma voltinha no espelho e eu ainda estava apresentável e sem nenhuma mancha de comida no corpo.

– Para onde você quer ir primeiro, amor? –Rony perguntou, sentado na cama me observando enquanto eu refazia minha trança.

– A fazenda é muito grande?

– Enorme. –Rimos.

– Você será meu guia, temos ainda amanhã e domingo pra conhecer, então me leve nas partes que quiser.

– Tudo bem. E também na caça aos ovos vamos dar uma bela volta pela fazenda, você vai conhecer cada pedaçinho de grama, pois vovó Ella leva muito a sério essa caça, já achei um em uma toca de tatu. –Gargalhei alto.

– Nossa, ela realmente leva a sério. Vamos? Já estou pronta. –Ele assentiu e descemos as escadas de mãos dadas.

– GINEVRA MOLLY WEASLEY E HARRY JAMES POTTER. –Chamou o ruivo.

– Presente! –Gritou Harry e nós rimos.

– Sua voz me irrita, maninho. –Reclamou Gina, surgindo da cozinha com o namorado.

– Também te amo, maninha linda. Cunhadinho, não quero saber de você atrás do mato com minha irmã! –Me segurei para não rir por causa da cara nada contente da ruivinha.

– RONALD, cala a boca seu retardado! –E de repente, Rony estava apanhando da irmã.

– Mione, me ajuda! Não posso bater em meninas!

– Eu é que não vou bater na minha própria melhor amiga, né.

– HEY! Sou seu namorado! –Não me segurei e voltei a rir. Harry já estava chorando ao meu lado. – AH, é assim que você me defende, seu viado? –Gina soltou Ron, que correu em direção do Potter para brigarem feito criançinhas.

Sai com Gina e logo os meninos apareceram correndo atrás da gente. A ruiva e o namorado foram pela esquerda e sumiram.

– Vem, vamos pela direita. Sei um lugar muito bom para você conhecer, pois creio que essa tarde iremos pescar para o jantar, sexta-feira santa né. –Assenti e fiquei tentando imaginar como seria.

Ficamos andando por um tempo até a casa longe da gente, era incrível como toda grama do local era bem aparada, já percebi que não teria problemas com matos cortando minhas pernas.

Observei alguns belos celeiros vermelhos se aproximando conforme mais andávamos, também vi uma lavoura enorme cheia de verduras, legumes e frutas.

– Amor, o que tem naqueles celeiros? –Perguntei, desviando de um monte de estrume. Devíamos estar nos aproximando dos animais.

– Bichos de vários tipos. Aqui tem cachorros, gatos, gados, aves, coelhos, porcos, cabras e patos. Todos têm seu celeiro, menos os patos que ficam mais livres. E os cavalos ficam do outro lado. –Meus olhos brilharam. Deus, eu amo animais.

Continuei observando tudo nos mínimos detalhes, e nem percebi um gato se aproximando de mim. Só percebi quando ele miou e se esfregou em mim, juro que pulei de susto.

– Calma amor, é só um gato, não um tigre. –Rolei meus olhos e senti uma enorme saudade do meu Bichentinho.

Semicerrei meus olhos para tentar observar o que estava mais longe, eu jurava que era o reflexo do sol na água. Ah meu deus, chegamos? Por impulso, me soltei da mão de Ron e sai correndo em direção do lago para vê-lo melhor.

– Ei apressadinha, calma! –O ruivo me seguiu rindo. Quando cheguei, me maravilhei com o que vi. Tinha uma ponte de madeira que dava acesso ao outro lado do lago, onde havia uma espécie de cabana, talvez utilizada para fazer churrascos e afins. Logo após da cabana, havia uma cerca que separava os gados de nós. Belas vacas e bois pastavam livremente sobre a grama mais alta do que a que andávamos no momento.

(Lago: http://www.baixaki.com.br/usuarios/imagens/wpapers/486022-14946-1280.jpg)

Era tudo tão perfeito nessa fazenda, parecia que tudo havia sido tirado de um filme. Tinha até um barco encostado na beirada da água! Vários patos que nadavam no lago nem se incomodaram com minha presença.

– E ai? O que achou?

– Perfeito, como sempre. –Ele sorriu, se aproximando de mim.

– E aquele barco? –Apontei.

– Acho que ainda dá de andar nele, ou deve ser só de enfeite. Deixe-me ver. –Percebi que próximo ao barco possuía uma bela camada de lama em cima da grama, isso não iria dar certo.

– Ron, ali tem lama. Você vai escorregar! –Exclamei e ele riu.

– É óbvio que não vou, tenho equilíbrio e não sou um idiota. –E bastou somente um pé do ruivo pisar no barro que ele foi parar de costas na lama. Quando dei por mim eu gargalhava em alto e bom som, histericamente. – Ah é? Vamos ver se agora você ri da desgraça dos outros! –Ron me puxou pelo braço, tentei me livrar, mas cai de bunda na lama também.

– IDIOTA! Minha roupa! –Gritei enquanto choramingava, tentando me levantar. Mas quando mais eu me esforçava, mais eu escorregava para a parte mais cheia de lama.

– Ria agora, Mionezinha. –O ruivo gargalhava e eu o encarei com fúria. Enchi minha mão com barro e taquei em sua camiseta. – É guerra então?

– Não, não, não é! –Engatinhei em direção a grama e ele me segurou pelos pés, enchendo minhas costas de lama gelada. – OK, É GUERRA! –Berrei tentando me manter em pé enquanto jogava lama para todos os lados. Ele me puxou, me fazendo deitar e ficando sobre mim, segurando meus pulsos. – INJUSTIÇA! –Rony gargalhou maleficamente, espalhando lama por todo meu corpo. Ele segurou meu rosto com as mãos e me beijou.

– RONALD WEASLEY, NÃO NO ROSTO! –Choraminguei, me livrando de suas mãos e fazendo ao contrário, ele deitado e eu por cima segurando seus pulsos. – Vingança. –Deu meu sorriso mal e passei lama em seu corpo inteiro, ele tentou se livrar da minha mão, mas tudo que eu fiz foi cravar minhas unhas e ele me obedeceu.

– Ok, chega. –Rony ficou rindo enquanto eu passava barro em seu cabelo.

– Lindo até coberto de lama, parece um chocolatinho. –Sorri, me abaixando e beijando-o lentamente. Suas mãos relutaram em ir ao encontro do meu corpo, mas me mantive segurando seus pulsos. Só que uma hora ele resolveu usar sua força de homem e agarrou meu quadril, ficando sentado e aprofundando o beijo.

Me esfreguei em seu colo sabendo que ele iria ficar louquinho e não parei o beijo até que estivesse sem fôlego, já ele gemeu baixo e afastou nossas bocas.

– Quem não te conhece acha que é santinha. –Pisquei meus olhos inocentemente e ele riu.

– Ei, não poderemos entrar na casa da vovó Ella sujos assim, ela nos mata!

– É, que tal se nós nos lavássemos na cachoeira perto daqui? –O QUE? Os Weasleys têm uma cachoeira própria? Quero dizer... O que eles não têm?

– É uma ótima ideia! –Sai de seu colo, sentando na grama.

– É... Só que nós teremos que tirarmos nossas roupas, nos lavarmos e depois tirar a lama das roupas e nos vestirmos de novo. –Por mais que ele falasse isso sério, seu olhar transmitia muita malícia, por isso eu ri. – Por que está rindo, mente poluída? –Ele se fez de ingênuo e eu ri mais alto ainda.

– Vai ser sem safadeza?

– Isso só depende de você.

– Vamos de roupas íntimas. –Rony riu.

– Então tá. Sem safadeza?

– Isso só depende de você. –Sorri e me levantei, esperando-o me guiar até a cachoeira. Eu nem estava ligando, até porque eu estava desejando isso. Mas vamos ver no que vai dar.