The Best Thing Thats Ever Been Mine escrita por manupotter


Capítulo 20
This trip will be great!


Notas iniciais do capítulo

oi gente! Pensei que iria me atrasar com esse capítulo, por isso quase me matei para entregá-lo no prazo certo. E ficou super grande eu tive que dividí-lo e parei em um momento diferente do que o planejado, é AHAHAHAHAH mesmo assim gostei do capítulo e já é sobre a viagem! Os próximos vão ser mais detalhados sobre a fazenda, os Weasleys e a Mione vão interagir e já vou dizendo que essa viagem vai ser um máximo.
E para as safadenhas de plantão, SPOILER ALERT: SIM, VÃO TER CENAS HOTS. Mas já aviso que vai ser no final da viagem, então, vão comentando, me empenhando e sendo as mesmas lindas e queridas leitoras assíduas de sempre. HAHAHAHA
Boa leitura (:



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  Hermione POV

O resto da semana se passou melhor do que eu imaginava. Apesar dos últimos acontecimentos que se dividiam em ótimos, bons, regulares, ruins, péssimos e quase ser estuprada, todo mundo só queria que eu me sentisse bem novamente, sem traumas.

  Meus pais estavam in love e já haviam marcado a sua renovação de votos. Era ótimo ver a minha família perfeitamente em ordem novamente. Só que meus pais tiveram que trabalhar em turnos diferentes, para que os problemas no trabalho não interferissem na vida pessoal, que foi o que aconteceu para os dois ameaçarem se divorciarem. Fiquei sabendo que a raiz do problema foi uma discussão sobre decisões na clínica e devido toda a pressão de um ambiente de trabalho, os dois explodiram.  Mas o bom é que tudo estava nos eixos de novo. 

Outra novidade, o hamster da minha irmã morreu. Sim, morreu, escafedeu-se, partiu dessa para uma melhor, bateu as botas, evaporou. Perebas estava correndo livremente pelo adorável quarto rosa da minha irmã, Sophia tirou os olhos do bichinho por um segundo e quando viu, Bichento havia acertado um tapa com suas garrinhas no animal, querendo apenas brincar, e matou o coitado. Quando eu falei que meu gato ruivo iria matar o Perebas, eu não estava brincando.

Já a escola estava realmente tranqüila, estar bem longe de qualquer resquício que indicasse que Malfoy esteve lá e me fez passar o pior dia da minha vida, me deixava feliz. Meus amigos estavam me fazendo rir com mais freqüência, pois percebiam as horas que eu me desligava olhando para os roxos no meu pulso ou passar os dedos no corte que já cicatrizava em meu pescoço. A treinadora Hooch me proibiu de treinar, eu fiquei p da vida e protestei dizendo que eu não estava paraplégica e poderia sim treinar a coreografia, já que eu não era uma flier e não precisava ficar dando pulos e fazendo acrobacias por ai. E finalmente a convenci sobre isso, depois de mostrar uma autorização da minha mãe que antes de enxergar meu lado fez o maior drama dizendo que eu iria acabar me machucando mais ainda.

  Enfim, Lilá ficou na mira dos professores por ser a “comparsa” de Draco com aquela ideia do banheiro, bastava ela dizer um “ai” que já recebia um olhar fuzilador de algum professor. Até a Umbridge estava me defendendo! Um pouco a contragosto, é claro. O diretor devia ter mandado ela me defender.

Enquanto isso, no caso judicial, o advogado dos Malfoys tentava de toda a maneira evitar que Draco ganhasse um mandato de prisão e quando completasse dezoito anos fosse para a cadeia, mas estava quase impossível de evitar e isso me deixava nas nuvens de tanta felicidade. Tive que conversar com uma psicóloga porque o juiz praticamente me obrigou, dizendo que eu iria ficar traumatizada se não fosse. Traumatizada eu fiquei após contar tudo sobre minha mim para uma mulher que eu nunca vi na minha vida.

O relacionamento com meu namorado ia realmente bem, ele só faltava me pegar no colo e me carregar pela escola para evitar que eu tropeçasse no vento e me machucasse. Deus, isso me sufocava. E mesmo depois de eu explicar que não são todos os meninos da escola que desejam me estuprar, ele lançava seu olhar malvado para cada pobre garoto que passava completamente indiferente a nossa presença. Mas não adianta argumentar com Rony, ele estava impossível essa semana.

Foi um trabalho árduo conseguir a permissão para viajar com meu namorado, mesmo meus pais sabendo que a família toda dele estaria lá e Pasadena não era longe de Los Angeles, dava uns vinte e cinco minutos de carro. E mesmo assim minha mãe disse que iria morrer de saudades minhas e meu pai... Bom, meu pai é ciumento e todos sabem disso, não preciso nem comentar que a ideia de eu viajar “sozinha” o deixava louco. Várias tentativas de agradá-los para conseguir o que eu queria depois, consegui a permissão e fiquei realmente excitada com essa viagem.

- Amor, vê se deixa tudo pronto para amanhã. –Já era quarta-feira e eu estava na frente de casa dentro do carro de Rony. Já era a quinta vez que ele me alertava sobre me aprontar para amanhã.

- Pela décima vez Ron, eu vou deixar tudo prontinho. Amanhã estarei aqui na frente do portão às sete horas da noite. –Iríamos viajar a noite, por mais que fosse escuro e meus pais achassem terrivelmente perigoso, mas como já disse que Pasadena não é longe de Los Angeles, então estava tudo combinado.

- Certo. Até amanhã então. –Recebi um beijo de uma criança tão animada que parecia que iria a Disney, e não a uma fazenda.

- Até. Amo você, presuntinho. –Rony rolou os olhos por causa do apelido e eu gargalhei, mandando a ele um beijo soprado, como de costume.

Agora minha nova mania era chamá-lo de “presuntinho” porque durante a educação física o burro foi inventar de tirar a camisa e seus arranhões ficaram visíveis, todos tiraram com a cara dele e da minha, é óbvio. Só que para descontrair, fiquei rindo da sua cara rosa de tanta vergonha e o chamei de “presuntinho”.  

Entrei em casa correndo até meu quarto para me livrar da mochila pesada em meus ombros e já fui para o banho, para ver se as cãibras horríveis que atacavam minhas coxas paravam. Quando me despi parei na frente do espelho e vi que as marcas no meu corpo estavam bem menos visíveis, agora pareciam simples machucados ganhados em qualquer atividade comum.

Tomei um banho frio por causa da temperatura meio alta para uma tarde de primavera e pude escutar as conversas altas de Sophia no andar de baixo. Ela devia ter tirado um A em alguma matéria e Dona Carmelita seria a primeira a saber de suas façanhas inacreditáveis. 

Bastou eu sair do banho com uma toalha enrolada no cabelo e outra no corpo que minha mãe me aguardava na porta.

- Filha, você sabe que lá em Pasadena é friozinho então leve bastante casacos. –Rolei meus olhos discretamente.

- Sério mãe que você vai ajudar a sua filha de dezesseis anos e meio para arrumar as malas? –Fui mexer em meu closet a procura de uma roupa leve.

- Sei que você é responsável e tudo, mas nunca saiu da frente de meus olhos e isso está sendo no mínimo assustador para a mamãe. –Ri baixinho pegando uma saia rodada de algodão e uma t-shirt.

- Eu sei me cuidar, mãe. Além disso toda a família Weasley vai estar ao redor de mim por lá, outras pessoas cuidarão de mim se eu precisar. Você sabe disso. –Era como convencer uma criança que ela teria que ir dormir para o papai Noel chegar e deixar o presente debaixo da árvore.

- Ok, vou parar com essa paranóia. Arrume as malas e se precisar de ajuda, me chame. –Ah, claro, claro. SOS mamãe.

Me vesti e deixei meus cabelos soltos e molhados mesmo. Depois resolvi encarar meu closet e achar algo que prestasse para usar em uma fazenda. Não que eu tivesse milhões de roupas para usar em festas, até porque odeio festas, mas eu tinha algumas peças não apropriadas para vestir e ir sentar em uma grama cheia de esterco.

Por isso escolhi roupas que eu pudesse sujar e não me preocupar com dezenas manchas depois. Peguei calças, blusas, shorts, uma jardineira muito fofa, vestidos – sem serem aqueles cheios de babados, paetês, o diabo a quatro e muito curtos –, e alguns casacos, por causa da advertência da minha mãe. Sem me esquecer de roupas íntimas, pijamas e calçados, a maioria tênis e chinelos. Eu é que não ia andar de salto alto em cocô de vaca.

Depois o difícil foi organizar a mala em setores diferente como roupas, calçados, as roupas íntimas para não ficarem muito a mostra, toalha e escova de dente, maquiagem – só em casos absurdos eu usaria –, repelente porque se eu não levasse minha mãe me mataria, coisas para prender meus cabelos e outras coisas que qualquer um leva na mala. Até que por fim decidir levar a mala e uma nécessaire para levar o que eu tinha certeza que iria sumir por dentro da mala.

Sentei na cama um pouco exausta por passar um tempão dobrando roupas e tentando enfiá-las dentro da mala. Eu sou organizada, sempre fui, mas arrumar malas não é uma das coisas que eu acho mais divertido.

  Fui em meu esconderijo secreto – Lê-se: Segunda gaveta ao lado esquerdo do closet – e revirei tudo até encontrar o espaço mais fundo e menos visível onde meu cofrinho estava. Aliás, meus cofrinhos. Todos os cofrinhos mais originais que eu encontrava, que não fosse aqueles porquinhos sem graça eu dava um jeito e comprava.

Juntei algumas notas para comprar ovos de páscoa, mas antes eu calculei para quantas pessoas eu teria que comprar, e eram muitas. Deixei para comprar amanhã e levar meu pai junto, para ele me ajudar a escolher.

Logo após eu ter terminado meu serviço no quarto, desci e dei de cara com meu pai chegando do trabalho.

 - Pai, bom te ver. –Sorri indo abraçá-lo.

- Bom te ver também pequena. Cadê sua mãe e sua irmã? –Olhei para o quintal e lá estavam as duas brincando de pular corda, deus, por que elas não me chamaram? Brincadeira, mas pular corda queima calorias, e isso é bom.

- Estão lá se divertindo. Por quê? Papai quer pular corda também? –Ele revirou os olhos e uma risada alta escapou da minha boca.

- Boba. Vou subir e tomar um banho, avise sua mãe. –Assenti já parando de rir e corri até o quintal.

- Manhê, paps chegou. –Ela parou de balançar a corda para minha irmã e olhou para mim.

- Ok, vou lá dar um oi para ele. Brinque um pouco com sua irmã. –Era só o que me faltava mesmo, pessoas se aproveitando da minha boa vontade. Que grande injustiça. Parei de reclamar mentalmente e caminhei até a corda caída em cima da grama.

- Não mana, agora eu balanço pra você. –Arqueei uma sobrancelha refletindo sobre o quase comando que Sophia havia me dado e aceitei, fazer o que. Nas primeiras tentativas além de minha irmã ser mais baixa que eu, o que é normal para uma criança de cinco anos e meio, a corda mal passava dos meus ombros, era triste. A coitada teve que erguer seus braços ao máximo para que eu pudesse pular corda normalmente, e bastaram dois pulinhos para que eu ouvisse sua voz ofegante reclamando de cansaço.

Por minha sorte não demorou para que mamãe chegasse e me expulsasse do quintal. Resolvi ir tocar um pouco de piano para poder passar o tempo sem tédio. Entre na minha sala toda estilizada feita no estilo provençal com alguns móveis beirando a branco e creme, como uma estante branca, uma poltrona bege de dois lugares, espelhos com molduras mais antigas, tapete felpudo e alguns objetos de decoração como a torre Eiffel e uma réplica das cabines telefônicas vermelhas de Londres e aquele ônibus de dois andares, tudo em miniatura. Ah, que saudades enormes da Inglaterra.

Puxei o banco do meu piano e me sentei, abrindo a tampa das teclas e dedilhando-as lentamente, apenas aproveitando a sensação, como eu sempre fazia. Decidi tocar I’m With You, da Avril Lavigne. É uma música linda, sem dúvidas.

(Música: http://www.youtube.com/watch?v=cNPJyJvYnYE)

Recordei do momento em que eu aprendi a tocar essa música, era uma época em que Avril Lavigne era praticamente a melhor cantora para mim e eu sabia todas as letras de cor e salteado, além de eu sair vergonhosamente vestida feito ela pelas ruas. Era meu momento “emo”, dizia meu vô aos meu doze anos. E meu presente de aniversário foi aprender várias músicas dela no piano, só que eu teria que me livrar das luvas de caveira, franja no olho e gravata por cima de regatas. Agradeço internamente até hoje pelo meu vô ter me alertado que eu ficava ridícula daquele jeito.

Quando finalizei a música, escutei aplausos logo atrás de mim e levei um baita susto quando me virei e meus pais estavam parados na porta com cara de retardados.

- Minha filha, que orgulho de você. –Papai veio me abraçar e mamãe estava com os olhos marejados ainda me aplaudindo. Eita, que família mais doida.

- Você não sabe a alegria que ficamos por saber que voltou a tocar. –E de repente eu estava sendo esmagada por duas pessoas.

- Mana, me ensina a tocar? –Sophia pediu. Ela é tão atenta quanto um bicho preguiça zumbi – zumbis são catatônicos, lentos e letárgicos, agora una isso com as características do bicho preguiça –, não tenho paciência para ensiná-la então, acho melhor não.

- Talvez um dia, So. E obrigada gente, mas preciso respirar também. –Meus pais me soltaram e vi Dona Carmelita encostada na porta com um sorriso no rosto. Ela me adorava, mas não admitia.

- O que te deu para voltar a tocar? -Meu pai perguntou.

- Bom, da primeira vez que toquei piano depois de todo esse tempo sem nem olhar para meu querido instrumento, foi no piano dos Weasleys.

- Sempre com os Weasleys. Menina, eles estão te roubando de mim, estou com ciúmes. -Comecei a rir do bico infantil da minha mãe.

- Realmente Rach, nossa filha se engatou com o Rony. -Senti minhas bochechas ganharem o típico tom rosado que elas ganham quando estou envergonhada.

- Ok, agora chega mesmo. Constrangimento passando das barreiras. Obrigada pelas parabenizações, beijinhos à todos, vou ao banho. -Desviei deles ouvindo algumas vozes comentando sobre meu lindo feito de ter tocado piano e subi as escadas quase flutuando, dedilhar as teclas de marfim realmente me faziam bem.

Obviamente eu havia mentido sobre ir tomar mais um banho porque certamente eu continuava limpa, mas foi só para fugir dos braços dos pais mais facilmente comovidos da face da Terra. Me joguei na cama e catei meu celular porque ele vibrava em cima do criado-mudo.

- Alô? -Atendi sem olhar para a tela do meu celular porque estava mais preocupada em ficar olhando para minhas unhas.

- De novo distraída com qualquer coisa menos quem está te ligando? -Reconheci a voz masculina que me sempre me deixa doidinha e gargalhei.

- Sempre fui assim, amor. Me distraio até com o voo das moscas quando se trata de atender meu celular.

- Você definitivamente não é igual as outras meninas, você foge do celular enquanto as outras passam horas fofocando com as amigas e lambendo o namorado. -Ri baixinho.

- Agora que você percebeu isso, bebê? -Perguntei com uma voz manhosa ridícula.

- Desde que nos conhecemos eu percebi isso e me apaixonei por você. Só que eu demorei para me tocar que todo esse amor não era só fraternal. -Idiota. Ele sem querer me faz chorar feito uma menininha apaixonada.

- Você sempre foi lerdo assim, Ron. Desde a barriga da sua mãe. -O ruivo gargalhou alto.

- É, eu sei linda. Mas enfim, liguei para perguntar quantos milhões de mala você vai levar. -Bufei e revirei meus olhos.

- Tenho uma mala e uma necessaire, algum problema com esses milhões de malas?

- Ei irritadinha, tudo isso é TPM? -Será que tenho que dar uma aula sobre sexualidade para ele e explicar o que é Tensão Pré Mestrual? É PRÉ, não Pós nem Durante. - Realmente você não é igual as outras meninas. A tapada da minha irmã vai levar duas malas grandes só para três dias de viagem. Ela argumentou que aquele amontoado de roupas e calçados era devido as mudanças drásticas de temperatura na fazenda, é uma mentirosa. Ela não vai precisar fazer um desfile de modas no meio do mato, mais ainda quando quem vai para a casa dos meus avós são só pessoas adultas e nenhuma prima consultora de moda. -Ri escandalosamente.

- O que você esperava da ruivinha infernal da sua irmã?

- Olha, sinceramente, não sei como você agüenta essa menina.

- Depois de um tempo você se acostuma. -Ele riu.

- O mesmo tempo que convivo com ela, você a conhece. -Escutei seu muxoxo do outro lado do telefone.

- É, mas é sempre assim essa relação amorosa entre dois irmãos. –Rony concordou comigo.

- Então... Fico feliz que você não é uma débil mental feito Gina. Espero que ela não esteja me espiando e ouvindo tudo que eu estou falando, se não depois eu apanho. –Fiquei rindo.

- É... Amor, quem vai na viagem além da gente?

- Tio Billius de quarenta e cinco anos, vó Nina de sessenta e cindo anos bem vividos, tia-avó Tessie de quarenta e quatro anos, tia-avó Muriel de quarenta e oito anos, além dos meus avós donos da fazenda. Vovó Cedrella está revoltada com a falta de crianças na família, mas várias pessoas da minha família já morreram e os adultos que continuam vivos não tem mais condição de ter filhos. O próximo descendente será o bebê que se desenvolve na barriga da Fleur, que vai demorar ainda mais sete meses para nascer. E depois... –Ele ficou em silêncio e eu aguardei sua continuação.

- Anda Ron, fala.

- Depois tem os nossos ruivinhos, não é? –Comecei a rir.

- Bobo. Você sabe que antes de tudo precisamos nos formar, casar, ter uma casa própria, um bom emprego e estarmos aptos para criar crianças. E é meu corpo que vai entrar em mudanças drásticas e a dor do parto vai ser minha. –Rony gargalhou.

- É, pobre Mione. –Seu tom divertido não demonstrava pena alguma, e por isso bufei irritada.

- Durante o parto eu vou apertar seu órgão reprodutor para a dor valer para os dois. –Escutei seu gemido de dor e ri. – O que foi? Só as mulheres têm que agüentar toda a dor e os homens só sentem prazer? –Rony gargalhou e eu rolei meus olhos. - Mudando de assunto, que ovo você quer de páscoa?

- Hum... Não preciso ganhar ovo, já tenho uma barra enorme de chocolate para derreter e prová-lo em você. –Argh, pervertido. “Quando que eu vou parar de fingir que não gosto dessa ideia?” CALA BOCA ALTEREGO.

- Mesmo?

- Mesmo, mesmo.

- Você sabe como mulheres são, vou comprar um ovo para você sim por mais que insista que não precisa. –Antes que ele começasse a encher meu saco com seus argumentos fúteis, mandei beijo, disse que o amava e falei um “até amanhã” quase berrando porque ele havia aumentado o tom de voz para que pudesse falar. Eu sei, sou tremendamente irritante. Desliguei o celular e fiquei por alguns segundos esperando para ver se ele ligava de volta. É, desistiu. Ótimo, ele sabe que não me vence.

A hora do jantar chegou rapidamente, talvez porque fiquei trocando SMS com minhas amigas o tempo todo.  Depois de uma despedida dramática e vários desejos de boa viagem e “vou morrer de saudades”, fui jantar. Comi rapidamente para poder pesquisar os preços em algum site no computador, minha mãe até estranhou porque fico cutucando a comida antes de enfiá-la na boca, típico de crianças brincarem com os alimentos antes de o comerem. 

Várias pesquisas depois encontrei um ovo perfeito para cada pessoa que eu gostava. Amanhã iria gastar um baita dinheiro, não que eu seja mão de vaca, mas esses chocolates estão mais caros do que eu pensava.

Tomei um banho rápido antes de me enfiar debaixo das cobertas e Bichento lembrar que eu existo, demonstrando isso enquanto se ajeitava do meu lado dando um breve suspiro e fechando seus olhinhos azuis. Meu bebê, estava crescendo. Argh, namorar com um menino fora da casinha – e lindo de morrer – estava me afetando.

...

Acordei com meu pequeno ruivinho miando alto do meu lado, ótimo, Sophia havia invadido meu quarto para pegá-lo e sumir com ele da minha vista. Tenho que desenhar para ela que o pobre filhote é meu, e não dela? Deve ser depressão pós perda do Perebas. Mas ela deveria odiar o Bichento porque ele matou seu hamster, sem querer, mas matou. Ok, definitivamente não entendo mais ela.

Joguei meus pés para o lado de fora da cama com um pouco de dificuldade porque eu tonteei, acho que dormi mais que o esperado. Olhei no relógio digital em cima do criado-mudo e já eram dez e quarenta e cinco. É, dormi demais.

Fiz minha higiene matinal com os olhos semi fechados por causa da claridade excessiva que fazia no meu quarto, maldito sol que resolveu nascer bem na minha janela. Respirei fundo três vezes lembrando que mau humor matinal só iria me atrair coisas ruins, e hoje eu só esperava poder fazer minhas compras de chocolate em paz e ter uma ótima viagem. Além de tentar impressionar o batalhão que deveria ser o resto da família Weasley. Mas isso não era problema, sei ser simpática e comunicativa, mais ainda quando se tratam de belos ruivinhos e ruivinhas.

Depois de vestir qualquer roupa confortável, desci com o objetivo de tomar um ótimo copo de suco de laranja natural bem gelado para levantar meus ânimos e ir assistir qualquer coisa na tv. Optei por um canal que passava como funcionava a fábrica da coca-cola, a fábrica dos deuses. Meu pai, que estava de folga, se interessou pelo assunto e veio ver comigo.

- Pai, me leva para comprar ovos de páscoa? Daí você me ajuda a escolher. –Pedi quando os minutinhos de propaganda começaram e meu pai tirou a atenção da tela da tv.

- Quando?

- Hoje a tarde, óbvio.

- Deixe-me checar minha agenda, vou ver se não estou com algo mais para fazer. –Ele fingiu folhear um caderno e fez uma expressão pensativa. – Claro que te levo princesinha. Mas com uma condição...

- Eu compro um ovo pra você, papai. –O interrompi, já imaginando a condição que eu iria receber.

- Perfeito. –Papai sorriu e beijou minha testa. E assim eu fiquei com ele, conversando distraidamente e vendo como aqueles robôs enormes faziam para fazer todas as garrafas de coca. Sophia chegou para estragar o momento, como sempre, carregando um gatinho cansado de seus abusos. Por isso, com um momento de distração da minha irmã, peguei Bichento e fiquei com ele dormindo e ronronando em meu colo até a hora do almoço.

- Última refeição que você vai fazer aqui durante três dias, Hermione. Aproveite bem. –Dona Carmelita me torturando com suas comidas extraordinárias, mas creio que a comida da fazenda da vovó Weasley deveria ser ótima também.

Após o almoço, subi para escovar meus dentes e trocar de roupa, dando um incentivo ao meu pai para ele se arrumar também e sair comigo. Depois de trinta minutos sendo enrolada por ele, saímos de casa com seu carro e Sophia no banco de trás, é claro. Seria uma droga levá-la junto, ela iria me fazer gastar vários dólares em ovos que vem com brinquedos da Barbie, da Hello Kitty e afins.

Chegando em uma loja especializada em chocolates, quase desmaiei com o tanto de gente que havia resolvido comprar ovos logo hoje. Fazer o que? Tenho que enfrentar essa multidão. Entrei um pouco receosa me agarrando no braço do meu pai para que aquelas pessoas famintas por cacau não me derrubassem no chão e me pisoteassem.

Decidi rapidamente e para minhas amigas e amigos eu peguei todos iguais, ovos do chocolate Kit Kat, tão famoso e delicioso. Para meu namorado, peguei um ovo de chocolate ao leite com a casca recheada de marshmallow tradicional. Para meus pais, como sei que eles amam licor, comprei ovos de chocolate ao leite com trufas recheadas de licor de cereja. Para minha querida irmãzinha, fui obrigada a pegar o ovo da Hello Kitty, só porque ela amou a bonequinha da gata sem boca que vira um cupcake.

Depois de comprar pelo menos uma caixa de bombom para cada membro da família Weasley, torrei meu dinheiro com a ajuda do meu papai amado. Voltei para casa carregando várias sacolas e imediatamente enderecei os ovos dos meus amigos, colocando uma mensagem fofa e enviando em suas casas. A preguiça e a falta de tempo não me deixavam ir de carro até a casa dos meus seis amigos.

  Os ovos dos meus pais e da minha irmã, deixei escondidinho onde só papai sabia onde era. É que ele iria fazer toda aquela cena mágica de patinhas de coelho no chão e outras coisas que indiciassem que o lagomorfo esteve ali, para aumentar as chances de minha irmã continuar acreditando no coelhinho da páscoa.

Eu estava exausta sem nem ter feito muito esforço, talvez só cansaço mental. Ainda eram três horas da tarde e apenas as cinco e meia eu iria verificar se tudo estava certo na minha mala e começar a me arrumar. Então, resolvi passar o resto da minha tarde com meu pai, assistindo Teletubbies na tv. Eu sei, totalmente infantil, mas foi meu desenho preferido de quando eu era criança.

- Ganhou de quem? –Durante as propagandas, meu pai pegou meu pulso direito e passou o polegar sobre a pulseira que Rony havia me dado na viagem ao Rio de Janeiro.

- Do Ron. –Fiquei brincando com o pingente de laço distraidamente. Sobre minha aliança papai já sabia, pois um dia ele olhou para minha mão direita e disse que tinha algo diferente nela só que ele não sabia o que. Se fazendo de tonto só para não dar surtos de ciúmes, sabe como é né?

 - Ele te deu antes ou depois do início do namoro?

- Antes, é uma pulseira da amizade. Nós somos primeiramente melhores amigos, que é o requisito necessário para um namoro dar certo. –Meu pai assentiu.

- Você está tão madura... –Passou as costas de uma das suas mãos na minha bochecha carinhosamente. – Foi ele que te deixou assim, não é? –Dei um grande suspiro. – Hey, deixe de ser tão orgulhosa, menina. –Ri baixinho.

- É, foi ele pai. Foi ele. –Fiquei encarando minhas mãos por alguns segundos.

- Sabe... Nunca fui de te imaginar namorando com um menino sério, aliás, nunca imaginei você namorando. –Nós dois rimos. – É, sou muito ciumento mesmo.

- Sei disso muito bem, papai. Experiência própria. –Recordei sobre a primeira vez que ele surtou por causa de ciúmes, eu tinha cinco anos de idade e meu primo me roubou um selinho, meu pai quis esfolar o coitado sendo que eu nem entendia ainda o que era um beijo.

- É... Mas aprendi a confiar no Rony. Sempre soube que ele era um ótimo menino, um ótimo amigo que te defendia sempre. Mas só de imaginar ele te tratando como uma namorada e não como amiga, isso me faz sentir como se eu tivesse perdido você para ele. –Que ele era exageradamente ciumento eu sabia, mas que ele se sentia assim, eu realmente não fazia nem ideia.

- Você sabe que não perdeu. Você é um dos homens mais importantes na minha vida pai, deveria já saber disso. –Ele inspirou profundamente.

- Desculpa por ser tão bobo e demorar para perceber que minha menininha cresceu.

- Não precisa pedir desculpas para isso. E você ainda tem Sophia como sua menininha.

- Ora, não importa se você já esteja com seus filhos e eu com meus netos correndo em nossa volta, você sempre será minha menininha. –Sorri e deitei em seu ombro, ficando calada, pois já havíamos esclarecido tudo e essa conversa estava me comovendo, sabia que um dia eu iria casar e ir para longe dos meus pais, para ter minha vida própria. Argh, quero eles como meus vizinhos, se não vou visitá-los todos os dias.

  Logo após uma maratona de desenhos sem lógica alguma, já estava na hora de eu começar a me arrumar. Primeiramente, chequei todos os compartimentos da minha mala, minha nécessaire e até revistei meu quarto todo em busca de algo que eu poderia ter esquecido. Mas eu era mais organizada do que achava que realmente era.

Juntei algumas roupas confortáveis e bonitas para usar no momento e optei por peças que me deixassem pelo menos apresentável na hora de conhecer mais membros da família Weasley.

(Roupa: http://cdn4.lbstatic.nu/files/looks/medium/2012/04/08/2097101_hejhej.jpg?1333904195)

Olhei para o sapato e desisti de colocar um calçado branco para manchá-lo no primeiro esterco que eu encontrasse, então optei por um all star preto mesmo. Tomei um banho caprichado e vesti minhas roupas, escovei meus dentes e guardei a escova na mala novamente. Arrumei meus cabelos reforçando os cachos com o babyliss e deixando os domados. Após passar perfume e uma maquiagem leve para deixar minha cara com aspecto mais saudável, e não de quem acordou quase onze horas da manhã boiou o dia todo.

Depois de pronta, me certifiquei de que eu estava no mínimo adorável, para causar boa impressão. Olhei em meu relógio de pulso e já eram seis e quarenta e cinco, me arrumei bem a tempo. Juntei minha mala e minha nécessaire, desci as escadas cuidadosamente para não rolar os degraus abaixo e as coloquei próxima a porta.

Como cheguei em silêncio, papai e minha mãe recém chegada do trabalho nem notaram minha presença e trocavam carícias e beijinhos na sala. Era tão bom vê-los assim novamente, nem parecia que eu havia vivido todas aquelas coisas, agora eram só pesadelos de um passado deixado para trás.

- Vou denunciá-los por demonstrações de pudor em público. –Meu objetivo não era atrapalhá-los, mas sim me despedir deles antes que façam amor no sofá sem querer.

- Oi filha. –Mamãe ria.

- Oi mãe... E tchau mãe.

- Ah... Não quero que você vá, Mi!

- Vamos sentir sua falta!

- Descontem suas saudades na Sophia. E pelo amor de Deus gente, são só três diazinhos. –Sentei na poltrona na sala.

- Você vai entender como nós nos sentimos quando ter um filho.

- Claro, claro. –Era assim que eu finalizava um assunto, concordando com tudo que minha mamãe emotiva dizia. Antes que ela me agarrasse em um abraço sufocante, me afogasse em lágrimas, ficasse repetindo que eu sou tudo para ela e implorasse para que eu não fosse embora nunca. Sim, ela faz isso.

Perguntei como foi seu dia de trabalho e fiquei bem quietinha sobre os ovos, apenas lancei um olhar para meu pai como se dissesse “não se esqueça de domingo entregar os chocolates”.

Reconheci uma buzina do lado de fora e levantei, dando uma olhadela no relógio, exatas sete horas.

- Sempre tão pontual... –E lá se foi a mulher de 33 anos com uma baita paixão platônica pelo meu namorado. Meu pai, que não se esquecia do mundo quando Rony chegava, me ajudou com a mala e foi comigo até o portão.

- Rony, cuide bem da minha filha. –Ela só faltava se ajoelhar e implorar para que sua filha de quase dezessete anos fosse bem cuidada.

- Sempre, Rachel. –O ruivo sorria abertamente para minha mãe.

- Só não vai me pegar no colo, me dar mamadeira e cantar uma música de ninar, amor. –Comentei em um tom sarcástico e todos gargalharam.

- É uma exagerada. –Mamãe maneou a cabeça.

- Se bem que seria divertido fazer isso com você, Mionezinha.

- É, é. Claro. –Rolei meus olhos e todos riram novamente.

- Vou tentar achar um espaço no porta-malas, o que está difícil com todas as bolsas que a tapada da minha irmã está levando. Se despeça dos seus pais, Mi. –Fiquei hipnotizada com seus músculos se contraindo dentro de uma camiseta levemente apertada quando ele levantou minha mala. Deliciosamente tentador. Ainda bem que meus pais não lêem mentes.

- Tchau mãe. –Ela me envolveu com seus braços e fez barulho de choro.

- Tchau querida, se cuide e aproveite a viagem. Todos os dias às seis da tarde vou te ligar então, esteja sempre com o celular por perto nessas horas.

- Não sei se lá tem área. –Tampei meus ouvidos por causa do seu berro estridente gritando “O QUÊ?”

- Como não tem?

- Eu disse que não sabia se não tinha. Qualquer coisa me mande cartas. –Falei sarcasticamente e recebi um tapa de leve no braço do meu pai.

- Rach, são só três dias e acredito que os Weasleys vão recebê-la muito bem. –Assenti mesmo sem a afirmação ter sido para mim. Mamãe suspirou.

- Tudo bem. Só desejo uma ótima viagem, amorzinho. Aproveite.

- Eu irei, mamãe. –Beijei sua bochecha e meu pai me abraçou.

- Se divirta e se entupa de chocolate. –Gargalhei.

- Vocês também. Se der, ligo para desejar uma feliz páscoa. –Escutei Rony me chamando e Sophia apareceu na porta, meio atrasada, pois é. – Tchau So! –Acenei e ela mandou beijo.

- Tchau gente. –Meus pais acenaram e eu sorri abertamente, fui até Rony, que abriu a porta para mim. Tão lindo. Entrei e dei de cara com Gina e Harry.

- Mi, se não se importa esses dois chatos vão com a gente no carro. –Gargalhei Gina mostrou o dedo do meio para o irmão, que só riu. – Tchau Sr. Granger, Rachel e Sophia. Se cuidem! Segunda trago a Mione com segurança, juro. –O ruivo entrou na BMW e se sentou no banco do motorista. Acenei pela última vez quando o carro deu partida e voltei minha atenção para a ruivinha e seu namorado fofo.

- Gi! Que bom que você vai com a gente! –Me ajoelhei no banco para poder alcançá-la com um abraço.

- Parece até que não se viam faz um ano.

- Silêncio, Rony. –Nós duas falamos em uníssono, como se lêssemos a mente uma da outra e gargalhamos.

- Essas meninas... –Harry bateu com a palma da mão na testa e continuamos rindo.

- Mione, lugar de criança é sentada no banco. Ande, coloque o cinto. –Lancei meu melhor olhar fuzilador para ele, que se encolheu no banco de couro do carro e fez cara de inocente.

- Não começa, presuntinho. –Gina e Harry riram alto. Essa viagem iria ser demais.

Rony dirigiu até sua casa para verificar com sua família que horas iriam partir para Pasadena. Chegando lá, Molly estava na porta com uma expressão atordoada.

- Deus, ninguém consegue se decidir aqui, não? –Foi o que eu ouvi saindo da boca da baixinha ruiva quando desci do carro e adentrei de mãos dadas com meu namorado.

- O que houve, mamãe? –Gina perguntou.

- Os meninos ainda estão discutindo sobre quem vai no carro de quem. Eu já sugeri que no carro do seu pai fosse eu, ele e os gêmeos. Mas os clones teimosos querem dirigir seu próprio carro, e eu não quero estragar a grama tão bem cuidada da fazenda com os pneus de tantos automóveis. Por isso queria só três carros lá, além do de seu pai, o de Gui para levar a Fleur que está tendo os chiliques mais doidos da gravidez e o carro do Ron que vão vocês. Só que Jorge e Fred tiraram o dia para me irritar.

- Pronto doce mulher, já nos decidimos. –Arthur apareceu sorrindo. – Ah, oi Mione. –Acenei com a cabeça e sorri. – Os gêmeos vão no carro de Gui.

- Mas e a Fleur?

- Ela ainda que pediu que eles fossem no mesmo carro que ela. Fleur não agüenta mais as pressões que Gui está botando só porque está grávida. Ora, gravidez não é uma doença, e sim um momento lindo que não te priva de viajar com mais de duas pessoas em um automóvel com lugares para cinco.

- Ok, ótimo. Agora vamos. –Molly saiu na frente.

- Mãe, preciso só pegar uma coisinha. Mi, me acompanhe. -Rony me puxou pela mão em direção da casa. Um pouco confusa, o segui.

- Não demore, Rony. –Entramos e fui arrastada até a sala.

- O que você esqueceu, cabeça oca? –Ele riu.

- Esqueci de te dar oi do jeito que eu gosto, minha linda. –Meus lábios foram atacados por um beijo feroz e com absoluta certeza, delicioso. Por mais que eu tivesse envolvida com a dança que nossas bocas faziam de uma forma sincronizada e adorasse suas mãos em minha cintura segurando-a de uma maneira possessiva, parei o beijo com medo de que alguém visse que o que Ron havia mentido sobre esquecer algo e só quis uma brechinha para me agarrar.

- Hum... Amor, lá na fazenda vamos ter bastante tempo para isso. Lá é mais isolado. –O ruivo sorriu de uma forma maliciosa.

- É bom mesmo que você me recompense bastante com vários amassos durante o dia, e quando você sair do seu período chato, vai ter que me recompensar muito também. –Um tremor percorreu minha espinha.

- Desafio aceito, capitão. –Fiz a posição de sentido e ele sorriu.

- Perfeito. Vem, vamos. –O acompanhei para fora da casa e todos já estavam dentro de seus respectivos carros, entramos no nosso e Gina começou a rir.

- O que foi, ruiva? –Me virei para olhá-la, enquanto arrumava o cinto de segurança.

- Cabelos bagunçados, roupas amassadas, bocas vermelhas... O Ron se esqueceu de te amassar, não foi? –Minha face ficou rubra. Como ela adivinhava tudo isso? Cheguei a me assustar com essa conclusão.

- Como se Harry não te amassasse de vez em quando. –Pelo retrovisor vi o olhar malicioso trocado entre os dois.

- Claro que não, somos duas crianças inocentes.

- Ah, óbvio, como posso pensar uma coisa dessas. –Hoje eu estava extremamente sarcástica, era quase involuntário soltar algo sarcástico da minha boca.

A viagem foi realmente tranqüila, Rony dirigia muito bem e era cuidadoso no trânsito, o que fazia com que Arthur e Molly não precisassem ficar atrás do nosso carro para cuidar da gente. Bastaram quinze minutos para que Gina exigisse uma parada em uma lanchonete de beira de estrada, e lá foi o ruivo avisar os pais que a irmã queria parar.

- Oi mãe... Avisa o papai que a esfomeada da minha irmã que não tem comida em casa quer parar em uma lanchonete. –Ri baixo.

- Eu quero ir ao banheiro, seu tosco. –Gina falou, cruzando os braços.

- Ah, desculpe mãe, errei. A mijona da minha irmã não consegue segurar sua bexiga por alguns minutos apenas. –Tive que trincar os dentes para não gargalhar alto, até Harry ria. – Ok, vão na frente mãe, já estou indo. –Ele estacionou em frente a lanchonete e quando o celular foi desligado, Gina só faltou matar o irmão.

- Seu babaca, vai constranger sua mãe, vai.

- A nossa mãe, menina constrangida. –Segundos depois, a briguinha se tornou piada e nós todos estávamos gargalhando, chamando a atenção de vários clientes dentro do estabelecimento.

Gina foi no banheiro e Harry ficou aguardando-a, eu e Rony fomos comer alguma coisa.

- Quer o que para comer, amor? –Fiquei olhando para o vidro que dava uma bela visão para vários salgados com a aparência deliciosa.

- Hum... Não estou com tanta fome, quero só um pacotinho de amendoim. E eu vou comprar. –Tirei dólares do meu bolso e ele rolou os olhos, insistindo em pagar um pacote de apenas dois dólares. Nem hoje nem amanhã que vou deixar meu namorado me pagar um mísero pacotinho de amendoim. Quando ele desistiu de me contrariar, pegou um mini pastel e nos sentamos em uma das mesas. A ruiva apareceu com o namorado e os dois dividiram um pacote de Ruffles.

Depois de comermos, passei no banheiro apenas para ver como eu estava e já voltei para o carro antes que todo mundo. Alguns minutinhos depois, fomos para a estrada novamente. Levou mais meia hora para que chegássemos na entrada da fazenda, eu achei que Pasadena era um local mais rural, mas definitivamente não era.

O portão que dava entrada para a fazenda era todo branco em um design rústico e continha também uma placa escrita “Weasley’s Farm” O portão tinha até um interfone, choquei completamente. Rony parou ao lado do aparelho eletrônico e apertou um botão, uma mulher de voz animada que atendeu, pelas vozes de fundo os outros já haviam chegado. 

- Oi vovó, é o Rony. Abre o portão?

- Claro querido, ai que vontade de ver você e sua irmã. –A voz disse, deveria ser Cedrella. Escutei um barulho e o portão se abriu, Rony acelerou e adentrou em uma reta toda de grama bem cortada, apenas com duas partes com o verde amassado por causa dos pneus dos carros que passaram. Toda a reta era composta por uma cerca de arame farpado em casa lado, indicando que só aquele caminho iria para a fazenda.

Alguns minutos de curvas acentuadas, algumas subidas e descidas, todo o caminho enfeitado por flores coloridas e grama muito verde, chegamos em outro portão branco estilo o da entrada. E mais uma vez eu estava com a boca aberta feito uma retardada. Eu imaginava uma casinha simples, pois é assim que imagino fazendas, mas aquilo lá estava longe de ser uma casa simples. O portão se destrancou e abriu, Rony acelerou e eu continuei olhando pelo vidro completamente chocada.

- E ai? O que achou? –O ruivo perguntou, dando um imenso sorriso.

- Magnífico. –Foi só o que eu consegui dizer até que paramos dentro de uma enorme garagem.

(Entrada da casa: http://images03.olx.com.br/ui/2/31/49/18762249_5.jpg
Casa: http://3.bp.blogspot.com/__9sbCfY5jgA/TTwg9Q8yvuI/AAAAAAAAABs/Nx-N0xGrHcQ/s1600/mansao-luxo-1.jpg)

Só na entrada da casa, ou como eu diria, mansão, já tinha uma piscina. Imagina no resto. Vários outros carros luxuosos estavam na garagem que deveria caber pelo menos dez carros. Então todos os Weasleys têm o bolso cheio da grana?

O imóvel em si parecia um castelo de tão enorme e bonito, se eu achava a casa de Arthur grande, essa era um monstro. Sua cor creme contrastava com o azul da piscina da frente, mais os arbustos verdes perfeitamente aparados e as flores de todas as cores, anunciando a primavera com estilo.

Olha, se essa fazenda não tiver área para meu celular, eu morro, é sério. Resolvi checar e era óbvio que os níveis de área eram os mais altos, se até interfone tinha aqui, imagina antena para celular. Eles deviam ter uma antena própria até.

- Quer passar o dia todo ai? –Enquanto eu me distraia com meus pensamentos sobre o quão maravilhoso era aquele lugar sem nem ter pisado do lado de fora do carro ainda, esqueci de sair do automóvel.

- Bobinho. –Ri, saindo do meu completo transe e sai do carro, parando ao lado de Ron que ligava o alarme e trancava o carro, mesmo com a menor das hipóteses de ser roubado.

Harry e Gina já haviam saído na frente, já eu fui agarrada ao braço do meu namorado o tempo todo.

- Amor, meus parentes não mordem, eu prometo. –O belisquei e ele gargalhou.

- Eu sei. Mas eu não posso agarrar meu namorado? –O ruivo riu mais ainda.

- É óbvio que pode, gatinha. Só não morra do coração, os Weasleys são inofensivos. –Bufei alto. Paramos na frente de uma porta de vidro aberta e dei de cara com duas salas. Sim, duas! Quando que eu vou parar de me chocar com tudo isso?

(Sala da frente: http://imagesus.aluguetemporada.com.br/vd2/files/WVR/400x300/tt/3220000/909712_1310487213623.jpg

Sala de trás: http://cdn1.mundodastribos.com/418141-iluminacao-sala-6.jpg )

Rony me encorajou a prosseguir e a entrar na casa, com passos receosos adentrei e todos os olhares pararam em mim, eu sabia que estava vermelha porque senti meu rosto ferver.

- Para te deixar mais nervosa ainda, trouxe uma barra de chocolate para te experimentar com ela. –Apertei sua mão com força, soltando um “Rony, cala a boca” por entre dentes. Por mais que por dentro eu amasse a ideia, não era hora de fazer minhas pernas bambearem.

Droga, droga, droga. Será que eles irão gostar de mim? E como será que essa viagem vai ser? Se depender do Ron, vai ser mais que perfeita, tenho certeza.


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram? Odiaram? Opinem :3 Quem está ansiosa para o Ron derreter logo essa barra de chocolate e fazer safadezas com a Mione levanta a mão o/HAHAHAHAH
Beijinhos e até o próximo capítulo :*
PS: No último capítulo recebi poucos reviews, não que eu exija até porque não é obrigatório, mas muitas leitoras sumiram! O que houve fofas? Preciso do apoio de vocês hoje e sempre então, lembrem-se de deixarem pelo menos a confirmação de que vocês leram. Não abandono vocês e não quero que me abandonem também! Quero saber se vocês estão vivas, suas sumidas! HAHAHAHA E fantasminhas, cadê vocês hein? o3o HAHAHAH KISSES :*