The Best Thing Thats Ever Been Mine escrita por manupotter


Capítulo 22
Everyday a new emotion


Notas iniciais do capítulo

oooi meninas, como vão? (: Não vou falar muito aqui nas notas inicias, mas olhem as notas finais, tudo bem?
boa leitura e deixem sua opinião :*



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Hermione POV


Levantei da grama e estendi minha mão para Rony, que se levantou sorrindo.


– O que você quis dizer com “Isso depende de você”? –Lancei ao ruivo um olhar de “eu-não-preciso-explicar-pois-está-tão-óbvio”.

– Sempre se fazendo de desentendido, não é presuntinho? –Ele semicerrou os olhos.

– Você que não admite estar ficando com a mente suja, bebê. –Minha bunda foi beliscada e eu gritei, beliscando a sua também. Impossível não rir das nossas brincadeirinhas infantis depois dessa.

– Má influência, amor.

– Ora, é influenciada porque quer. –Mostrei minha língua e ele riu, me abraçando. – Vem, bora para a cachoeira. – Rony pegou minha mão e continuamos seguindo ao norte. No caminho vi dois labradores lindos correndo em direção da casa, descobri ser Billy e a Mandy, e que tinham outros três cachorros soltos.

Não precisaram muitos passos para que encontrássemos uma placa apontando a trilha para a cachoeira, a queda d’água podia estar distante, mas já era audível.


– Mione, para de se chacoalhar. Está tão ansiosa assim para me ver só de cueca? –Rolei meus olhos.

– Bobinho, eu estou ansiosa é para conhecer a cachoeira. –Parte verdade, parte mentira, se é que me entende. Deus, eu prometo que quando a viagem acabar vou deixar desse comportamento. Até eu estou me assustando com isso.

– Aham, sei. –Mostrei minha língua novamente e adentrei na trilha que era uma espécie de ponte de madeira que nos guiava acima do mato. – Quem mostra a língua pede beijo...

– Vem aqui então. –Ron sorriu, me puxando para um beijo de tirar o fôlego de qualquer uma. Esse menino ainda me mata de falta de ar.

– Satisfeita?

– Acho que vou mostrar minha língua mais uma vez. –Falei cambaleando e ele riu, me pondo em suas costas.

– Vamos, se não iremos chegar lá só amanhã. –Fiquei rindo enquanto ele corria e eu me mantinha com as pernas agarradas em sua cintura e meus braços em seu pescoço.

Não demorou muito para que chegássemos ao nosso destino, uma cachoeira impressionante de água cristalina esverdeada com azul e a queda parecia um belo véu de noiva, era incrível.


(Cachoeira: http://download.ultradownloads.com.br/wallpaper/70580_Papel-de-Parede-Cachoeira--70580_1600x1200.jpg)


– Lindo, não? –Assenti e sorri, descendo de suas costas e indo em direção da beirada da água. Rony tirou a camisa e eu me escorei em uma árvore para tirar meus tênis.

O ruivo rapidinho pulou na água já somente com sua box, mas a lerda aqui demorou para desabotoar a jardineira e a camiseta grudada no corpo por causa da lama já seca. Vi o sol começar a refletir na cachoeira e o local ficou mais lindo ainda, como se fosse possível com aquele local maravilhoso e de brinde um ruivo estonteante nadando e exibindo suas belas costas definidas.

Coloquei um pé na água e estava bem fria, procurei por Ron para avisá-lo que eu preferia limpar tudo o que eu sujasse na casa de Ella do que me molhar nessa água gelada. Mas o ruivo deveria estar mergulhando e fui chamá-lo, antes que eu pudesse gritar seu nome, o cabeça de bagre apareceu na beirada e me puxou pelo pé, fazenddo com que eu caísse na água.


– Hey, se eu não fizesse isso você iria começar com suas frescuras e não iria desencalhar dali nunca, amor. –Ele interferiu meus xingamentos e eu bufei, jogando água nele.

– Não precisava ter feito isso! Eu... –Ele me interrompeu do jeito mais injusto, me agarrando. Eu estava lá, envolvida no momento, até que ele me arrasta para mais perto da queda.

– Rony, não! Lá é fundo! –O ruivo me pegou no colo e eu choraminguei, agarrando-o fortemente com minhas pernas e braços.

– Amor, confie em mim! Não vou te por em perigo, sua medrosa. Parece uma gata com medo de água. –Bati em seu braço e ele riu, nos botando atrás da queda d’água. A água batia em seu peito e eu não estava mais com medo. Seu colo era seguro para mim. – Nosso primeiro beijo foi na piscina e o segundo na chuva. Agora estamos em uma cachoeira, coincidência será? –Nós dois sorrimos.

– Você lembrou!

– Impossível não lembrar de todos os momentos que meu coração bateu de forma descompassado e feliz, ao seu lado sempre. –Meu sorriso abriu-se mais e eu beijei-o apaixonadamente, fui apertada mais ainda contra seu corpo.


Nosso beijo foi se tornando cada vez mais urgente e intenso, nossas mãos buscavam mais e mais toques, era incrível como tudo era esquecido quando estávamos em nosso mundinho do amor, onde só nós dois éramos quem importava, e mais ninguém.

Nossos corações batiam freneticamente em um ritmo quase idêntico, nossas respirações eram ofegantes, nossas bocas se encaixavam tão perfeitamente que era quase surreal, nossos corpos estremeciam e se arrepiavam com cada toque, cada beijo.

Suas mãos pararam no fecho do meu sutiã e seus lhos azuis me olhavam pedindo permissão para prosseguir. Ele sabia que não era necessário permissão, meu corpo era dele ontem, hoje e sempre, somente dele.

Porém, um grito fez com que nos mantivéssemos imóveis, parando algo que estava ficando impossível de conter. Nossos corpos ansiavam por aquilo.


– Hey vocês dois, façam um favor né! –Era Gina quem gritava. Argh, ótima hora para ela aparecer. Desci do colo de Rony e nadei até a beirada.

– Hum, pode dando explicações, senhorita. –Ri.

– Brigamos na lama e viemos nos lavar.

– E depois resolveram se pegar? –Ruborizei e rolei meus olhos.

– Falou a santa do pau oco, né. Agora xispa que tenho que arrancar essa lama de mim.

– “Arrancar a lama” é o código de vocês? –Ela gargalhou alto e eu bufei.

– Não temos código, Gigi. Por quê? Você e Harry têm? –Sorri maliciosamente e ela revirou os olhos.

– Não amiga, mas é uma boa ideia. –Gargalhamos. – Vem amor, vamos deixar os dois pombinhos sozinhos. Aproveite, amiga. –E novamente fiquei vermelha, Rony apenas ria.

– Acho que é bom nos lavarmos mesmo depois dessa.

– Mas amor... –O ruivo fez bico.

– Mais tarde, presuntinho.

– Mesmo? –Assenti e Ron sorriu. – Então vem aqui e vamos nos ajudar a arrancar essa lama dos nossos corpos. –Lancei um olhar desconfiado e ele riu. – É sério, vem. –Sorri, nadando para perto dele.

– Deus, seu cabelo está um horror. –O ruivo ficou rindo da minha cara descontente.

– Idiota, você que fez isso comigo. –Ele me virou de costas e começou a tentar desembaraçar meus cabelos cheios de barro e grama.

– Quem mandou rir de mim? –Bufei alto.

– Vingança ruim essa sua, hein? Meu cabelo vai ficar uma droga. –Eu estava quase chamando Gina de volta para que ela trouxesse shampoo.

– Hey, não reclama! –Me virei e cerrei meus olhos para ele, Rony sabia que quando eu fazia isso era como se eu quisesse lançar raios lasers nele. Pulei em cima dele e comecei a bagunçar todo seu cabelo.

– VINGANÇA! –Ele ria tentando se livrar de mim, mas grudei nele feito bicho preguiça.

– Criançinha vingativa, faça um favor. –Comecei a rir também e parei de bagunçar mais ainda seus fios ruivos. – Lava seus cabelos na em casa, agora vamos cuidar das bochechinhas do nenê. –Ron esfregou minhas bochechas e eu rolei meus olhos.

– Já estamos melhor, Roniquinho. Vem, vamos lavar nossas roupas. –Antes de nadar até a beirada, esfreguei suas bochechas também e ele gargalhou. Fui esfregar minhas roupas para tirar o excesso de lama e me vesti dentro da água mesmo, para facilitar o trabalho porque tecidos molhados ficam realmente pesados.

Minha jardineira deixei caída sobre minhas pernas, usando só o shorts. Espremi um pouco meus cabelos que pingavam uma água marrom e decidi ficar descalço, estava fora de questão usar aquele tênis.

Fiquei esperando por pelo menos quinze minutos sentada em um toco de árvore aguardando meu namorado lento se arrumar, se bem que observá-lo espremendo suas roupas com seus músculos se contraindo um por um era uma cena maravilhosa, mas o vento que passava por entre as árvores surravam meu corpo molhado.


– É pra hoje, Ron. Sua namorada está ficando com hipotermia.

– Tadinha, está com a boquinha roxa. –Ele fez bico e eu sorri quando ele finalmente saiu da cachoeira.

– Argh, desde que eu era pequena isso não ocorria mais. –Sempre foi assim comigo, bastava tomar banho de piscina ou algo assim e uma brisa bater no meu corpo que meus lábios ficavam arroxeados.

– Mas se ocorreu de novo quer avisar que você deve tomar um banho quentinho. –Assenti e Ron me colocou em suas costas. – Para ser mais rápido. –Eu que não iria reclamar, não é? Fomos andando em silêncio e eu já estava quase adormecendo encostada em seu ombro e sentindo o sol leve aquecendo minhas costas, quando finalmente chegamos em casa.

– O que vamos dizer para eles? –Perguntei, colocando meus pés na terra firme de novo.

– Que rolamos na lama e fomos nos limpar na cachoeira...? –O que era para ser uma afirmativa soou mais como uma pergunta.

– “Rolar na lama” soa muito “oi, somos porcos e adoramos nos sujar no barro para que nossas peles não se ressequem” –Imitei o grunhido de um porco e Rony caiu na gargalhada. Me juntei a ele refletindo no quão retardada eu sou, e enquanto riamos descontroladamente paramos na porta da casa, dando de cara com as mulheres provavelmente planejando o almoço.

Quando elas nos viram, pararam o que faziam e nos encararam como se nossa pele tivesse ganhado um tom verde e nossa cabeça triplicado de tamanho, ganhando olhos do diâmetro de uma cabeça humana.


– Choveu e eu não vi ou teremos que por uma proteção no lago para que as crianças não caiam lá dentro, hein Ella? –Questionou Nina e todos começaram a rir.

– Vovó, pára né. É que eu cai na lama mesmo com Mione me alertando de que eu iria escorregar aí eu puxei ela junto...

– Nos sujamos muito e resolvemos não entrar na sua casa pingando lama, ele me levou até a cachoeira e tiramos o excesso de lama do corpo. –Continuei o que Rony dizia, pulando a parte que nos agarramos.

– Tão desastrados. –Molly sorriu, repetindo as palavras que disse no dia que eu e o ruivo caímos dentro da piscina da Lilá acidentalmente. Um dos dias que meu humor mudou tanto que nem eu me entendia, mas resultou na noite mais perfeita da minha vida.

– Quero bater vocês dois, eu não me importaria se entrassem aqui sujos! Agora estão ai com os lábios roxos de frio. –Lancei um olhar para Ron como se dissesse “Tudo culpa sua”. - Vão tomar um banho quente, meus amores. Se não vão ficar gripados! Podem entrar, não me importo nem um pouco. –Finalizou Ella sorrindo.

– Ahn... Com licença. –Sorri e adentrei na sala, percebendo os olhares azedos lançados por Muriel e Tessie. Sempre onde uma vaca vai, a outra vai atrás.

Quando fui subir as escadas me encontrei com Harry e Gina.


– Demoraram, hein? –Harry me lançou um olhar malicioso e eu bufei.

– Dois implicantes. Eu não fico me metendo nas suas safadezas, Sr. Potter e Sr. Weasley. –Rebati e Gina riu.

– Quantas vezes vou ter que repetir que somos anjos inocentes?

– Ah, claro que são. Agora dois anjinhos, licença que preciso de um banho.

– Não deixe meu irmão arrancar sua pureza, Mi. –A fuzilei com os olhos e os dois riram, voltei a subir as escadas com Rony na minha retaguarda.

– Ignore esses chatos, um dia vamos implicar com eles também.

– Com certeza. –Dei uma risada demoníaca e o ruivo gargalhou. Chegando ao quarto juntei um shorts desfiado e uma t-shirt estampada para usar enquanto eu ajudasse no almoço, porque eu poderia sujá-la. Entrei no banho correndo vendo meu corpo ficando todo sujo novamente por causa da água que pingava do meu cabelo.

Sinceramente, acho que lavei meus cabelos umas três vezes e me esfreguei com uma esponja esfoliante, uma das mais duras, mas que eu tinha certeza que iria arrancar todo o barro de mim.

Depois de empurrar toda a água marrom para o ralo, sai do banho e fui me secar. Vesti minhas roupas, enrolei meus cabelos na toalha e sai do banheiro me sentindo cem por cento limpa, era bom estar assim de novo, não que eu fosse maníaca por limpeza, mas aquela lama dura estava me matando.

Quando retornei para o quarto, Rony já estava limpinho jogado na cama só de bermuda, acho que ele tentou ser mais rápido que eu no banho e não se secou direito, pois o edredom estava molhado.


– Ron, vai se secar direito e por uma camiseta, menino! –Ordenei, tirando ele da cama.

– Ah mãe, está quente. –Eu odiava quando ele me chamava de mãe. – E eu sei que você gosta de me ver sem camisa... Desde aquele dia na praia de Copacabana... –O ruivo sorriu, se aproximando de mim, me trancando contra a parede.

– Tem tanta certeza assim? –Fiz um esforço para minha voz não falhar, quando seus braços pararam na minha lateral, me trancando e seu corpo ficou mais próximo do meu.

– Absoluta. –Eu aguardando ser agarrada vorazmente a qualquer momento, recebi apenas um beijo casto em meus lábios, que nem deu de saciar minha sede daquele belo menino.

– Só isso? –Arqueei uma sobrancelha.

– Estava te testando, viu como você reage? Depois se faz de difícil. –Ele saiu carregando sua camiseta no ombro e rindo abertamente, enquanto bagunçava mais seus fios. Fiquei parada com cara de choque e quando meu momento “mas que porra foi essa?” finalmente terminou, soltei meus cabelos molhados e sai do quarto em busca das mulheres. Já que meu namorado iria começar com esses joguinhos só porque não terminamos o que começamos na cachoeira, eu iria protestar com minha linda maneira de ignorar.

Desci os degraus pulando de dois em dois e fui até onde as mulheres se situavam, Gina havia se juntado no grupo.


– Oi meninas, agora estou devidamente limpa. –Todas riram, menos Tessie e Muriel, é óbvio. As duas apenas comentaram “pode estar limpa, mas continua com a cara suja de sempre.”, mas eu apenas ignorei. Aquelas duas asquerosas só mereciam meu silêncio. – O que fazem? –Ella fez um sinal para eu me sentar, sentei ao lado de Gina no sofá.

– Planejando o almoço, Mione! –Respondeu Nina.

– Já decidiram?

– Oh, sim. Bolinhos de sardinha e... –Começou Ella.

– Peixe ao forno. Especiaria de Nina Prewett e Ella Weasley. –Terminou Nina com um sorrisinho. Sempre tão fofas.

– Poderem ajudar, não é?

– Se deseja... Mas as duas adolescentes só vão cortar as saladas, os pratos mais elaborados ficam comigo e com Nina, pois eles têm ingredientes secretos que ninguém mais da família sabe. Porém... É passado de mãe para filha, Molly já sabe do ingrediente, não é? –Disse Ella e Molly assentiu sorrindo, fiquei bastante curiosa pelo ingrediente secreto, não que seja novidade eu ficando curiosa.

– Mi, vamos fazer uma receita com ingrediente secreto também para que só nós duas saibamos? –Gina perguntou.

– Hum, que receita?

– Pode ser gelo? –Gargalhamos. O resto das horas da manhã se passaram com os homens assistindo algum jogo de futebol americano e planejando jogarem mais tarde, já nós mulheres ficamos conversando sobre assuntos que surgiam. Vimos os álbuns de fotos da família Weasley, onde continham fotografias de Rony bebê pelado na cama, o que me fez rir alto, e várias outras memórias guardadas em um belo álbum.

Começamos a nos aprontar para o almoço somente às onze horas, por enquanto eu só ajudava a tirar os ingredientes e ajudar com algumas tarefas fáceis. Muriel e Tessie sumiram magicamente, já era de se esperar que duas velhas preguiçosas só iriam ficar para comer.

Por mais que eu e Gina ficássemos em volta tentando descobrir os malditos ingredientes secretos, não conseguimos nem uma pista sequer, e isso estava deixando a ruiva louquinha, mas eu já estava nem ligando mais.

Para que Gina não desse um surto psicótico na cozinha e quebrasse todas as louças, fomos colher os legumes e verduras na horta.


– Eu vou descobrir, é sério. –Voltei a rir enquanto andávamos em direção da lavoura.

– Gi, desiste. –Corri para chegar mais rápido e a ruiva me seguiu bufando.

– Estou vendo que vai ser uma perca de tempo insistir então... Desisto. –Dei graças a deus por isso, quando ela persiste em algo irrita a todos, sério.

Chegando na horta, colhemos algumas cenouras, alface, rúcula, repolho, tomate e todas as outras hortaliças disponíveis, tudo estava tão maduro e bonito, era incrível como toda a terra da fazenda colaborava em deixar o local o mais perfeito o possível.

Voltamos carregando as verduras e legumes em sacolas e chegando em casa, fomos lavá-las e cortá-las, quase me cortei algumas vezes porque sou uma pata, mas pelo menos preservei meus dedos inteiros.

Cuidamos do arroz para que não queimasse, temperamos as saladas, fizemos os sucos com frutos dos pomares próximos a casa e finalmente pudemos sentar e observar todo o trabalho feito. Uma mesa arrumada por Harry e Rony com uma bela toalha, lindas louças e comidas coloridas enfeitando o cômodo.

Anunciamos o almoço passando um pouco do meio-dia, mas antes de comermos agradecemos tradicionalmente o alimento, Ella e Nina elogiaram nosso trabalho e todos os homens demonstraram seu orgulho pelas mulheres da casa.


– Amor, você é uma cozinheira de mão cheia! –Rony disse. Depois de todas as suas bajulações, decidi parar de ignorá-lo, porque já estava difícil resistir sua carinha fofa e sua voz feito uma canção acariciando meu ego.

Os bolinhos de sardinha estavam tão deliciosos e sem falar do peixe ao forno, era uma explosão de sabores combinados com as saladas e os sucos naturais. Mas tudo que é bom, dura pouco. Muriel teve que reclamar de algo.


– Essas saladas parecem que foram cortadas por crianças de seis anos e estão mal temperadas, acho que alguém nessa casa quer me matar de colesterol. Tem muito sal nisso. –Rony bufou ao meu lado, acho que mais um comentário e ele voa no pescoço da tia. Eu tenho quase certeza que a velha espiou a cozinha e me viu cortando as saladas e temperando-as, por isso teve que estragar as conversas animadas com seu comentário.

– Elas estão excepcionais, tia Muriel. Gina e Hermione fizeram um belo trabalho, e todos acham isso, não é? –Falou Ella e todos assentiram.

– As mulheres ao todo arrasaram, e as saladas estão na medida certa, Muriel. Deixe disso, implicar com as garotas não vai adiantar em nada. –Tio Bilius disse, enfiando mais uma garfada de salada na boca.

– Implicar? Quem aqui está implicando com quem? –E Tessie teve que se meter.

– Deixa comigo, irmãzinha querida. –Interrompeu Muriel, fechando uma carranca para mim. – Se eu sou sincera demais, não é minha culpa. –Juro que deu vontade de rir depois dessa.

– Sincera? –Perguntou Jorge.

– Isso para mim é ser megera. Acho que a senhora se confundiu! –Fiz um esforço enorme para não rir do comentário dos gêmeos, e percebendo isso, Muriel me fuzilou com seus olhos esbugalhados.

– Tenham respeito, vocês dois! –Repreendeu Molly. – Se bem que estão certos. Quero dizer... –Molly pigarreou.

– O que a mamãe quer dizer, é que isso deve parar tia Muriel! Ninguém gosta da sua “sinceridade”. –Gui falou, fazendo aspas no ar, Fleur somente assentiu.

– Gui, nunca pensei que um dia você iria falar assim comigo! –Falou a velha fazendo cara de coitada, Gui apenas revirou os olhos. – E a menina acima do peso ai não quer comentar nada ao meu favor também, ou vai deixar o namoradinho falar por você? –Timus se levantou, batendo com as mãos na mesa e todos que antes discutiam feio com Muriel, se calaram.

– Já chega! Essa é minha casa e eu exijo respeito de todas as partes! Principalmente de você, Muriel. Já te aturamos demais, e até eu acho certo eles te enfrentarem assim, mas antes que isso vire uma baderna exijo ordem e respeito por aqui! –Ella se levantou para acalmar o marido.

– Concordo. Era para ser uma sexta feira santa comum gente, um almoço em família em que todos curtissem para depois irmos pescar e nos divertirmos juntos! Não uma discussão em que a geradora do problema nunca quer se calar, mesmo sabendo que é a errada! –Observei Ella falando enquanto eu me mantinha quieta.

– E outra coisa, Hermione é minha namorada tia, e você não tem nenhum direito de tratá-la assim. Ora, todos aqui gostam dela, menos você e sua seguidora fiel. –Rony disse e todos assentiram.

– Mais uma confusão, e você some daqui. Se Tessie quiser ir junto, por mim tanto faz. –Decidiu Timus e as duas velhas arregalaram mais ainda seus olhos maquiados.

– Você teria coragem? –Perguntou Tessie.

– Óbvio que teria. Cansei dessa falta de respeito. Ou ficam caladas, ou vão embora. –Ella apenas concordava com as decisões do marido. Muriel e Tessie se entreolharam e antes de falaram, me fuzilaram mais uma vez com os olhos como se a culpada disso tudo fosse eu.

– Nós nos calamos. –Disse Tessie com um olhar indiferente.

– Ótimo. Voltando ao almoço agora. –Demorou um pouco para o clima tenso se dissipar, o almoço teve que acabar e os homens ficarem para lavar a louça, para que finalmente ficássemos em paz. As duas vacas velhas sumiram escada cima e já avisaram que de jeito nenhum iriam pescar, melhor para nós.

Passados alguns minutos enquanto os meninos cuidavam da limpeza e nós mulheres ficamos na varanda descansando, eles anunciaram que mais tarde iríamos pescar, mas que antes eles tinham que jogar futebol americano. Tinham que ser homens mesmo.

Ficamos assistindo tv até duas da tarde, evitando o sol forte com o ar condicionado.

Quando finalmente eles decidiram ir pescar, fomos arrumar o local próximo ao lago com toalhas, cadeiras, guarda-sóis e tudo que nos deixasse mais confortáveis o possível para poder pescar em paz. Enquanto os meninos levavam os utensílios de pesca, nós nos arrumávamos.

Troquei minha t-shirt por uma regata, para agüentar o calor anormal para uma tarde de primavera e mantive meu shorts, já que mesmo sendo jeans era confortável. Prendi meus cabelos em um coque e lembrei de passar o repelente, para evitar o questionário da minha mãe no final do dia, não seria nada legal.


– Gatinha, passa em mim? –Pediu Rony com um beicinho, tirando a camiseta.

– Na frente tu consegue passar. –Fiz um sinal para ele se virar, mas o ruivo se manteve de frente.

– Não, não consigo. –Maldito provocador. Mas decidi aproveitar, derramando um pouco de repelente em minhas mãos e espalhando em seu peitoral, o que causou arrepios nele e até em mim. – É gelado, mas é delicioso sentir suas mãozinhas mágicas em mim. –Sorri e corei estupidamente, desci minhas mãos pelos seus braços e subi novamente, dessa vez descendo em seu abdômen. Ele queria me matar, só pode.

Eu arfava enquanto acariciava seu corpo com o repelente que fazia minhas mãos deslizarem melhor pela sua pele, como eu podia ser tão idiota em agir desta maneira se eu apenas espalhava o produto nele?


– Hum, já está bom. –Rony sorriu torto. É, ele quer mesmo me matar. – Agora nas costas. –O ruivo se virou e eu fiquei por um tempo observando aquelas belas costas grandes e definidas. 360 graus de gostosura... E olha, ele é meu! Ronald Weasley namora com a sabe-tudo Granger! Como esse mundo dá voltas.

Espalhei o repelente pelas suas costas até chegar em seu quadril, por que sua bermuda tinha que estar tão para baixo?


– Agora no rosto. –Ele se virou e eu passei alguns pingos do produto em seu lindo rosto. Aqueles lábios tão convidativos... Não me contive e o beijei, não um beijo apaixonado como a santa aqui costumava dar, mas um beijo feroz. Rony retribuiu, e com muita vontade, tanto que tropeçamos na cama, quase derrubamos algumas coisas da cômoda e fomos parar na parede.

– Gente, isso não é hora! –Me soltei dele por causa do susto e vi Gina rindo. Tenho que me lembrar de fechar a porta.

– Ainda te pego se atracando com Harry, ruiva. –Cerrei meus olhos e isso só a fez rir mais ainda.

– Já falei que somos anjos puros e inocentes.

– É, vai nessa. –Gina riu mais uma vez.

– Se apressem, todos já estão prontos lá embaixo. –Ela sumiu pelos corredores e me virei para Ron novamente.

– Quando eu digo que minha irmã é insuportável você não acredita em mim ainda. –Gargalhei.

– Agora acredito. Vamos amor, passe o repelente nas suas pernas – tradução: coxas deliciosas mais torneadas que as minhas – que eu vou te esperar lá embaixo. –Ele assentiu e sai do quarto, descendo as escadas correndo com medo de que Gina contasse o que havia visto, mas por minha sorte ela me amava e não iria me fazer passar uma bela de uma vergonha.

– RONIQUINHO, CADÊ VOCÊ MEU AMOR? –Gritou Harry e todos riram.

– ESTOU AQUI, BEBEZINHO! SENTIU MINHA FALTA? –Rony gritou de volta descendo as escadas e correndo até Harry de braços abertos.

– Claro que senti, meu presuntinho fofo. –Os dois se abraçaram calorosamente, eu já chorava de tanto rir.

– Pára de ser meigo, meus olhinhos de esmeraldas! –E finalmente eles não conseguiram mais manter suas vozes femininas e caíram na gargalhada.

– Dois palhaçinhos. –Riu Ella. – Vamos gente! –Fomos rindo até o lago com as demonstrações teatrais de afeto entre Harry e Rony.

Chegando lá, Timus percebeu a lama próxima a beirada com várias marcas de mãos e mostrou a todos, que caíram na gargalhada novamente enquanto eu ruborizava e ria junto.


– Parece que o negócio foi caloroso! –Comentou Gina, me fazendo ficar mais vermelha ainda.

– Foi, mais ainda porque a Mi ficou brava comigo por eu ter puxado ela junto.

– Você queria que eu ficasse o que Rony? Feliz? –Ele gargalhou, me puxando para um abraço.

– Mas foi legal, não foi? –Sorri tímida e o empurrei para longe.

– Voltando ao assunto principal né gente, vamos pescar? –Sorte que a minha ideia de mudar de assunto surgiu efeito, os homens já pegavam suas varas e as mulheres se sentavam nas cadeiras embaixo dos guarda-sóis, já pegando garrafas de água gelada dentro de uma caixa de isopor.

– Amor, quer pescar? –Rony perguntou.

– Quero sim! –Ele me entregou uma vara já com a isca no anzol.

– Vou te mostrar como é, você segura assim e joga para trás, mas cuida do anzol é... –Enquanto ele perdia tempo com suas explicações, joguei minha vara no lago e não demorou muito para que um peixe fisgasse meu anzol. Mesmo que ele fosse pequeno, todos me olharam surpresos talvez por eu parecer uma menina mimada de cidade grande, e não uma menina do campo muito boa na pesca.

– É, acho que não preciso te ensinar. –Falou Rony e todos riram. Tive que devolver o peixe por ser pequeno demais, ele tinha que crescer bastante ainda antes de ser consumido.

Percebi a falta dos gêmeos pescando, mas antes que eu perguntasse para eles, os dois apareceram segurando algo que parecia barro seco e tacaram nas costas de Rony, que se virou confuso.


– Fred, Jorge, NÃO! –O ruivo tentou fugir, mas os clones o bombardearam com aquelas coisas.

– DOIS CONTRA UM NÃO VALE! –Gina se juntou na brincadeira e eu fiquei observando tudo aquilo com uma cara confusa, enquanto os adultos riam.

– O que é aquilo na mão deles? –Perguntei.

– Estrume de vaca. –Arregalei meus olhos quando Ella me respondeu isso. – Calma, só estrume seco. –Riu Ella. Vi Harry se juntando na brincadeira também e pegando vários cocos de vaca do chão e tacando nos gêmeos.

– VEM MI, ME AJUDA! –Gina desviou de vários cocos lançados por Jorge, eu tinha que ajudar minha amiga, não é? Gargalhei, juntando alguns estrumes com um pouco de receio e correndo para perto deles. Depois de um tempo, me soltei e levei a brincadeira a sério. Era eu, Ron, Gina e Harry contra os gêmeos, mas eles eram muito bons nisso e desviavam com facilidade por causa de seus corpos esguios, além de sua mira perfeita.

Passamos algum tempo brincando disso até que nos jogamos na grama cansados.


– Qual o nome dessa brincadeira? –Perguntei, tentando manter minha respiração normal, mas minha barriga doía de tanto rir.

Shit Fight. –Ri alto com a resposta de Jorge.

– Shit Fight foi a brincadeira mais louca que eu já participei.

– Se divertiu? –Perguntou Gina, ainda rindo.

– Já está na cara que sim, não é? –Levantei diminuindo minhas risadas e respirei fundo. – Vamos pescar agora? –Eles assentiram, controlando suas risadas também. Voltamos para perto do lago e nos sentamos.

– De grandes só tem o tamanho. –Falou Nina e todos gargalharam.
Em um momento relax, Fred e Jorge tiveram que interferir. Eu estava concentrada em busca de um dourado enorme para impressionar os homens que ficavam se achando por causa de suas conquistas, e os gêmeos aproveitaram minha distração e tacaram um peixe na minha cara.

– FRED, JORGE, EU MATO VOCÊS! –Levantei furiosa e corri atrás de dois meninos idênticos que gargalhavam alto, o cheiro de peixe que adentrava nas minhas narinas estava me deixando nauseada.

– MI, EU TE AJUDO! –Gina apareceu correndo ao meu lado, mas mesmo com duas correndo atrás deles, eles eram muito mais rápidos e ágeis do que a gente. Do que adianta duas sedentárias correndo atrás de gêmeos altos e velozes?

– Ok, desisto. MAS VAI TER VINGANÇA! –Berrei e escutei as risadas dos adultos.

Voltei para o lago controlando minha respiração ofegante de tanto correr e me sentei, tomando bastante água gelada.


– Realmente só cresceram no tamanho. –Confirmou Nina e todos voltaram a rir, inclusive eu.

– Amor, que cheirinho delicioso! Melhor do que seu cheiro de baunilha! –Fuzilei Rony com os olhos e voltei a rir.

Mais alguns minutos conversando na beira do lago e aproveitando a tarde que passou muito rápido, devido a nossa diversão, resolvemos voltar para casa com nossos peixes adquiridos no lago. Ajudei as meninas com todas as cadeiras e outros utensílios para nosso conforto e guardamos tudo de volta.


– Gente, eu estou fedendo. –Reclamei, quase fazendo ânsia. – Aguardem, gêmeos. –Sorri diabolicamente e eles gargalharam. – Mas antes de tomar banho... Quero conhecer os cavalos, Ron! –Pedi fazendo bico.

– Tudo bem... Só os cavalos, os outros bichinhos nós deixamos para amanhã! –Assenti. – Então vamos. Já voltamos vó Ella! –Fomos de mãos dadas até o celeiro vermelho próximo a casa, onde relinchos e bufadas já davam de ser escutadas.

Rony abriu as portas do enorme estábulo e nós adentramos, contando rapidamente percebi quatro cavalos já de cara, cada um em seu espaçinho.


– São quantos? –Perguntei me aproximando de um dos cavalos, por ser todo pintado reconheci ser um Appaloosa.


(Appalosa: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/93/Appaloosa_stallion.JPG)


– Sete, três fêmeas e um macho adultos e dois potrinhos, um macho e uma fêmea. Uma Appaloosa, uma Paint Horse que é a mãe da fêmea, uma sem raça definida que é mãe do macho e o garanhão é um Frísio.


(Paint Horse: http://3.bp.blogspot.com/-q1xG-PqGcbg/Tc2ortAOq2I/AAAAAAAAABk/B8ZcgGRA0X8/s1600/Cavalo+Paint+Horse.jpg

Frísio: http://www.freewebs.com/horse_breed/363427.jpg)

Fui visitando cada espaço e olhando os belos cavalos super bem tratados, bastante musculosos, com pelos brilhantes e de aparência sedosa, lindos cascos reluzentes, um local confortável para ficar e bastante comida e água disponível. Eu não poderia imaginar algo diferente dos animais dessa fazenda, todos tratados feito reis.


– Quer andar em algum? Podemos passear a cavalo para ver o pôr do sol. –Falou Rony sorrindo e envolvendo meus ombros com seu braço.

– É uma ótima ideia, Ron. –Respondi sorrindo também.

– Qual que você quer? –Olhei em volta e apontei a Appaloosa, todos eram lindos, mas hoje iria passear com ela por ela não ter um filhote para amamentar. – A Lua?

– Esse é o nome dela? –Ele assentiu.

– Todos têm nome, menos os potrinhos, pois meu avô escolhe de acordo com a personalidade. A Paint Horse se chama Tinkerbell, mas chamamos ela de Tink apenas, a sem raça se chama Honey e o garanhão se chama Storm.

– Você vai com qual?

– Honey, ela está louquinha pra sair. –Olhei para a égua e no mesmo momento ela relinchou alto.

– É, realmente está. –Rimos.

Rony selou as éguas rapidamente, demonstrando a grande habilidade que ele tinha com isso.


– Desde quando você sabe selar? –Perguntei realmente indagada com o assunto.

– Desde que conheço esses quatro cavalos desde que eu era pequeno, aprendi a amar esses lindos. –Honey parecia retribuir esse sentimento, pois esfregou o focinho no rosto de Ron, que riu e deu um beijinho nela, sorri toda derretida.

– Pronta para cavalgar? –Assenti. – Conheça a Lua! –Ele abriu o portão do espaçinho que a bela Appaloosa se encontrava, ela saiu cavalgando lentamente, um pouco desconfiada por causa de mim.

– Lua, esta é Hermione, minha namorada. –A égua bufou e o ruivo riu. – Desculpe, mas não vou mais namorar você, Honey e Tink, agora somente o Storm é o garanhão daqui. -Arqueei uma sobrancelha.

– Você namorava com éguas? –Nós dois gargalhamos quando Storm relinchou, como se estivesse com ciúmes.

– Não necessariamente, só sempre fui carinhoso com elas e tio Bilius uma vez disse que eu estava de caso com as éguas por passar muito tempo nos estábulos mimando-as, depois dessa todos invocam comigo por causa disso. –Gargalhei alto.

– Fiquei com ciúmes. –Fiz beicinho e ele riu.

– Quer que eu penteie sua crina, amor? –Revirei os olhos.

– Vai se ferrar. –Rony riu e beijou minha bochecha.

– Ande, faça amizade com Lua. –Mordi meu lábio inferior e me aproximei da égua que permanecia calma. Antes que eu pudesse tocá-la, ela foi para frente e encostou o focinho em minha mão. – Isso, minhas lindas. –O ruivo sorriu orgulhoso e montou em Honey. – Precisa de ajuda, Mi?

– Claro que não. –Montei em Lua e Rony fez uma expressão de surpresa.

– Sempre me surpreendendo... Vem, vamos. –Fomos cavalgando lado a lado até chegarmos na grama novamente.

– Corrida até o lago? –Ron sugeriu.

– Já! –Gritei e comandei Lua para ir mais rápido, que me obedeceu com grande êxito. Escutei o barulho de cascos se aproximando mais e calculei que eram os de Honey, por isso acelerei mais ainda. Avistei o céu alaranjado refletido na água do lago e já fui contando vitória, até que olhei para o lado e vi Ron quase colado em mim. DROGA, eu tinha que ganhar.

Mas por sorte, Honey se distraiu e diminuiu a velocidade, por isso eu ganhei.


– Dois vivas para Hermione e a bela égua Lua! –Gritei enquanto Lua marchava, comemorando também. Tão competitiva quanto eu.

– Sorte de principiante. –Rony apareceu ficando ao meu lado e eu ri.

– Admita que eu cavalgo melhor que você.

– É que uma borboleta passou na frente de Honey e ela perdeu o foco da corrida, devemos repetir. –Rolei meus olhos na órbita e o ruivo gargalhou.

– Você cavalga muito bem, linda. –Sorri como agradecimento e ele se aproximou de mim, quase colando nossas éguas. Tirei meus olhos dele, fiquei fitando o céu ganhando tons de rosa, vermelho e laranja, nuvens coloridas enfeitavam o sol rodeando-o enquanto ele sumia por trás do campo.

– Igual ao nosso primeiro beijo, no pôr do sol... –Recordei, suspirando profundamente.

– Podemos repetir... –Olhei para ele, que sorriu e se inclinou na minha direção, quase como um movimento involuntário me inclinei também e demos um beijo apaixonado, que não durou muito tempo, pois Lua resolveu se rebelar e me jogou para fora da sela, sorte que deu tempo de me agarrar nela e o tombo não foi tão forte.

– LUA! Olha o que você fez! –Rony pulou de Honey enquanto brigava com a égua. – Mione, você está bem? –Eu permanecia no chão olhando para meu cotovelo machucado que eu havia usado de apoio na hora da queda.

– Estou, só meu cotovelo que ralou um pouco. –Como aquela merda ardia, meu deus.

– Lua, por que agir assim? Você sempre foi tão dócil!

– Calma amor, não briga com ela. Animais têm temperamentos mutáveis de uma hora para outra, que nem nós humanos! –E era uma realidade, não foi culpa dela.

– E se você estivesse se ferido gravemente? Vem, vamos levá-las de volta e vamos limpar esse sangue do seu braço. –Vi uma gota de sangue escorrer pelo meu antebraço e cuidei para que não chegasse a minha mão. Meu joelho também doía, por suportar minha queda, mas nem reclamei se não o ruivo iria surtar.

Levamos as éguas até o estábulo novamente fechando-as em seu respectivo espaço, Rony tirou as selas e as guardou. Voltamos para casa com meu namorado querendo me levar no colo sendo que o estábulo não ficava nem um pouco longe, ele achava que eu estava tendo hemorragia pelo meu raladinho no cotovelo de certo.

Chegando lá todos se assustaram com meu ferimento e lá foi Ella pegar o kit de primeiros socorros e Nina foi cuidar de mim.


– A Lua está muito agitada por esses dias, para mim ela está grávida do Storm. –Falou Ella e Timus concordou.

– Ela já é uma égua revoltada por natureza, mas a gravidez deixa os hormônios delas muito mais agitados. E ela estava no cio semana passada, e Storm estava bem alegrinho. –Rimos.

– Verdade, gravidez deixa os hormônios bem agitados. Fleur já era revoltada por natureza, agora então... –Gargalhamos com a cena da loira espancando o ruivo. Até que Nina espirrou um negócio no meu braço que só fez arder mais ainda, tive que fechar minha boca com força pra não berrar.

– Eu sei que arde, querida. Só mais um pouquinho. –Ela pôs uma gaze e alguns pedaçinho de esparadrapos em volta, finalizando o curativo. – Prontinho!

– Muito obrigada, Nina. –Sorri.

– Bom, fico bem feliz que não tenha ocorrido nada sério com a Mione e agora é bom nos aprontarmos para a janta, não é? –As mulheres concordaram com Ella. Depois de eu insistir bastante em me oferecer para ajudar, Ella se rendeu aos encantos da minha carinha de cadela abandonada e deixou.

Fizemos vários pratos variados com os dourados que pescamos, salmão, camarões... Utilizamos todos os ingredientes disponíveis, desde refogados a grelhados, fritos a cozidos... E de sobremesa mousse de chocolate tradicional e mousse de maracujá com raspas de limão. E para beber, vinho para os adultos, sucos e refrigerantes para os adolescentes.

Depois de tudo pronto, servimos e demos de cara com uma mesa repleta de pratos sofisticados e bonitos, um delicioso jantar a ser servido. Chamamos os homens que sempre ficavam para lavar a louça e agradecemos a comida, percebi que era uma tradição desta família que realmente me agradava, um belo modo de se iniciar uma refeição ao lado da família.

Todos os membros elogiaram nosso trabalho, menos Muriel e Tessie, é óbvio. As duas “cheira cu” ficaram caladas o jantar inteiro, e ninguém se incomodou por isso, bem pelo contrário. Nós comemoramos.

Como eu não tinha louça para lavar dei boa noite a todos porque eu já sentia o peso do cansaço nas costas, por mais que só fossem quase dez horas ainda. Rony disse que subia depois que ajudasse nas tarefas, apenas assenti, subi para falar com minha mãe e tomar um banho.

Depois de uma ducha incrível, realmente necessária, vesti um pijama curto bem simples, com o shorts cinza e a regata branca com o rosto de um tigre estampado. Meus cabelos como estavam limpos, somente os penteei e fui ligar para minha mãe.

A conversa com ela foi breve, mamãe não fez nenhum interrogatório e eu nem comentei do tombo que levei. Papai me mandou um oi e Sophia também, só minha irmã parecia nem sentir minha falta, menina chata. Até que desliguei e fiquei alguns minutos assistindo qualquer coisa na tv, quase cochilando.


– Amor, você poderia estar dormindo que eu não me importaria! –Falou Rony adentrando no quarto e fechando a porta.

– Mas é que hoje nós não... Hum... Não cumpri o prometido de ontem. –Mesmo quase adormecendo de olhos abertos, eu corei.

– E nem precisa cumprir, você está muito cansada. –Soltei um muxoxo e ele riu. – Estou ordenando, durma. Vou tomar um banho e quero encontrar você dormindo feito um anjo. –Rolei meus olhos e isso só fez com que ele risse mais, o ruivo juntou uma calça de moletom confortável para dormir e sumiu no banheiro.

Tentei me conter meu sono por vários minutos, mas quanto mais eu lutava, mais a preguiça me vencia. Até que meu corpo se cansou e caiu em um sono profundo, nem vi Rony se deitar.

...

Eu estava dentro de um mar de água calmas e belíssimas, em um tom azul claro que dava de enxergar todos os corais por debaixo dela. Creio que era uma ilha, pois conseguia ver toda a água que cercava aquele pedaço de terra onde somente eu me encontrava. Até que de uma hora para outra, as águas se tornaram negras, o céu que antes estava limpo e com um belo sol, ficou escuro e o som de trovões encheu aquela ilha.

Desesperada para sair do mar, tentei nadar para a faixa de areia, mas uma espécie de redemoinho me puxava para dentro e agora raios iluminavam o céu que ia ficando cada vez mais escuro. Eu estava com medo, muito medo. Medo da escuridão, medo dos trovões, medo de me afogar...

Fui puxada para debaixo da água, onde tive que prender minha respiração. Eu sabia que não duraria muito tempo ali embaixo, sem respirar, mas algo me levantou e pude encher meus pulmões já doídos, com o oxigênio puro da ilha que voltava a ficar do jeito que era, o jeito bonito.


– Hermione? Hermione, acorda! –Abri meus olhos assustada e Rony me sacodia.

– O que houve?

– Você teve um pesadelo, começou a gritar e parecer que estava com falta de ar. –Passei as mãos em minha testa suada e respirei fundo.

– Mas já passou, não é? Vamos voltar a dormir. –Mesmo meu namorado estando preocupado, ele deitou-se novamente e me abracei com ele. Mas eu não conseguia voltar a dormir, aquele sonho tinha me angustiado. Por isso, resolvi me levantar, pegar meu roupão e descer para tomar um copo de água. Só que nem a água geladinha da geladeira adiantou, eu tinha que tomar um ar.

Sai na varanda e um ventinho frio tomava conta da madrugada, já eram duas e meia da manhã, e eu boiando na frente de casa. Resolvi ir com os cavalos, escová-los realmente me acalmava.

Todos os caminhos da fazenda à noite eram iluminados, então fui tranqüila até o estábulo. Entrei sem fazer barulho e alguns dos cavalos somente bufaram, sorte que nenhum relinchou. Achei uma escova e fui até o espaço de Lua, onde ela permanecia me olhando curiosa.


– Sei que nossa relação não começou muito bem porque você ama meu namorado, mas queria ser sua amiga... –Adentrei com ela, que me olhou indeferente. – Ora, vamos! Colabore! –Penteei sua crina de leve e ela bufou. Passei algum tempo tentando convencê-la a ser minha amiga, até que a égua não resistiu mais e se rendeu aos meus carinhos e a escovação. Fiquei conversando sobre coisas aleatórias com ela, tudo bem que falar com cavalos não era a coisa mais normal do mundo, mas estava me acalmando e fazendo o sono retornar. Uma ótima terapia.

Até que uma hora em que eu estava concentrada em escovar e papear com Lua, escutei passos adentrando no estábulo.


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Notas finais do capítulo

geeente, queria avisar que posso atrasar alguns capítulos, pois andei estrapolando minhas horas na internet e fui proibida de ir muito, além de que minhas notas em matemática não são as melhores e a semana de prova está ocorrendo ):
mas eu prometo que se for atrasar, eu aviso com antecedencia. E se for o caso, não demoro mais do que alguns dias extras para postar novamente, espero que me entendam D:
não abandonarei aqui e espero que não me abandonem também e continuem com seus reviews lindos (:
e ai? Gostaram desse capítulo? simplesmente ADOREI escrevê-lo. Quem vocês acham que é a pessoa que adentrou no estábulo no final do capítulo? Quem acertar falo nas notas iniciais do próximo capítulo! HAHAHAHAH
beijinhos e até o próximo, não esqueçam do comentário :****



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