The Best Thing Thats Ever Been Mine escrita por manupotter


Capítulo 19
Anger, panic and returning to love


Notas iniciais do capítulo

olá meninas! eu jamais vou cansar de viver agradecendo vocês por todos o apoio e reviews lindos que vocês me deixam, só quem escreve fics sabe a sensação que dá quando você recebe um elogio, isso nos faz sorrir feito bobas na frente do computador. Realmente faz diferença, amo vocês todos leitores mais lindos do universo ♥
voltando a fic, ai está mais um capítulo, pessoal! Espero que gostem :3 Mas já vou avisando, ver muita tensão por ai! HAHA
Beijinhos da manu e ótima leitura procês ;*



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Hermione POV

Fechei meus punhos com tanta força tamanha a minha raiva que eu já sabia que as marcas das minhas unhas iriam permanecer na palma das minhas mãos por um bom tempo, mas eu não estava nem ai. Meu único objetivo era agüentar e não espancar o ser atrás de mim.


– Irmão? Mas Mione, você não tinha só a Sophia de irmã? Sua mãe ou seu pai estão namorando com outra pessoa? –Luna perguntou, fui incapaz de responder porque estava tendo um acesso de fúria dentro de mim.

– Não é aquele menino que você deu uma surra na sua festa, Ron? O loiro que invadiu sem estar convidado? –Fiquei tentando achar lógica no que Cho dizia, e então me lembrei que no dia da festa eu fiquei muito bêbada e tive minha memória afetada. Como eu sabia que ficar de costas para o meu pior inimigo não iria dar em nada, me virei. O ruivo tenso ao meu lado fez a mesma coisa.

– É sim, o mesmo otário. –Rony quase pulou para cima de Malfoy que ria debochadamente, mas eu o segurei. Confusão era o que eu menos queria agora, por mais que estivesse sendo terrivelmente difícil de controlar.

– Draco Malfoy, o prazer é meu. –Como ele conseguia me fazer sentir mais ódio apenas com suas palavras? – Ah, e naquele dia eu estava bêbado e não pude acertar as contas com o Weasley.

– Quer acertar agora, Malfoy? –E mais uma vez tive que segurar Rony. Os outros nos olhavam confusos.

– Seria péssimo eu ser expulso no primeiro dia de aula, não é?

– Então vamos lá pra fora, você não vai ter chance de ser expulso. –Rosnou o ruivo. Tentei acalmá-lo, mas nada parecia surgir efeito.

– Depois, talvez. Agora meu único objetivo é conhecer seus amiguinhos, deixe-me ver qual de vocês eu conheço... A ruiva aguada e o anão com cara de retardado eu já conheço de outros tempos, e vocês dois viraram um casalzinho? Que fofo, dois otários juntos, combinam perfeitamente. A minha nova irmã nerd eu também conheço e não poderia faltar seu companheirinho de cabelos de fogo com cara de débil mental. Já os outros... Vamos, se apresentem para o aluno novo.

– Não exija isso deles, são uns mal educados. –Ah é, estava demorando muito para a patricinha de Beverly Hills aparecer. – O que eu te disse sobre não andar com eles, meu amor? É o pior grupo daqui, ande com o nerds ranhentos que você ganha mais do que andar com esses casaizinhos patéticos. –Escutei Cho rosnando ao meu lado. Já eu estava prestes a vomitar, que casalzinho mais horroroso. A Barbie e o Ken em versão mais bizarra.

– Eu sei meu amor, só estou esclarecendo algumas coisas aqui.

– Ok, seja rápido, estarei te esperando lá no pátio. –É sério, o vômito subiu para a garganta e desceu quando eles se deram um beijo babado.

– Enfim. Pelo jeito já conhecem a minha mais nova namorada, um arraso, não é? Gata, popular... Mas não vim aqui para causar inveja em vocês, vim só para conversar com a minha mais nova irmãzinha. –Aqueles olhos frios e aquele olhar esbanjando superioridade me analisaram de baixo até em cima, fazendo a mão do ruivo apertar mais ainda a minha.

– Eu não sou sua irmã. –Falei seca, minha voz quase saindo como um grande rosnado.

– Ora, como não? Meu pai e sua mãe estão se amando incondicionalmente, ou você não sabia disso? –Meu sangue subiu até a cabeça.

– MENTIRA! –Berrei. – O corno do seu pai só é amigo da minha mãe, ela NÃO vai ficar com ele! –Eu queria que tudo que saísse da minha boca fosse a mais pura verdade, e como queria.

– Não ouse chamar meu pai de corno, Granger!

– Mas é o que ele é! –Rebati.

– Sua mãe é uma vagabunda, porém não é por causa disso que me refiro a ela desta maneira. –Agora fui eu que quis avançar naqueles cabelos oleosos e arrancá-los com minhas próprias mãos, fio a fio, mas Rony me segurou.

– Você sabe que bater nele não adianta nada, Malfoy parece aquelas putas que adoram apanhar. –Fiquei tentando me acalmar, mas era impossível com o loiro me encarando com um sorriso arrogante no rosto.

– Ora, ora... Que casal mais ridículo, nem vou dar mínima importância a isso. Como eu estava dizendo, meu pai me disse que sua mãe estava bem gostosa, Granger. Eu já acho que é você quem está bem pegável. –Dessa vez foi os meninos que tiveram que segurar Rony, porque sua raiva estava passando dos limites. Eu tentava fazer com que entrasse por um ouvido e saísse pelo outro, mas estava ficando bem difícil de agüentar.

– Não nos importamos com o que você acha, Malfoy! Se ela está “pegável” ou não, o que importa é que ela é MINHA! Você não tem que achar nada, seu filho da puta desprezível. –Luna e Cho vieram perguntar o porquê de tanto ódio pelo loiro seboso que dava suas risadas debochadas na cara de Rony, mas Gina teve o trabalho de explicar detalhadamente, já que eu estava ocupada com um ruivo louco para esganar o pescoço do Malfoy.

– Quer começar a xingar nossas mães, Weasley? Bom, eu tenho várias coisas para falar daquela gorda peluda da Weasley. –Segurar o ruivo se tornava uma tarefa cada vez mais árdua, se os corredores não estivessem vazios estaríamos agora conversando com o diretor.

– Desgraçado pau no cu! Vai lá se encontrar com a piranha da sua namorada, ela deve estar sentindo falta do loirinho seboso dela.

– Não está feliz com a minha companhia, Weasley?

– Deixa só o diretor saber de suas provocações, Malfoy. Você nunca mais vai botar a cara nesse colégio! –Cansei de ficar quieta.

– Meu pai disse para o diretor que você é uma menina problemática que me odeia sem motivos e adora mentir coisas sobre meu respeito só para me ferrar.

– Isso não é verdade! Sempre seu pai, não é? Então corre lá para o colo do papaizinho, Malfoy!

– Agora me diga, em quem eles vão acreditar? No filho rico de um pai extremamente respeitado ou em uma sabe-tudo que se faz de santa?

– Me poupe disso, seu viado. –Revirei meus olhos.

– Algum dia desses te mostro o viado que eu sou, Granger. –Com uma piscada ele saiu andando, desaparecendo na curva de um corredor mais próximo.

– Ai que ódio! –Gritei, com vontade de socar qualquer coisa que estivesse perto de mim.

– Por que vocês não me deixaram acabar com aquela carinha feia dele? –Rony gritou para os meninos que ainda o seguravam para que ele não fosse atrás do Malfoy.

– Você sabe que não daria em nada, Rony! O jeito é engolir tudo que ele fizer até o final da aula, daí a gente dá uma lição nele. –Cedrico disse.

– É cara, você já sabe a mais de sete anos como ele age. –Harry botou suas mãos nos ombros do ruivo tentando acalmá-lo.

– Tudo bem, tudo bem. Mas no final da aula vamos nos acertar com ele, isso se ele não nos provocar seriamente durante o dia. –Os meninos concordaram. Eu estava realmente preocupada com a confusão que daria, só espero que não suje para o lado do meu namorado.

O sinal bateu, mas antes de irmos para a aula fomos tomar uma água para podermos agüentar várias aulas na mesma sala em que Malfoy estaria presente. Me despedi de Gina e ela implorou para o irmão que socasse a cara feia de Draco só no final da aula porque ela não queria ver o ruivo na diretoria.


– Você sabe que só eu posso ir conversar com o diretor sem me ferrar muito depois com papai e mamãe, maninho. Se cuidem e não arranquem a cabeça do loiro seboso sem eu estar presente, ok? –Rimos e acenamos para Gina que ia sumindo no tumulto de alunos.

Entramos na sala e por sorte, o casalzinho mais brega estava bem longe de onde nós sentávamos. Agora a sala estava bem dividida, os populares no lado da janela e os que acham que são populares no lado da porta. Nós sentamos no lado da janela.

As primeiras aulas de literatura foram tranqüilas, até porque o professor estava bem mais malvado que o costume e não deixava ninguém sequer abrir a boca para bocejar, então o loiro maldito não disse uma palavrinha de provocação, mas sabia que não iria ser as aulas todas assim.

Depois de interpretarmos mais um longo capítulo de Romeu e Julieta, uma aula de física começou. O professor Lupin não era ameaçador, mas sabia ser bravo na hora certa, mesmo assim não houve nenhuma provocação também. Eu me sentia como um ratinho de laboratório esperando a hora de ser entregue na boca de uma cobra, era terrível aguardar o bote de um desgraçado que eu sei que não descansaria tão fácil antes de destruir minha vida escolar por inteira, como ele sempre fez.

Durante as aulas de biologia, a única coisa que me encheu de ódio foi a professora Umbridge, é óbvio. Mas fora ela, nem um sinal de vilões agindo. Eu via Malfoy cochichando com sua namoradinha, deviam estar fazendo planos, mas quando iriam agir?

Então o almoço chegou, eu já não estava mais com o rabo entre as pernas, apesar de ainda estar um pouco apreensiva sabendo que uma hora dessas algo iria acontecer. Já estava me preparando para desviar de bandejas de comida durante o almoço. Nos sentamos em uma mesa completamente isolados dos outros e os meninos foram buscar comida, e então Gina chegou.


– Ué, não ouvi gritos, sons de porrada ou qualquer coisa que indiciasse que uma briga estivesse ocorrendo... O que houve? –Gargalhamos.

– Por incrível que parece, Malfoy não agiu, ainda. –A ruiva se sentou me olhando com surpresa estampada em seu rosto.

– Mesmo? Nossa. Então Malfoy se tornou um cão que ladra mais não morde? Quero dizer, cadela que ladra mais não morde? –Começamos a rir novamente.

– Eu creio que não, ele deve estar planejando o ataque primeiro. –Sugeri.

– Ele que venha dar o seu bote que eu arranco aqueles cabelos lambidos. E o pai dele que não venha exigir implante de cabelo que o máximo que vou fazer é arrancar os cabelos dele também. Mas enfim, como assim o pai do Malfoy é amigo da sua mãe? Não tinha outras pessoas melhores para ela escolher como amigo, não? –Suspirei profundamente.

– Pois é. Segundo minha mãe ele foi colega de odontologia dela, só que ele não chegou a se formar. Depois de anos sem se ver já que Malfoy escolheu outra profissão que enchesse aqueles bolsos de grana e encaixasse mais no seu perfil soberbo, arrogante e filho da puta, de repente ele a encontra andando normalmente pela rua. Tipo mágica. Só que para mim esse vagabundo apareceu porque soube que minha mãe estava pensando em se divorciar.

– Os dois estão namorando? –Luna perguntou.

– É óbvio que não! –Quase pulei da cadeira. – Eu espero que não... Mas minha mãe me contaria se estivessem porque ela não me esconde nada. Porém, eu já expliquei tudo nos mínimos detalhes que ela que não ouse em fazer essa besteira, se não fujo de casa. –Falei com bastante convicção.

– Pode vir morar na minha, se isso ocorrer. –Luninha disse com sua voz suave, dando um sorriso fofo.

– Na minha também, é claro. Se não se importar com as brigar diárias entre eu e minha madrasta. –Cho falou, me fazendo rir.

– Você sabe que minha casa sempre foi sua também, linda. –Gina sorriu abraçando meus ombros.

– Obrigada gente. Se isso acontecer, que eu espero muito mesmo que não aconteça, vou revezar ficando uma semana na casa de cada uma. –Elas riram.

– Perfeito. –As três retribuíram meu sorriso e os meninos chegaram carregando as bandejas, hoje tinha uma deliciosa salada com hambúrguer. Meu namorado carnívoro quis roubar meu hambúrguer argumentando que ele precisava mais daquilo do que eu. Ele que pensa.

Durante o almoço senti algo estranho na minha barriga, devia ser uma cólica querendo começar a me atacar. Droga, espero que minha ovulação não esteja escolhido logo hoje pra descer. Ontem já vi indícios de que o período mais chato na vida de uma mulher iria começar novamente, mas tinha que ser logo hoje?


– Gente, vou ao banheiro, já volto.

– Quer que a gente te acompanhe? –Cho perguntou.

– Não precisa, é rapidinho. –Levantei e antes de desaparecer do refeitório, pude escutar Rony comentando algo como “não sei porque mulheres amam ir em grupinho no banheiro”. Sabe que nem eu entendia isso? Era uma necessidade natural, simples assim. Fui andando pelos corredores até achar a porta do banheiro feminino, não ficava tão longe do refeitório.

Entrei e era um banheiro limpo até para um colégio particular. Fui em uma das cabines e fiz o que tinha que ser feito, percebi a entrada de alguém porque ouvi passos no piso e a porta sendo fechada. Me destranquei um pouco curiosa para saber quem havia entrado, quando sai paralisei com o que eu vi. Draco Malfoy estava trancado comigo dentro do banheiro.


– Ops, acho que entrei no banheiro errado. –Abaixei a cabeça e tentei ignorá-lo, indo em direção a porta, mas ele segurou meu braço antes que eu pudesse fugir.

– Me solta, Malfoy. –Falei com os dentes cerrados, ondas de medo passando pelo meu corpo.

– E por que eu faria isso? –Sua mão apertou mais ainda meu braço.

– Porque se não eu vou gritar, e você vai se ferrar bonito. –Fui prensada com violência contra a porta trancada e entrei em pânico, fui gritar uma de suas mãos foi parar na minha boca enquanto a outra segurava meus pulsos com força.

– Não, não vai. Se você me obedecer bonitinho eu te solto. –Meus olhos se encheram de lágrima quando suas mãos subiram para o fecho do meu vestido. – Hum, é muito complicado tirá-lo assim. –Ele quase rasgou meu vestido e sabendo que não conseguiria, sua mão desceu até meu joelho, como minha boca já estava livre aproveitei para berrar o mais alto que eu conseguia.

– Cala a boca, escandalosa! Quanto mais você resistir, mais isso vai ser prazeroso para mim. –Recebi um tapa com uma força brutal na minha bochecha, que ficou super quente e formigou. Lágrimas escorriam com mais facilidade dos meus olhos, mas eu mantinha minha expressão raivosa enquanto o loiro mantinha um sorriso sádico no rosto.

– VIADO! –Quando fiquei com uma das mãos livres, acertei seu rosto em cheio.

–Vou te mostrar o viado. –Ele tentou me beijar, mas eu virei o rosto com a repulsa passando dos limites dentro de mim. Acertei mais um tapa em seu rosto. – Sabia que eu adoro apanhar durante o sexo?

– NOJENTO! EU TENHO NOJO DE VOCÊ! –Puxei seus cabelos com tanta força que tufos ficaram na minha mão. Ele gemeu por causa da dor e acertou meu rosto com mais um tapa. Para mim aquilo tudo era um grande pesadelo e quando eu fechasse os olhos e abrisse-os novamente eu estaria dentro da sala acordando de um breve cochilo, mas quando tentei fazer isso, ao abrir as pálpebras visualizei o mesmo loiro com a mesma expressão sádica.

– Você sabe que não adianta gritar! Todos estão lá no refeitório conversando alto. Os professores? Estão na sala deles bem longe daqui. Não tem mais saída, bobinha. Apenas aproveite o momento. –Comecei a chorar com mais força quando suas mãos subiram por dentro do meu vestido, finquei minhas unhas em seus braços e ele berrou, tirando as mãos imundas de lá. Tudo aquilo parecia durar horas torturantes, por mais que eu soubesse que tudo ocorria em segundos.


Houve uma hora que eu decidi simplesmente fechar meus olhos e deixar que tudo aquilo passasse o mais rápido o possível, e depois eu estaria nos braços do meu namorado novamente.


– Hermione? Você está ai? –Escutei a voz de Rony do outro lado da porta e foi isso que me deu as forças necessárias para gritar por socorro. Malfoy tampou minha boca novamente e meu grito foi abafado.

– Eu realmente preferiria não usar isso, mas não me deixam escolhas. –Vi ele tirando do bolso um canivete que parecia ser bem afiado. O pânico aumentou em dobro quando a lâmina foi parar sobre a pele da minha garganta, e foi ai quando eu senti que aquilo estava realmente afiado.

– Hermione? –Ele repetiu, meu choro e meus gritos sendo abafados pela mão de Draco. Eu estava entorpecida pelo medo, só queria que Rony arrebentasse aquela porta e me salvasse, só isso.


Rony POV

Quando Hermione saiu para ir ao banheiro até estranhei o fato de ela ter ido sozinha, e não em grupinho como as meninas costumam a fazer. Vi ela desaparecendo pela porta do refeitório e o que eu achei estranho, foi Malfoy se levantar da sua mesa e ir para a saída também.


– Gente, isso não vai dar certo. –Apontei com a cabeça o loiro azedo saindo pela porta com uma expressão indiferente.

– Quer segui-lo, Ron? –Harry me perguntou, eu apenas assenti.

– Nós vamos junto! –Cho disse se levantando.

– Não, vocês meninas fiquem ai na mesa. Se demorarmos podem nos seguir. –Elas assentiram, bufando discretamente. Segui pela saída com as mãos no cabelo, ligeiramente nervoso. Os corredores estavam vazios e silenciosos, o barulho se concentrava apenas no refeitório. Fui andando calmamente visualizando tudo a procura de uma cabeça loira, mas eu não encontrava nada. O pânico foi crescendo gradualmente só de imaginar que ele tivesse seguido minha namorada.

Escutei vozes distantes que pareciam mais berros, isso me aterrorizou o dobro e fez meus passos ganharem velocidade.


– Parece que vem do banheiro, vamos! –Corri e meus amigos me seguiram, e realmente as vozes vinham do banheiro, meu coração de apertou quando percebi que uma das vozes pertencia à Hermione e a outra ao Draco. Tentei abrir a porta do banheiro e estava trancada. – Hermione? Você está ai? –Uma das vozes foi abafada e a outra virou um sussurro. Um barulho de choro me fez perder a cabeça. – ABRE ESSA PORTA! –Berrei chutando a porta com todas as minhas forças.

– Que droga, o que vamos fazer? –Cedrico perguntou, andando de um lado para o outro quase a beira da loucura.

– Tem uma chave reserva na sala dos professores! –Harry sugeriu.

– Lá é muito longe, cara. Não vai dar tempo, temos que arrombar essa porta. –Concordei plenamente com McLaggen.

– Ok, vamos fazer o seguinte, de dois em dois vão empurrando e chutando a porta até ela ficar mais fraca, depois vão os outros dois. –Assenti, minhas mãos suando frio de tanto nervosismo. O silêncio dentro do banheiro era ensurdecedor demais para mim.


Primeiro foi Cedrico e Harry que tentaram derrubar a porta, uma parte já havia se soltado após várias tentativas, agora era minha vez e a de McLaggen. Fomos juntos empurrando a porta com os ombros, devido a fúria crescente dentro de mim só de imaginar meus punhos estragando aquela carinha arrogante do Malfoy fiquei gradativamente mais forte.

Bastou dois minutos para aquela porta ir ao chão, mas para mim pareceram dias de tortura tentando imaginar como Hermione devia estar. Pelo jeito Malfoy estava trancando minha namorada contra a porta porque os dois foram ao chão com a porta, adentrei no banheiro correndo sem saber o que eu fazia primeiro, pegava minha namorada deitada no piso chorando ou acabava com o desgraçado que havia tentado estuprá-la.


– Pega a Mione que nós cuidamos desse carinha. –Cedrico comandou, seus olhos ferviam de raiva quando seu punho acertou um dos olhos do maldito. Por mais que o ódio estivesse queimando dentro de mim, corri até Hermione que estava terrivelmente frágil abraçada aos joelhos no chão.

– Amor, está tudo bem, já passou. –Ela devia estar tão assustada, ARGH, QUE ÓDIO! Me abaixei envolvendo-a com meus braços, seu choro aumentou e ela se encolheu em meu peito enquanto acariciava seus cabelos bagunçados. – Ele te machucou, meu amor?

– S-sim. –Quando ela ergueu seu rosto percebi vários hematomas como marcas de dedos em seus pulsos, braços e bochechas. Mas o pior era um corte no pescoço dela que por mais superficial que fosse, realmente me deixou a beira de surtar e ir matar o vagabundo que havia feito isso com ela.

– Nós vamos cuidar disso. E eu vou te proteger, custe o que custar. Nem que eu tenha que enviar esse filho duma puta para sete palmos debaixo da terra, mas ninguém mais vai encostar um dedo em você. –Meu coração doía como se um pedaço enorme de concreto tivesse sido derrubado em cima dele. É horrível ver quem você mais ama tão frágil se debulhando em lágrimas, machucada e você sem poder fazer nada.

– O que está acontecendo aqui? –A professora Umbridge parou na frente do banheiro e se chocou com a visão da porta estraçalhada no chão e meus amigos espancando Malfoy sem piedade enquanto ele berrava.

– Meu Deus. –A boca do diretor se escancarou. – Todos para a diretoria, agora. –Enquanto Malfoy era carregado pelos outros, peguei Hermione no colo e sai do banheiro com ela, seguindo o diretor.

– Amor, eu quero processar esse filho de uma cadela. –Ela disse em meio a soluços, se aconchegando mais em meus braços.

– Vamos fazer de tudo para que esse desgraçado sofra as conseqüências de seus atos. –Chegamos na sala da diretoria e o diretor mandou o loiro seboso sentar porque ele fingia que não agüentava ficar em pé.

– Quero as devidas explicações, agora. –Dei um grande suspiro e coloquei Hermione no chão, fazendo-a sentar em uma cadeira bem longe do maldito.

– E-ele... Ele tentou me estuprar, diretor. –E logo lágrimas voltaram a descer pelas suas bochechas com marcas de dedos.

– Mentira. Ela quis transar comigo e disse que gostava de apanhar, fiz essas marcas nela só porque ela pediu. –Fechei meus punhos com força, me contendo para não avançar em Malfoy na frente do diretor.

– MENTIRA! –Hermione berrou, tirando força de algum espaçinho em seu corpo. – Desgraçado mentiroso.

– Eu exijo ordem, AGORA! –Todos se calaram com a voz grave do diretor. – Dolores, chame madame Pomfrey para examinar a senhorita Granger e o senhor Malfoy, ambos em situações precárias. –A professora assentiu, saindo da sala em passos curtos. – Agora, somente Hermione fala. Não a interrompa, Malfoy. –Ela aguardou a permissão para falar e continuou.

– Sai do refeitório para ir ao banheiro, fui sozinha. Quando sai da cabine para lavar minhas mãos e voltar ao almoço, vi Malfoy parado na frente da porta trancada. Então ele me puxou pelo braço e... –Seus soluços começaram, acariciei seus cabelos para ver se ela acalmava um pouco. – Ele tentou me estuprar. Na tentativa de me livrar acabei machucada, tenho provas, olhe. –Hermione mostrou seus pulsos, suas bochechas e seu pescoço.

– E esse corte? O que é?

– Ele tinha um canivete, senhor. –Vi Malfoy se contorcendo de raiva na cadeira, hoje ele iria se ferrar muito nas minhas mãos.

– Sabendo dessa história, nem vou perguntar porque o senhor Potter, Diggory e McLaggen bateram em você, Draco. E nem vou pedir a sua versão também, porque acompanho o comportamento da senhorita Granger a uns meses e sei como ela é, nunca teve atitudes que merecessem a presença dos pais no colégio. Mas você senhor Malfoy... Te conheço a menos de um dia, e pelo que conta nas ocorrências do seu colégio anterior, você sempre costumava aprontar algo e seu pai te defendia. Agora quero ver o que vai ocorrer se eu chamar seus pais e os pais da senhorita Granger e eles saberem detalhadamente o que ocorreu. –Eu comemorava por dentro, por mais que preferiria que não tivesse acontecido nada disso, mas ver Malfoy se ferrar seria no mínimo memorável.

– Isso é uma injustiça, eu tenho direito de me defender! Ah, só aguarde meu pai chegar aqui seu diretorzinho de uma figa. –Minha vontade foi gargalhar alto do medo de Malfoy. Ele estava com o rabo entre as pernas sabendo que a chance de ele ser processado era altíssimo.

Madame Pomfrey chegou carregando uma maleta de primeiros socorros, e enquanto Hermione era examinada, o diretor ligava para os pais e o professor Lupin tirava fotos dos ferimentos da minha namorada que já estava um pouco mais calma.


– Beba isso querida, vai se acalmar. –A enfermeira entregou um copo de água com açúcar para Hermione, que aceitou e foi tomando pequenos goles.

– Viu amor? Vai dar tudo certo e depois dessa, sua mãe não vai nem querer mais ver Draco nem Lúcio pintado de ouro na frente dela. –Ela me deu um sorriso cansado e deitou a cabeça em meu ombro.

Minutos depois o Sr. e a Sr. Granger chegaram com uma feição preocupada, quando viram sua filha com ferimentos e os olhos inchados de tanto chorar, simplesmente surtaram, e não era para menos.


– Meu deus, alguém me explica o que houve com a nossa filha? –O diretor impedia os dois de tocarem em Hermione, pois ela estava muito afetada ainda e não agüentaria mais pressão.

– Já explicamos, primeiro vamos aguardar a chegada dos Malfoys. –Ele tentava tranqüilizar meus sogros, mas estava quase impossível.

– Ron, meu querido, me explique, por favor. –Suspirei e me mantive calado.

– Eu estava trabalhando seriamente e você me apronta uma logo no primeiro dia de aula, Draco... –Lúcio entrou dizendo, mas quando viu seu filho todo machucado e Hermione também, ele se calou. Narcisa entrou logo após o ex-marido e se chocou com a cena também.

– Bom, vamos começar as explicações. –Depois de o diretor repetir tudo que Hermione havia dito e ela complementar com mais algumas coisas, Malfoy protestou como se achasse que conseguiria mentir sobre alguma coisa. Estava tudo na cara, ele não tinha como inventar algo.

– É, na verdade meu filho tem o direito de dar a sua versão. Hermione pode estar mentindo... –Lúcio disse fazendo meu sangue borbulhar. Bem que dizem que filho de peixe, peixinho é. E esses dois são os piores tipos de peixe.

– Você não enxerga o que Draco fez, Lúcio? –Rachel o interrompeu para defender a filha. – Agora minha filha vai ficar traumatizada porque o filho que o pai jurava que havia mudado de comportamento simplesmente decidiu estuprá-la! –Hermione choramingou ao meu lado, provavelmente se lembrando dos momentos assustadores vividos. A apertei mais contra meu peito, tentando acalmá-la.

– Vai dizer que sua filha não adora mentir? E tudo que ela já disse ao meu respeito sobre mim só para nos separar, Rachel?

– Tudo que ela disse foi a mais plena verdade, e eu vejo isso agora. Como eu pude ser tão cega? Acreditar em um cretino e não na minha própria filha. Tenho muito para pedir desculpas a ela ainda.

– Eu? Cretino? Você que é uma tonta desde que resolveu ficar com esse medíocre ao seu lado, Rachel, ao invés de mim. –Me choquei com as palavras de Malfoy, mais um xingamento contra minha sogra e ele vai se ver comigo. Vi a boca de Hermione se escancarar, com o seu olhar diabólico pensei que ela fosse voar no pescoço do Lúcio.

Hermione POV


Ok, por mais que eu amasse ver minha mãe praticamente querendo matar os malditos Malfoys, se ele a xingasse mais uma vez minha mão iria voar na cara desse infeliz, e eu não estava nem ai para as conseqüências.


– Não fale assim com a minha esposa, seu maldito! –Meu pai disse, quase saltando da cadeira. Ele disse “minha esposa” ou eu estou ouvindo outras coisas? Eu jurei ter notado um olhar apaixonado que os dois trocaram. Ok, juro que meu coração quase saltou pela boca agora de tanta emoção.

– Acalmem-se! Não quero mais nenhuma confusão. Sra. Granger, quer ligar para seu advogado? Isso é caso de polícia.

– É o que eu mais quero, senhor diretor.

– Fique a vontade. –Depois disso foi todo aquele caos de investigação policial, todas as partes do meu corpo foram remexidas por uma policial em uma sala isolada em busca de provas, meus hematomas foram fotografados, dei depoimentos, e tudo isso longe das pessoas que eu mais queria estar perto em uma hora dessas.

Eu tive que retirar todas as minhas roupas para ser examinada e na hora que a mulher perguntou se aquelas mordidas e chupões foram originadas pelo Malfoy, tive que explicar totalmente constrangida que aquilo foi meu namorado selvagem que fez. Eu não poderia ter ficado mais envergonhada, eu queria simplesmente enfiar minha cabeça em um buraco e não sair de lá nunca mais.

Quando finalmente pude voltar para os braços dos meus amigos, meus pais e meu namorado, eles estavam no pátio conversando entre si, as meninas estavam super nervosas olhando para os lados várias vezes, provavelmente me aguardando. Caminhei até estar entre eles, minha mãe e meu pai me puxaram para um abraço caloroso.


– Ah minha filha, mil desculpas por não te dar ouvidos. Eu fui uma tola, uma idiota. Me desculpa mesmo, pode até ficar com um pouco de remorso porque eu mereço, mas só quero escutar você aceitando minhas desculpas. –Minha mãe chorava compulsivamente abraçada a mim.

– Tudo bem mãe, eu te perdôo. –Ela chorou mais alto ainda, me abraçando com mais força. – Mãe, estou machucada. –Fui solta e escutei o riso dos meninos. Meu pai me abraçou carinhosamente e beijou minha testa.

– Estou tão feliz que você está bem minha pequena. –Sorri abertamente. Quando fui agarrada por três meninas preocupadas, comecei a dar risadas, um pouco cansada por toda a agitação.

– Você quer nos matar do coração, menina? –Cho disse me esmagando.

– Nunca mais vamos deixar você sozinha no banheiro. –Gina falou meio rindo, mas quase chorando de nervosismo.

– Se o Malfoy continuar nessa escola, que eu acho muito improvável, mas se acontecer ele vai se ferrar muito na minha mão por fazer isso com a minha Mionezinha. –Luna sorriu vindo me abraçar.

– Obrigada pela preocupação, meninas. Amo vocês. Ah, e vocês meninos... –Me virei para quatro garotos sorridentes. – Obrigada por socarem o loiro oleoso. –Recebi abraços de cada um deles, e quando a vez de Rony chegou, ganhei um beijo doce.

– Meu amor, fiquei tão preocupado com você. –Fechei meus olhos, recebendo beijos em todo meu rosto.

– Eu estou bem, Ron. O pesadelo já passou. –Sorri me aconchegando mais em seus braços que faziam eu me sentir em casa, inteiramente protegida.

– É, e eu vou estar lá para te proteger sempre. Nem que isso custe minha vida.

– Você nunca vai precisar morrer por minha causa, amor. –Acariciei seus fios ruivos.

– Mas se eu precisasse, eu morreria sem dúvida alguma.

– Daí eu me matava, para encontrar meu anjo ruivo no céu. –Ele sorriu de olhos fechados quando beijei sua bochecha.

– E se eu disser que tenho um anjo sem asas, de cabelos ondulados e olhos cor de mel vivendo aqui na terra, você acreditaria em mim?

– Só se você acreditar que tenho um anjo aqui na terra também, só que de cabelos ruivos e olhos azuis. Além de belos músculos. –Rony riu, beijando minha têmpora.

– Ok, acredito.

– Então eu acredito também. –Sorri. – Hey, sabe o que iria ocorrer se o maldito Malfoy conseguisse fazer o que queria?

– Amor, eu nem quero pensar nisso.

– Calma amor. É sério, sabe o que ocorreria? –Ele me encarou com dúvida no olhar. – Ele iria fugir de nojo.

– Nojo? Por quê?

– Estou “naqueles dias”. –Sussurrei e o ruivo gargalhou alto.

– Vai saber se ele não gosta de um pouquinho de sangue.

– ECA RON! –Bati em seu ombro de leve e ele voltou a rir.

– Desculpe acabar com a festa, mas temos que ir, Mione. –Meu pai me puxou levemente pela mão.

– Rony, querido, é para você ir para casa também! O diretor percebeu que você ficou bem afetado por causa da nossa filha, então vá para sua casa e descanse. –Mamãe disse, sorrindo e dando um beijo no rosto do meu namorado.

– Tudo bem. Já sabem se o desgraçado do Malfoy vai ser expulso daqui?

– Já foi, para a nossa felicidade.

– Ótimo. –Ele comemorou com minha mãe. – Então já vou indo. Tchau Rachel, tchau Sr. Granger.

– Tchau Rony, obrigada por cuidar da nossa filha.

– É Rony, obrigado mesmo. –O ruivo se despediu dos meus pais e pelo forte abraço que meu pai deu nele, percebi que ele havia ganhado vários pontos por ter me salvado hoje. Agora seria capaz de meu pai beijar a boca dele, eca. Que cena horrível seria.

– Tchau meu amor, se cuida. Quando chegar em casa me liga.

– Ok. –Sorri e me despedi dele com um beijo simples, não queria que meus pais segurassem vela para nós. A despedida entre eu e meus amigos demorou mais que o esperado, eles estavam tão sentimentais. Depois da minha mãe me arrastar até o carro, fomos no colégio de Sophia para buscá-la e irmos para casa.


Durante todo o trajeto ela me perguntou o que eram aquelas marcas, meus pais me proibiram de dizer “ah, eu quase fui estuprada So, nada de mais.”, então tive que mentir que cai durante o treino de cheerleading, mas minha irmã era mais esperta do que todo mundo pensava e reconheceu as marcas de dedos. Após isso, meu pai deu uma leve explicada por cima do assunto, dizendo que um menino me bateu. Só isso.

Chegando em casa, mal eu subi para meu quarto para guardar minha mochila que meu pai já apareceu na porta.


– Filha, você pode me ajudar?

– Em que? –Encarei seus olhos de cachorrinho abandonado.

– Quero me reconciliar com sua mãe. –Ele sussurrou, fazendo meu coração saltar de alegria.

– Sério? –Sorri.

– Sério.

– Mas e a mulher que você estava encontrando?

– Descobri que ela era casada e queria pular a cerca, nem desconfiei que ela fosse tão vagabunda assim. Mas enfim, quero que você e sua irmã façam um jantar romântico escondidas.

– Como a gente vai fazer um jantar romântico escondidas?

– Eu mantenho sua mãe no andar de cima enquanto vocês fazem o jantar, então depois vocês nos chamam e eu desço naturalmente e finjo estar surpreso. Se ela desconfiar e descer, você diz a ela que quis fazer uma surpresa porque ela já se dedica demais a casa e você queria poupá-la. Depois eu me declaro à ela e vamos ver no que vai dar.

– Ótima ideia, papai!

– Mesmo? –Comecei a rir da sua cara tensa.

– Mesmo.

– Então você topa? –Assenti. – Beleza, já informei sua irmã, ela disse que arruma o lugar e você faz a comida.

– Ok.

– Às seis horas você começa o jantar, ok? –Assenti novamente. – Tudo bem. Vou tomar um banho. –Ele estava tão nervoso, era fofo. Quando fiquei sozinha no quarto de novo, fui relaxar um pouco meus músculos que estavam realmente tensos com um banho quente. Peguei uma roupa leve, um shorts de algodão preto e uma t-shirt com o rosto de um panda estampado. Argh, pandas são tão fofos.

Demorei bastante para ficar pronta porque fiquei passando creme para hematomas em todas as marcas no meu corpo, até as que eu adorava ter como as marcas que Rony deixou em mim. Mas era bom apagá-las antes que alguém além da policial descobrisse. Minha cara estava péssima, além dos machucados nas minhas bochechas e no meu pescoço, meu rosto pós-choro era realmente horroroso. Mas decidi deixar para lá. Sequei meus cabelos e reforcei meus cachos, calcei um chinelo de dedos e chequei no relógio, já se passavam das três horas da tarde. Me recordei que Rony havia pedido para que eu ligasse para ele.

Joguei meu corpo cansado sobre o edredom macio e peguei meu celular, disquei o número do meu namorado que eu já sabia de cor e salteado, e bastou algumas vezes chamando que ele atendeu.


Oi amor, chegou bem?

– Sim, muito bem, e você?

Também, gatinha.

– Tenho novidades! –Comecei a quicar no colchão.

Mesmo? O que é?

– Meu pai quer se reconciliar com a minha mãe! –Quase berrei de excitação.

Sério? Que bom, Mi! Tomara que dê tudo certo!

– É, eu sei! Tomara mesmo. –Sorri comigo mesma.

Amor, tenho que contar o que houve para gêmeos nervosos aqui do meu lado. Depois nós nos falamos mais, está bem?

– Ok, diz que eu mandei beijos para os dois.

E pra mim? –Seu tom de voz ficou triste, me fazendo gargalhar.

– E para você um beijo maior ainda. Amo você, meu herói.

Te amo mais, minha princesa. –Mandei beijos e desliguei, suspirando apaixonada.

Passei a tarde me distraindo com Bichento, ele parecia sentir que eu ainda estava um pouco tensa e por isso parecia querer fazer de tudo para me fazer sorrir, porque fazia várias coisas engraçadas e adoráveis. Ele era o filhote mais fofo do mundo, sem dúvidas. Pena que filhotes crescem.

Sophia veio para interferir no momento “dona e animal de estimação”, ou como eu gosto de chamar, “mãe e filho”. Só que sua interferência fez com que nós duas discutíssemos sobre o jantar, ela sabia o quão importante era e planejou toda a decoração. Ela queria espalhar velas aromáticas por toda a casa, sorte que tem eu para acabar com suas ideias mirabolantes.

E o tempo passou mais rápido do que o esperado e quando meu pai deu o sinal, me preparei para o jantar. Com minha mãe fora de visão, decidi o que iria fazer para comer. Escolhi uma espécie de omelete de legumes com queijo que levava batata também, salada colorida com bacon e batata palha e por último, filé de frango ao molho ferrugem. Dois desses pratos levavam trinta minutos de preparo, então decidi fazê-los ao mesmo tempo para que não demorasse, e por sorte Dona Carmelita veio para me impedir de explodir o fogão.

Com a ajuda delas as coisas andaram bem rápido, deu tempo até de ajudar a minha irmã com a mesa. Colocamos velas, uma toalha bonita, talheres bem lustrados e enfeitamos com flores vermelhas. O clima estava tão romântico que se minha mãe não aceitasse ficar com meu pai novamente, eu ficava. Não, brincadeira. Mas eu iria fazer os dois se reconciliarem na marra.

– O que elas estão aprontando? –Minha mãe descia as escadas com um homem extremamente tenso atrás dela.

– Mamãe! Que bom te ver... –Pigarreei. – Você gasta seu suor para arrumar essa casa, fazer comida, organizar e blábláblá, então resolvi retribuir de alguma forma. Fiz um jantar para os melhores pais do mundo! –A cara fingida de choque do meu pai foi tão falsa que me fez perceber que ele é o pior ator do mundo, até Bichento sabe fazer uma expressão de surpresa melhor do que a dele.

– Nossa. Estou realmente surpresa com isso, mas adorei minhas meninas! Vem Robert, vamos ver o que elas prepararam pela gente. –Os dois caminharam até a sala de jantar e quando minha mãe percebeu o clima, sua boca escancarou. – Um jantar a luz de velas? Isso é tão romântico! –Antes de ela sair saltitando sorrindo feito boba, pensei que ela tinha odiado a ideia, mas percebi que havia me enganado feio.

Servi a comida me assustando um pouco com os olhos brilhando da minha mãe, acho que quando meu pai fizesse a declaração ela morria, é sério. Meu pai me chamou com o dedo e me aproximei, ele sussurrou no meu ouvido:


– Deixe-nos a sós, vou botar o plano em prática. –Assenti e levei Sophia de lá. Ficamos na sala com cara de bunda, curiosas com o que fosse ocorrer. Mas é claro que dei um jeitinho para espiar. Agachei perto da porta da sala de jantar e vi meu pai com uma caixinha de veludo nas mãos, lá dentro devia estar as alianças que eles estavam sem usar faz um tempo.


– Rachel, ao seu lado descobri que entre o sonho e a realidade, existe um espaço chamado felicidade, e para que a minha felicidade se torne realidade, preciso estar ao seu lado. Descobri também necessário um minuto para sentir afeto por uma pessoa, uma hora para gostar dela, e um dia para amá-la, mas é preciso uma vida inteira para esquecê-la.
E sabe de uma coisa? Estando longe de você percebi que se um dia eu não sentir mais saudade de receber seus carinhos, de sentir orgulho de te ter como minha esposa e poder te amar incondicionalmente com certeza meu coração não baterá mais. –Ok, eu estava prestes a chorar e imagina minha mãe?


– Rachel Granger, me aceita de volta? Aceita ser eu e você novamente? Aceita ser minha esposa e eu ser seu marido? Se você disser que sim, vou confirmar o pedido que fiz na igreja onde nos casamos, para fazer uma renovação de votos. –Pensei que minha mãe fosse enfartar, ela tremia e chorava compulsivamente.


– Pensei que fosse só eu que estava sofrendo com isso tudo, Robert. Dia após dia. É óbvio que eu aceito! –Os dois se beijaram calorosamente e foi quase que involuntário eu sair pulando de felicidade pela sala de jantar com minha irmã no colo. Eles pararam de se beijar percebendo nossa presença e recebemos um olhar reprovador.

– Hermione Jean Granger, o que eu te disse sobre se manter longe daqui e nos deixar a sós? –Dei um sorriso inocente e balancei meus cílios, geralmente isso funcionava quando meu pai estava furioso, mas agora não funcionou.

– Hehe, sabe como é né pai? –Ele sorriu e me puxou pra um abraço, fiquei sem reação porque não sabia o motivo de ele ter feito isso.

– Minhas comparsas, me ajudaram em tudo. –Recebi um beijo estralado na bochecha.

– Comparsas? Então você planejou tudo isso com elas? –Minha mãe colocou as mãos na cintura com uma expressão de indignação forçada.

– Ah, sabe como é né bebê? –Percebi que após todas as brigas, discussões e dramas serviram para que no final eles se amassem mais ainda do que antes. E uma coisa ligava a outra, se Malfoy não tivesse feito aquilo, minha mãe não saberia que ele e seu papai medíocre são dois desgraçados. Hoje foi um dia tão cheio, necessito de descanso, e é urgente.

Depois de jantar na sala assistindo filme com meus pais e minha irmã, comendo uma deliciosa macarronada com bastante queijo e molho de tomate, decidi subir para contar as novidades ao Ron. Peguei o celular enquanto saltitava pelo quarto e disquei o número.


E ai gatinha, o que houve?

– Oi amor, nem te conto!

Conta, agora. –Gargalhei.

– Eles voltaram! –Berrei.

Sério? Ai que ótimo! Estou tão feliz por vocês! MANHÊ, OS PAIS DA MI VOLTARAM! –Comecei a rir quando ouvir os gritos de comemoração da Molly. – Amor, tenho uma novidade também!

– Conta! –Me joguei na cama.

Vou viajar na páscoa. –O sorriso no meu rosto se desfez. Eu ia ficar sem vê-lo bem no dia que eu mais queria me agarrar com ele debaixo das cobertas e me entupir de chocolate? Me mantive em silêncio com uma expressão triste e Rony se manifestou antes que eu. – Mas eu quero te levar junto. Eu e toda a minha família, na verdade. –E o sorriso voltou a aparecer.

– Para onde você vai viajar?

Na fazenda dos meus avós paternos, em Pasadena. a maioria da minha família vai estar lá. Só não vão estar todos porque a casa é muito pequena para agüentar tanta gente. –Então toda a família Weasley é “fazedora” de filhos? Acho que só um estádio então para acomodar todos eles, uau.

– Ai, não sei amor... Vou ser só uma intrusa lá, não é?

– Óbvio que não, boba. Vai ser a primeira páscoa passada lá da Fleur também. Vai ser legal, eu prometo. Vamos quinta e voltar domingo no final da tarde. –Fiquei pensando por um tempo, não seria uma má ideia.

– Tudo bem, eu vou. –Ele comemorou do outro lado da linha.

Mesmo?

– Mesmo. –Meu sorriso cresceu.

Você vai ter uma ótima páscoa comigo, eu juro. E quando você sair “daqueles dias” vou adorar te experimentar com chocolate. –Um arrepio percorreu minha espinha apenas com suas palavras, maldito ruivo.

– Safadinho. Vou desligar, amanhã falo contigo.

– Ok. Beijos, te amo.

– Beijos, também te amo. E eu vou adorar sua ideia. –Nem deixei ele comentar algo sobre minha ultima frase, mas eu sabia que uma hora dessas ele estaria muito animado. Só eu acho que essa viagem vai ser mais do que incrível?


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Notas finais do capítulo

só eu que odeio Draco Malfoy e seu pai com todas as forças do mundo ou vocês também? AAARGH, QUE ÓDIO :@ Sorte que o Ron apareceu na hora certa, não é? Antes que algo pior acontecesse. Sorte que a Mione tem um namorado feito esse, amigos incríveis e pais maravilhosos, né?
Ok, achei mágica essa volta dos pais dela. Sério, cheguei a me imaginar na pele da Mione porque já tive pais separados só que eles voltaram, foi uma baita alegria ter minha família reunida de volta!
Mas enfim, como será essa viagem de páscoa hein? hmmmm :B HAHAHAH beijooos e não esqueçam de dar suas opiniões sobre o capítulo :3



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