The Best Thing Thats Ever Been Mine escrita por manupotter


Capítulo 15
Storm of surprises and memories


Notas iniciais do capítulo

e está ai, mais um capítulo para vocês lindas :P
queria dar novamente um super ultra mega crédito para minha bff, Nicole, que é totalmente viciada em fics que nem eu e tem ideias ótimas, tanto que acho que ela deveria escrever uma fanfic. Obrigada Ni pelas ajudas, love u my genie ♥ HAHAHAH
Enfim, já omeçou a fase "todos os professores marcando data de prova" na minha escola, mas é óbvio que tiro um tempinho para me inspirar e escrever de montão para vocês.
até o próximo capítulo gatenhas :*
enjooooy!



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Hermione POV


Até chegarmos na escola, o ônibus foi recheado de conversas animadas e comemorações. Eu que não entendia nada sobre futebol americano, aprendi algumas regras com a ajuda das meninas e até percebi que o jogo foi realmente bom, o treinador preparou os jogadores muito bem.

A treinadora Hooch nos elogiou diversas vezes e aquela postura de professora brava e muito rígida deu lugar para uma adolescente feliz por causa da nossa apresentação e a nossa vitória.

Quando chegamos o ônibus dos alunos já estava no estacionamento novamente, descemos e corremos para o vestiário, aquela jaqueta de couro estava me fazendo suar. Coloquei o vestido azul com amarelo novamente e tirei a maquiagem com a ajuda das outras, meu batom estava todo borrado, maldito ruivo de lábios deliciosos.

Depois de já estarmos mais normais e as comemorações serem cessadas por um momento, fomos embora. Peguei minha mochila e encontrei com Ron no estacionamento.


– Promete para mim que de vez em quando vai se vestir feito uma bad girl? –Gargalhei.

– Não, é muito difícil caracterizar a personagem também. Prefiro ser a Hermione sabe-tudo certinha.

– Tem certeza que você é certinha? –Recebi um olhar malicioso.

– Talvez. –Dei um selinho nele e acenei para minhas amigas e para os meninos. Entrei no carro e coloquei o cinto de segurança.

– Hey, você não está mesmo incomodada sobre ir na festa da Lilá, não é? –Rony perguntou, imitando meus movimentos.

– Não, não estou mesmo. Ela está sendo estranhamente gentil com a gente nesses dias.

– É isso que me preocupa, ela nunca foi assim. –Nós dois rimos. Realmente, era uma coisa que dava para se duvidar.

– Amanhã te pego aqui às três e meia, ok? –Rony disse enquanto estacionava na frente da minha casa.

– Estarei te esperando. Até amanhã. –Beijei-o docemente e sai do carro, dando de cara com meus pais na porta. Já fui me preparando para contar nos mínimos detalhes de como havia sido a minha apresentação.


Minha implorou para que eu dançasse só para ela, deus, já foi uma tortura fazer isso na frente de duas escolas inteiras e na frente da minha mãe cheia de hormônios adolescentes seria péssimo. Sorte minha que o site do colégio já possuía vídeos do jogo e da apresentação de cheerleaders, fiquei feliz por não ficar com cara de quem iria vomitar na hora da performance.

Na escola de Sophia também tinha cheerleaders e ela havia se inscrito para ser uma, só que ela faria parte das menininhas adoráveis que viram estrelas e cambalhotas, fazendo toda torcida morrer de tanta fofura. De tão animada que minha irmã ficou, fui obrigada a ajudá-la a fazer um pompom de papel crepom só para ela treinar seus movimentos. Parece que puxou minha mãe em ficar tão empolgada.

Como já estava anoitecendo quando cheguei em casa, o jantar ficou pronto rápido e a torta salgada da Dona Carmelita me deixou muito contente, estava sentindo falta de comer alguma coisa realmente gostosa, porque fui botada a prova hoje sendo deixada em abstinência total de coisas com mais de cinqüenta calorias. Maldita treinadora que nos exige magérrimas.

Fui dormir pensando no quão louco o dia foi e em como seria a festa da Lilá. Ela que não ouse se folgar para cima da gente, é a casa dela, mas nada me impede de acertar sua bochecha coberta de base e pó.

Acordei com a minha irmã quicando em cima de mim repetindo coisas incompreensíveis.


– Hum... O que é? –Resmunguei coçando os olhos.

– Hora do almoço, mana!

– Almoço? –Pulei da cama cambaleando um pouco. Olhei no relógio em cima do meu criado-mudo e marcava meio-dia e cinco.

– É, almoço. Dormiu bastante, né?

– Dormi, mas que foi bom, ah se foi. –Me espreguicei, calcei meus chinelos e ajeitei meu pijama curto que havia subido mais ainda, meu shorts parecia mais uma calcinha e minha blusa estava na altura dos meus seios, não sei como isso acontecia.


Apenas lavei o rosto e ajeitei meus cabelos, eu deixaria para trocar de roupa depois, já que eu tinha que sair hoje. Desci as escadas e Sophia não estava mais no andar de cima, chegando na cozinha me deparei com meu pai cozinhando, o que tinha de errado com as pessoas hoje?


– Filha, acho que queimei o arroz.

– Quem deixou você tocar nas panelas, pai? Você sabe que é um perigo isso. –Ele fez uma expressão triste e eu gargalhei, demonstrando que eu estava apenas brincando.

– É que sua mãe havia saído para comprar algumas coisas no mercado, e vi que era necessário fazer o almoço hoje.

– O que você fez? –Me aproximei sentindo um cheiro de queimado e fui tirando as tampas das panelas para ver o horror que meu pai havia feito. Tinha filé cortado em tiras com pimentão e cebola, arroz e macarrão. A única coisa que se salvou foi a carne, o arroz queimou e o macarrão virou uma coisa gosmenta.

– Ok, vamos comer só carne hoje.

– O que? Mas e o macarrão? Ele não queimou...

– Pai... –Comecei com um tom calmo. – Eu é que não vou comer isso. -Ele gargalhou.

– Nem eu, eca. Então que tal se comermos só arroz que está por cima?

– Não é uma má ideia. Mas da próxima vez, me chama para cozinhar. –Meu pai riu e me abraçou.

– Pode deixar. Agora chama sua irmã, ela está brincando com o Bichento na sala. –Então ele já sabia do nome bonito do meu gatinho? Interessante. Fui até a sala e gritei que o almoço estava pronto.

A carne que meu pai havia feito estava realmente boa, ele levava jeito só com isso, pois sabia temperar as coisas muito bem. Mas também era só nisso que era bom. O arroz não ficou muito agradável, por isso fiz ovo mexido com presunto, queijo e tempero verde. Simples, mas gostoso.

Depois de ser tratada feito uma deusa por salvar o almoço, me retirei e fui me arrumar para sair daqui a duas horas. Coloquei um shorts desgastado escuro e uma regata branca com alguns detalhes em roxo, peguei o protetor solar porque minha mãe já chegou berrando que o sol estava forte e minha pele iria sofrer. Quanto drama.

Prendi meus cabelos em um coque e coloquei um laçinho lilás para enfeitar, calcei uma rasteirinha cheia de strass e passei uma maquiagem leve, já que não iria entrar na água.

Como eu sou o “The Flash” para me arrumar, fiquei aguardando até as três e meia sentada no sofá assistindo qualquer programa de culinária que estivesse passando na tv. Minha irmã estava sentada no tapete felpudo brincando com Bichento.

Escutei uma buzina e minha mãe foi a primeira a correr para abrir a porta.


– Rony! Bom te ver menino, andou sumido. –E lá foi ela enchê-lo de beijos e abraços.

– Olá Rachel, é ótimo te ver também. Pois é, vou cuidar para não sumir mais desse jeito e sempre vir ver a beleza da senhorita. –Ok, estou vomitando agora de tanta coisa melosa saindo da boca dele. Não é o caso de ser meloso, é o caso de ele estar falando isso para a minha mãe!

– Ah, deixa de ser fofo, Rony. Bom, outra hora nós conversamos porque a Mione não parece muito contente. –Ops, esqueci de apagar meu olhar de desdém.

– Sempre tão ciumenta. –Dei de ombros.

– Bem eu mesmo que sou a ciumenta da relação. –Falei em um tom sarcástico, peguei minha bolsa e acenei para meu pai, Sophia e Dona Carmelita. Fui até o portão e recebi um beijo estralado na minha bochecha, mamãe sempre tão doce.

– Tchau filha, se cuida e não volte tarde.

– Se por acaso a festa durar tempo demais, ela pode dormir lá em casa, Rachel? –Fiz uma expressão confusa. Dormir lá para que?

– Pode, desde que ela não venha com o tornozelo quebrado...

– Mãe! –A repreendi.

– Brincadeirinha. Pode sim. Beijinhos e cuide bem da minha filha. –Rony sorriu e beijou o rosto da minha mãe.

– Sempre. Tchau Sr. Granger! –Nem havia percebido que meu pai observava tudo da porta. Os dois se despediram com um aceno e eu entrei no carro.

– Dá para você pelo menos fingir não sentir ciúmes? É a sua mãe, Mi, não uma adolescente qualquer. –Ele riu, mas eu continuei séria.

– Eu não estava com ciúmes, mas precisa puxar tanto o saco da minha mãe?

– Preciso ganhar a confiança dela. Nós estamos em uma relação séria agora. –Bufei.

– Eu sei, mas para ganhar a confiança de alguém não é necessário puxar o saco.

– Ai menina, depois eu que sou o idiota. –Logo após ele revirar os olhos, fui puxada e ganhei um beijo intenso, feito para calar minha boca estúpida mesmo. Não resistindo ao veneno, retribui e quando eu estava quase em cima dele, me afastei.

– Ok, já se vingou, agora eu acho que temos uma festa para ir. –Ele riu e ligou o carro.

– É, temos mesmo, mas eu não me incomodaria em me atrasar alguns minutos te agarrando aqui no carro. –Droga, até as palavras dele me afetam. Mas eu sempre tentava não demonstrar isso, rebatendo alguma grosseria.

– Já eu não. Gosto de ser pontual. –Sorri e ele me olhou desconfiado.

– Será? –Sua mão direita percorreu meu joelho subindo até a minha coxa, fazendo um carinho suave, mas que mesmo assim me fez arfar.

– Hey pervertido, foco. –Recoloquei sua mão no volante, aonde deveria estar antes e coloquei o cinto de segurança. Ele gargalhou, de certo percebendo que eu havia gostado do toque, mas que eu sempre resistia.

Durante o caminho, nos encontramos com os outros casais em seus respectivos carros. Quando paramos no semáforo, gritei que era para todo mundo botar na mesma estação de rádio porque estava passando música boa. Os meninos bobinhos fizeram isso, e estava passando várias músicas que eu e minhas amigas sabíamos de cor, isso resultou em músicas berradas por quatro meninas o caminho todo.


– Que droga meninas, queremos um par de tímpanos novos. –Cedrico reclamou fazendo uma expressão de dor, McLaggen e Harry mantinham as mãos nos ouvidos e Rony só ria andando abraçado a mim.

Paramos em frente ao portão da casa da Lilá, onde Padma e Parvati estavam segurando um caderno. Observei a moradia e percebi que era de um andar apenas, mas bem grande, da cor marfim.


– Daê gêmeas, podemos entrar? –Foi Cedrico quem perguntou.

– Temos que checar se estão na lista de convidados. Quais os nomes? –Uma das morenas que estava com um vestido de saída de praia branco com um cinto laranja para marcar a cintura, perguntou.

– Vocês sabem nossos nomes!

– Ordens da patroa, precisamos dos nomes. –Quem falou com tom de superioridade essa vez foi outra morena que se vestia igual, diferenciando-se apenas pelo cinto amarelo.

– Escuta aqui, suas indianas metid-

– Hey, calma amor. –Quando Cho iria começar um barraco, seu namorado interferiu. – Cedrico Diggory e Cho Chang. –Pude sentir o tom raivoso com que ele disse isso.

– Cho Chang seria “Japonesinha Aguada”? –Isso não vai dar certo, essas gêmeas vão apanhar da japa irritada do meu lado.

– Que merda, agiliza aê Padma! –Um menino qualquer que eu certamente não conhecia falou mais atrás de nós.

– Ok, digam todos os nomes então.

– Cedrico Diggory, Cho Chang, Gina Weasley, Harry Potter, Luna Lovegood, Córmaco McLaggen, Hermione Granger e Rony Weasley. –Cedrico deu uma baita revirada de olhos, tanto que pensei que seus globos oculares iriam ficar para trás da sua cabeça para sempre.

– Quase tudo correto, só que não acho Rony Weasley aqui...

– QUE PORRA MENINA, deixa de ser sonsa! –McLaggen berrou. Luna tentou acalmá-lo, mas era visível que ninguém estava contente com esse tratamento.

– Calma ai gente. Procura no W. –Ron suspirou ao meu lado. Fiquei me perguntando o porquê de procurar na letra W. Padma deu uma breve olhada na lista e sorriu.

– Ah, está aqui. Won-Won. –O QUÊ? Realmente, essa festa não vai dar certo. – Podem entrar, vão para a parte de trás da casa e se divirtam.

– Amor, não quer voltar? Eu posso te levar de volta para casa, nem eu estou confortável com essa situação... –O ruivo suspirou beijando meu ombro.

– Está tudo bem, vamos esquecer que essa óbvia provocação da Lilá existiu. –Puxei-o pela mão e fui até o local aonde a festa rolava. A loira oxigenada estava na beira da piscina com as pernas na água rindo forçadamente para os convidados, só para manter o status de popular. Argh, tão nojenta.

A festa foi normal até aproximadamente seis horas da tarde. Nós aproveitamos em nosso canto, é claro. Só os quatro casais mesmo. E eu podia dizer que estava até me divertindo um pouco, nós dançamos, comemos e bebemos muito refrigerante. Que se foda a celulite.


– Ron, vou pegar mais bebida, já volto.

– Ok, não demora se não vou ficar com saudades. –Sorrimos e eu dei um selinho nele. Sai em direção ao outro lado do quintal, onde ficavam as bancadas das comidas e das bebidas, e enchi meu copo com coca-cola.


Quando voltei, meus olhos viram algo tão impossível que o copo que eu segurava caiu no chão. Eu simplesmente não queria acreditar no que via, não queria.

Ronald Weasley, meu namorado, estava beijando Lilá Brown, sua ex namorada.

Minha boca se abriu de tanta perplexidade e quando o ruivo finalmente soltou Lilá, ele começou a gritar coisas que meus ouvidos não conseguiam entender, porque eu estava em choque. Minhas amigas apareceram e correram na minha direção, não entendendo nada e imaginando que pela minha cara eu havia visto.

Sai correndo não querendo falar com ninguém, eu queria sumir dali e ir para bem longe. Eu estava com ódio e tristeza, dois sentimentos lutando dentro de mim fazendo com que lágrimas teimosas escorressem pela minha bochecha enquanto eu corria em direção da saída. Na verdade, ódio era pouco, eu queria pegar aquela vadia loira e afogá-la na piscina. Mas isso seria o mínimo que ela merecia, então decidi ignorar e ir aos prantos para casa, para poder lamentar para minha mãe sobre quanto o amor dói e ganhar um colo para poder chorar o quanto eu quisesse.

DROGA, eu sabia que essa festa não iria me fazer bem. Aliás, eu fui burra de ter vindo. Era a festa da minha inimiga mortal, a louca que fazia de tudo para arrancar meu namorado de mim.


– HEY, HERMIONE, ESPERA! Deixa eu te explicar! –Rony gritou enquanto corria atrás de mim. Passei para o outro lado da piscina para ele não conseguir me alcançar. Eu não queria explicação, eu não queria saber se Lilá o agarrou ou Rony queria esse beijo, eu só queria ir embora.

– MI, ESSA VADIA AGARROU O RON! –Cho gritou tentando me fazer parar também. Sequei as lágrimas do meu rosto e quando me dei conta eu estava encurralada. Cho de um lado, Rony do outro. E todo mundo da festa nos olhando. Lilá com um sorriso debochado. Que falta uma bazuca me faz agora.

– EU QUERO IR EMBORA, ME DEIXA! –Gritei enquanto soluçava sem parar. Rony se aproximou de mim e quando eu tentei ir para o outro lado, Cho me trancou e eu dei de cara com o ruivo.

– Acredita em mim, Mi! Ela me agarrou, essa vagabunda. –Pude escutar a vadia dizendo alguma coisa que não entendi, e Rony a xingou.

– Me deixa em paz, eu não quero mais ficar aqui! –Comecei a chorar novamente e Weasley me beijou.


Rony POV

Quando Hermione saiu para pegar refrigerante, as outras meninas foram ao banheiro. Não sei porque essa obsessão das mulheres em ir ao banheiro em grupinho, sinceramente.

Mas foi só abrir uma brechinha que Lilá correu na minha direção e me beijou. QUE VADIA! A empurrei sem ligar que ela iria se machucar, ela deveria reconhecer a força que tenho. Quando ela caiu sentada, olhei para o lado e minha namorada olhava tudo com uma expressão atônita.

Hermione saiu correndo chorando e minha vontade foi esganar Lilá até ela morrer sufocada em minhas mãos, mas agora eu tinha negócios para explicar. Fui atrás dela e não consegui de jeito nenhum pará-la. Mas quando Cho me ajudou a encurralá-la, cheguei próximo e percebi o quanto ela chorava. Aquela loira vagabunda iria ter o que ela merece, ah se ia. Eu sabia que essa demasiada gentileza que ela teve com as meninas foi pura falsidade e ela estava esperando a hora para dar o bote e fazer Hermione terminar comigo por causa dela.

Não, Hermione não iria terminar comigo. Nem hoje nem nunca.


–Acredita em mim, Mi! Ela me agarrou, essa vagabunda. –Lancei um olhar furioso para Lilá que mantinha uma expressão debochada no rosto.

– Te agarrei, mas você gostou né? –Se eu não fosse preso por bater em putas, eu juro que cortaria essa menina em mil pedaços e mandava para o outro lado do mundo.

– GOSTEI TANTO QUE FIZ TU CAIR DE BUNDA NO CHÃO, OFERECIDA DO CARALHO! Está tão necessitada assim, Lilá? Vai em um clube das mulheres e dá para todos os gogoboys de lá. Vamos ver se assim teu fogo apaga. –Parei de dar atenção para a otária que mantinha uma expressão pasma enquanto todos os convidados zoavam da cara dela e me virei de volta para Hermione.

– Me deixa em paz, eu não quero mais ficar aqui! –Ela deu um grande soluço e voltou a chorar. Eu odiava vê-la chorando, era doloroso.

Tentei beijá-la para ver se adiantava de alguma coisa, mas tudo que ela fez foi não retribuir e me empurrar para longe, o que resultou em nós dois caindo dentro da piscina acidentalmente.


– Seu idiota! –Hermione não estava mais chorando, mas agora me batia com seus pequenos punhos que por algum motivo estavam me causando dor, acho que era o ódio que a fez ficar tão forte.

– Hey, pára de me bater! –Joguei água nela e recebi um olhar cheio de raiva.

– INFANTIL! –Jogou água em mim também.

– Eu que sou o infantil? –Bufei e joguei mais água. Ela rosnou tão alto que todos que observavam a confusão ficaram quietos. Eu estava realmente com medo.

– Não, eu que sou Ronald. –Debochou, cruzando os braços no peito.

– Argh, que droga. –Bati as palmas das minhas mãos com força na superfície da água. – Todos os dias temos que brigar assim?

– Foi com motivo!

– Eu já te expliquei o que houve e todos estão de prova, não é? –Olhei para os convidados, que assentiram. – Quantas vezes eu vou ter que te explicar que eu te amo, Hermione? –Ela ficou me olhando com uma carranca.

– Você foi a única que já conseguiu me fazer correr feito um louco no meio de uma festa. Você é minha e eu sou inteiramente seu, nada nem ninguém vai acabar com isso, porque não existe alguém que tenha a força necessária para destruir um amor tão grande.
Viu o que você me faz fazer, Hermione? –Suspirei envergonhado por todos estarem olhando. – Estou me declarando pela segunda vez na frente de várias pessoas. E não me arrependo de fazer esses tipos de coisas, porque se for necessário grito para o mundo inteiro que Ronald Weasley ama Hermione Jean Granger, e somente ela. –Ficou um silêncio total, como se esperassem uma resposta dela. Mas ela não disse nada, simplesmente voltou a chorar.

– Eu te odeio por te amar tanto assim, Rony. –Sorri aliviado por saber que o choro não era mais de raiva, e sim de felicidade. A abracei e pude escutar vários aplausos.


Hermione POV

Depois disso, tenho quase certeza que nunca vou conseguir ficar braba com Rony por mais de cinco minutos. Quando sua declaração terminou, minha vontade foi pegar um microfone e gritar “VIU LILÁ? TOMA, SUA VADIA MAL AMADA!”, depois disso ainda mostrar o dedo do meio. Mas eu estava contente por pelo menos ela ter ouvido o que o ruivo que agora me abraçava calorosamente havia dito.


– Amor, só um pouquinho. –Quando Rony ia me beijar, me afastei e sai da piscina. A loira burra chorava teatralmente sendo consolada pelas escravas indianas. – Hey Brown, -Ela levantou o olhar e eu acertei um tapa bem forte na cara dela, tanto que seu rosto virou e meus cinco dedos marcaram sua bochecha. – Vê se aprende a nunca mais mexer com menino comprometido. –Todos aplaudiram e comemoraram. Quando Lilá e as gêmeas foram para cima de mim, Cho, Luna e Gina chegaram cerrando os punhos.


– EU QUERO TODOS FORA, AGORA! –A vadia oxigenada deu um berro esganiçado enquanto chorava escandalosamente.

– Com muito prazer nos retiramos, Lilá. Depois dessa humilhação toda, tente salvar pelo menos um pouco da sua reputação...

– ...Mas creio que é impossível. –Gina continuou a frase de Cho e as duas deram seu sorrisinho diabólico e todos gargalharam. Senti alguém pegar na minha mão e era Rony que ria abertamente e me puxava para fora da casa.

– Deus, isso foi lindo. –Luna e McLaggen choravam de rir, não muito diferentes dos outros dois casais e todos os convidados.

Quando chegamos à calçada, nos recuperamos da crise de riso.


– Cho, não sei se te elogio ou não por influenciar minha namorada a enfrentar os outros, mas que isso foi digno de uma filmagem, ah se foi. –Ron gargalhou me abraçando por trás.

– Eu sei, eu sou demais. E não se esqueça da sua irmãzinha caçula, Weasley. Ela não é nada santinha.

– Eu? Eu sou um anjo gente, pára. –Gina balançou os cílios inocentemente e todos riram.

– Esse dia foi realmente agitado então, precisamos de descanso. Até segunda, seus lindos. –Rony acenou indo para perto do carro. – Gi, vai para casa agora?

– Não, vou passear com o Harry, mas não chego antes da janta então acalme a mamãe. –Me despedi de todos e entrei no carro.

Até chegarmos em casa, fiquei rindo com meu namorado recordando do tapa histórico que dei na cara da Lilá. Eu estava me sentindo até mais leve, porém ela merecia muito mais do que um simples tapinha, ela beijou os lábios que me pertencem, droga.

Foi só Rony entrar na sua casa que os gêmeos apareceram de algum lugar mágico e vieram me incomodar.


– Clones, hoje não, por favor. –Desviei dos seus ataques e fui cumprimentar Molly que estava entretida assistindo alguma coisa na pequena tv da cozinha.

– Amanhã talvez, menina encharcada? –Fred perguntou.

– Talvez. –Ri. Quando Molly percebeu que eu estava lá, abriu um grande sorriso e já veio de braços abertos.

– Oi Mione! Filho, por que estão molhados?

– Caímos na piscina, mãe.

– Tão desastrados. –A Weasley suspirou e deu uma gargalhada fofa, beijando o meu rosto em seguida. – Só não te abraço porque... –Ela fez gestos com as mãos lembrando que eu estava molhada.

– Tudo bem, temos bastante tempo para nos abraçarmos. –Sorri.

– É. Agora vá tomar um banho e tirar essa roupa molhada. A Gina é do seu tamanho então as roupas dela te servem. Vá lá no quarto dela e fiquei a vontade com o closet, pode tomar banho no banheiro dela.

– Ah, não seria incomodo? Eu poderia ir até em casa para buscar minhas coisas... –Molly fez um sinal para me calar.

– Não, não seria incomodo nenhum. Se lembra com a Gina adorava brincar com você de vestirem as roupas uma da outra? Vocês sempre faziam um desfile de moda particular para nós. –Comecei a rir junto com ela.

– Lembro sim, ótimas lembranças. Bom, então vou lá tomar um banho. Ron, vejo você depois! –Dei um selinho nele e subi as escadas. Agradeci por não estar mais pingando, molhar a casa absurdamente limpa dos Weasleys não iria pegar bem.

Entrei no quarto de Gina e fui fuçar no closet, ela é minha melhor amiga e por isso estava confortável fuxicando nas coisas dela. Peguei uma regata preta e um shorts de algodão cinza. Pensei duas vezes em pegar roupa íntima dela também, mas depois de usar eu iria lavar e devolver então, sem problemas. Sorte que Gina só tinha calcinhas confortáveis, nada de fio dental ou coisas absurdas cheias de transparência e enfeites. Ninguém ia ver minha calcinha então eu não precisava de algo escandaloso.

Toda vez que eu passava um dia estressante, à noite eu tomava um banho quente e bem demorado e eu ainda passava tudo que desse a mim um cheiro delicioso como shampoos, condicionadores, sabonetes líquidos, em barra, creme corporal, talco para pés, desodorante... Eu sei que é estranho eu me sentir relaxada só por estar cheirosa, mas era uma mania, fazer o que.

Mas como na casa dos outros não sou eu que pago a conta de água, o banho foi rápido, porém depois eu mexi em todo o banheiro de Gina para encontrar coisas cheirosas. Meus cabelos receberam shampoo de morango silvestre, tinha sabonete de menta, creme corporal com cheiro de morango com suspiro e uma loção hidratante de vinho tinto com baunilha. Acho que meu cheiro iria ser sentido a milhares de quilômetros daqui.


Quando sai do banheiro e fui ao corredor, vi que Rony estava no quarto dele sentado na cama olhando para a janela. Foi mal eu entrar no quarto que ele já se virou.


– Nossa, que cheiro bom. Isso é você? –Nós dois rimos.

– É sim.

– Uau, que cheirosa. Senta aqui do meu lado, quero sentir o cheiro mais de perto. –Sorri e o obedeci. Já disse o quanto eu adoro o colchão dele? Me faz quicar. Tão divertido. Deus, como eu sou infantil.

O ruivo me puxou para mais perto e envolveu minha cintura com seu braço, enfiando o nariz nos meus cabelos e inspirando profundamente. Recebi um beijo molhado no pescoço e meu corpo tremeu levemente, como se correntes elétricas corressem pela minha pele.


– Amor, eu quero te contar um sonho que eu tive. –Falei quase como um impulso. Droga! Eu deveria pensar mais antes de falar.

– Por quê? Foi um sonho ruim?

– Não... Quero dizer, não sei o certo... –Suspirei e ele continuou me olhando como se quisesse que eu continuasse. – Sonhei com você.

– É? E como foi?

– Bom... Eu estava em um chalé e estava de noite, uma lareira iluminava o local. Eu vestia uma camisola de seda e estava sentada em um tapete vermelho, aonde tinha uma manta branca também. Tinha duas taças de vinho no chão com uma garrafa ao lado. Eu parecia estar sozinha, até que eu vi você... –Rony não comentou nada, apenas ficou em silêncio para que eu continuasse. Dei um longo suspiro e voltei a explicar o sonho. – Você serviu as taças de vinho e bebeu um gole, depois disso me fez deitar e beijou meu pescoço... E depois você... Você... Quis... Ahn... Como eu posso explicar isso, deus.

– Pode falar. –Ele deu um sorriso calmo e eu inspirei fundo.

– Você quis me fazer sua e eu deixei. –Eu disse isso de uma vez só, sem nem pegar uma pausa para respirar. Rony me lançou um olhar curioso e sorriu, eu estava prendendo o fôlego totalmente envergonhada. Como eu posso ser tão boba? Foi só um sonho! Argh.

– E por que você acha que poderia ser um sonho ruim?

– Porque foi real demais, Ron. E eu acordei pensando muito nisso.

– Nisso o que? –Fiquei em silêncio, com as bochechas formigando. – Ah... Sobre... Eu te fazer minha? –Ele abaixou o tom de voz, apenas para eu escutar. Assenti, com medo de que se eu tentasse falar qualquer coisa minha voz saísse em um grito agudo de vergonha. – Você sabe que não vou te influenciar a nada, eu consigo te esperar até depois do casamento se sua vontade for essa.

– É... –Balancei minhas pernas nervosamente para fora da cama.

– O que foi? –Rony percebeu meu nervosismo.

– Não é nada.

– Ah, vamos... Me fale. –Depois de dar um grande sorriso ele beijou minha bochecha. Eu não iria dizer que estava pronta, não agora, por deus do céu.

– É sério amor...

– Não estou acreditando em você. –Comecei a receber cócegas na barriga e instantaneamente tentei me afastar gargalhando de uma forma histérica. – Vai me falar ou não? –Neguei com a cabeça já perdendo o ar dos pulmões de tanto rir. – Hum, ok então. –Tenho que avisar Rony que não se deve beijar uma menina logo após ela ficar sem ar por causa de uma crise de risos. Me afastei sem forças para retribuir o beijo e respirei fundo.

–Isso foi injustiça.

– Não, foi castigo por você mentir para mim. –Ele fez uma carranca forçada.

– Eu não menti pra você... –Me esfreguei nele ronronando. Eu preferia negar que estava mentindo a dizer para ele “hey, estou pronta para perder a virgindade com você! Quando começamos?”.

– Aham, sei.

– O que eu faço para provar que não estava mentindo?

– Me beija. –Sorrimos e quando me aproximei dele para realizar seu pedido, Gina apareceu no quarto saltitando.

– Oi irmão bastardo, oi Mi! Conheço essa roupa. –Gargalhei e Rony bufou. Pulei da cama e fui em direção a ela.

– Sua mãe que me obrigou a vestir suas roupas, juro. –Fiz bico e ela riu, dando um beijo no meu rosto.

– Sem problemas. Agora vamos jantar que a mamãe já está ficando louca lá embaixo. –Assenti e desci as escadas ao lado dela, Rony matinha uma expressão raivosa por ser chamado de “filho bastardo”. Coitado, se deixa levar por xingamentos da irmã. Se fosse assim eu viveria em depressão com a irmã que aprendeu a xingar quando eu comecei a xingar ela.

Chegamos na sala de jantar e percebi que Arthur já havia chegado e quando ele me viu, seus olhos azuis por quem Rony puxou brilharam.


– Hermione, é sempre tão bom te ver por aqui. –Sorri e ele me puxou para um abraço carinhoso.

– Eu que deveria agradecer a gentileza de vocês. –Retribui o abraço e ele me soltou sorrindo.

– Como vai? –Ele perguntou sentando-se a mesa.

– Bem e o senhor? –Respondi me sentando também.

– Vou bem, mas por favor, não me chame de senhor. Sei que estou velho, mas isso parece que me envelhece mais ainda.

– Velho? Que nada, está mais radiante do que nunca. Queria a receita que você e Molly usam para não criarem nem uma ruga. –Nós dois rimos.

– Só é necessário um ingrediente, o amor. –Eu sempre morria de fofura com esses dois. Eles eram o exemplo vivo de como eu queria que meu casamento fosse, com um carinho inacabável.

– Todas as minhas receitas contêm amor, sem ele nada dá certo. –Molly deu um sorriso brilhante para o marido enquanto colocava as panelas na mesa e abria suas tampas, fazendo com que um delicioso cheiro exalasse pela sala de jantar.

– Mãe, que cheirinho bom. –Os gêmeos apareceram falando em uníssono, acabando com o clima “o amor é lindo”. E então todos nós estávamos reunidos na mesa. Fiquei acanhada esperando todos servirem os seus pratos, mas quando Rony disse “Hermione, deixa de fingir ser envergonhada e pega logo essa comida” e toda a família gargalhou, peguei meu prato e me servi também.

Comemos o espaguete com molho secreto da Molly enquanto conversas animadas enchiam o cômodo. Os clones comentavam o quanto suas faculdades estavam boas, os dois faziam de publicidade e propaganda. Já Arthur contou que estava trabalhando com Percy e que ele tem um futuro brilhante, mas se esqueceu de dizer que ele também é arrogante e sem graça.


Molly falou animada que a barriga de Fleur estava começando a aparecer e que ela estava tendo seus primeiros desejos e enjôos, o que estava deixando Gui beirando a loucura porque se a francesinha já era uma mulher difícil sem estar grávida, imagina estando com os hormônios a flor da pele enquanto um bebê se desenvolve no seu ventre?


– Mãe, estou pensando em fazer aula de piano, que tal? –Gina perguntou, enquanto todos finalizavam o delicioso jantar comendo o resto do macarrão e finalizando seus copos de suco de uva.

– Te ofereceram aulas desde que você tinha sete anos e você sempre negava, pois preferia ficar escalando árvores e se sujando de lama com os gêmeos. –A Weasley mãe cerrou os olhos para a ruiva que fazia beicinho.

– É que agora percebi que se eu fizer, posso praticar em casa já que temos um piano...

– ESPERA! –Exclamei e todos me olharam assustados. E finalmente percebi que eu havia gritado. – Vocês têm um piano? –Abaixei meu tom de voz, levemente envergonhada.

– Temos sim, por quê? –Molly sorriu.

– Toco piano desde os sete anos. –Sorri e todos me olharam com curiosidade.

– Mesmo? Que maravilha! Não quer nos mostrar depois a sua habilidade? –Pensei seriamente em aceitar ou não a proposta de Arthur, pois fazia tempo que eu não tocava.

– Tudo bem, eu toco. –Todos vibraram. Foi só terminarmos de jantar que já me arrastaram para a sala. Eu sempre tinha percebido três degraus que davam acesso a uma porta de vidro coberta por uma cortina vermelho sangue, mas nunca havia visto o que era aquele cômodo.


Molly pegou uma chave doura e abriu a sala secreta, acendeu as luzes e lá dentro havia um piano de cauda preto que cintilava, era visível que ele era bem lustrado, mas as pequenas luzes brancas que iluminavam o local deixavam-o mais bonito ainda. Meu queixo caiu, era o instrumento mais lindo que eu já havia visto, fora o piano do meu avô por parte de pai. Foi ele quem me ensinou a tocar desde meus sete anos, ele amava Gina como se fosse sua neta também e a ofereceu aulas, mas como a ruiva não gostava de nada delicado demais, negou a oferta.

No decorrer dos anos fui aperfeiçoando minha técnica no piano, era meu passatempo favorito além de ler livros. Meu avô sempre me acompanhava, dando as melhores dicas e críticas também. Mas aos meus quatorze anos ele faleceu devido a um problema no coração. Mesmo sem querer, ele levou consigo a minha vontade de tocar.

Fiquei em luto durante um ano. No meu aniversário de quatorze anos meu pai tocou a música preferida do meu avô no piano e tentou me convencer de que eu tocava perfeitamente bem e que eu deveria continuar com isso, e que vovô John, aonde quer que ele esteja agora, ficaria feliz por mim. Mas isso não mudou nada e não cheguei mais perto de um piano por quatro anos. A pergunta era, e agora? Eu conseguiria tocar na frente de todos?


A tampa do instrumento foi aberta e lindas teclas ficaram a mostra. Puxei o banco, me sentei e respirei fundo, tentando manter as lembranças para longe de mim. Todos me olhavam atentos a qualquer movimento meu, tentei pensar em alguma música e logo uma já me veio a cabeça. A Thousand Miles, da Vanessa Carlton.


(Música: http://www.youtube.com/watch?v=QWMSGqAmVAg&feature=fvwrel)

“A Thousand Miles” foi sempre minha música favorita para tocar, pois foi realmente um desafio aprendê-la. Meu avô tinha me desafiado a aprender a tocá-la e a cantá-la inteira em uma semana, eu tinha dez anos.

Encostei meus dedos nas teclas levemente, apenas sentindo-as. Suspirei e apertei uma das teclas com esforço, como se meu dedo fosse pegar fogo se o fizesse. Afastei as memórias para mais longe e comecei a tocar. Fiz um pouco de força para que a letra saísse das minhas cordas vocais, dois minutos tocando e cantando e eu já estava mais a vontade, me recordando do quão boa era a sensação.

Perto do final da música, comecei a me recordar de meu avô dando gargalhadas gostosas ao meu lado enquanto eu ficava irritada por não acertar uma parte da música e quando eu começava a chorar de raiva ele me abraçava e dizia para tentar de novo que eu iria conseguir. Quando tirei os dedos das teclas e a família me aplaudiu e me parabenizaram com elogios, senti uma gota quente escorrer pela minha bochecha.


– Amor, você está chorando? –Sequei a lágrima e me levantei, neguei com a cabeça em resposta para a pergunta do meu namorado. Mas foi só eu tentar inventar alguma mentira tipo “tinha um cisco no meu olho” que uma onda enorme de angústia que eu segurava a pelo menos três anos me atingiu sem que eu esperasse, quando me dei conta eu estava chorando sem parar nos braços de Rony.

– O que houve, Mi? Pelo amor de deus, me fala! –Nada saia da minha boca a não ser grandes soluços.

– É que John ensinou essa música a ela, se lembra que ela nos mostrou no piano do avô dela aos dez anos? –Gina o lembrou e isso fez ele me abraçar com mais força.

– Está tudo bem, calma... –Rony acariciava meus cabelos e beijava o topo da minha cabeça. Os outros da família tentavam me consolar com palavras também.

– Eu sinto... A f-falta dele, Ron... –Solucei mais alto, puxando-o para mais perto.

– Todos nós sentimos falta do grande John, Mi. Mas creio que ele ficou muito contente que você voltou a tocar. –Eu estava com os olhos fechados, mas creio que era Molly que acariciava minhas costas. Mais alguns soluços depois e eu estava mais calma.

– Está melhor, Mione? –Jorge perguntou.

– Mione, que susto que você deu na gente, menina! –Fred exclamou e todos riram. Seu lado palhaço sempre me fazia sorrir.

– Vem, vamos lavar seu rosto. –Rony já estava visivelmente mais calmo por eu ter parado de chorar. Acompanhei-o até o banheiro e me olhei no espelho, eu odiava minha cara pós-choro. Meu nariz e meus olhos inchavam e ficavam vermelhos, era ridículo. Esse pensamento me fez rir enquanto eu passava água no meu rosto.

– Mais calminha?

– Sim, foi bom tirar essa angústia de mim de uma vez por todas. Agora percebi que se eu não tocasse piano novamente, a dor jamais iria passar. –O ruivo suspirou e me abraçou.

– Odeio te ver chorar. Você fica tão vulnerável e eu nunca sei o que fazer. –Deitei a cabeça em seu peito e inspirei para sentir seu delicioso cheiro.

– Só me abrace. Estar em seus braços é a melhor coisa que existe. –Ergui meu rosto e o beijei lentamente, ele retribuiu sem deixar de me abraçar carinhosamente.

– Está ficando tarde, quer se ajeitar para ir dormir? –Assenti e nós subimos juntos até o quarto de hóspedes. Enquanto ele arrumava a cama, fiquei encostada na porta.

– Melhor, amiga? –Gina me abraçou e eu retribui.

– Estou sim, Gi. –Sorri.

– Mesmo?

– Mesmo, sua desconfiada. –Ela riu e beijou minha bochecha.

– Só preocupação de amiga. Vou deixar um pijama para você em cima da minha cama, quando for dormir pega lá.

– Ok. –Já nos despedimos, pois ela iria tomar banho e ir dormir.

– Amor, estou cansado porque minha irmã me fez acordar às seis e meia da manhã para ajudá-la a limpar a casa. Eu sei, Gina me odeia. –Gargalhei. – Vou pro meu quarto, qualquer coisa é só ir lá. –Nos despedimos com um beijo apaixonado. – Te amo e dorme com os anjos.

– Eu também. Tenho um anjo do outro lado do corredor. –Ele sorriu e me deu um selinho, se retirando do quarto de hóspedes em seguida. Me sentei na cama e fiquei observando o quarto de cor creme que me trazia lembranças como acordar nua com uma bota ortopédica no pé.

Suspirei e fui até o quarto de Gina buscar o pijama que ela iria me emprestar e sobre a cama estava uma camisola preta com rendas, algo que uma mulher usaria para seu namorado e não uma adolescente comum feito eu. Oh droga, entendi os planos da ruiva diabólica. Ela iria me pagar amanhã de manhã.

Peguei a camisola bufando de raiva e fui até o banheiro me trocar. Ela batia um pouco acima da metade da minha coxa e realmente era uma lingerie que uma mulher comprometida usaria para seduzir geral. Só que meu principal objetivo não era seduzir, era só dormir confortável, droga.

Sai do banheiro e me deitei na cama. Percebi que todo o conjunto cheirava a lavanda, era delicioso estar debaixo de um edredom, deitada em um lençol macio e com a cabeça apoiada em um travesseiro fofo, todos muito cheirosos. Molly era realmente caprichosa.

Como eu estava confortável, não demorou muito para que eu pegasse em um sono leve, tão leve que percebi quando um raio iluminou o quarto escuro, em seguida de um trovão discreto. Me aconcheguei mais no colchão e um estrondo terrivelmente alto ocorreu.


MERDA, ODEIO TEMPESTADES!

Não era só o fato de odiar tempestades, eu morria de medo de trovões, relâmpagos, raios e afins. Uma chuva onde só o som da água tocando o solo é ouvida, tudo bem. Mas eu achava injusto esses barulhos assustadores. Bastou só mais um trovão para que eu me recordasse de Rony me dizendo “qualquer coisa é só ir lá” que eu me levantei e fui correndo bater na porta do quarto dele.

Somente uma luz do corredor estava acesa e isso ajudou a me guiar até a porta e bater histericamente enquanto eu via um raio iluminar a janela novamente. O ruivo abriu a porta e eu entrei atropelando ele, percebi que sua tv estava ligada e fiquei feliz por ele não estar dormindo quando a medrosa foi invadindo seu quarto.


– O que houve? –Gargalhou.

– Eu... Odeio... Trovões. –Estremeci inteira quando outro barulho horroroso invadiu os céus e fez até a casa tremer.

– Tem medo? –Assenti enquanto tremia de um jeito infantil. – Que fofa. –Rolei os olhos e ele riu. – Quer dormir aqui?

– Posso? –Achei constrangedor no início, mas como a fobia de tempestades era maior que o meu constrangimento, iria aceitar a proposta.

– Claro que sim. Ah, bela camisola. –Olhei para baixo e finalmente percebi o que eu vestia. Eu estava sem sutiã e a merda da lingerie tinha rendas embaraçosas em sua extensão. Além de tudo ela era curta.

– O-obrigada, eu acho. Mas não fui eu que escolhi, foi a maldita da sua irmã! –Corei enquanto cruzava os braços no peito.

– Calma, só disse que você está linda! –Ele riu e acariciou minhas bochechas vermelhas.

– Ok... –Suspirei. – Vamos deitar? Estou constrangida. –Rony gargalhou alto e caminhou até sua cama. O segui e me joguei na cama, quicando várias vezes. Droga de colchãozinho legal. Me cobri até o pescoço e fiquei fitando a tv, o ruivo me encarava como se eu fosse alguma divindade.

– Está com sono?

– Sinceramente? Não. –E mais um estrondo que me fez tremer e o fez rir.

– Eu também não. Vamos namorar um pouquinho para ver se pegamos no sono?

– RON! –O repreendi ficando vermelha novamente.

– O que? Só beijinhos? –Resmunguei e olhei para ele. Consenti sua sugestão e ele sorriu, vindo para mais perto de mim, me beijando lentamente.


Alguns minutos depois trocando carinhos e beijos lentos cheios de paixão, ele foi aprofundando o momento e quando percebi, ele estava quase em cima de mim me beijando intensamente. O afastei um pouco receosa.


– Amor, eu não vou passar disso, você sabe que eu te resp... -O interrompi repousando meu dedo indicador nos seus lábios.

– Eu quero.

– Quer o que? –Me encarou confuso.

– Me faça sua, Ron. Eu estou pronta.


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Notas finais do capítulo

~le suspense~ poisé, adoro matar vocês de curiosidade :K HAHAHAHAHA geeeeeeeente, depois desse final o que vocês acham que vai acontecer? façam suas apostas :P
e essa Lilá? levou um tapa super merecido. E esse Ron que não cansa de ser fofo, eu quero ele pra mim ):
até o próximo capítulo, beijinhos ;*