The Best Thing Thats Ever Been Mine escrita por manupotter


Capítulo 16
Enterily Yours


Notas iniciais do capítulo

créditos novamente à minha melhor amiga exigente, olha, rimou. HAHAHAH obrigada por todas as ideias e todo o apoio, ni ♥
enfim, CAPÍTULO GIGANTÉRRIMO, eu sei, não me matem. Me empenhei bastante escrevendo ele e confesso que gostei :P CENAS CALIENTES PESSOAL! MENORES DE 16, fechem os olhinhos e rolem a página até acharem a parte que possam ler. HAHAHAHAH
Mais uma vez vou pedir desculpas pela demora e espero que me entendam e continuem acompanhando a fic! Eu sei que os leitores assíduos jamais me abandonarão, bem como eu jamais os abandonarei! :D
beijinhos e até o próximo :*



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Rony POV

– Me faça sua, Ron. Eu estou pronta. – Foi o que saiu da boca de Hermione. Eu não acreditava no que ouvia, mas creio que se eu pedisse para repetir ela morreria do coração. Pensei até em perguntar se estava viva porque encarava a coberta e seu rosto estava quase roxo, seu peito não fazia os movimentos de inspiração e expiração.

– V-você tem certeza? -Até eu estava constrangido e não sabia o porquê.

– Ahn... Tenho. –Ela disse com firmeza. – Mas não precisa ser agora, eu posso esperar até o momento certo e eu... –A calei com um beijo, e quando minha mão subiu até a alça da sua camisola, ela entendeu o que eu queria.


Hermione POV

Meu corpo começou a tremer involuntariamente de nervosismo, eu estava até envergonhada porque parecia que eu convulsionava. Foi que nem na primeira vez que fui ao dentista e minha mãe ergueu aquele instrumento que faz um barulhinho chato, minhas pernas davam pulos na poltrona sem eu desejar.

Rony deslizou a alça da minha camisola e beijou meu ombro e estremeci novamente, igual ao sonho. Ele voltou seus lábios para os meus e enquanto me beijava calmamente suas mãos tateavam minha cintura e iam descendo, como se ele quisesse gravar cada centímetro do meu corpo.

Meus braços tremiam tanto que me apoiar na cama estava ficando difícil, e por isso me segurei no pescoço do ruivo que agora me beijava com mais intensidade. Aproveitei que ele estava sem camisa e conheci seu corpo robusto também, acariciando suas costas, seu peitoral e seu abdômen. Nossa senhora, ele é um deus grego e percebi isso só com o tato.

Senti suas mãos indo para meus joelhos e segurando a barra da minha camisola, trazendo-a para cima. Mesmo ele tirando a lingerie com suas mãos por cima do pano, seus toques faziam choques poderosos passarem por todo meu corpo. Ajudei-o a se livrar da roupa e fechei meus olhos, droga, eu estava muito constrangida. E se ele não gostasse do meu corpo? Instintivamente tampei meu busto.


– Amor... Acho que você não está confortável com isso.

– Tudo bem, não fico confortável nua nem na frente da minha mãe. –Ele riu baixo e desceu seus olhos discretamente pelo meu corpo, senti meu rosto pegar fogo. Quando ele voltou a olhar para meu rosto, sua expressão era de desejo. Desejo por mim.

Respirei fundo e destampei meu busto, indo beijar os lábios do ruivo novamente. Ele não deixava de me beijar carinhosamente, mas agora eu conseguia sentir o gosto de luxúria começando a aparecer nos nossos toques.

Tateando eu encontrei o elástico da sua calça de moletom e o puxei, Rony entendeu que era hora de ter aquele pedaço de pano bem longe do seu corpo. Nos separamos por um segundo e ele exibiu uma box preta com um pacote bem animado, mas decidi não olhar muito porque a chance de desistir agora estava na base dos oitenta por cento.

O nosso beijo foi se intensificando cada vez mais, foi ficando mais urgente, sedutor, com muito desejo. Eu estava me entregando aos poucos, deixando o meu medo estúpido de lado, mas quando ele me deitou na cama e foi distribuindo beijos molhados por todo meu corpo e descendo suas mãos para a última peça íntima que me restava, meu coração só faltou saltar pela boca.

Não demorou muito tempo para que estivéssemos sem nenhum pano nos cobrindo, do jeito que Deus nos fez. Percebi que não tinha mais como fugir, está no inferno? Abrace o capeta, oras. Eu estava um pouco receosa, o “amigo” de Rony era de um tamanho que eu tinha quase a total certeza que não iria caber em mim.

Rony foi na primeira gaveta do seu criado mudo e tirou um pacote de proteção, ficar grávida era o que eu menos queria agora depois de todas as dicas anticonceptivas que minha mãe insistia em me informar.


– Tem certeza, Mi? Você sabe que não sentirá tanto prazer quanto eu na primeira vez... –O ruivo que tinha seus olhos agora negros de desejo, mas que se continha para tornar tudo melhor, me olhou com dúvida.

– Nunca tive tanta certeza na minha vida. –Respirei fundo e dei um sorriso de lábios fechados.

– Se doer, pelo amor de deus, me avisa que eu paro. –Ele abriu o pacotinho e se vestiu. Minutos depois lá estava eu, sem mais hímen, negando com a cabeça cada vez que Rony me perguntava se estava doendo.

Doía, isso era um fato. Não era como se eu estivesse sendo serrada no meio, mas era bem incomodo. Só que se eu dissesse que estava desconfortável, Ron iria parar e nunca mais iria me tocar novamente. Ele é tão paranóico, pensa que eu sou feita de cristal.

Nossos gemidos foram abafados pela chuva barulhenta que ocorria do lado de fora. Eu nem ligava mais para os trovões assustadores, eu me importava mais com um dos momentos mais importantes da minha vida que ocorriam agora.

Rony foi sempre cuidadoso e carinhoso, me beijava algumas vezes, fazia carinho, mas uma hora que eu não sentia mais dor e ele continuava com sua velocidade de tartaruga paralítica, - maldita preocupação excessiva que ele tinha comigo - trocamos a posição.


Chegamos ao ápice juntos enquanto eu fazia os movimentos certos em cima dele e o ruivo segurava meu quadril com força, me guiando enquanto coisas incompreensíveis saíam da sua boca. Senti uma pressão enorme no ventre que eu nunca havia sentido antes, e logo após isso meu corpo explodiu em sensações maravilhosas em toda sua extensão. Sorte que um trovão abafou o gemido escandaloso que escapou da minha boca enquanto eu fechava meus olhos e tremia com força em cima de Rony que urrava de prazer.

Quando a sensação que eu queria que durasse para sempre parou, fui abrindo os olhos devagar tentando controlar minha respiração ofegante e meu coração super acelerado. Rony estava suado, o que provocava um brilho lindo no seu corpo nu, seus cabelos ruivos estavam colados em sua testa, seus olhos azuis encaravam os meus e um sorriso satisfeito apareceu em seus lábios.

Me levantei fazendo ele sair de dentro de mim e deitei ao seu lado, eu estava extremamente suada também.


– Deus, isso foi... –Enquanto continuava tentando respirar de um jeito normal novamente, tentei achar um adjetivo compatível com o momento, só que nada explicava o quão maravilhoso foi.

– Eu sei... Incrível. –Rony se levantou e foi jogar a proteção fora, quando voltou ele me beijou apaixonadamente. – Agora você é minha, só minha.

– Sempre fui. –Sorri e o puxei para mais um beijo.

– Tenho uma coisa para te dar. –Se virou e mexeu em seu criado-mudo novamente. Vi em suas mãos uma pequena caixinha vermelha. – Eu ia te dar em algum evento especial, na frente de toda a nossa família para mostrar que o que eu quero com você é algo sério. Mas eu creio que esse foi um momento especial... –Com um sorriso brilhante ele abriu a caixinha, exibindo alianças prateadas com um pequeno diamante cravejado em uma delas.

– Eu queria te fazer a melhor das declarações de amor, mas acredito que já fiz hoje lá na piscina. –Nós dois rimos. Ele pegou minha mão direita e colocou a aliança com diamante cravejado no meu dedo. – Olha dentro da aliança o que eu pedi para escreverem. –Obedeci e pude ler dentro do meu anel escrito “Rony Weasley” e o símbolo do infinito.

– Isso é tão lindo, Ron! –Meus olhos se inundaram de água e eu não me segurei, deixei que o líquido escorresse pela minha bochecha.

– Hey, não chora amor. –Ele falou em um tom doce enquanto acariciava limpava minas lágrimas. – Agora temos uma prova de que o que temos é verdadeiro e que jamais alguém vai destruir. Eu te amo, minha menina mulher. -Seus lindos olhos fitavam os meus demonstrando sinceridade nas palavras.

– Eu também, muito. –Solucei, o abraçando. Ele se deitou e eu apoiei minha cabeça em seu peito.

– Dorme bem, pequena. –Não falei nada, apenas fechei meus olhos enquanto recebia carinho em meus cabelos e sentia dedos passando levemente pelas minhas costas. Amanhã eu queria acordar nos braços de Rony, com a aliança no meu dedo e tendo lembranças de que tudo isso foi real. Se foi tudo um sonho, eu não queria que acabasse nunca.


Rony POV


Abri os olhos lentamente quando uma pequena fonte de luz adentrou na minha janela. Se Hermione não estivesse dormindo profundamente em meus braços, eu não iria acreditar que a noite passada havia sido real.

Passei meus dedos levemente por sua pele macia e suspirei, ela estava do mesmo jeito que havia ficado ontem, em cima do meu peito. Pensei que tivesse sido só eu que dormi pesadamente a noite toda.

Eu só havia transado com uma menina, Lilá, e não foi tão bom quanto tirar a virgindade da minha namorada. Hermione era tão mais naturalmente sensual, sua pele aveludada e seus toques gentis me levavam a loucura... Ela era tão apertada e quentinha que eu pensei que fosse chegar ao meu limite no primeiro movimento que eu fizesse dentro dela.


Foi tudo tão perfeito porque eu realmente amava Hermione.

Vi que sua pele estava gelada por causa do frio leve que fazia dentro do meu quarto e por isso tampei suas costas com a coberta. Escutei algumas batidas na minha porta e fiquei em silêncio, quem fosse iria embora. De repente a porta foi escancarada e minha mãe me encarava assustada. Arregalei os olhos e fiz sinal para ficar quieta, ela me chamou com o dedo e fez uma cara raivosa. Bufei baixinho e coloquei Hermione calmamente na cama, cobri-a com o edredom, peguei minha calça que estava caída no chão e me vesti. Sai do quarto e fechei a porta.


– Pelo amor da Virgem Maria, me diz que foi com camisinha.

– Mãe! –Rosnei. – É óbvio que foi. Eu sou precavido, ok? –Ela suspirou aliviada.

– Tudo bem, ótimo.

– Por que invadiu meu quarto daquele jeito? –Eu estava cuidando para não berrar de raiva. O constrangimento me dominava.

– Porque não vi a Mione no quarto dela, então pensei em te perguntar onde ela estava. Agora que sei que vocês têm uma vida sexual, nunca mais irei fazer isso. Juro.

– Perfeito. –Bufei novamente, visivelmente irritado.

– Ei, por que está assim tão brabinho?

– Ah, só porque você me pegou nu com a minha namorada, igualmente nua. –Falei sarcasticamente.

– Já vi coisa pior. Peguei um dos gêmeos na cama com uma morena, e durante o ato. Nem me recordo qual dos clones foi, não passou pela minha cabeça reconhecê-lo naquela hora. Depois do que vi, chorei por uma semana. Meus menininhos estão crescendo. –Pensei que ela iria me abraçar e chorar de emoção, mas o que ela fez foi acariciar meu rosto e sorrir.

– Então tá... Só não conta nada para os pais da Mione e nem aja diferente com ela. –Minha mãe assentiu e eu chequei no relógio do corredor e eram sete horas da manhã. - Se não se importa vou voltar ao meu sono.

– Não, você vai me ajudar a preparar o café.

– Mais mãe! Hoje é domingo, eu quero dormir mais!

–Nem mais, nem menos. Temos visita e a Mione merece uma ótima refeição. –Rolei os olhos e recebi um tapa no braço. – Não reclama.

– Isso é vingança por causa da cena que você viu sem meu consentimento?

– Claro que não, a vida amorosa é de vocês dois. Vamos. –Fui arrastado até o andar de baixo, que belo jeito de iniciar o dia.


Hermione POV

Me espreguicei lentamente sentindo o meu corpo um pouco pesado, mas minha mente estava bem leve. Abri minhas pálpebras lutando com a claridade que adentrava no quarto e quando minha visão deixou de ficar embaçada vi o quarto em que eu mais queria acordar.

Olhei para o lado e nada do Ron, olhei para minha mão direita e a aliança se mantinha intacta no meu dedo anelar. A noite de ontem tinha sido real e isso me deixava mais leve ainda, ao ponto de sair por ai flutuando.

Inspirei profundamente o travesseiro ao meu lado e senti a deliciosa fragrância do ruivo. Me estiquei na cama e ergui meu corpo, sentando no colchão. Joguei minhas pernas para o lado e juntei meu pijama e minhas roupas íntimas que repousavam no chão. Enquanto me vestia, lembrava-me da noite mais surreal da minha vida. Os toques de Rony tão apaixonados que me passavam uma confiança inacreditável, sua gentileza, seus lindos gemidos roucos, seus olhos transmitindo amor e prazer... Eu me sentia tão feliz com ele.

Peguei uma jaqueta de moletom que estava em cima de uma poltrona e a vesti, apenas para ir até o quarto de hóspedes e trocar de roupa. Sai discretamente do quarto do meu namorado e agradeci por ninguém me notar. Coloquei o shorts e a regata de Gina e fui me olhar no banheiro. Um pouco abaixo do meu pescoço continha uma pequena marca vermelha, uma mordida. Sorte que não foi mais em cima porque se não todo mundo iria notar.


– É Hermione Granger, você se superou. Não é mais virgem. –Falei baixinho para mim mesma. Eu achando que Cho seria a primeira no nosso grupo de amizade, nem esperava que fosse eu.

Lavei meu rosto e escovei meus dentes com a escova que peguei emprestada. Escovei meus cabelos também e o prendi em um coque frouxo.
Foi só eu sair no corredor que já dei de cara com Gina.


– Bom dia, amiga. –Sorrimos e dei um beijo em sua bochecha.

– Bom dia!

– Nem vou perguntar se dormiu bem porque pelo jeito dormiu, já são dez e meia. –Ela riu e eu fiquei perplexa.

– Sério? Meu deus!

– É, mas o café ainda está na mesa.

– Ok, vou lá. –Acenei e fui em direção das escadas.

– O Ron gostou da camisola, Mi? –Me virei e arregalei os olhos.

– Ahn...

– Nem pense em esconder de mim, vi você indo para o quarto dele ontem a noite. Ah, bonita aliança. –Com um sorrisinho angelical ela virou de costas e adentrou em seu quarto. Depois de alguns segundos minha cara de choque se desfez, maldita ruiva.

Desci as escadas e vi Rony sentado na bancada da cozinha assistindo tv, sua mãe estava ao seu lado.


– Bom dia Molly, bom dia amor. –Sorri e me sentei ao lado do ruivo.

– Bom dia Mi, vou tirar as roupas da máquina, já volto. Fique a vontade e coma quanto quiser! –Molly deu um sorriso simpático e saiu da cozinha, me deixando sozinha com meu namorado.

– Desculpe não ficar a manhã inteira contigo, é que fui ajudar minha mãe com o café. –Ron deu um sorriso incomodado e me serviu com suco de laranja.

– Sem problemas. –Quando estiquei minha mão para pegar uma torrada doce que estava dentro de uma travessa, vi meu dedo anelar com a aliança. – Sua mãe sabe sobre o anel de compromisso?

– Sabe, tanto que foi ela quem me ajudou a escolher. Ela é uma mãe bem presente, quer ajudar em tudo. Desde a roupa do primeiro encontro, até as roupinhas do bebê. –Nós dois rimos.

– Você vai contar para ela sobre ontem? –Falei em um tom mais baixo.

– Ahn... Alguma hora dessas eu conto. E você? Vai falar para sua mãe?

– Eu tenho que contar, prometi que iria. E se ela surtar? –Rony gargalhou.

– Ela confia na gente, não vai surtar. –Suspirei e decidi botar na minha cabeça que minha mãe não iria ficar louca quando eu contasse a novidade.

Peguei a torrada quentinha e o pote de nutella, com a ajuda de uma faca espalhei o doce pela torrada e um pouco veio no meu dedo. Limpei-o com a língua e percebi que o ruivo do meu lado me encarava como se eu houvesse me tornado um alien de uma hora para outra.


Oye papi

If you like it mocha

Come get a little closer

And bite me en la boca


– O que foi? –Ri.

– Faz isso de novo?

– O que? Isso? –Passei meu dedo indicador no chocolate e quando ia levar a minha boca, Ron segurou meu pulso. O encarei confusa e ele trouxe minha mão para mais próximo dele, lambendo meu dedo em seguida.

– Hum, é bom. –Maldito sorriso torto que faz meus ossos parecerem pudim.

– Também quero provar assim. –Fiz bico e ele riu, passando seu dedo no pote de chocolate.

– Fique a vontade. –Peguei sua mão e trouxe para mais perto, lambi seu dedo indicador lentamente e percebi que ele arfava. Depois de tirar todo o doce chupando de leve seu dedo, soltei sua mão. Rony mantinha sua respiração ofegante.

– Tenho que me lembrar como você me afeta. –Comecei a rir enquanto continuava espalhando chocolate nas torradas.

– Se acalma Ron. –Dei a primeira mordida em uma das torradas.

– É fácil falar, fazer é que é difícil. –Rimos juntos e comecei a mastigar o alimento presente na minha boca. Na segunda mordida um pouco de nutella escorreu para debaixo do meu lábio inferior, quando estava pronta para ir limpar, Ron segurou minhas mãos e aproximou seu rosto do meu, lambendo o chocolate dos meus lábios. Perdi o ar dos meus pulmões e me mantive imóvel, ele sabia o poder que tinha sobre mim. Seus dentes seguraram meu lábio e o puxaram levemente, depois de soltar ele deu seu maldito sorrisinho torto.

– Viu? Não sou só eu que fico afetado com isso.

– Isso foi só vingança? –Cerrei meus olhos e ele riu.

– Não, foi porque eu não resisti mesmo. Você fica uma delícia com chocolate. –Um arrepio percorreu pelo meu corpo todo quando ele piscou discretamente. Rony era uma combinação perigosa que fazia com que eu parecesse feita de gelatina.

Decidi ignorar suas provocações para que eu pudesse tomar o café da manhã em paz, até que consegui comer quatro torradas doces com nutella e um copo de suco de laranja.


– Amor, me leva para casa? –Pedi enquanto limpava a bancada com a ajuda dele.

– Não quer almoçar aqui?

– Mamãe já está a tempo demais longe de mim, ela vai enlouquecer. –Ron gargalhou.

– Tudo bem, eu te levo. –Terminamos de ajeitar a cozinha e fui me despedir dos outros. Os gêmeos deram o seu típico tchau que me irrita profundamente, Molly insistiu que eu ficasse, mas neguei, Arthur agradeceu minha presença e Gina me puxou para um canto onde nós duas ficássemos sozinha.

– Me conta como foi?

– Gina, seria constrangedor. É seu irmão.

– Grande coisa. Amiga, preciso de conselhos!

– Na escola, daí eu aproveito e conto para as outras. –A ruiva bufou e eu ri. – Se contente que pelo menos eu vou contar algumas coisas.

– Está bem, eu agüento até amanhã. –Nós duas rimos e ela me puxou para um abraço. – Tchau, se cuida.

– Você também. Amo você! –Acenei e ela me soprou um beijo.

Acompanhei Rony até o carro e entrei, colocando o cinto em seguida. Ele apareceu rodando a chave no dedo e abriu a garagem e o portão com um pequeno controle, logo após isso entrou no carro também.

Quando chegamos à minha casa, minha mãe estava sentada na varanda e foi só avistar a BMW que ela se levantou exibindo um sorriso brilhante.


– Deus, acho que minha mãe é apaixonada por você, só pode. –O ruivo gargalhou, saindo do carro para abrir a porta para mim. Agradeci e pulei do automóvel, fui recebida por beijos pela minha mãe.

– Ah que ótimo, sem tornozelos quebrados.

– Mãe, pára com isso. –Rolei os olhos e ela gargalhou, indo abraçar Rony.

– Você sabe que só brinco, confio no seu namorado com a minha vida, filhinha. –Senti uma pontada no meu peito. Ela iria continuar confiando se souber que ele tirou a pureza da sua querida filha?

– Quer entrar um pouco, querido? Robert está assistindo um jogo e seria legal se ele tivesse companhia.

– É que já tenho que ir, Rachel. Quem sabe outra hora?

– Tudo bem então.

– Até mais, jovem encantadora. –E lá se foi meu namorado puxa-saco com seu sorriso galanteador beijar a mão dela. – Te vejo amanhã, minha menina ciumenta linda. –Dei de língua e ele riu, me puxando para um abraço carinhoso e um selinho. Quando seu carro saiu das nossas vistas, minha mãe começou a rir.

– Não precisa ter ciúmes, juro que não vou roubar ele de você. Ah se eu tivesse sua idade... –Bufei e ela riu mais ainda. – Quer me ajudar a encapar os livros da sua irmã? Comprei uma capa tão fofa cheia de bichinhos, me fez sentir saudade de encapar os seus.

– Pode ser, não tenho nada para fazer mesmo.

– Ok, vamos então. Mas que roupa é essa?

– É da Gina, cai na piscina durante a festa sem querer.

– Pelo menos não quebrou o pé. –Revirei meus olhos arrancando mais gargalhadas da minha mãe e adentrei em casa.

– Oi pai! –Sorri e acenei quando ele olhou em minha direção.

– Oi pequena. Como foi a festa? –Péssima, talvez? Porém os fatos que ocorreram nos levaram a alguns acontecimentos importantes, feito a noite de ontem.

– Divertida. –Ele pareceu se convencer com minha resposta e voltou sua atenção para o jogo que passava na tv. Acompanhei minha mãe até a cozinha onde livros estavam postos em cima da bancada.

Fiquei alguns minutos encapando os livros da minha irmã enquanto mamãe comentava animada que Sophia era tão inteligente quanto eu. Bom para ela. Liguei meu piloto automático e minha cabeça ficou absorta em qualquer tipo de pensamento, até que lembrei que precisava esclarecer algumas coisas.


– Mãe, preciso contar uma coisa para você. Papai está de olho no jogo? –Ela assentiu, tirando os olhos dos livros e me encarando com as sobrancelhas erguidas exibindo curiosidade. – É que... Perdi minha virgindade. –Baixei o tom de voz, sentindo um calor subir dos meus pés até minha cabeça. Sempre sentia isso quando ficava envergonhada.

– Sério? Quando? –Rachel deu um grande sorriso e bateu palminhas de excitação. Droga, acho que preferiria que ela surtasse.

– Ontem...

– Se você tivesse me contado que estava pretendendo isso, eu te entregava pílulas e...

– SHHH! Fala mais baixo, mãe. –Bufei e ela riu.

– Desculpe, me empolguei. Se protegeram? –Assenti. – Ah, que bom. Meus parabéns filha!

– Eu não ganhei um Oscar para merecer os parabéns. E não conte para ninguém sobre isso, papai não pode desconfiar. –Era sempre assim. Na minha menarca aos quatorze anos, minha mãe contou para toda a família e todas as amigas dela, achei estranho por ganhar presentes sem ser nenhuma data especial, mas quando descobri o motivo quase a matei.

– O que eu não posso desconfiar? –Arregalei meus olhos quando meu pai adentrou na cozinha sem nenhum aviso.

– Desconfiar? Acho que o senhor entendeu errado, eu disse “gostar”.

– E o que eu não posso gostar? –Ele arqueou uma das sobrancelhas, sentando-se na bancada de frente para mim.

– Do chocolate que estávamos pensando em te dar na páscoa. –Dessa vez foi minha mãe quem acobertou.

– Mamãe! Não era para contar! –Escancarei minha boca falsamente.

– Ops! Desculpe querida. Finja que não ouviu isso, Robert.

– Ok... Isso foi muito estranho, mas vou voltar para o meu jogo. –Quando ele saiu da cozinha suspirei aliviada.

– Muito obrigada pela ajuda. –Mamãe gargalhou.

– Sem problemas. Agora suba e vá se trocar, Dona Carmelita chegou então daqui a pouco o almoço fica pronto. –Acenei animadamente para a empregada bonitinha que havia chegado e ela me cumprimentou com um breve aceno de cabeça.

Subi as escadas correndo e dei de cara com minha irmã carregando Bichento no colo.


– Pelo amor de deus Sophia, larga um pouco ele! –Pedi. Ela achava que meu gato era feito suas bonequinhas sem vida própria que ela podia carregar de um lado para o outro. Por um milagre ela soltou o filhotinho ruivo no chão, que veio miando em minha direção. Fiz um afago em sua pequena cabeça e adentrei no meu quarto.

Enquanto eu fazia uma breve procura de roupas no meu closet, escutei meu celular avisando que uma mensagem nova havia chegado. Na tela estava escrito “Cho Chang”, cliquei em visualizar a mensagem e estava escrito:

"Gina nos contou sobre ontem... À noite... Sabia que essa carinha de santa era só disfarce. Brinks, nos conte tudo amanhã. Kisses ;* "

Deus, quando aquela ruiva iria aprender a controlar sua língua? Nunca, era a resposta certa.

Tomei um banho rápido e coloquei as roupas de Gina para lavar, me vesti com um shorts qualquer e uma t-shirt estampada. Enquanto penteava meus cabelos de frente para meu espelho, pude ver Bichento se jogando no meu tapete felpudo completamente exausto, senti até dó de deixá-lo sozinho com minha irmã.

O resto do dia foi normal, um dia para descansar. Passei a tarde com meu pai e minha irmã no parque, enquanto Sophia ia no playground, eu brincava com meu gatinho na grama. A primavera estava tornando a paisagem cada vez mais bonita, era um domingo ensolarado e o céu azul com nuvens brancas contrastava com o colorido das flores. Por mim a vida poderia continuar assim, calma e relaxante.

Quando voltei para casa, tirei um tempo para estudar um pouco para a prova de química, o BraDelícia era lindo, mas um professor super exigente que ama passar trabalhos e avaliações.

Até a hora do jantar fiquei escutando música no meu quarto com Bichento no meu colo, Sophia ficou com ciúmes e argumentou que ela passa mais tempo com o gatinho do que eu. Fazer o que se ele gosta mais de mim?

Quando fui dormir percebi um clima esquisito na casa, meu pai e minha mãe nem se olhavam na cara e quando foram deitar percebi também a falta de um beijo de boa noite entre os dois. Devia ter ocorrido alguma briguinha estúpida de casal que nem acontece comigo e com Ron, é bom eu não me meter.

Meu quarto estava bem aconchegante e por isso adormeci rapidinho com meu gato ruivo ronronando ao meu lado enrolado feito uma bola em cima do meu edredom. Era praticamente uma terapia dormir escutando seu ronronar.

Quando acordei, um alarme despertou do meu lado. Bichento é cinqüenta por cento mais carente pela manhã. Levantei mais disposta do que deveria em uma segunda-feira, me banhei na água morna por uns dez minutos, coloquei meu uniforme de cheerleader e um Chuck Taylor com estampa de florzinhas, para combinar com a primavera.

Prendi meus cabelos em um rabo de cavalo e passei uma maquiagem bem leve, só para a cara de travesseiro socado sumir. Espirrei meu perfume e joguei minha mochila em um dos ombros, fui até o andar de baixo e comi alguns pãezinhos de queijo que haviam acabado de sair do forno.


Sophia estava no sofá com seu cobertor já com seu uniforme da escola assistindo algum desenho na tv, meus pais já haviam saído e Dona Carmelita assistia um programa de culinária matinal. O silêncio chegava a ser ensurdecedor, argh, que falta das minhas amigas barulhentas.

Sai do banheiro após escovar os dentes e reconheci o barulho do motor de um carro que havia acabado de estacionar, peguei minha mochila e corri em direção da porta, mandando beijos para as duas meninas presentes na casa.


– Deus, que tédio que minha casa está essa manhã. –Reclamei dando um selinho rápido em Rony que segurava a porta do carro para eu entrar.

– Já a minha é um caos toda manhã. Principalmente por causa dos gêmeos bagunceiros e minha irmã que sofre de TPM permanente. –Nós dois rimos e entramos no automóvel.

– Eu queria ter uma vida mais badalada, quebrar mais regras... É meu último ano, quero apagar essa imagem de santa e de nerd. –Suspirei enquanto colocava o cinto de segurança e alertava Ron para colocar também.

– Cadê a Hermione Granger que eu conhecia?

– Quanto drama, Ronald. –Gargalhamos.

Durante o trajeto todo, o ruivo me contou todas as coisas que já aprontou, minha boca escancarou diante de tantas maldades que ele fez contra a Umbridge. Tudo bem, ela é uma vadia velha e maldita que sofre de falta de sexo e desconta na gente, mas sentar em tachinhas, ter uma calça branca manchada de tinta permanente e ter um chiclete grudado no cabelo é demais.


– Ah, e teve uma vez que enchemos a garrafinha de água dela com água da privada e cuspimos dentro.

– Credo Ron! –Fiz uma cara de nojo. – E ela bebeu?

– Não, ela percebeu um cheiro diferente na água. Maldita cadela farejadora. –Comecei a rir.

– Ainda bem que ela não bebeu.

– Está defendendo a prostituta idosa? Quem mandou ela nos irritar? –Rony fez uma expressão indignada enquanto estacionava o carro.

– Se bem que ela merece... Mas ela poderia morrer bebendo água com cloro e desinfetante.

– Eu estava no primeiro ano quando fiz isso com os gêmeos e eles estavam no segundo ano, não pensávamos nas conseqüências. –Eu adoraria quebrar umas regrinhas, mas isso já é demais até para os clones ruivos que são acostumados em fazer esses tipos de brincadeiras.

Desci do carro e dei de cara com Cho que já foi gritando “Reunião”.


– Cho, dá para esperar pelo menos um pouco? Preciso respirar. –Implorei sendo arrastada pelas meninas, sem nem ter a chance de dar um breve oi para os meninos.

– Não, não dá. Mais ainda quando nesse final de semana os pais do Ced vão viajar e nós dois vamos ficar sozinhos na casa dele. –Automaticamente meus lábios se crisparam em um sorriso malicioso, não muito diferente de Luna e Gina.

– Marcaram até data, então?

– Ai Mione, não enche e desembucha logo. –Gargalhei e olhei em volta, não tinha ninguém por perto.

– Ok, não foi planejado, simplesmente aconteceu. Estava chovendo, tenho medo de trovões e fui para o quarto do Ron com o rabo entre as pernas. E a ruiva diabólica ai, -Apontei Gina com a cabeça. – Me deu uma camisola preta super curta e cheia de renda, mas meu namorado gostou.

– Só um comentário, o medinho de trovões você inventou, né? –Cho me olhou desconfiada.

– Não inventei não, é sério, tenho fobia de trovões.

– Aham, tá. –Bufei alto e a japonesa riu. – Estou brincando. Só mais um comentário, essa Gi é uma espertinha. –A ruiva piscou para a japinha, que fez sinal para eu continuar.

– Enfim, eu dei o sinal verde e aconteceu.

– Doeu? –As três perguntaram em uníssono.

– Não foi a coisa mais confortável do mundo no começo, mas o importante é relaxar. –Elas assentiram, me olhando com curiosidade. O sinal bateu e eu sai em direção da sala.

– Ei, não vai continuar? –Cho perguntou.

– Continuar o que? O que eu acabei de falar foi o necessário. –Com três meninas bravas e curiosas na minha retaguarda, segui para a sala de aula. Gina se despediu da gente e seguiu para sua sala.

Durante as primeiras aulas pude ter uma breve conversa com os meninos, depois na aula de química a prova foi entregue e até para mim, Hermione Jean Granger, a avaliação estava muito difícil. Ou o professor Brad fingia que não via os papeizinhos de cola voando pela sala, ou ele era cego. Deus, ninguém sabia ser discreto o bastante para colar?

Várias vezes me mandaram bilhetes pedindo cola, e sabe o que eu colocava no papel? “Estudar de vez em quando é bom”. E eu não entendo essa obsessão de pedir resposta até para o mais burro da sala.


– Hey Mi, você queria quebrar algumas regras, não é? –Cedrico me perguntou, sentando-se na carteira ao meu lado. O sinal já havia batido, a professora Umbridge estava presa no trânsito e não havia chegado ainda no colégio.

– Então o Ron já fofocou pra você sobre a minha rebeldia? –O ruivo, escutando a conversa, me mandou um beijo soprado e começou a rir.

– É, já fofocou sim. Tenho uma proposta pra você, quer saber qual é? –Assenti arqueando minha sobrancelha em sinal de curiosidade.

– Só estamos nós aqui, não é? –Olhei em volta e percebi que só os casais estavam na sala. – Não vai ter perigo de alguém te caguetar, então pega esse tubo de cola e despeja na cadeira da professora. –Arregalei meus olhos.

– Como assim? Sujar a cadeira dela de cola?

– Sim. Deixe o popozão horroroso dela todo branco, Mi. –Todos gargalharam.

– Hum, ok. –Peguei o tubo de cola da mão do Diggory e levantei da cadeira.

– SOCORRO! –Olhei assustada para um ruivo que havia acabado de gritar. – Alienígenas levaram minha namorada certinha embora. –Começamos a rir.

– Juro que não, amor. –Caminhei calmamente até a mesa dos professores, Harry ficou cuidando da porta junto com McLaggen e Cedrico ficou olhando pela janela. Despejei a coisa branca pegajosa no assento da cadeira toda e arrumei-a de volta embaixo da mesa, para que o líquido não fosse visto.

– Vadia idosa chegando no estacionamento, ESVAZIAR A SALA! –Diggory alertou e nós saímos da sala de aula, indo em direção do pátio externo. Nós meninas ficamos lá grudadas com nossos respectivos namorados, Umbridge chegou e nos cumprimentou com um “bom dia”. Alguns presentes no pátio responderam educadamente, já nós lançamos um olhar indiferente e seguimos para a sala.

Fiquei apreensiva sentada na minha carteira observando cada movimento da velha, até que após um breve “olá” para a turma, ela puxou a cadeira e sentou-se.


– Ela não percebeu ainda. –Cho sussurrou. Umbridge se mexeu um pouco no assento e pela sua cara percebeu algo diferente, mas não tomou nenhuma atitude, apenas se levantou e foi escrever na lousa.

Tampei minha boca com as costas da minha mão para evitar uma crise de riso que insistia em me atacar. A calça jeans preta da professora ficou cheia de manchas brancas em toda sua extensão, pude escutar alguns alunos rindo e outros comentando.


– Algum problema? –A velha perguntou com sua voz esganiçada, virando-se para nós.

– Professora, a sua calça... –Neville Longbottom, um desajeitadinho que é muito mais inteligente que eu, falou logo atrás de mim. Umbridge passou a mão na bunda e fez uma cara de nojo quando percebeu a coisa branca e grudenta.

– QUEM FOI O RESPONSÁVEL? –Argh, meus tímpanos estouraram com seu grito horroroso. Silêncio total na sala, nem as respirações eram audíveis. Ou eu havia ficado surda mesmo. – Ninguém vai falar? Então todos vocês vão fazer uma vaquinha e comprar uma calça nova para mim.

– Mas professora, é só cola!

– Ah, então você sabe o que é, Longbottom. Acabou de se entregar, vai para a secretaria, AGORA! –Eu estava quase me entregando, o coitado não poderia se ferrar por minha culpa!

– Não foi ele, Umbridge. Neville ficou o tempo todo no pátio lendo um livro. –Cedrico disse em um tom sério, pelo olhar da professora percebi que os dois não se gostavam e não era de hoje.

Depois de a vadia idosa reclamar durante a aula toda sobre nosso comportamento e que a gente forma grupinhos contra ela e blábláblá, finalmente o sinal batendo alertando que era a hora do almoço. Nós encontramos com Gina e Cho contou para ela a travessura de hoje e a ruiva me parabenizou como se eu tivesse ganhado uma estatueta do Oscar por ser “A melhor rebelde do ano”.


– Hoje xinguei uma menina da minha sala e o professor Brad perguntou se meus pais não haviam me dado educação. Depois dessa, eu mandei ele perguntar isso pessoalmente para minha mãe. E sabe o que ele fez? Escreveu uma página inteira de reclamações sobre mim no meu caderno e exigiu a assinatura dos meus pais e futuramente, a presença deles na escola. –Gina disse normalmente como se estivesse nos contando como havia sido seu dia. Nós escutamos tudo com a boca escancarada. Com certeza, cola na cadeira da professora não foi nada comparado a isso.

Harry quis dar uma lição de moral na namorada e tudo o que ela fez foi fazer um escândalo no refeitório, a única vontade que tive foi de esconder minha cara no meio da minha deliciosa torta de limão. Depois que o casalzinho bipolar fez as pazes e começaram a se agarrar, o sinal bateu e fui com as meninas para a educação física.

Como na segunda havia treino para cheerleading, fizemos a educação física e o treino tudo junto, fiquei realmente contente quando soube que a próxima apresentação iria ser no começo de abril. E por incrível que pareça, Lilá e suas escravas baixaram suas cristas para nós, por enquanto. Eu não iria cantando vitória tão cedo, nunca se sabe o que esperar de macumbeiras feito elas.

A aula de desenho foi realmente divertida, aprendemos a desenhar armas de fogo e descobri que a ruiva e a japonesa conhecem os nomes de várias armas. Deus, eu tenho amigas psicopatas. A doce Luna sugeriu para a próxima aula desenhos de fadas, eu fui a única retardada que amou a ideia.

Quando a aula acabou, saímos pelos corredores procurando pelos meninos. Até que senti dois braços envolverem minha cintura e me puxarem para mais perto.


– Já disse o quanto que eu gosto do movimento que seu quadril faz quando anda e o quanto você fica sexy com esse uniforme de cheerleader? –A combinação de seu hálito quente no meu pescoço, mais sua voz levemente rouca, fez meu corpo se arrepiar por inteiro.

– Não, nunca disse... –Sorri, me virando de frente para ele.

– Pois bem, agora você sabe disso. –Beijei Rony rapidamente e pude sentir um cutucão.

– Hey pombinhos, desculpe atrapalhar o momento “in Love”, mas pelo amor de deus, vamos embora desse inferno. –Cho implorou fazendo sua melhor carinha de cadela abandonada. Não conseguimos deixar de rir dessa cena.

Fomos até o estacionamento e me despedi de todos, o trajeto até em casa fiquei cantarolando as músicas que passavam no rádio. Ron agradeceu por eu estar cantando civilizadamente e não estar berrando no seu ouvido, e isso só fez com que eu começasse a gritar a letra de “Part Of Me”, da Katy Perry. E foi só pararmos em um dos raros sinais vermelhos, que o ruivo totalmente irritado se virou na minha direção e me tascou um beijo furioso, que me calou na hora. Como o fofinho sempre se empolga, tive que afastá-lo e berrar que o sinal havia ficado verde.

Chegando na minha casa, me despedi de Rony com um beijo carinhoso e sai do carro. Adentrando na moradia, dei de cara com uma Sophia sorridente.


– Mana, caiu mais um dente. –Observei um dos seus incisivos centrais faltando. - Quantos dólares você acha que a fada do dente vai me dar por ele? –Gargalhei. Pobre criança iludida. Eu até hoje não entendo como ela não acorda quando papai vai colocar o dinheiro embaixo do seu travesseiro.

– Não sei, coloca hoje debaixo do seu travesseiro que amanhã de manhã você vai ver! –Ela assentiu e subiu as escadas saltitando.

Fui até meu quarto e joguei minha mochila em cima da cama, arrumei o material necessário na terça-feira e me joguei em cima do colchão absolutamente cansada pelo dia de hoje.

Após alguns minutos de olhos fechados descansando por um momento, escutei o barulho do carro do meu pai chegando na garagem. Pelo jeito Sophia ainda não havia percebido a chegada deles, pois estava entretida com Bichento em seu quarto. Fui caminhando lentamente pelo corredor, sem pressa nenhuma em dar oi para meus pais e quando estava já chegando na escada pude escutar vozes alteradas, falando em um tom alto, quase gritando.

Me agachei próxima ao corrimão e a porta da frente foi escancarada, meu pai entrava com uma expressão furiosa e minha mãe estava logo atrás dele, não muito diferente.


– Já chega disso, eu cansei Rachel! CANSEI!

– Eu que deveria estar reclamando, Robert!

– Viu, você é egoísta até nisso!

– Eu que sou a egoísta da história agora? –Minha mãe estava quase chorando, respirei fundo para não interferir. Uma hora eles iriam parar de discutir.

– Sim, você! –Mas de que merda eles estavam falando?

– O que houve, mana? –Sophia se aproximou de mim e eu a puxei, fazendo sinal para se calar.

– Não é nada, So. Quietinha.

– Realmente não dá mais... –Meu pai colocou uma das mãos na cabeça e caminhou para longe da minha mãe.

– O que você quer? Separação?

– Pelo visto, é a única solução.

– O QUE? –Desci as escadas correndo com uma expressão aterrorizada no rosto.

– Filha, calma, nos deixe explicar...

– Não tem o que explicar, mãe. Vocês dois vão jogar fora treze anos de casado pelo ralo assim? Tão facilmente?

– Não é assim que as coisas funcionam, filha. Nós não estávamos nos entendendo bem já faz um tempo, só não queríamos envolver você e a sua irmã nisso. E isso é uma decisão que envolve eu e sua mãe, somente nós dois.

– É óbvio que envolve a mim e Sophia também! Sinceramente, não quero participar da briguinha boba de vocês em um julgamento decidindo com quem eu e minha irmã iremos ficar. Que droga! Vocês dois são tão infantis! –Subi as escadas batendo os pés e meus pais vieram atrás de mim.

– Hermione, vamos nos acalmar, sentar e conversar civilizadamente, por favor! –Gargalhei sarcasticamente na cara do meu pai. Peguei minha mochila e desci até o andar de baixo.

– Aonde você pensa que vai? -Meu pai tentou me impedir de sair porta a fora.

– Já que o problema envolve só vocês dois, fiquem com a casa toda para discutirem sobre o que quiserem. Querem jogar fora sua vida de casado como se despeja um lixo qualquer, façam isso longe de mim. Eu não vou mais ser platéia desse showzinho inútil. –Peguei meu celular e digitei rapidamente os números do Ron enquanto ia para a calçada, desviando das tentativas da minha mãe de me puxar de volta.

– Oi amor! –Dei graças a Deus pelo Rony ter atendido rápido.

– Oi, vem me buscar a caminho da minha casa? –Pedi com a minha voz já ganhando um tom de choro.

– O que houve, Mi? –O tom de voz dele ganhou um nível de preocupação alto.

– Depois de explica, só vem, por favor. –Desliguei a ligação e continuei caminhando, com meus pais logo atrás de mim.

– Hermione, chega de brincadeiras, vamos voltar.

– Você acha que isso é uma brincadeira? Brincadeira é ver depois vocês dois decidindo quem vai ficar com qual filha na próxima semana.

– Filha, você está muito alterada, vamos conversar! Aqui fora mesmo, se quiser.

– Me deixem em paz, isso vale para os dois. Vou para a casa dos Weasleys, e não me sigam. –Sentei na calçada e abracei meus joelhos.

– Quanto tempo você vai ficar lá?

– Ela não vai ir para lá!

– Robert, dá um tempo! Deixa a menina. –Minha mãe repreendeu meu pai, afastando-o de mim. – Só espero que possamos esclarecer coisas sobre esse assunto quando voltar, Mione.

– Quando eu voltar apenas. –Visualizei a BMW do Ron se aproximando e me levantei. Ele praticamente veio voando, isso era ótimo em uma hora feito essa. – Tchau. –Abri a porta do carro quando o mesmo estacionou ao meu lado e entrei.

– Pelo amor de deus, me explica o que aconteceu.

– Dirige, no caminho te explico. –Enquanto eu contava os fatos, ele me olhava com uma expressão pasma. Nem ele imaginava que um dia isso iria acontecer.

Chegando na casa dos Weasleys, Molly estava na porta com uma feição preocupada, como se aguardasse um filho na madrugada que havia saído para beber com os amigos.


– O que houve, querida? –Ela me abraçou carinhosamente e eu me segurei para não chorar. Entramos na casa e ficamos na sala, expliquei o ocorrido e Molly arregalou os olhos.

– Isso é terrível, mas você não deveria ter agido assim querida.

– Eu sei, mas é que eu entrei em pânico. Eu não quero ter pais separados, não quero que meu pai arrume uma namorada ou minha mãe um namorado, eu quero que os dois continuem juntos, onde sempre foi o lugar deles. Nossa família vai desmoronar assim. –Lágrimas teimosas escorriam nas minhas bochechas e a Weasley mãe se apressava em secá-las.

– Imagino como deve estar se sentindo. Hoje você esfria a cabeça aqui em casa e amanhã você volta e põe os pingos nos “is” com seus pais, ok? Se for preciso, vou com você.

– Tudo bem. –Enxuguei minhas lágrimas e Gina chegou correndo.

– Mi? O que houve amiga? –Eu não estava em condições de explicar, então Molly fez isso por mim.

Tentei me distrair assistindo um pouco de tv com os gêmeos, que ficavam tentando me animar, com Gina, que jamais deixava de fazer suas piadinhas e com Rony, que ficava dizendo coisas doces. Porém, tudo que passava na tela da tv eram imagens de famílias felizes, eu não queria que isso acabasse para mim. Sempre admirei o carinho que meus pais tinham um pelo outro, e agora, de uma hora para outra, eles decidem se separar. É doloroso ver como algo que parecia ser duradouro acaba sem a gente nem se dar conta.

Tomei um banho quente no banheiro do quarto de hóspedes e vesti um pijama curto emprestado de Gina. O jantar foi maravilhoso, não só por causa da deliciosa comida de Molly, mas também por causa da companhia de todos os Weasleys.


– Boa noite, pessoal. –Após a janta ajudei a lavar a louça e minha cabeça começou a latejar, indicando que eu precisava de uma boa noite de sono. Cheguei na sala onde os meninos estavam reunidos e acenei quando eles me olharam.

– Já vai dormir, Mione? –Arthur perguntou e eu assenti. – Durma bem, qualquer coisa nos chame.

– Ok. –Mandei beijos soprados para os clones ruivos, que devolveram o beijo, tão fofinhos. Me despedi de Gina e Molly com um abraço e subi as escadas com Rony. Chegando no quarto de hóspedes, parei na porta e olhei para o ruivo.

– Está tudo bem contigo?

– Tudo sim.

– Dorme bem amor, qualquer coisa vai no meu quarto. –Sorri de lado e ele me beijou calmamente.

– Dorme bem você também. Te amo.

– Eu também. –Demos um ultimo selinho e eu adentrei no quarto, encostando a porta em seguida.

Rolei na cama por um baita tempo, não tinha jeito de eu dormir. Olhei no meu celular e já eram onze horas da noite, a casa estava silenciosa e todas as luzes já haviam sido apagadas.

Quando larguei o celular em cima do criado-mudo, vi a aliança no meu dedo e meus olhos automaticamente se encheram de lágrima. Eu amava Rony tanto que doía e só de pensar em perdê-lo algum dia fazia meu coração arder como se pegasse fogo. Era ruim precisar de alguém tanto assim, mas era quase inevitável ter esse sentimento por ele.

E lá estava eu novamente, soluçando quietinha enquanto o travesseiro recebia minhas lágrimas.


Rony POV

A porta do meu quarto estava totalmente aberta e minha tv estava no mudo, e por isso consegui escutar uns barulhos vindos do quarto de hospedes. Fui caminhando até lá e enquanto mais me aproximava, mais eu reconhecia que eram soluços. Hermione estava chorando.

Entrei silenciosamente dentro do quarto e ela não percebeu, estava entocada no canto da parede, sobrava um monte de espaço na cama de solteiro. Deitei no espaço vazio e ela se virou, com um olhar assustado.


– Calma, sou eu... –Seus pequenos braços me abraçaram, me puxando para mais perto. Seu choro seu tornou mais forte. A abracei também, sem saber como agir, já falei o quanto odeio vê-la chorando?

– Amor, vai ficar tudo bem... –Acariciei seus cabelos e beijei o topo da sua cabeça.

– P-promete que nunca vai me deixar? Que nunca vai parar de me amar?

– Óbvio que nunca vou te deixar, vamos agüentar juntos todas as barreiras que virem contra nós. E eu jamais irei parar de te amar, o que eu sinto por você é verdadeiro e forte, Mi. Guarde isso no seu coração para sempre. –Ela soluçou mais algumas vezes e minhas palavras pareceram confortá-la.

– Eu te amo... –Foi a última coisa que ela disse, antes de adormecer colada em mim. E foi desse mesmo jeito que eu adormeci, acariciando sua pele macia, sussurrando promessas de amor e tentando entender como Hermione, minha melhor amiga de infância que nunca imaginei como minha namorada, ganhou meu coração assim, por completo.


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Notas finais do capítulo

elogios, críticas, sugestões sobre a cena caliente? HAHAHAHAH me inspirei nas fics que eu já li que continham esses tipos de cena para poder detalhar.
e os pais da Mione? Será que vão reatar? Será que a Mione vai ter uma madrasta ou um padrasto? Podem chutar a vontade, eu deixo HAHAHAH
E ai, gostaram do capítulo? Deixem sua opinião :D
beijos e até o próximo :*