Jacob Pov

Vesti-me e fui até a carruagem onde Embry me esperava.Durante o caminho nao conseguia tirar a noite de ontem na cabeça.Renesmee estava tao diferente...rendida,submissa...prazerosa diria...

Abanei minha cabeça com o último pensamento.Tudo truque é claro,ela nunca se sentiria satisfeita com um ex-escravo como ela sempre faz questao de dizer.Ela é uma falsa,dissimulada,sempre foi assim e nao mudaria agora.A carruagem parou e eu desci indo até ao escritório.Seth me esperava sentado no sofá,ele já nao era um garoto entao decidi que ele trabalharia para mim no escritorio caso eu precisasse.

– Bom dia patrao._comprimentou Seth com ar zombateiro.Ergui as sobrancelhas a ele e dei um sorriso de lado.Senttei-me na secretária e reparei na enorme quantidade de papeis que tinha como sempre.

– Está com um ar abatido._reparou ele.

– Tive uma longa noite._respondi revendo a papelada.

– Hmm...problemas com a patroa outra vez?_assim que ele perguntou isso,senti minha garganta enrolar-se.

– Nao quero falar sobre ela._respondi secamente esperando ter pondo fim ao diálogo.Seth deu um riso e se aproximou da minha secretária.

– Nunca vi um casal assim,porque odeia tanto sua esposa?_olhei para ele com um olhar reprovatorio mas de nada valeu.Seth continuava olhando-me esperando pela resposta.

– Eu nao a odeio...assim tanto.

– Pois claro!Toda a gente nota que a trata como uma cadela quando estao juntos,se é que me permite a linguagem!Porque se casou com ela se nao a suporta?

Atirei a papela contra a mesa respirando fundo.Era a primeira vez que sentira uma insana vontade de socar o Seth.

– Porque voce ainda é muito jovem para saber dessa coisas ó moleque!_Seth franziu a testa.

– Nao sou nenhum moleque!Olhe a minha barba que está crescendo!_disse apontando para o queixo onde pude vislumbrar uns pelinhos se revelando.Sorri levando a mao á cara.

– Com certeza.Há certas coisas que nao se explicam Seth,apenas acontecem..._falei com pesar na voz.Seth olhou-me por minutos.

– E o que foi que aconteceu de verdade para que ficasse com tanto recentimento?

– É uma longa história...

– Ainda temos muito tempo pela frente._insistiu ele.Olhei para ele.

– Não vai desistir pois nao?_perguntou rendendo-me.Seth abanou a cabeça sorrindo.

– Muito bem...vou lhe contar tudo._falei levantando-me da cadeira e sentando-me na beira da mesa._Meus pais abandonaram este mundo muito cedo.Eu deveria ter uns 5 anos,quando minha mae levou-me para dentro de um casebre dizendo que ela e meu pai iriam viajar por um tempo e que quando tudo estivesse bem eles voltariam para me buscar.Eu chorei é claro,perguntava "mamãe porque não me levam junto"Ela sorria e me dizia:Se durante a viajem acontecer algo com voce eu jamais me perdoaria meu filho,se alguém tiver que ir que seja eu e seu pai.Me deu um beijo na testa e entre lágrimas saiu.Eu não percebi o que ela quis dizer...só um dia depois é que descobri que na verdade ela e meu pai tentaram fugir,mas foram pegos...e mortos._dei uma pausa sentindo minha garganta ficar seca e meus olhos picarem.

– Sinto muito Jake..._lamentou-se Seth vendo o meu estado.

– Tudo bem,eu sei que parece triste mas esse fato também ajudou-me a amadurecer muito sabe...não sou nenhum ignorante,sei escrever,ler e interpretar obras como ninguém.Quando pudesse ia sempre a uma escola onde uma senhora muito simpática ensinava-me de tudo.Deve ser por isso que sempre me senti um pouco superior aos restantes escravos,pensei que devido á minha inteligencia poderia escapar a muita coisa..._e retrai as costas._mas pelos vistos não foi bem assim...

– E como foi parar lá na casa do Cullen afinal?_sorri.

– Hm,sim o Cullen...foi assim que meu tormento começa.

Seth pegou numa cadeira,olhando-me com curiosidade.Ajeitei-me melhor na mesa e comecei o meu relato.

" Eu encolhia-me no colo confortante de Sue.Tinha 10 anos na altura.Senhor Johnson não queria ter que lidar com escravos muito novos por isso decidiu vender-me ao senhor Cullen,um dos homens mais importantes do pais,dono de minas e fábricas.Eu estava ancioso por chegar lá,queria saber como era a casa que eu ficaria de agora adiante.Sue apertou-me mais entre seus braços sorrindo para mim.Sorri para ela também.Ela trabalhava na casa do senhor Johnson quando era jovem mas foi vendida ao senhor Cullen há muito tempo,por isso fiquei mais aliviado quando soube que ela também estaria lá,não tinha que me preocupar com nada,Sue estaria lá para me proteger.

A carroça parou e nós descemos,agradecendo o cocheiro.Olhei para a enorme mansão do senhor Cullen.A casa do senhor Johnson parecia um galinheiro comparado com aquilo.

– Venha,vou te apresentar ao senhor Cullen._disse Sue levando-me para dentro.Sue bateu numa enorme porta e assim que se ouviu uma voz dentro dela,entramos no mesmo instante.Parecia ser um escritorio,sim era exatamente igual ao que o senhor Johnson tinha e vi um senhor muito bonito sentado nela.Estava sério e estava mexendo numa papelada.Seu olhar se voltou para nós e vi seus olhos cores de esmeraldas que pareciam que iriam hipnotizar a gente.

– Senhor Cullen,aqui está Jacob o menino que lhe falei._disse Sue apresentando-me.

– Oi._falei acenando a ele.O tal Cullen permanecia sério.

– O que sabe fazer moleque?_disse entrelaçando as maos.

– Ele faz um pouco de tudo,senhor.Pegou no pesado desde muito novo._respondeu Sue por mim e era verdade,com minha pouca idade eu já tinha carregado imenso peso sobre minhas costas.Já era robusto e muito alto.

– O garoto não tem lingua,afinal?Precisa que fale por ele?_perguntou sinicamente para Sue que se encolheu.

– Desculpe senhor.

O Cullen ergueu as sobrancelhas e olhou-me esperando uma resposta vinda de mim.

– Como Sue disse eu peguei no pesado muito cedo senhor,sei fazer de tudo um pouco basta dizer,trabalho nunca me amedontrou._falei confiante.Cullen se mostrou surpreso com minha resposta.

– Muito bem,não me vem nada á mente mas quando tiver algum trabalho te chamo,podem ir agora._eu e Sue abaixamos a cabeça em sinal de respeito e saimos.Fomos lá fora onde Sue me apresentou a todos os escravos,que me receberam de braços abertos.

Estava vendo o jardim quando minha atenção voltou-se a uma menina que chegara em cima de um ponei.Era linda,a garota mais linda que meus olhos puseram em cima.Tinha pele alva como a de uma boneca de porcelana,seus cachos castanhos caiam e balançavam ao som do vento.Apesar de pouca idade seu porte era altivo como se fosse uma verdadeira dama.

– Nossa,ela é tão linda..._sussurrei sentindo-me enfeitiçado.

– Tire seus olhinhos dela._disse Bernard,um dos escravos que acabará de conhecer.

– Porque?Ela é mesmo muito bonita!

– É linda e filha do patrão._disse ele apontando para ela que agora estava nos braços de Cullen que sorria radiante.

– Entao quer dizer que eu nunca terei uma oportunidade com ela?_perguntei e vi que Bernard sustia o riso.

– Bem,podes tentar...mas te dito já que será uma perca de tempo._disse ele pegando na lenha e saindo de lá.Olhei para os dois novamente e vi Cullen analisando o ponei e olhando para mim de seguida.Ele ergueu sua mão e me chamou.Corri até lá onde a menina me olhava intrigada.

– Já tenho um trabalho para voce garoto.De agora em diante tratará do ponei da minha filha.Ira dar-lhe banho,comer,tudo que ele precisa certo?_disse ele autoritário.

– Certo._afirmei analisando aquele animal.

– Papai terá que trabalhar meu anjo falo contigo mais tarde._disse Cullen para a filha de um modo doce,beijando sua testa e nos deixando lá.

– Olá._falei sorrindo para ela que me olhava de cima a baixo.

– Olá._disse ela não tão convincente.

– Meu nome é Jacob e o seu?

– Renesmee._disse ela dando-me sua mão.Olhei para ela sem entender.

– O que eu devo fazer com ela?

– Beijar oras,é assim que se comprimenta uma dama!_respondeu ela como se fosse bastante obvio.Sorri dando um rapido beijo na sua mão.

– Estranho nunca tinha feito isso.

– Que surpresa,um escravo sem maneiras!E acho melhor tratar bem do meu Alfred senão vou dizer ao meu pai para te dar um bom castigo!_disse ela dando de costas e entrando na casa.

Cruzes.Tão linda e tão rude?Que desilusão...

Os dias se passavam.Eu cuidava do Alfred como me foi ordenado.Dava banho e o dava de comer também.De ves em quando via Renesmee recebendo aulas de equitação,dança,etiqueta e outras coisas.Ser rico dá muito trabalho...

Um dia,a casa ficou agitada.Os escravos todos estavam inquietos e foram todos para a parte de trás da casa.Os segui e foi entao que vi pela primeira vez:o temido tronco.Ao que parece só os que fizeram algo muito grave iriam parar lá.Me aproximei mais um pouco e vi,um homem sendo amarrado e sua camisa sendo rasgada.De longe vi Cullen aparecendo com um chicote nas mãos,ele nao precisava fazer isso mas ele fazia questao de castigar os subordinados...parecia gostar de fazer isso...Ele parou á frente do homem e entao ergueu o chicote acertando nas costas do homem fazendo ele se curvar e urrar de dor.E continuou assim.Linhas vermelhas apareciam em suas costas e meu corpo tremia com cada chicotada.Um choque electrico parecia me percorrer como se eu estivesse sentindo em meu corpo.Era horrivel.O homem já nao aguentava mas Cullen não parava...e foi assim...umas 50 chicotadas certeiras até o homem desfalecer não podendo mais.O Cullen se recompos e limpou as gotas de suor.

Os escravos voltavam ás suas tarefas.Eu continuava lá,abismado.E foi ai,que eu jurei a mim mesmo que jamais faria algo para ir ao tronco....

E assim se passaram os dias,semanas,meses,anos.Eu já nao era um moleque.Tinha me tornado um dos melhores escravos do Cullen.Aprendi a ler e a escrever,era forte e fazia qualquer trabalho sem questionar.E assim que eu crescia tentando ser bem sucedido,Renesmee também crescia...se tornara uma jovem de uma beleza estonteante.Tinha trocado o ponei por roupas caras e joias,fazia questao em se mostrar ás pessoas,era exibicionista e já há muito que estava destinada a se casar com um jovem herdeiro das minas,Nahuel Turner.Isso nao deveria me importar porque afinal eu nao passava de um simples escravo e ela fazia questão de me mostrar isso sempre que me visse.

Ela estava passeando pelo jardim com outras duas jovens até que uma delas reparou em mim enquanto eu cortava a lenha.

– Renesmee,quem é aquele jovem ali?_perguntou uma delas num cochicho mas eu pude ver.

– Quem ele?Um mero escravo,porque a pergunta?

– É muito atraente...

Renesmee gargalhou como resposta.

– Rebecca sinceramente acabou de dizer que achou aquele imundo de atraente?Minha amiga terá que ir ao médico!

– Mas ela não mente,quem me dera ter escravos como ele._comentou a outra de vestido verde.

– Por favor ele não é nada nem deveriamos estar fazendo comentários sobre ele.Um escravo é um escravo e nunca será mais que isso._parei de fazer o que estava fazendo e a olhei.Renesmee ficou surpresa mas susteu meu olhar,altiva.As tres voltaram a andar e eu acompanhei a caminhada desejando ir até lá e apertar o pescoço daquela esnobe mas ignorei voltando ao meu trabalho.Ela não valia tanto esforço.

E a minha vida ia normalmente,era um homem feito já.Era bastante cobiçado não só por escravas mas por jovens da alta sociedade também não era para me gabar mas o tempo tinha sido generoso comigo.Era bastante alto,moreno e adquiri muitos musculos devido ao meu trabalho.Muitas imploravam para se deitarem comigo e eu assim o fiz claro,era homem tinha as minhas necessidades mas por mais belas que as mulheres fossem nenhuma chegava aos pés daquela narizinho empinado da Renesmee,ela já nao saia da minha cabeça apesar de eu lutar para que deixasse.

Os encontros de Renesmee e Nahuel se tornavam cada vez mais constantes e eu via todos esses encontros,escondido.Ela era bastante...assanhada por assim dizer mostrava sempre uma parte do corpo para ele e isso me deixava com uma enorme raiva por dentro.Queria ir contar tudo ao Cullen mas quem sairia prejudicado seria eu por estar espiando a filha dele.E entao tive que me contentar e ver a mulher que eu gostava com outro."

– E o resto voce já sabe: um dia não aguentei e persuadi-la o que acabou me levando ao tronco.Com isso fui vendido para Emilly,herdei a fortuna dela e me casei com a herdeira dela._falei acabando o relato.Seth continuava olhando-me.

– E o que pretende fazer com ela afinal?Quer se vingar,para casar com ela depois disso tudo é a unica coisa que deveria fazer._suspirei.

– Sinceramente no inicio foi,queria ter um gostinho doce depois de lhe atirar na cara que não era um nada como ela me chamava mas a cada dia que se passa...se torna mais dificil...quando a vejo só quero atirar esse maldito recentimento para o lado e ficar com ela,dizer que que sempre a amei e que quero ficar com ela._respondi com um sorriso nervoso._Mas assim que me lembro de tudo que ela me fez,a raiva me toma e só penso em faze-la sofrer.

– E o que pretende fazer?

Sorri levantando-me da mesa.

– Verá em breve,aliás todos verão.Vou deixa-la caida por mim.

– Isso será interessante!

– Pode ter a certeza disso.E o castigo começará ainda hoje.

– Boa sorte chefe._disse ele atirando-se ao sofá.Sorri fechando a porta.E assim seria.Mostrarei a Renesmee que ela cometeu um enorme erro ao me rejeitar.

Continua...