(PONTO DE VISTA - Edward)

Os dias se passaram e por mais que eu tentasse ter esperança, algo me dizia que era pra desistir, pois ela não iria voltar.

Havia se passado duas semanas desde quando eu soube da morte dela, Alice e Esme eram as mais confiantes e as que mais tinham fé em que tudo poderia ter um final feliz, o resto de minha família também tinham esperança, mas tinham mais consciência de que as chances dela ter sobrevivido eram mínimas.

Alice manteve contato com Sam, o líder da alcatéia quileute nos últimos dias, eles não se cansavam de procurar por vestígios dela aos redores de La push, mas nada encontraram, as equipes de buscas desistiram de procurar por ela, afinal já tinham se passado duas semanas.

Mas o fim de tudo foi quando a família dela decidiu fazer uma espécie de cerimônia na praia de La push, em homenagem á ela, já que o corpo não foi encontrado.

Eu não fui é claro, Alice foi à única que compareceu em nome de todos nós, apesar de Sam ter dito que abriria uma exceção, decidi não ir.

Era tão estranho, precisou Bella morrer para haver uma trégua entre nossa família e os lobos.

Seria doloroso demais admitir pra valer que aquele era o fim, para sempre.

Hoje faz um mês desde a sua morte, um mês que tudo no universo perdeu o sentido para mim.

O que me mantêm vivo?

As lembranças dela, as lembranças de seu amor.

– Você tem um sono muito profundo, não perdi nada, o falatório veio depois - disse á ela.

Ouvi-la dizer que me amava era a melhor coisa que poderia existir no mundo, nem sei se mereço alguém como ela.

– O que você ouviu? - ela me perguntou, sua voz era tão doce, suava e frágil, assim como ela.

– Você disse que me amava - respondi.

– Você já sabia disso - disse ela em meus braços.

– Mesmo assim foi bom ouvir - disse á ela.

Eu jamais me cansaria de saber que era a mim que ela amava.

Ela levantou o rosto e disse olhando em meus olhos:

– Eu te amo.

Por um momento pensei que me coração pudesse voltar a bater diante daquelas palavras.

– Agora você é a minha vida - respondi simplesmente.

Ela não era só a minha vida, ela era o meu ar, a minha alma, o meu único e eterno amor.

– Edward, você está...

– Bem?- conclui sua frase.

– Está? - perguntou ela confirmando a pergunta.

– Eu nunca mais ficarei bem de verdade Alice, vocês deviam ter deixado que os Volturi me matassem, não há mais sentido eu viver - disse á ela.

– Edward, você sabe que eu não estou tendo mais visões sobre ela, mas a minha intuição me diz que ela ainda está viva- disse se aproximando e se sentando no chão do quarto.

– E desde quando você tem intuições? Eu sabia que você tinha previsões não intuições.

– A esperança é a ultima que morre Edward, não desista assim, não importa o que os outros digam, não importa o que os outros pensem. O que irá prevalecer é o que você sente o que você pensa - disse ela otimista.

– Queria ser otimista como você Alice.

– Okay, você que sabe, eu só vim te informar de uma coisa - disse ela.

– Informar o que?

– Ontem conversei com Sam e Billy Black, e pedi para eles nos deixar ir até o penhasco de onde Bella pulou - disse ela para minha surpresa.

– E eles?

– Autorizaram, quero saber se você vem comigo, Jasper e Emmett vão vir, Esme prefere lembrar-se dela feliz e radiante, prefere não ir até lá, sabe como é, Carlisle vai ficar com ela, e Rosalie prefere não ir, só falta você se decidir-disse ela.

Será que seria uma boa idéia ir até lá?

– Eu vou, quando você vai?

– Amanhã à tarde - respondeu ela.

– Tudo bem.

Eu precisava ir ao lugar onde ela deu o ultimo suspiro, e era o que eu iria fazer.

(PONTO DE VISTA - Kate)

– Tanya, já faz um mês que ela está conosco, até quando vamos continuar dando desculpas para prendê-la? - perguntei.

– Achamos que isso já passou dos limites Kate, nós já esgotamos nossas fontes de pesquisa, já buscamos vários e vários sites de pessoas desaparecidas dos Estados Unidos e não encontramos nada, acho que finalmente chegou à hora de nós fazermos a pergunta crucial á ela - disse ela.

– Acha que ela irá aceitar ficar conosco?

– Só saberemos perguntando. Chame Eleazar, Carmem e Irina, chegou à hora - disse á ela.

– Okay, eu vou chamá-los e você vai conversar com ela e cercar o terreno, nas ultimas semanas tive a sensação de que você ficou bem próxima á ela - disse Tanya.

– Isso é verdade, nós nos tornamos boas amigas nas ultimas semanas - concordei saindo da sala e subindo para o quarto.

Quando entrei no quarto ela estava na sacada olhando o céu.

Fui até lá.

– Bonito né?- comentei parando ao seu lado.

– Muito, as estrelas parecem estar caindo sobre a gente, é tão intenso - respondeu ela.

– É sim, bem tem um assunto um pouco delicado a ser tratado com você, querida - disse á ela.

–Algum problema? Posso ajudar em algo?- perguntou ela.

– Não, não, não há problema nenhum querida, bom, como você sabe nas ultimas semanas nós nos lançamos em uma investigação profunda pra tentar descobrir quem é você, mas não encontramos nada, diante disso nós temos uma proposta a fazer pra você - disse á ela cuidadosamente.

– Que proposta? - perguntou ela confusa.

– Acho melhor descermos pra sala, todos estão lhe esperando, logo você vai saber do que se trata - disse á ela.

Vi um lampejo de medo passar por seu olhar.

– Algum problema? - perguntei.

– Kate, quando você diz "todos", está se referindo a Irina também, eu presumo, não é?

– Sim, ela também, o que tem?-questionei.

– Eu fiz algo de errado pra ela? Tive a sensação que ela não gosta de mim - disse ela.

Ah Irina!

Seu mau humor causou a impressão errada.

– Não, claro que não, é que ela perdeu o namorado recentemente, então ela está de luto, aí já viu né, seu humor não está num dos melhores - expliquei pesarosamente.

Ela respirou aliviada.

– Sinto muito eu não sabia, mas fico aliviada em saber que não tem nada haver comigo - disse ela.

– Imagino, bem vamos descer? - propus.

– Vamos sim - respondeu ela e então saímos em direção á sala.

Teremos uma longa e complicada conversa a que passar.

(PONTO DE VISTA - Bella)

– Oh finalmente vocês desceram, já estava pensando que teria que ir atrás de vocês duas- brincou Carmem com seu sorriso angelical assim que chegamos na sala.

– Ah nós não demoramos tanto assim - comentou Kate me puxando para o sofá junto com ela.

Nas últimas semanas ela se tornará uma grande amiga para mim.

– E então, pra que essa reunião toda?-perguntou Irina em um tom entediado.

–Temos um assunto delicado á tratar com você querida, mas quero que você entenda que não estamos lhe pressionando á nada - disse - me Tanya.

– Do que exatamente estão falando? - perguntei.

– Nós já fizemos de tudo para tentar descobrir quem é você, se você tem família, mas nada encontramos por isso nós conversamos e resolvemos fazer uma proposta á você - disse Carmem com um sorriso indeciso.

– Que proposta? - questionei.

– Você já faz parte de nossa família querida, e gostaríamos que você ficasse permanentemente conosco,você aceitaria fazer parte de nossa família? - perguntou Carmem cuidadosamente.

Minha nossa!

Nunca imaginei uma coisa dessas, eles estavam me oferecendo uma família?

Senti o sangue fugir de meu rosto.

Todos eles me encaravam esperando uma resposta.

– E então? O que você acha?

– Porque vocês querem que eu fique com vocês? Eu sou uma completa estranha.

– Nós gostamos de você querida, e você com o passar do tempo acabou se tornando parte de nossa família, agora só nos resta saber se você quer fazer parte dela - disse Eleazar.

– Nem sei o que dizer.

– Diga que sim então - disse Kate me abraçando pelos ombros com um sorriso.

– Sim, eu aceito vocês também já fazem parte da minha vida, alias são as únicas pessoas de que eu tenho lembranças, as únicas pessoas que eu conheço, e eu também adoro vocês - respondi meio sem fôlego.

– Que bom - disse Carmem vindo me abraçar com um lindo sorriso de felicidade.

– Seja bem vinda a nossa família querida - disse Tanya sorrindo.

– Obrigada - agradeci.

– Agora precisamos pensar em uma coisa - disse Kate.

– O que?- perguntou Eleazar.

– Precisamos dar um nome á ela. Não podemos continuar chamando ela apenas de flor ou querida - disse Kate.

– Ah, mas isso é fácil, existe um milhão de nomes no mundo, Wanessa, Catherina, Megan, Jenna... - disse Irina fazendo uma lista.

– Não, esses não combinam com ela, ela tem cara de, hummm... Deixe-me pensar - disse Carmem me analisando.

Depois de um momento me analisando ela então exclamou:

– Isabel Denali!

– Precisamos criar um passado para ela também, e um sobrenome genérico - disse Eleazar.

– Sobrenome... Hummm... Que tal Baudelaire? É um nome francês - disse Irina mostrando a capa de um livro que estava lendo.

– Isabel Denali Baudelaire, ta aí, combinou... Pra todos os efeitos você é minha sobrinha que estava estudando na França e que acabou de voltar de Paris, isso é o básico que qualquer um precisa saber - disse Carmem.

– Gostei de Isabel, é um nome bonito - comentei.

– Exatamente, Isabel - disse Tanya dando risada.

Olhei a minha volta e vi aquelas pessoas maravilhosas que de agora diante seria a minha família, e de agora em diante eu sabia que enquanto eu estivesse com eles não seria mais uma estranha, agora eu seria Isabel Denali Baudelaire.