Eterna Paixão escrita por Luna Brandon


Capítulo 19
Capítulo 19 :: Diga Que Não Me Ama.


Notas iniciais do capítulo

Oi lindas :3
Obrigada pelos comentários. Bom, vim aqui postar o tão aguardo capítulo 19 de Eterna Paixão, mas...Bom, é melhor vocês lerem e me dizerem o que vocês pensam sobre o assunto. Boa Leitura!



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(PONTO DE VISTA – Bella)

– Vai sair? – perguntou Kate, encostando-se na soleira da porta de meu quarto, enquanto eu fechava o zíper da minha bota de cano longo, sentada na beirada da cama.

– Vou, tenho que resolver uma coisa – respondi pegando a bolsa ao meu lado e ficando de pé.

– E eu posso perguntar aonde você vai? – arqueou as suas sobrancelhas loiras e perfeitas, observando a roupa que eu usava.

Bota de salto alto e cano longo, jeans, blusa de manga comprida azul petróleo e uma jaqueta de couro preta por cima.

Meu cabelo caia por minhas costas em ondas e estava levemente cacheado nas pontas.

– Vou encontrar Edward. Preciso falar com ele e resolver essa situação de uma vez por todas – respondi meio rabugenta.

Eu estava nervosa, sem dormir e com o coração completamente despedaçado.

Hoje literalmente eu não estava bem, mas sabia que isso iria ficar pior em breve, mas era melhor não sofrer antecipadamente e tentar pensar no agora e na força que eu teria de tirar de dentro de mim para fazer o que era necessário.

Ela começou a sorrir, mas quando percebeu meu estado de espírito fechou a cara e sua expressão se tornou tristonha.

– Mel, diz pra mim que você não vai deixá-lo... – ela começou a dizer, mas eu interrompi.

– É necessário – disse.

– Mas por quê? Meu Deus, agora que você sabe a verdade, é uma questão de tempo pra você ir lembrando aos poucos o resto. Você o ama Mel, e ele também te ama. Porque você vai fazer isso? Diga-me o porquê, pois eu sinceramente não consigo enxergar. Só ser for porque ele é um vampiro... – ela disse.

– Não me importo com o que ele é, e sim com quem ele é. Mas não é por isso. Desculpe, mas não posso lhe dar os detalhes, Katherine. – ela me olhou incrédula. Eu nunca a chamava pelo verdadeiro nome dela, só quando o assunto era sério.

– Aconteceu alguma coisa, Isabella? – perguntou seriamente.

Agora era a minha vez de ficar surpresa.

Desde quando ela soube o meu verdadeiro nome, ela nunca me chamou por ele, alias, só uma vez, que foi quando eu contei a ela sobre o que eu realmente sentia por Edward e ela me revelou que já sabia minha verdadeira identidade, embora eu já soubesse disso. Ela havia me chamado de Bella... Mas Isabella, era tão... Formal.

– Não, nada aconteceu. Só estou fazendo o que é melhor para mim, para ele e para todos os envolvidos – respondi secamente, tentando ser o mais fria possível.

Não podia deixar escapar nenhum tipo de emoção que me denunciasse.

– O que aconteceu com você? Porque essa frieza, essa obscuridade no seu olhar? – indagou.

– Não sei do que você esta falando.

– Não conheço esse olhar frio e vazio que estou vendo. Você não é assim.

– Kate, eu tenho que ir – disse passando por ela na porta de indo em direção as escadas.

Ela me seguiu.

– Sabe que vai fazer a pior besteira da sua vida, não é? – ela disse, enquanto eu descia as escadas.

Parei no pé da escada e olhei para ela que parou na metade da escadaria.

– A pior besteira que eu poderia ter feito, eu já fiz. Arrependo-me amargamente de ter pulado daquela droga de penhasco. Não posso mudar meu passado, mas posso mudar meu futuro, e para isso tenho que começar a mudar as coisas no presente. E é o que eu irei fazer.

– Sabe que Edward não irá aceitar isso sabendo que você o ama, não sabe?

– Eu nunca disse a ele que o amava. A Bella o ama, mas a Isabel é uma estranha para ele.

– Você não vai fazer o que eu estou pensando...

– Sim eu vou, pelo bem de todos. A Bella morrerá hoje de uma vez por todas. Eu tenho que ter a chance de reconstruir de verdade a minha vida, de tentar ser feliz, mas como Bella meu passado sempre irá me rondar.

– Bella, não...

– Isabel - corrigi. - Vocês me ajudaram a criar uma mascara durante esses dois anos, mas eu nunca consegui ser daquela maneira, até agora. Nessa mascara eu seria uma garota forte, fria e determinada.

– Mas você não é assim. Você é boa, pura, doce, ingênua e frágil – retrucou.

– Não serei mais. Não a partir de hoje. Vocês me ensinaram muita coisa e está na hora de colocar tudo isso em prática – disse pegando a chave do carro em cima da mesinha atrás do sofá e saindo porta a fora em direção a garagem.

Durante toda a minha vida eu fui doce, boa e pura, e isso só me trouxe dor, tristeza e sofrimento.

Estava na hora de mudar, mas isso não significava que eu iria envolver Edward no processo.

Por isso ele tinha que ser eliminado da minha vida, esse era um dos vários motivos que me levaram a toma a decisão de deixá-lo.

Eu iria sofrer uma última vez, para me fortalecer.

A partir de agora tudo seria diferente.

Muito diferente.

(PONTO DE VISTA – Edward)

Na hora em que eu ia pegar a chave de meu Audi sedã em cima do mesinha de vidro no centro da sala, Alice apareceu na porta da cozinha e seus olhos ficaram inexpressivos.

O que ela viu foi muito rápido e eu não consegui entender a visão.

– O que foi? – perguntei colocando a chave no bolso da calça.

– Algo está para mudar. Uma mudança brusca que ira mudar o destino de todos, mas principalmente o seu e o de Bella – ela disse com uma expressão confusa.

– O que você viu, Alice? Foi muito rápido, eu não consegui entender...

– Você... Ela... Eu... Jasper... Emmett... Rosalie... Tudo vai se cruzar de alguma forma. Mas... Bella e você têm algo a mais... Ela estava com um olhar frio, toda a bondade e pureza dela haviam desaparecido...

– Diz pra mim que... Você não a viu como vampira, não é? – perguntei alarmado.

– Não, ela ainda estava humana, mas estava diferente de alguma forma. Não por fora, não é a aparência... É por dentro.

Não pude deixar de perguntar.

– Acha que tem algo a ver com o que ela quer falar comigo, hoje?

– Talvez. Fiquei meio perturbada com o tom de voz dela ontem, quando ela mandou dar o recado a você, ela parecia tão cautelosa, como se estivesse com medo de algo. Desde ontem que eu venho tentando ver o futuro dela, mas nada de importante me apareceu, até agora.

– O que será que ela quer conversar comigo? Eu esperava que ela me procurasse, mas não agora. Ela me pediu um tempo para pensar sobre nós, mas eu pensei que demoraria um pouco até ela colocar a cabeça no lugar.

– A menos que... – ela começou mais parou no meio da frase.

– A menos que, o que?

– A menos que ela tenha decidido botar um ponto final, o que é um risco que você corre.

– Prefiro não pensar nisso. Prefiro acreditar que nós vamos conseguir passar por cima de tudo isso e reconstruir nossas vidas juntos novamente, mas... – suspirei. – Se ela escolher me deixar irei respeitá-la, por mais que isso me custe. Não posso forçá-la a nada.

– Eu realmente espero que as coisas tenham um final feliz pra vocês dois, mas infelizmente não é isso que a minha intuição diz – ela disse com uma careta.

– E eu realmente espero que sua intuição esteja errada. Mas o fato de eu respeitar caso ela decida me deixar não significa que eu não irei lutar por ela.

– Bom, a esperança é a última que morre, e eu ainda tenho esperança de que vocês consigam achar um equilíbrio no meio dessa confusão toda e fiquem juntos. Mas você está certo, meu irmão – ela atravessou a sala e pôs a mão me meu ombro -, não pode desistir sem lutar. Agora é melhor você ir. Bella já deve estar a caminho do Hyde Park.

– Já estou indo para lá – disse a ela e em seguida sai de casa rumo ao encontro de Bella.

Hyde Park era considerado um dos parques reais da cidade, e ficava no centro de Londres.

Ele é famoso pela sua esquina do orador e por que junto com os jardins Kensington, que ficam adjacentes, forma uma das maiores áreas verdes da cidade, com 2,5 km² de área. Ele é atravessado pelo lago Sinuoso (Serpentine).

Era um lugar cheio de cultura e ninguém podia contestar que era lindo, principalmente porque estávamos no Outono.

As folhas amareladas das árvores tinham certo charme e tinha de admitir que a Europa era um belíssimo lugar como um todo.

Mas ainda assim preferia Forks, mas acho que isso não se devia ao lugar e sim ao que me lembrava... O inicio de meu romance com Bella, pensei enquanto andava pelo parque.

Okay, Bella havia marcado o nosso encontro aqui, mas em que lugar exatamente ela queria que eu a encontrasse?

Se ao menos eu tivesse o numero do celular dela...

Mas não precisei esperar muito por ela, porque quando olhei mais adiante, eu a vi observando a cascata de uma fonte, com uma expressão estranha.

Ela não sentiu quando eu me aproximei dela, mas enquanto eu ia em direção a ela, algo me dizia que tudo havia mudado.

E eu estava certo.

– Bella – chamei e então ela se virou, mas quando olhei em seus olhos, vi uma coisa nunca a vira em seus olhos antes, pelo menos não tão forte e tão lasciva como agora.

Eu já havia visto aquilo nos olhos dela no dia seguinte ao do baile da faculdade, quando ela disse que o que havia acontecido entre nós havia sido um grande erro, mas agora era diferente, era mais intenso e parecia que aquilo a dominava por completo. Não era só o olhar, ela era como um todo.

Como uma boneca de gelo. E eu só conseguia enxergar uma coisa.

Frieza. Uma frieza obscura que chegava a me dar uma sensação de vazio horrível.

Era apenas isso. Vazio. Nada mais.

O que havia acontecido com a minha Bella? O que havia acontecido com o meu Anjo?

(PONTO DE VISTA – Bella)

Estacionei o carro do outro lado da rua de frente para a entrada principal do Hyde Park.

Depois de checar que todas as portas estavam fechadas e que o alarme estava ativado atravessei a rua e entrei no parque me dando conta de uma coisa: Eu não havia marcado um lugar especifico para me encontrar com Edward.

Ah, maravilha!

Num parque gigante e cheio de árvores e pessoas, como iríamos nos encontrar?

Parei perto de uma fonte para pensar no que eu ia fazer, e olhei para a água corrente.

De certa forma, eu sentia inveja da água.

Eu sei... Eu sei... sei que isso parece louco mas é verdade.

A água por onde passa, sai limpando tudo, não deixa estragos e sempre se renova.

Porque a minha vida não podia ser assim como a água?

Passar por tudo e renovar tudo sem deixar estragos e se renovando a cada dia?

Seria tão bom.

Sem dor. Sem sofrimento. Sem lágrimas. Sem tristeza.

Lágrimas.

Lágrimas nada mais eram do que água salgada que escorria pelos olhos.

Era tão irônico.

Parece que depois das lágrimas sempre vem o alivio.

Será que desta vez, depois de fazer o que tinha de ser feito e deixar as lágrimas me dominarem uma última vez, seria assim também?

– Bella.

Quando me virei lá estava ele.

Edward.

– Oi, Edward – sussurrei - Você veio.

– Claro que eu vim. Você disse que precisava falar comigo... – ele deu um sorriso de lado.

– É, nós... nós... Precisamos conversar – disse meio enrolada, tomando fôlego para acabar logo com tudo.

– Claro, mas você está bem? Parece, não sei explicar... parece estranha, diferente – notou.

Então ele havia notado que eu tinha mudado.

Isso era um bom começo, talvez agora fosse mais fácil fazer com que ele acreditasse quando eu pronunciasse as palavras que iriam mudar tudo.

– Sim, esta tudo bem. Só estou um pouco pensativa e cansada – admiti.

Cansada. Cansada eu estava de sofrer.

Pensativa. Estava pensando no que seria a minha vida dali em diante sem ele.

Para o cansaço por tanto sofrer e o que seria a minha vida sem ele, eu havia encontrado a solução. Sem dor, sem amor, sem nada, apenas... Frieza. O vazio interminável.

E a minha definição de frieza é a capacidade de tomar decisões usando o cérebro, sem se deixar levar pelas tolices do coração.

E foi exatamente essa uma das razões que me levaram a fazer o que eu ia fazer comigo mesma, me transformar em uma mulher forte e determinada, depois de passar a noite inteira chorando.

E agora seria a última vez.

– E então... O aconteceu alguma coisa? Não esperava ver você de novo tão... Depressa. – questionou.

– Pois é. Sou rápida nas minhas decisões. A vida é curta demais pra ficar perdendo tempo – disse a ele jogando uma indireta para entrar no assunto.

– Então você já... já tomou sua decisão, sobre nós? – perguntou com um olhar sério.

Fechei meus olhos e respirei.

Havia chegado a hora, e era por ele e pelo amor que eu sentia por ele que eu estava fazendo aquilo, lembrei a mim mesma.

Por Edward.

– Sim – respondi simplesmente e me sentei num dos bancos que estavam de frente pra fonte.

Minhas pernas haviam ficado bambas de tanto nervosismo.

Edward se sentou ao meu lado, mas pela expressão dele, eu já sabia que ele havia sentido que o que eu tinha pra dizer para ele não era bom.

– E qual... qual... foi sua escolha... O que você decidiu? – perguntou olhando para mim, mas eu ainda não conseguia olhar para ele e enfrentar seu olhar.

Força Bella. É por ele que você está fazendo isso, é por amor a ele, entoei a mim mesma mentalmente.

Abri meus olhos e olhei para ele.

– Eu mais uma vez pensei em tudo. Em mim, em você, no nosso passado - agora que eu sei um pouco mais sobre ele -, na nossa história, e em principalmente no que era certo e errado para mim e para você. E eu cheguei à conclusão de que... – parei para tomar fôlego, forçando as palavras que ardiam em minha garganta serem pronunciadas.

– Chegou à conclusão de que...? – ele incentivou.

– Não da mais. Minha decisão não mudou, eu não sou mais a Bella, Edward. Minha vida mudou, eu mudei. O tempo passou e tudo mudou.

– Quando você diz tudo mudou, ao que você se refere? – perguntou.

– Ao que eu sentia por você, não vou mentir. Eu ainda me sinto ligada de certa forma a você, o que nós vivemos nos passado deixou marcas profundas em mim, mas o que eu sinto por você não é o suficiente para que nós tentemos ter um relacionamento, principalmente no meio dessa confusão toda em que está a minha vida.

– Você se apaixonou por outra pessoa, é isso? – quis saber.

Não meu amor. Meu coração é seu, somente seu e sempre será por toda a eternidade.

– Não. Não me apaixonei por ninguém – de repente me lembrei do que ele viu ontem quando Ian me deixou em casa.

Será que era por isso que ele estava fazendo aquela pergunta?

– Se você não se apaixonou por ninguém e está sozinha, porque eu sei que você não está com ninguém, o que te impede de tentar construir uma vida ao meu lado, Bella? – ele fez justamente a pergunta que eu não gostaria de responder.

– Nada me impede, e se você está pensando no que viu ontem quando o meu amigo me deixou em casa, fique você sabendo que nada aconteceu. Ele é apenas um amigo – informei.

– Nada te impede – repetiu. – Então, me de um por quê? Me de um motivo pra desistir de você – ele sussurrou olhando profundamente em meus olhos.

Seus olhos dourados pareciam estar acalentando cada célula do meu ser.

Mas eu não podia ceder. Não desta vez.

– Por que a Bella morreu. E você está enfeitiçado pela lembrança dela que vive em mim – disse á ele, me levantando do banco.

Ele fez o mesmo e ficou de frente pra mim, o espaço era de menos de 50 metros entre nós dois.

– Se ela morreu, porque os meus olhos foram à única lembrança que restou do seu passado? Porque eu fui a primeira pessoa de quem você lembrou? – ele quis saber se aproximando cada vez mais de mim.

Porque eu não lembrava quem você era, mas isso não significa que eu tenha deixado de te amar. Eu ainda te amo.

Agradeci aos céus naquele momento por ele não poder ler minha mente.

– Como eu disse, o que nós vivemos deixou marcas profundas em mim, e acredito que com o tempo irão se apagar cada vez mais. Mas não sei o porquê você foi o sortudo escolhido para ser lembrado por meu subconsciente, não posso te responder.

– Mas eu posso te responder. Porque você não me esqueceu, porque você não se lembrava do seu passado, mas ainda assim me amava, assim como eu te amava e ainda te amo – disse levantando meu queixo, de modo que ele pudesse olhar profundamente nos meus olhos.

Fechei meus olhos.

– Edward, não...

– Abra os olhos, Anjo – pediu, com aquela voz irresistivelmente aveludada e sedutora.

Abri meus olhos.

– Não complique mais as coisas – pedi.

– Não é minha intenção... – sussurrou e em seguida ele pegou meu rosto entre as mãos e me beijou.

Todas as minhas defesas se quebraram naquele momento.

Eu não conseguia me lembrar de mais nada.

Só conseguia me lembrar de que eu o amava, e por um momento senti como se houvesse apenas nós dois no mundo.

Suas mãos apertando meu corpo contra o seu, o sabor de seus lábios nos meus, de seus beijos e o calor de seu amor me levavam a uma realidade desconhecida, onde só existíamos nós dois, e todas as barreiras, obstáculos e dificuldades, não existiam.

Só existíamos nós dois e a nossa eterna paixão.

Ele pressionou seus lábios mais uma vez nos meus e olhou para mim.

– Olhe nos meus olhos e diga que não me ama.

– Edward, por favor...

– Diga que não me ama, e então eu a deixarei para sempre. Sigo minha vida em diante como se nada tivesse existido e não interfiro em mais nada na sua, mas para isso eu preciso saber que você não me ama mais. Você nunca disse que me amava, mas também nunca disse com todas as letras que não me amava... Por isso eu preciso saber... Diga que não me ama – ele disse.

Dei dois passos para trás e desviei o olhar.

Como eu poderia dizer que não o amava quando isso era o pior tipo de blasfêmia que poderia existir?

Olhei para ele.

– Edward – respirei fundo. – Isso... Nós dois... Acaba aqui e agora. Você tem de me esquecer e seguir a diante, você tem que viver a sua vida sem mim, alias é algo que você deveria ter feito desde o momento em que pensou que eu havia morrido. Tem que seguir a diante – disse.

– Não fuja do assunto, Bella – murmurou.

– Isabel, Edward, Isabel. Chega de me chamar de Bella, Isabella ou algo assim. A Bella morreu Edward. Ela está morta. Essa aqui – apontei para mim mesma - a Isabel é que eu sou agora – disse o mais friamente que consegui.

– Não. Essa é uma máscara que você criou. Mas nós dois sabemos que essa não é você – retrucou.

– Acho bom você ir se acostumando então. Porque eu não pretendo continuar agindo como a Bella só porque você está aqui. Dois anos se passaram a até você chegar e nós nos reencontrarmos, eu já tinha uma nova vida, uma nova vida muito feliz.

– E agora que eu estou aqui você está me dizendo que não é mais feliz, é isso mesmo que eu entendi? – perguntou, completamente alterado e nervoso.

– Sim, é exatamente isso que eu estou dizendo. Talvez fosse melhor eu nunca ter recuperado a memória e nunca saber a verdade sobre o meu passado, mas enfim, eu não posso mudar o que já aconteceu e não adianta chorar o leite derramado. A única coisa que eu posso fazer é começar a mudar o meu presente para alterar o meu futuro.

– E para isso você quer botar um ponto final definitivo em nós?

– Sim, eu quero e eu vou fazer isso.

Ele riu sem humor nenhum.

– Porque será que eu não consegui acreditar em nenhuma palavra que você disse até agora? Porque será que eu acho que você está mentindo?

– Porque você está se negando a ouvir a verdade. – disse á ele.

– Eu é que estou me negando a ouvir a verdade, ou você que está se negando a dizer a verdade?

– Não tente me confundir. – pedi. - Aceite os fatos Edward, pois tudo acabou.

– Não, é só o começo - ele me puxou bruscamente pela cintura e me beijou novamente me deixando sem fôlego.

E mais uma vez todas as minhas defesas se quebraram no momento em que nossos lábios se tocaram.

Por um momento eu me esqueci do que eu tinha de fazer, e correspondi o mais apaixonadamente que eu podia, mas quando eu consegui recuperar o fio da meada, eu fiz o possível para me afastar dele.

Eu sabia que ele era mil vezes mais forte do que eu, e vendo que eu tentava me afastar dele, ele me soltou, mas não por inteiro.

Seus braços permaneceram em volta da minha cintura, me mantendo junto a ele.

Mal percebi que uma lágrima escorria por meus olhos. Talvez a tristeza que até agora eu vinha contendo em meu coração, tenha vindo à tona naquele momento.

Edward levantou uma das mãos e acariciou meu rosto, tirando a lágrimas que escorria por minha face.

Fechei os olhos.

– Porque você só parece viva, quando eu a toco? Porque está tentando erguer ainda mais barreiras entre nós? Já não temos obstáculos o suficiente para vencer? – sussurrou com aquela irresistível voz aveludada.

Todos os meus argumentos, todas as minhas forças para tentar ser fria com ele desapareceram.

– Me ouça, dessa vez. Só dessa vez... – apelei com a voz rouca. - Você precisa ficar longe de mim, temos que manter distância um do outro. É por mim e por você que eu estou pedindo isso, mais por você do que por mim – disse tentando outro método para que talvez ele me ouvisse.

– Por quê? O que está acontecendo, o que houve? – sua voz era cheia de preocupação e agonia.

Eu não podia dizer pra ele.

Se Irina tinha aliados nisso, apesar de Edward ser imortal e possuir poderes sobrenaturais, ela a Tanya podiam fazer mal a ele.

Não podia deixar que isso acontecesse.

– Não me peça para dar explicações, eu não posso te dizer. Mas você precisa acreditar em mim, e me ouvir. Tem que manter a distância de mim – disse ainda de olhos fechados.

– Eu não vou desistir de você. Não sem um motivo. E o único motivo que me faria desistir de você é saber que não me ama mais – sussurrou sedutoramente.

Abri meus olhos.

– Se eu disser você me promete que vai me deixar e seguir a diante? – questionei.

– Só se você estiver dizendo a verdade, sim. – respondeu. - Então terá de dizer olhando nos meus olhos.

Olhei no fundo dos olhos dele e...

– Edward... Eu não... eu não... – não consegui pronunciar as palavras.

Afastei-me dele com raiva de mim mesma por ser tão fraca.

Nem mesmo quando era ele que estava em jogo em conseguia ser forte para fazer o que tinha de ser feito.

– Bella, espera... – ele segurou meu braço, eu tentei me soltar, mas ele era mais forte.

Olhei para ele usando aquela raiva que havia dentro de mim, e eu fiz o que eu achava que tinha de ser feito.

– Isabel, Edward... Isabel... Aprenda a me chamar de Isabel, porque esse é o meu nome agora, entendeu? A Bella está morta, ouviu bem ou terei de desenhar? Esqueça a Bella e esqueça a mim também. Nada será como antes. Acabou. És finito nuestro romance – praticamente gritei as palavras para ele.

Uma expressão perplexa atravessou o seu rosto e ele soltou o meu braço.

Pela primeira vez, parecia que ele havia acredito em minhas palavras.

– Então... acabou. Nossa história acaba aqui – murmurou.

– Sim, acabou. Para sempre – concordei.

Olhei para ele uma última vez e então dei as costas e sai dali, andando o mais rápido possível.

Eu não corria, mas também não andava no ritmo normal.

Quando cheguei ao carro, me tranquei lá dentro e encostei a cabeça no volante deixando as lágrimas que tanto eu havia sufocado me cegarem.

Havia acabado. Meu romance com Edward havia acabado.

Eu havia jogado nosso amor ao vento. Eu havia atirado fogo no meu coração e em minha eterna paixão.

Alguns descrevem o amor como flores. Eu descrevo amor como sangue.

Para mim, amor se escreve com sangue.

E desse sangue derramado eu iria me reerguer e renascer.

Levantei a cabeça e encostei-me no banco do carro, passando a mão por meu rosto limpando as lágrimas.

Irina e Tanya haviam acabado com toda a bondade e ingenuidade que havia dentro de mim. Haviam me feito sofrer como ninguém.

Eu só havia cedido às ameaças delas porque era a vida de Edward que estava em jogo, e eu o amava demais para deixá-lo correr riscos por minhas causa.

Mas de agora em diante, eu não seria mais aquela garotinha doce e inocente.

Eu iria sufocar meu amor por Edward e trancá-lo a sete chaves em meu coração.

Eu ainda era humana, mas isso não significava que eu iria deixar as pessoas – vampiros ou não – pisarem sobre mim e me fazerem sofrer novamente.

Durante toda a minha vida, tanto como Bella e Isabel, eu fui fraca.

Lágrimas eu derramei. Por muita tristeza e sofrimento eu passei.

Nunca mais eu iria sofrer.

Isso era uma promessa que eu fazia a mim mesma.

Nunca mais ninguém iria me fazer derramar lágrimas. Nunca mais ninguém iria me fazer de idiota. Nunca mais eu iria sofrer.

E se para deixar de ser idiota e sofrer eu teria de mudar bruscamente, eu estava pronta para isso.

Chega de Bella Swan. Chega de Isabel Denali.

Agora eu seria Isabel Baudelaire, somente.

A mulher forte que passa por cima de tudo, que pensa em si mesma e não se importa com os outros. Aquela que nada sente. Aquela que com nada se importa e que se transformara numa perfeita boneca de gelo.

Sem dor. Sem tristeza. Sem alegria. Sem amor. Sem nada.

Apenas o frio. Apenas o gelo. Apenas o vazio.

Sempre.


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Notas finais do capítulo

Sei que vocês devem estar com raiva de mim e da Bella com razão. E sei também que vocês vão ficar com mais raiva de mim e da Bella nos próximos capítulos :p
Bem, alguém aqui assisti o seriado The Vampire Diaries?
Pra quem conhece, deve também conhecer a diva bitch Katherina Petrova/Katherine Pierce. Ela é vadia, maldosa, dissimulada, fria, arrogante, egoísta, sedutora e algumas coisinhas mais que é melhor eu nem citar rs
Agora, imaginem a Bella sendo tudo isso e mais um pouco... Okay, chega de falar.
Esqueçam tudo o que vocês conhecem da Bella da saga Crepúsculo e da fic, pois no próximo capítulo de EP ela irá renascer :)
#BellaBad
Deixem nos comentários a opinião de vocês e nos vemos no próximo capítulo de Eterna Paixão u.u
Beijos, Lindas ♥