Eterna Paixão escrita por Luna Brandon


Capítulo 15
Capítulo 15 :: Raiva.


Notas iniciais do capítulo

Mil desculpas pelos meses que fiquei sem postar a fanfic para vocês =(

Sério, podem me matar se quiserem, eu mereço... Sei que mereço!

Estava muito ocupada, e estava literalmente sem tempo algum pra escrever, postar ou ler!

Mas agora estou de volta e se possível, começarei a postar pelo menos umas duas ou três vezes por semana, de acordo com os comentários e com minha vida atarefada... É claro, se vocês não tiverem me abandonado ainda, ajudará!

Sem mais delongas...Eterna Paixão está de volta!



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(PONTO DE VISTA – BELLA)

Era como se o tempo tivesse congelado diante de meus olhos.

Todos olhavam para mim esperando uma reação, em especial Edward que estava mais próximo de mim do que o habitual, considerando todas as pessoas á nossa volta.

Mal conseguia raciocinar.

Vampiros.

Essa simples – até 5 segundos atrás –, e insignificante palavra fez com que eu entrasse em estado de choque.

– Bella, respire ou você irá desmaiar – alertou-me Alice.

Até de respirar eu havia esquecido.

Então eu soltei o ar de meus pulmões.

Era ridículo aquilo que eles me diziam!

Vampiros não existiam, eram mitos criados pelas pessoas desde sabe-se lá quando.

Bem, era isso que uma parte de minha consciência dizia... Enquanto a outra... Ai já era outra questão.

A voz de Edward foi muito sincera e categórica.

Por fim então eu consegui botar para fora o que estava pensando.

– Vampiros não existem... São mitos... – disse aos sussurros.

– Você não vive no mundo em que pensa que vive Isabel... Há alguns anos atrás você descobriu toda a verdade sobre Edward e a família dele, mas como você perdeu a memória não se lembra de nada disso... Decidimos contar isso para você á algum tempo... Mas com a chegada de nossos primos aqui, adiamos até tentarmos encontrar o momento certo pra fazer isso – explicou Kate.

– Momento certo? E existe um momento certo para se fazer isso? Meu Deus! Vocês estão querendo tirar uma com a minha cara né? – perguntei perplexa.

– Não é nada disso... – começou dizer Carmem, mas eu a interrompi com raiva.

– Não é nada disso... – repeti dando um sorriso sarcástico de raiva - Vou pensar nisso... Mas, parem e pensem por um minuto! Se vocês são mesmo vampiros, como conseguem ficar perto de das pessoas... de sangue por tanto tempo? Vocês realmente piraram!

– Aprendemos a controlar nossa sede por sangue humano, nós nos consideramos vegetarianos... Só caçamos animais – disse Carlisle.

Era loucura demais.

Aquilo não poderia ser verdade.

– Isso não pode ser verdade... – disse á eles começando a ficar apavorada e com medo.

Façamos a contagem.

Suponhamos que eu seja a única humana naquela sala.

Eu estava no meio de 12 vampiros... E o pior de tudo.

Eu estava apaixonada por um vampiro, eu estava apaixonada por Edward!

Parecia que eu estava presa num daqueles filmes de terror mal feito.

– Não posso, não consigo e nem quero acreditar nisso... É surreal demais. – respirei fundo - Se vocês são mesmos vampiros, então terão de provar pra mim – desafiei.

– Emmett – disse Eleazar.

– Com prazer – respondeu.

Emmett estava á uns 250 metros de distância de mim e depois em um milésimo de segundo, ele estava na minha frente com um sorriso assustador, todos os dentes a mostra.

A velocidade de sua breve disparada para á minha frente jogou todo o meu cabelo para trás e a maneira como ele se moveu... Foi mas rápido de que um raio.

Então o pânico me tomou.

Eu estava horrorizada.

Era verdade.

Tudo que eles estavam me dizendo era verdade.

Involuntariamente comecei a dar passos para trás, acho que uma parte de meu subconsciente me guiava a fazer isso.

– Bella, calma, ninguém vai lhe fazer mal – disse Kate olhando para mim, seus olhos eram cautelosos, enquanto isso eu ainda continuava a andar para trás, só parei quando bati as costas em uma parede.

Estava segurando ás lagrimas de pavor em meus olhos, mas uma escapou.

– É verdade – sussurrei tentando manter o máximo de distância deles.

Edward tentou se aproximar de mim, mas eu levantei a mão num gesto para ele manter a distância.

Pelo menos dessa vez ele aceitou a minha decisão, seja pelas circunstâncias da situação, ou o que ele viu em meus olhos.

– Lembra-se do que eu disse agora á pouco antes de entrarmos aqui? Não precisa ter medo, eu jamais deixaria alguém te machucar – Edward disse á mim.

– Não estou com medo... É só... – não consegui terminar.

Não conseguia nem sequer descrever o que estava sentindo.

Olhei para Kate.

– Por que decidiram dizer isso á mim agora? Depois de quase três anos que estou com vocês... – perguntei.

– Por que você pode estar em perigo, mesmo que você não saiba... Existem certas... Pessoas, que anseiam por sua morte, e achamos que você tinha o direito de saber disso – ela me respondeu.

– Quem quer me matar? – perguntei e automaticamente meus pensamentos foram parar em Tanya.

Ontem, quando cheguei com o dossiê... Meu Deus!

Eu estava em mais perigo do que imaginava.

Havia me esquecido do quanto você é frágil, ela havia me dito.

Tão frágil quanto você Tanya, eu havia respondido.

Seria ela capaz de ansiar por minha morte?

– Isso não vem ao caso agora... Independente de quem ameace você, sempre a protegeremos – disse Alice para mim.

– Não foi só por que alguém quer me matar que vocês resolveram me contar isso agora, não é mesmo? – disse dando um tiro no escuro.

– Na verdade não, havia outro motivo, mas com a chegada de nossos primos, e com tudo que vem acontecendo, resolvemos mudar de idéia – respondeu Eleazar.

– Que outro motivo? Já que é pra revelar segredos, porfavor sejam sinceros comigo e digam a verdade – pedi.

– Nós pretendíamos transformá-la em uma vampira também – disse Irina que até então estava quieta em seu canto – como de costume – somente observando.

– Okay, vocês pretendiam me transformar em uma vampira? Sem ao menos perguntar se era isso que eu queria...? É isso mesmo que entendi? – questionei incrédula.

– Claro que não, era óbvio que nós iríamos perguntar á você Mel, assim como fizemos quando você se tornou parte de nossa família... Lembra? Não sabíamos nada sobre você, ninguém sabia, poderíamos muito bem ter feito com você o que bem entendemos... Mas nós tivemos consciência e perguntamos primeiro a você – respondeu-me Carmem.

De repente a atmosfera da sala se tornou ainda mais tensa.

– Irina... não posso acreditar... no que fez – disse Edward com uma raiva incontestável, seus olhos dourados brilhavam, mas era diferente.

Era de raiva e ódio.

– Estamos quites agora, Edward – disse ela com um sorriso, que de longe dava para ver que era falso.

– Você sabia o tempo todo quem ela era, sabia que ela era a Bella... Foi você quem a tirou da água quando estava se afogando e a deixou na praia até Tanya e Kate a encontrarem, e ficou quieta durante todos esses anos? – grunhiu.

– Como é? – perguntei antagônica.

– Sim, eu sabia quem ela era, sempre soube que ela era a Bella... Mas sabe como é... Tudo é uma questão de vingança! – respondeu Irina com um tom de superioridade e arrogância na voz.

– Vingança? Tem noção de quantas vidas você desgraçou? A minha, a dela, a da família humana dela... – Edward dizia, ou melhor, gritava com tamanha fúria, de dar medo.

– Será que dá pra alguém me explicar o que está acontecendo? – perguntei, mas minha voz era só um sussurro em comparação a de Edward.

– Ela sabia Bella, ela sabia o tempo todo quem você era desde quando colocou os olhos a primeira vez em você, e nunca disse nada á ninguém... mesmo sabendo sua verdadeira identidade, mesmo sabendo o que você representava na minha vida – Edward me respondeu, olhando rapidamente para mim.

Irina não havia dito uma sequer palavra a respeito de tudo aquilo, até Edward começar com as acusações.

Como ele sabia tanto?

– Edward, como você sabe disso? – questionei abalada pelo que ele havia acabado de dizer e por tudo que eu ouvira Irina dizer também.

– Eu ouvi os pensamentos dela... Vi o que ela estava pensando quando Carmem disse que ninguém sabia nada sobre você... – respondeu-me.

– Peraí... Você... você... você lê mentes? – perguntei perplexa.

Quando eu acho que as coisas não podem piorar... elas descem a ladeira!

– Sim, eu posso ler a mente de qualquer pessoa, exceto a sua... Nunca soube o porquê exatamente – ele me disse.

Desviei os olhos de Edward por um momento e olhei para Irina, assim como todos olhavam de boca aberta.

Uns com raiva, outros horrorizados.

Eu não á via de nenhuma dessas duas maneiras e sim com espanto.

Eu já sabia que ela não gostava de mim, embora eu não soubesse o por que... Mas daí a fazer isso!

– É verdade tudo isso? Você sabia quem eu era e nunca disse nada á ninguém? – perguntei a ela.

– Sim – ela me respondeu secamente, como se fosse à coisa mais natural.

– Por que me odeia tanto a ponto de fazer isso? O que eu fiz pra você não gostar de mim? Porque nunca disse nada a ninguém? – perguntei andando lentamente em sua direção, parei á alguns metros.

Ela estava parada no meio da sala.

No momento ela era o centro das atenções.

– Não odeio você, embora eu tenha motivos para isso... Eu tenho raiva de você, é diferente – ela disse.

– Por que? O que eu fiz pra você? Eu preciso saber...

– O meu problema com você é exclusivamente único... Por sua culpa, o meu namorado foi morto... Laurent queria viver em paz, comigo... Ele queria viver de maneira mais discreta como nós vivemos... Mas então um belo dia ele se deparou com você, um bando de retardados acharam que ele queria matar você e o mataram sem dar a ele a chance de nem ao menos se explicar...

– Sinto muito por seu namorado – disse á ela.

– Não sinta, não quero nada que venha de você! – disse.

– Irina, como pode ser tão cruel, minha irmã? – perguntou Kate com um olhar triste.

– Foi à forma perfeita para dar o troco. Fui eu que a tirei do mar. Eu a estava observando á alguns dias em Forks á mando de Victoria, foi antes do dia em que ela pulou do penhasco, assim como eu, Victoria queria vingança pela morte de James. Ela levava uma vida tão tranqüila, enquanto eu sofria pela morte de meu amor. Naquela tarde eu a segui até La Push e quebrei o tratado de vocês ao entrar lá, por sorte ninguém me viu; Foi ai que eu a vi cair no mar. Ela se afogou, a correnteza estava muito forte para uma simples humana, mas eu a tirei antes que ela pudesse morrer. Victoria estava por perto, eu sabia por que de longe observei vários lobos gingantes tentarem caçá-la. Levei a Bella o mais longe possível do rastro de Victoria, de modo que ninguém de La Push me encontrasse ou encontrasse á ela. Bem, eu estava na praia e de início, pensei em eu mesma dar a imortalidade á ela, afinal, nada melhor do que a eternidade para sofrer, assim como eu sofri... No entanto, eu não contava que Tanya e Kate estivessem me procurando, senti elas se aproximarem e a larguei lá, mas não contava que minhas irmãs fossem encontrá-la e tentar salvá-la e ainda por cima deixá-la humana!

– Victoria? Você estava em Forks á mando de Victoria? – Edward questionou transtornado de nervoso e com uma raiva incontrolável.

– Sim. Nós duas nos juntamos, tínhamos interesses em comum, todos ligados á ela e de certa forma a você. Você matou James, e segundo as informações que tive de sua família após você deixá-la e eles irem passar uma temporada conosco, era completamente contra ela se tornar uma imortal, transformá-la em uma vampira seria perfeito para eu me vingar da causa da morte de Laurent e Victoria de você, por ter matado James, apesar de ela querer ver Bella morta literalmente – ela disse.

– Eu só matei James, por que ele era um monstro cruel e sanguinário que queria tirar a vida de Bella – Edward respondeu.

– Bem, isso é um assunto entre você e Victoria. O meu problema é com ela – disse Irina olhando para mim.

– Se o seu problema era comigo Irina, tinha de resolvê-lo comigo, mas não envolver outras pessoas nessa história... Não posso trazer Laurent de volta para você. Nem sei o porquê ele tentou me matar, mas não importa. Você envolveu muitas pessoas inocentes nessa história!

– Provavelmente Laurent era outro espião de Victoria. E eu pensando que ela estava na América do sul, no Texas ou em algum lugar parecido naquela época, quando na verdade ela estava em Forks – disse Edward pasmo.

– Sempre esteve Edward. Eu não disse para você que ela andou aparecendo nos arredores enquanto estávamos lá? Quase conseguimos pegá-la... Ela parece ter faro para a fuga! – disse Alice completamente perturbada.

– Irina, só me responda uma coisa. Victoria sabe que Bella está viva? Você contou á ela que Bella estava com você... Manteve contato durante todo esse tempo? – perguntou Edward.

– Não, a última vez que falei com Victoria, Bella ainda não havia pulado do penhasco. Eu já sabia que ela estava nos arredores de Forks, mas á essa altura ela já deve saber que pra todos os efeitos ela morreu, e provavelmente novo alvo dela é você Edward, por isso ela não sumiu de lá ainda – disse Irina olhando para mim e Edward.

– A propósito quem é essa Victoria?

– Eu te contarei toda a história depois, Bella – prometeu-me Edward.

– Bom, agora já sabem de tudo – disse Irina satisfeita.

– Bom... Você chama isso de bom, sua cretina? – disse Carmem rispidamente, levantando do sofá.

Nunca havia á visto falar daquela maneira.

Ela sempre foi tão doce.

– Cretina! – zombou Irina.

– Nós amávamos você Irina. Confiávamos em você! Meu Deus, você nos ajudou a pesquisar sobre pessoas desaparecidas pra ver se descobríamos algo sobre ela, procurar vestígios sobre o passado dela e... No entanto, você sempre soube a verdade! Edward, que faz parte de nossa família, sofreu como um condenado pensando que ela havia morrido durante os últimos dois anos... Ela também sofreu por não saber nem mesmo o seu próprio nome, ter perdido uma vida inteira, um passado inteiro, e eu fico imaginando o quanto a família dela não deve ter sofrido com a perda dela! Tanta dor, tanto sofrimento que você poderia ter evitado se tivesse dito a verdade... Porque não fez isso? Juro que não consigo entender. Por que não disse a verdade? - questionou Carmem, sua voz subiu algumas oitavas.

– Já disse. Tudo é uma questão de puramente vingança. Não conseguiria viver em paz se não vingasse meu Laurent, agora consegui! – disse Irina triunfante, com um sorrisinho supérfluo.

– Ela não tinha culpa, se Laurent estava lá era a mando de Victoria... O problema de Victoria é comigo, eu é quem matei James... Você não tinha o direito de condenar Bella por algo que eu cometi – disse Edward.

– Victoria achava justo matar a sua Bella, uma vez que você matou o James dela... Olho por olho. Dente por dente... E eu achava justo me vingar da causa da morte de Laurent, é claro, que houve algumas mudanças... Eleazar achou melhor esperar um tempo para ver se ela recuperava a memória, para então transformá-la, e eu não tinha como reverter à situação, mas muito melhor do que isso, ela começou a recuperar a memória e está sofrendo ainda como humana. Vai piorar quando ela for transformada, que eu sei – Irina olhava friamente para mim, mas sustentava um sorriso falso nos lábios.

– Agora está explicado porque você foi a primeira a apoiar a idéia de transformarmos Isabel em imortal – Eleazar disse.

Edward e Kate se colocaram á minha frente, como se vissem perigo nela... Como se precisassem me proteger de Irina.

Será?

– Não irá encostar um dedo sequer nela. Antes terá de passar por cima de mim – disse Edward ameaçadoramente.

Agora ele parecia um vampiro mesmo.

Provavelmente ele deve ter visto algo nos pensamentos dela, que o fez reagir assim.

O sorrisinho falso de Irina se tornou maior, todos os dentes estavam a mostra.

Acho que entendi a ameaça.

– Terá que me matar primeiro, se quiser fazer mal á ela, Irina – disse Kate rispidamente.

– Não vou perder meu tempo, não se preocupem, mas isso não vem ao caso agora. A única coisa que você tem de enfiar na sua cabeça, Edward, é que Laurent não estava lá á mando de Victoria – disse Irina.

– Como pode ter tanta certeza? – perguntou Carlisle.

– A última vez que vi Laurent, ele saiu de casa dizendo que iria caçar no continente. Ele não iria mentir para mim, eu o conhecia – disse Irina.

– Você não conhecia Laurent há tanto tempo como Victoria. Se o conhecia tão bem, você sabia que eles eram amantes antes dela conhecer o James? – disse Edward.

– O que está dizendo Edward? Está mentindo! – gritou Irina, completamente alterada.

– Não, não estou. Eu vi na mente de Laurent, quando Alice e Jasper fugiram com a Bella para o sul, pra tentar proteger ela de James... Ele nos alertou quando informamos que iríamos impedir que ele caçasse a Bella, ele nos disse “Não subestimem James. Ele tem uma mente brilhante e sentidos incomparáveis.”... Mas Laurent só disse isso, pois conhecia o poder de persuasão dele... James conseguiu a Victoria para ele, mas não sabia que ela e Laurent haviam sido amantes... Ela, sabendo como ele era letal, se uniu a ele, ela ansiava por poder e sabia que ao lado de James conseguiria isso, enquanto Laurent, sentindo-se derrotado por ter perdido a amante, decidiu fazer parte do bando do rival, tentando passar a impressão de que era o líder pra qualquer um que os visse, mas ele só estava lá por causa de Victoria, ele queria cercá-la, e fazer com que ela se arrependesse de tê-lo deixado, por tê-lo trocado por James, era como um fantasma que cerca uma vítima... Mas quando Victoria decidiu acompanhar James na caçada contra Bella, Laurent decidiu seguir sua vida á diante sem eles, mas estava bem claro que ele não havia esquecido ela... Foi quando nós falamos de vocês, e curioso ele foi para o Alasca e conheceu você, Irina – Edward explicou.

– Acha mesmo, que irei acreditar nessa história Edward? Laurent me contou, ele disse que havia se unido ao bando de James, para sua própria proteção, pois ele era absolutamente letal. E depois, quando ele os deixou, ele me disse que era porque não acreditava que dessa vez eles fossem se safar da morte, afinal, vocês eram sete, contra apenas dois... Ele nem sequer mencionou a Victoria, só disse que ela era uma grande amiga de anos... Ele nunca se encontrou com Victoria enquanto estava comigo, eu só a conheci quando ela me deu a notícia da morte dele! – disse Irina.

– Uma grande amiga de anos... Quem dera fosse só isso! Irina, você é esperta, pare e pense... Alice estava no Alasca junto com vocês, você havia pedido para ela tentar ver algo sobre o futuro de Laurent, mas ela não conseguiu... Quem foi que deu a você a notícia de que Laurent havia sido morto? Foi a Victoria, e antes disso você nem a conhecia. Se ele não tivesse se encontrado com ela antes de morrer, como ela saberia sobre você e como te achar? Como ela saberia que ele morreu, se ela não estivesse com ele, ou ao menos por perto, quando isso aconteceu? Ela estava perto de Forks, e provavelmente ele foi ao encontro dela... Ou pelo menos, esbarrou com ele e o convenceu á vigiar a Bella para ela, uma vez que ela estava sendo cercada pelos Quileutes por ter matado nas terras deles, e não conseguiria entrar em Forks despercebida – disse Edward.

– O que Edward disse tem sentido, Irina – disse Kate.

– Não, é impossível. Recuso-me a acreditar! – dizia Irina relutante.

– Não Irina, não é impossível. É a verdade – disse Edward.

– Irina, pare e pense. Quando Edward deixou Bella em Forks, algum tempo depois, ele começou a rastrear Victoria... Depois que Edward nos deixou em Vancouver e decidiu ficar sozinho, eu, Carlisle e toda a nossa família, fomos para o Alasca para passar um tempo com você, Tanya e sua família. Você, Laurent, todos sabiam que Edward estava atrás de Victoria e sabia que Bella estava sozinha naquela cidade, era a pessoa perfeita para vigiar Bella e até mesmo fazer algo contra ela á mando dela... Laurent tinha informações que Victoria não tinha – disse Esme.

Então, foi ele quem decidiu me deixar.

Mas por quê?

– Não acredito nisso. Ele queria viver como nós, viver em paz. Comigo. Você está insinuando praticamente que Victoria o seduziu para ele vigiar Bella para ela! – exclamou Irina.

– E se for? É uma possibilidade. Ele saiu dizendo á você que iria caçar no continente e sumiu, alguns dias depois, Victoria lhe informa que ele foi morto pelos Quileutes. Irina, você é mais inteligente do que isso, é só ligar os pontos. Laurent deixou Victoria e James, antes de conhecer você, se ele não tivesse tido contato com ela, como ela saberia que vocês dois estavam juntos? Como ela saberia onde te encontrar? – Edward dizia a ela.

Por fim, parecia que a compreensão finalmente estava aparecendo no rosto de Irina.

A arrogância sendo substituída pela dor em sua face.

– Pare! – Irina gritou – não importa o que você diga.Nada irá mudar.Não irei acreditar nisso.Nunca!

– É uma pena que você prefere deixar se envolver pela mentira, do que acreditar na verdade.

A dor nos olhos e na face de Irina me fez sentir pena dela por um momento.

Sai de trás de Edward e Kate e tentei me aproximar de Irina, mas Edward segurou minha mão, para me parar.

Quando olhei para ele, seus olhos eram cheios de dor e agonia, estava bem claro que ele não queria que eu fizesse aquilo.

– É melhor não... – ele começou a dizer, mas eu o interrompi.

– Ela não vai me machucar, ela teve dois anos para fazer isso. Não vai querer fazer isso agora – sussurrei á ele.

Edward não soltou a minha mão.

– Seja verdade ou não, é tarde demais. O que está feito, está feito! – disse Irina, recuperando a arrogância na voz.

Nesse momento olhei para ela.

– Tem razão. O que está feito, está feito e não há volta. Se sente melhor agora que está vingada? Do que adiantou você fazer tudo isso Irina? Trouxe Laurent de volta para você? Não. Diminuiu a dor da perda dele? Tenho certeza que não. Afinal de contas, que sentido teve essa sua vingança? – questionei, sentindo Edward ainda segurar minha mão, nossos dedos entrelaçados uns nos outros.

Eu estava um passo a frente dele, e podia sentir ele me observando, embora eu não estivesse olhando para ele.

Os olhos de Irina paralisaram em minhas mãos junto com as de Edward.

– Eu causei a Edward a mesma dor que ele causou a Victoria quando ela perdeu James, embora não fosse a minha intenção, não tinha nada contra ele. Mas é ponto positivo para mim com Victoria. E causei a você, a dor da perda de uma vida inteira, a dor de te deixar separada daqueles que você amava e daquele que mais importava. – ela gesticulou para Edward com o queixo - Este foi o sentido da minha vingança! – disse ela triunfante.

Aquilo era demais para mim.

Era mais do que uma pessoa poderia conseguir agüentar em um dia na vida.

Mas eu estava tentando ser forte.

– Dor não se combate com dor e a vingança não levou você a lugar nenhum. Nada mudou – disse á ela.

– Pra mim com certeza nada mudou, mas para você e Edward... Como mudou! Isso é o que faz todo o sentido no final das contas – ela disse.

Aquilo foi à gota d’água.

Edward deu um passo à frente e ficou ao meu lado, ainda segurando a minha mão.

– Eu te colocaria para fora dessa casa agora, Irina... Se não fosse por Esme e Carlisle... e sua família – Edward dizia e olhava com raiva, a voz dele era cortante, afiada como uma navalha – E acho bom você nem sequer pensar em fazer mal a Bella novamente. Se eu souber, que você agiu de má fé com ela pelas minhas costas, te mandarei com uma passagem só de ida para o inferno, sem os dois braços. Eu me fiz claro o suficiente para você?

Ela deu uma risada sarcasticamente e fez que sim com a cabeça.

– Ainda não acabou, Bella – sussurrou Irina para mim.

Era mais do que eu conseguia agüentar.

Senti que meu autocontrole emocional estava indo para o buraco, e também observei a maneira como Tanya olhava para mim e Edward, nossas mãos juntas e entrelaçadas... Não queria nem podia mais ficar ali. Não pretendia arranjar mais uma inimiga, se é que a essa altura do campeonato eu já não havia arranjado.

Mas eu sabia o que tinha de fazer.

– Desculpem, mas eu tenho de sair daqui – disse e em seguida soltei minha mão de Edward e sai porta a fora o mais rápido que pude, deixando as expressões confusas e algumas raivosas para trás.

Estava garoando, mas eu não me importava.

As gotinhas geladas caiam sobre minha face enquanto eu andava na calçada em direção ao centro da cidade - eu acho, não conhecia aquela região -, deixando ás lagrimas que eu tanto tentei reprimir me cegarem.

De repente, tropecei numa pedra na calçada, por sorte havia uma árvore e eu consegui me apoiar.

Droga de sapato de salto.

Saia da calçada e comecei a andar no meio da rua deserta.

Quem sabe eu não tinha a sorte de um carro aparecer do nada e me matar de uma vez, pouparia o esforço de muita gente que tenho certeza que quer me matar.

Foi então que eu o ouvi chamar por mim.

– Bella... Bella espere! – Edward chamou, sua voz aveludada era muita clara e alta.

Eu deveria ter imaginado que ele iria me seguir.

Ele estava atrás de mim, mas eu não me importava, continuava a andar.

– Edward me deixe sozinha... por favor – pedi a meia voz por causa das lágrimas, sem olhar para ele que eu sabia que estava atrás de mim.

Mas de repente ele estava á minha frente e me segurou em seus braços.

– Você não está em condições de ficar sozinha, Bella – ele sussurrou em meu ouvido, me abraçando, enquanto a garoa se transformava em uma chuva forte molhando á nós dois.

Seus olhos dourados ardiam como o sol num dia quente, quando olhei para ele.

– Eu preciso ficar. Eu tenho que ir para o mais longe possível disso tudo, eu tenho de sumir... – ele me interrompeu, tocando meus lábios com a mão.

Eu era fraca demais para resistir a Edward, o amor que eu sentia por ele era muito mais forte do que qualquer raiva ou medo que eu sentisse.

Meus olhos se fecharam, enquanto mais uma lágrima escorria por eles.

– Não. Você não tem de sumir. Nunca. Eu nunca mais te deixarei sozinha – prometeu, passando a mão em meus cílios, secando uma lágrima que estava por escorrer.

Não consegui responder as palavras dele, apenas fitava seus olhos como ele fitava os meus.

Ele foi o primeiro a desviar o olhar.

Nós dois olhamos para a chuva que caia sobre nós.

– Vem comigo meu anjo, vou tirá-la daqui – ele dissera passando uma mão por minha cintura e pegando a minha mão.

Ele me levou de volta para a casa dele, só que nós entramos pela garagem, onde havia três carros guardados.

Assim que o portão automático se fechou, e Edward e eu entramos, Alice apareceu com algumas toalhas na mão.

Ela entregou uma á mim e uma a ele.

– Você está bem? – perguntou Alice a mim.

Fiz que sim com a cabeça, enquanto secava cuidadosamente meu rosto, minha voz estava meio rouca, mas as lagrimas haviam cessado e agora só meus olhos ardiam.

– Como estão as coisas lá dentro? – Edward perguntou a irmã.

– Péssimas... não voltem para lá, fiquem aqui pelo menos por enquanto... É melhor assim – disse Alice.

– Está com frio, Bella? – perguntou-me Edward.

Só com essa pergunta que percebi que estava tremendo.

Mas não era de frio apesar da temperatura gelada e da chuva, era de nervoso.

– Não, só estou nervosa... Estou bem – respondi.

Ele desapareceu por uma fração de segundo e quando voltou veio com um casaco nas mãos e colocou em meus ombros.

Senti minhas bochechas corarem.

– Não sei se está certa. Você tomou chuva, pode ficar doente – ele disse, olhando para o meu rosto.

– Não sou tão frágil assim – disse á ele.

– Não é?! – ele retrucou com um lindo sorriso torto nos lábios que fez meu coração parar e voltar a bater novamente.

– Não, não sou... Pra quem já driblou a morte, acho que posso muito bem driblar uma simples gripe que eu possa vir a ter, por causa dessa chuva – disse á ele.

Seus olhos assumiram um dourado diferente, quando falei sobre driblar a morte. Era como se o assunto trouxesse tristeza para ele, ele tentou disfarçar, mas eu percebi.

Não queria tê-lo deixado assim, era de partir o coração.

– Está mais calma? – ele perguntou me distraindo.

– Mais ou menos... Ainda estou confusa – respondi.

– Com o que? – questionou curioso.

– Com tudo... Até umas três semanas atrás minha vida era tão simples... Tudo mudou tão de repente, depois de todo esse tempo esses segredos aparecem e bagunçam a minha vida...De novo!

– Você precisava saber a verdade sobre nós novamente, uma vez que não se lembra Bella... Só não contávamos que fossemos descobrir também quem te tirou da água quando estava se afogando, e descobrir que não foi pra te salvar e sim pra te ferir – Edward me disse.

– Irina nunca gostou de mim, agora eu entendo o porquê... Tentei me aproximar dela e pareceu dar certo no início, mas depois ela ficou distante novamente. Só de pensar que tudo não passava de uma perfeita farsa... No perigo que eu estava correndo estando debaixo do mesmo teto que ela todos os dias, e se ela resolve-se me matar?

– Ela não chegaria á tanto... Eleazar e Carmem estavam o tempo todo tentando proteger ao máximo você durante todos esses anos... Eles saberiam se ela tentasse algo contra você – ele me disse.

– Não tenho certeza... Se ela conseguiu esconder de todos que sabia quem eu era até agora... Duvido que ela não consiga me machucar e esconder isso também – contrariei.

– Ela não faria isso... Pelo menos não enquanto eu estiver por perto... Ela sabe que não pode esconder nada de mim – garantiu-me.

– Só porque você pode ler a mente dela – eu disse.

– Sim, mas antes que ela possa sequer pensar em agir, Alice veria o que ela pretende fazer – ele me disse.

– Como a Alice poderia saber o que ela pretende fazer? – perguntei me dando conta que até poucos minutos atrás ela estava aqui conosco.

Nem vi ela sair.

– Alice pode prever o futuro.

– Hã... Sério?

Ele sorriu.

– Sim, ela meio que previu que nós encontraríamos você... Embora eu não acreditasse nisso naquela época... E também previu quando você pulou do penhasco, mas não chegamos á tempo... Era tarde demais – sua voz falhou na palavra tarde.

Vi um lampejo de dor passar por seu rosto.

– Você... não estava em Forks quando tudo aconteceu? – perguntei me lembrando da questão de que Edward e eu havíamos nos separado no passado.

Seus olhos ficaram fora de foco. Como se estivesse em outro tempo, visualizando algo distante.

– Não... Eu estava em Vancouver... tinha meses que eu não falava com minha família e eu precisava falar pessoalmente com Alice, ocasionou de Rosalie e Emmett que estavam em um tour pela Europa voltarem também... Estavam todos em casa quando Alice teve a visão de você pulando para a água... para o mar... Não pensei duas vezes e voltei para Forks o mais rápido que era possível... Mas quando cheguei lá, você... você... – ele não terminou.

Havia dor demais em sua voz e em seu rosto, aquela expressão em sua face me deixou de coração partido, me deu vontade de chorar.

Ele se afastou um pouco de mim, encostou-se ao capo de um carro e fechou os olhos.

Aquilo acabou comigo, me cortou o coração.

Não queria vê-lo sofrendo.

Quando eu olho para Edward, não vejo um homem – ou um vampiro, algo que jamais passou pela minha cabeça - e sim um anjo.

Ele me chamava de anjo às vezes, mas ele é que era um anjo, o meu anjo.

Eu era uma garota proibida para ele.

E ele era o anjo proibido para mim.

O anjo que havia sofrido durante dois anos por pensar que eu havia morrido. O anjo que dissera várias vezes que me ama.

O anjo que eu amo.

O anjo que não era digno de sofrer como ele estava sofrendo.

Eu me aproximei dele e coloquei minhas mãos em sua face, numa forma de tentar tirar toda sua dor, ele as segurou em seu rosto e beijou a palma de uma delas, e quando ele finalmente abriu os olhos, encontrei um brilho diferente em seus olhos.

Era inacreditável.

Indescritivelmente, ele me olhou de uma maneira tão diferente... Com tanta paixão... Ninguém nunca havia olhado para mim daquela maneira.

A maneira como ele me olhava, deixou-me zonza, quase me esqueci do que estava prestes a dizer.

Quase.

– O que passou, passou... Esta tudo bem, eu estou viva... Eu estou aqui com você – disse á ele aos sussurros.

– Sim, você está aqui... Comigo – disse ele com um sorriso lindo nos lábios, tocando as minhas bochechas que coraram – ainda mais - no mesmo instante, mas suas mãos escorregaram do meu rosto para a nuca em um milésimo de segundo, e quando me dei conta nossos lábios estavam a milímetros de distancia...Tentador demais.

– Por favor... não me peça para me afastar de você mais uma vez... não sei se sou forte o bastante para fazer isso novamente – ele sussurrou a meia voz, olhando profundamente em meus olhos.

Havia tanta agonia e tanta dor em sua voz e em seu olhar...

– Nunca mais – sussurrei completamente hipnotizada e entorpecida.

No mesmo instante, ele me trouxe para mais perto, até que nossos lábios se encontrassem.

Senti como se meu coração fosse explodir de tanto que queimava.

Era tudo exatamente como naquela noite, como na primeira vez. Bem, quase exatamente.

Talvez até melhor.

Ele parecia bem mais urgente neste beijo, como se estivesse com medo de me perder novamente.

Eu não sabia se era forte o bastante para corresponder a tanta intensidade, mas naquele momento, esqueci que existia um mundo além de nós dois, e entreguei-me à paixão. Entreguei-me á ele por completo.

Edward passou uma das mãos pela minha cintura apertando-a, me segurando com força contra seu corpo, como se a qualquer momento eu pudesse sumir, enquanto a outra estava enroscada no meio dos fios da nuca de meu cabelo molhado, enquanto ele me beijava com amor.

Minhas mãos intuitivamente foram parar no seu pescoço e em seu cabelo cor de bronze.

Eu mal consegui respirar entre seus lábios, mas não me importava.

Eu estava nos braços dele, com ele me beijando com tamanho ardor, que doía só de imaginar a idéia de me afastar dele.

Não me lembrava do medo que havia sentido ao saber que estava apaixonada por um vampiro, e também não me importava com isso.

A única coisa que me importava era estar com ele, independentemente se éramos iguais ou diferentes.

Eu o amava, e nada mais importava naquele momento.

Eu já estava quase sem fôlego quando ele parou de me beijar e sussurrou meu nome.

– Bella... eu...

– Edward... – começou a falar - Ops! Desculpe – disse Emmett num tom meio divertido, interrompendo o que Edward estava prestes a dizer.

O sangue inundou meu rosto por completo, de tão envergonhada que fiquei por Emmett ter nos pego naquela... situação embaraçosa.

Dei um passo para trás me afastando dele.

A blusa que Edward pôs em meus ombros mais cedo, caiu e eu me abaixei para pegá-la. Na verdade, se eu pudesse, gostaria mesmo é de cavar um buraco no chão e me enfiar nele.

– Hã... Eu atrapalhei alguma coisa? – perguntou Emmett com um sorriso como de quem se diverte e se desculpa ao mesmo tempo.

Pigarreei tentando encontrar a minha voz.

– Não... não atrapalhou nada não – respondi levantando-me e dobrando a blusa em meus braços.

– O que houve? – questionou Edward, com o mesmo olhar de quem diz “vou te matar mais tarde”.

– Hã... bem... é que... Alice e Kate estão chamando á vocês dois – ele respondeu se embaraçando todo.

Empalideci.

A idéia de ter de encontrar Irina novamente não era na agradável.

– Aquela... a Irina, ainda está lá? – Edward perguntou.

– Não... Somente Kate ficou, parece que Carmem e Eleazar deixaram instruções pra Kate e Isabel não voltarem pra casa hoje – ele respondeu.

– Okay, já estamos indo, vai na frente – Edward disse.

Emmett desapareceu em fração de segundo.

Ainda era assustador saber que eles eram vampiros, eu só não conseguia entender o porquê que quando Edward está por perto todos os meus temores somem e eu me sinto tão segura ao seu lado.

– Temos que ir – disse olhando para o chão.

Edward levantou meu rosto de modo que pudesse olhar em meus olhos.

– Antes quero saber uma coisa – ele disse.

– O que? – questionei.

– Vai me pedir para que eu fique longe de você novamente, Bella? Por favor, não faça isso...

– Edward, eu não posso te dar esta resposta agora... Tudo esta muito confuso, eu mudei, eu...- parei.

Não sabia o que dizer.

– Você mudou, eu sei. Eu também mudei durante esses dois anos. Mas meu amor por você nunca mudou, talvez tenha se intensificado com o tempo... Mas e você? Sei que você perdeu a memória, e muita coisa você não lembra... Mas eu preciso saber mesmo assim. O que você sente, agora? Por favor, diga a verdade. Chega de mentiras!

Tudo o que eu mais queria dizer á ele naquele momento era que eu estava completamente e irrevogavelmente apaixonada por ele, mas estava com medo de estar metendo os pés pelas mãos e acabar complicando ainda mais as coisas.

Minha vida já não estava uma bagunça sem essa paixão irracional que eu sentia por ele?

Imagine se eu cedesse de uma vez por todas e ignorasse todas as complicações... Tanya por exemplo.

Tenho certeza que isso iria acabar mal. Havia tantas complicações!

Fui o mais sincera que era tolerável e possível, quando respondi.

– Tudo está muito confuso! Coloque-se em meu lugar, até algumas semanas atrás eu não sabia quem eu era, a única pista do meu passado era os olhos... Os seus olhos, e eu nem sequer sabia o porquê, e agora descubro sobre você, sua família, Irina... Tudo isso... Não sei mais o que eu sinto, antes eu já estava me sentindo perdida, mas as coisas estão piorando... Preciso de um tempo pra pensar, ter certeza das coisas – disse.

Ele sorriu.

– Tudo bem. Vou te dar todo o tempo que precisar, meu anjo - ele sussurrou com a sua voz suave como veludo e deu um beijo em minha testa.

Fechei os olhos.

– É a única coisa que eu peço – sussurrei de volta.

Tempo. Eu só precisava disso.

Havia muito o que pensar.

Mas aquilo, era só o começo.

As palavras finais de Irina lampejaram em minha cabeça: Ainda não acabou.


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Notas finais do capítulo

O clima ta esquentando... ta esquentando!
Pelo romance entre a Victória e o Laurent, ninguém esperava não é?
Quem quer matar a Irina levante a mão o/
E entre na fila que está beeeeem grandinha XD