Harry Potter e o segredo de Slytherin escrita por Absolem the oracle


Capítulo 4
Capítulo 3 - A Toca


Notas iniciais do capítulo

este capitulo foi mais cuto.. desculpem! mas então... escrevi ele com amor tá? mandem rewiwers mwus comensais das trevas(im, por que os MEUS comensais são das TREVAS!!!)



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A cozinha era pequena e um tanto apertada. Havia ao centro uma mesa de madeira muito gasta e cadeiras dispostas de qualquer jeito pelo cômodo. Meredith se sentou na beirada de uma, observando as coisas a sua volta. Nunca estivera numa casa de bruxos antes.

O relógio na parede em frente só tinha um ponteiro e nenhum número. Haviam coisas escritas em torno do ponteiro, coisas como, Hora de fazer chá, Hora de dar comida as galinhas e Você está atrasado.

E em um console sobre uma rústica lareira haviam livros arrumados em fileiras triplas com títulos do gênero Enfeitice o seu próprio queijo, O Feitiço no forno e Festas de um minuto - um Encantamento! O velho rádio ao lado da pia acabava de anunciar que o próximo programa era "Hora de Encantos, com a popular cantora bruxa, Celestina Warbeck".

A Sra. Weasley batia os pratos e panelas, preparando o café da manhã um pouco a esmo, lançando olhares feios aos filhos repetidamente, enquanto atirava salsichas na frigideira.

De vez em quando resmungava coisas como "não sei o que estavam pensando" e "eu nunca teria acreditado".

- Não estou culpando vocês, queridos! - ela tranqüilizou Harry e Meredith lhes servindo oito ou nove salsichas no prato de cada um - Arthur e eu estivemos também nos preocupamos com você. - ela se dirigia a Harry - Ainda na outra noite estávamos falando que iríamos buscá-lo pessoalmente se você não escrevesse a Rony até sexta-feira. Mas francamente... - ela agora acrescentava três ovos fritos às salsichas - ...atravessar metade do país em um carro ilegal, vocês podiam ter sido vistos...

Ela acenou a varinha displicentemente em direção dos pratos na pia, que começaram a se lavar, chocando-se de leve, mas sem criar a menor rachadura.

- Estava nublado  mãe! - Fred exclamou.

- Você fique de boca fechada enquanto come! - A Sra. Weasley o ralhou.

- Estavam matando ele de fome mãe! - Jorge disse..

- E você! -  a Sra. Weasley disse, mas foi com uma expressão ligeiramente mais branda que ela começou a cortar e passar manteiga no pão para Harry.

Depois fez o mesmo para Meredith, parecendo um pouco mais calma.

Naquele momento surgiu uma coisa com a forma de uma figura pequena, de cabelos vermelhos, que vestia uma longa camisola, e apareceu na cozinha, deu um gritinho e saiu correndo outra vez. Meredith assim como Fred não puderam segura um risinho da surpresa.

- Gina. - Rony disse baixinho. - Minha irmã. Andou falando em você o verão inteiro.

- É, ela vai querer o seu autógrafo, Harry! - Fred disse ainda com um sorriso, mas viu que a mãe o olhava e baixou o rosto para o prato, se calando.

- E eu aposto que o magnífico Harry Potter vai dar um autógrafo. Metido... - Meredith resmungou baixinho. Ainda não tinha desfeito, em sua concepção, a imagem de que Harry era um garoto que se achava e adorava aquele tipo de atenção.

- Putz, estou cansado. -Fred bocejou pousando finalmente a faca e o garfo na mesa. - Acho que vou me deitar e...

- Não vai, não! -  Sra. Weasley falou com a voz severa. - A culpa foi sua se ficou a noite toda acordado. Você vai desgnomizar o jardim para mim; eles estão ficando completamente rebeldes outra vez.

- Ah, mãe...

- E vocês dois! -  ela disse olhando feio para Rony e Fred. - Vocês podem ir se deitar, queridos - acrescentou dirigindo -  se a Harry e Meredith. - Vocês não pediram a eles para voarem naquele carro infernal.

Mas Harry parecia completamente descansado e Meredith gostava daquela sensação esquisita de ficar uma noite inteira em claro por vontade própria.

- Vou ajudar o Rony. Nunca vi fazer uma desgnomização...

- Eu também! - Meredith se sentiu contagiada - Parece interessante.

- É muito gentil, mas é trabalho monótono. - a Sra. Weasley disse.  - Agora vamos ver o que Lockhart tem a dizer sobre o assunto.

Ela puxou um livro pesado de cima do console. Jorge gemeu.

- Mãe, nós sabemos como desgnomizar um jardim.

Meredith espiou a capa do livro da Sra. Weasley. Escritas na capa em arabescos dourados havia as palavras Guia de pragas domésticas de Gilderoy Lockhart. Havia na capa uma grande foto de um bruxo bonitão de cabelos louros ondulados e olhos azuis muito vivos. Como sempre no mundo dos bruxos, a foto se mexia; o bruxo, provavelmente o tal Gilderoy Lockhart, não parava de piscar, muito animado, para todos.

- Ah, ele é um assombro. - a mãe disse - Conhece bem as pragas domésticas. É um livro maravilhoso...

- Mamãe tem um xodó por ele. - Fred disse num sussurro muito audível.

- A foto é meio assustadora...- Meredith respondeu o comentário mais baixo que Fred.

- Não seja ridículo Fred. -a Sra. Weasley respondeu com o rosto muito corado - Está bem, se vocês acham que sabem mais do que Lockhart, podem ir fazer o trabalho, mas tenho pena de vocês se tiver sobrado um único gnomo naquele jardim quando eu sair para inspecioná-lo.

Aos bocejos e resmungos, os Weasley saíram se arrastando, com Harry e Meredith. O jardim era grande e era exatamente como um jardim devia ser.  Havia muito mato e a grama, na opinião de Meredith, não precisava ser aparada, mas haviam árvores nodosas em volta dos muros, plantas que Meredith nunca viu saindo de cada canteiro e um grande tanque de água esverdeada cheio de sapos.

- Os trouxas também têm gnomos de jardim, sabe... - Harry comentou quando cruzavam o gramado.

- Sei, já vi aquelas coisas que eles acham que são gnomos. - Rony disse com o corpo dobrado e a cabeça enfiada num pé de peônias - São como papais noéis baixinhos e gordinhos segurando varas de pescar...

- É, mas acho aqueles troços feios.

Ouviram um ruído de alguém se debatendo violentamente, o pé de peônia estremeceu e Rony se levantou.

- Isto é um gnomo. - ele disse sério.

- Tire as mãos de cima de mim!Tire as mãos de cima de mim! - o gnomo guinchou.

Com certeza não parecia nada com um Papai Noel. Era pequeno, a pele parecia um couro, a cabeça era cheia de calombos e careca, igualzinha a uma batata. Rony segurou à distância enquanto o gnomo o chutava com os pezinhos calosos; o garoto o agarrou pelos tornozelos e o virou de cabeça para baixo.

- Isto é o que a gente tem que fazer. - explicou.

Ergueu o gnomo acima da cabeça e começou rodá-lo em grandes círculos como se fosse laçar um boi, ignorando seus apelos. Ao ver a cara de espanto de Harry, Rony acrescentou:

- Isto não machuca, você só precisa deixá-los bem tontos para não poderem encontrar o caminho de volta para as tocas de gnomos.

- Parece divertido... - Meredith disse prestando atenção aos movimentos de Rony.

Ele soltou os tornozelos do gnomo que voou uns seis metros para o alto e caiu com um baque surdo no campo do outro lado da sebe.

- Lamentável! - Fred exclamou. - Aposto que posso atirar o meu bem além daquele toco de árvore.

Harry parecia ter superado a pena dos gnomos. Tentou jogar por cima da sebe o primeiro que pegou, mas o gnomo pareceu pressentir sua fraqueza e enterrou os dentes afiados como navalhas no dedo dele. Meredith teve que fazer um certo esforço para arrancá-lo dali. Depois o girou bem forte e o isolou no campo vizinho.

- Uau, esse deve ter caído a uns quinze metros... - Rony disse surpreso com a força da garota.

O ar logo ficou pintado de gnomos voadores.

- Está vendo, eles não são muito inteligentes. -  Jorge disse agarrando cinco ou seis gnomos de uma vez. - Na hora que descobrem que está havendo uma desgnomização, aparecem correndo para dar uma espiada. Era de se esperar que já tivessem aprendido a ficar quietos.

Logo os gnomos atirados no campo começaram a se afastar em uma linha descontínua com os ombrinhos curvados.

- Eles vão voltar. - Rony disse meio desapontado enquanto observavam os gnomos desaparecerem na sebe do outro lado do campo. - Eles adoram isso aqui... Papai é muito mole com eles, acha que são engraçados...

Naquele instante, a porta de entrada bateu.

- Ele voltou! - Jorge disse animado. - O pai está em casa!

Os garotos atravessaram correndo o jardim e entraram em casa. Pareciam sentir uma estranha felicidade... algo meio magnetizante.

O Sr. Weasley estava largado numa cadeira da cozinha, sem óculos e de olhos fechados. Era um homem magro, começando a ficar careca, mas o pouco cabelo que tinha era ruivo como o dos filhos. Usava vestes verdes e longas, que estavam empoeiradas e amarrotadas da viagem.

- Que noite! - ele murmurou tateando à procura do bule de chá enquanto todos se sentaram à sua volta. - Nove batidas.  Nove! E o velho Mundungus Fletcher ainda tentou me lançar um feitiço quando eu estava de costas...

O Sr. Weasley tomou um longo gole de chá e suspirou.

Meredith estava encantada com a ansiedade deles. Achava estranho aquele sentimento... Gostaria de ter tido um pai, gostaria muito, mas pelo que sabia ele foi embora e sumiu.

- Encontrou alguma coisa, pai? - Fred perguntou ansioso.

- Só encontrei umas chaves para portas que encolhem e uma chaleira que morde - o Sr. Weasley bocejou. - Houve as ocorrências feias, mas não foram no meu departamento. Mortlake foi levado para interrogatório sobre umas doninhas muito esquisitas, mas isto foi com a Comissão de Feitiços Experimentais, graças a Deus...

- Mas por que alguém ia se dar o trabalho de fazer chaves que encolhem? - Jorge perguntou .

- Só para aborrecer os trouxas -  o Sr. Weasley suspirou. - Vendem a eles uma chave que encolhe até desaparecer, de modo que nunca conseguem encontrá-la quando precisam... É claro que é muito difícil processar alguém porque nenhum trouxa vai admitir que a chave dele não pára de encolher, insistem que vivem a perdê-las.  Deus os abençoe, eles vão a extremos para fingir que magia não existe, mesmo que esteja no nariz deles... Mas as coisas que o nosso pessoal anda enfeitiçando, vocês não iriam acreditar...

- COMO CARROS, POR EXEMPLO?

A Sra. Weasley apareceu empunhando um longo atiçador de fogo como uma espada. Os olhos do Sr. Weasley se arregalaram.

Ele olhou com cara de culpa para a mulher. Fred, Jorge e Meredith não puderam evitar uma expressão sarcástica nos rostos.

- Carros, Molly, querida?

- É Arthur, carros. -  a Sra. Weasley disse os olhos faiscando. - Imagine só um bruxo comprar um carro velho e enferrujado e dizer à mulher que só quer desmontá-lo para ver como funciona, quando na realidade o enfeitiçou para fazê-lo voar.

O Sr. Weasley piscou os olhos.

- Bom, querida acho que você vai descobrir que ele estava agindo dentro da lei quando fez isso, mesmo que... Ah... Tivesse agido melhor se, hum, se tivesse contado a verdade à mulher... Há um furo na lei, você vai descobrir... Desde que ele não tivesse intenção de voar no carro, o fato de que o carro poderá voar não...

- Tá te enrolando... - a voz de Meredith saiu monótona.

- Arthur Weasley, você providenciou para que houvesse um furo nessa lei quando a escreveu! -  a Sra. Weasley gritou. - Só para você poder continuar a se distrair com aquela lixaria dos trouxas no seu barraco! E para sua informação, Harry e uma menina... Meredith, chegaram hoje de manhã naquele carro que você não tinha intenção de fazer voar!

- Harry? Meredith? - o Sr. Weasley exclamou sem entender - Que Harry? Alias... que Meredith?

Ele olhou à volta, viu Harry e Meredith e deu um salto.

- Deus do céu, é Harry Potter? Muito prazer em conhecê-lo. Rony tem falado tanto em você, e em você... Meredith, certo? Vocês são...

- Os seus filhos foram naquele carro até a casa de Harry e voltaram de lá ontem á noite! E ainda pegaram a Meredith pelo caminho! - a Sra. Weasley gritou. - Que é que você me diz disso, hein?

- Vocês fizeram mesmo isso? - o Sr. Weasley perguntou ansioso. - E o carro voou bem? Eu... Eu quero dizer - ele gaguejou enquanto voavam faíscas dos olhos da Sra. Weasley - que... Isso foi muito errado, meninos... Muito errado mesmo...

- Vamos deixar eles discutirem .- Rony sussurrou para Harry e Meredith enquanto a Sra. Weasley inchava como um sapo-boi. - Vamos, vou mostrar o meu quarto.

- Por que? - Meredith perguntou distraída.

- Por que eles nem vão notar e vão esquecer de nós.

Os três saíram discretamente da cozinha e seguiram por um corredor estreito até uma escada irregular, que subia em ziguezague pela casa. No terceiro patamar, havia uma porta entreaberta. Meredith percebeu dois grandes olhos castanhos e vivos que espiavam Harry antes da porta fechar com um clique.

- Gina. - Rony explicou - Você não sabe como é estranho ela estar tão tímida. Normalmente ela nunca pára de falar...

- As vezes... é só por que isso é novo pra ela...ela deve estar estranhando o super astro bruxo Potter aqui. - Meredith implicou.

Eles subiram mais dois lances e chegaram a uma porta com a tinta descascada e uma pequena placa onde se lia "Quarto do Ronald".

- Ronald... - Meredith segurou um risinho. Andava realmente debochada aqueles dias, mas Harry também havia achado meio ridículo.

Meredith entrou logo após Rony e Harry, a cabeça quase tocando no teto inclinado, e piscou os olhos. Era como entrar num forno. Quase tudo no quarto de Rony era de um tom violentamente laranja: a colcha da cama, as paredes e até o teto. Ela piscou. Aquela claridade vermelha feria os olhos.

Então Meredith, e Harry, perceberam que Rony tinha coberto praticamente cada centímetro do papel de parede gasto com pôsteres dos mesmos sete bruxos e bruxas, todos usando vestes laranja vivo, segurando vassouras e acenando com animação.

- O seu time de Quadribol? - Harry perguntou.

- O Chudley Cannons. - Rony disse apontando para a colcha laranja, que exibia um brasão com dois enormes “Os” pretos e uma bala de canhão em movimento. - Nono lugar na divisão.

- Que bosta heim? - Rony franziu o cenho quando ouviu a resposta de Meredith.

Os livros escolares de feitiçaria que pertenciam a Rony estavam empilhados de qualquer jeito num canto junto com um monte de histórias em quadrinhos que pareciam conter a mesma tira, As aventuras de Martin Miggs, o trouxa pirado. A varinha de condão de Rony estava em cima de um aquário cheio de ovas de rã no peitoril da janela, ao lado do seu rato cinzento e gordo, Perebas, que tirava um cochilo aproveitando alguns raios de sol.

Meredith pulou por cima de um baralho de cartas auto-embaralhantes que estavam no chão e espiou pela janelinha. No campo, lá embaixo, ele viu uma turma de gnomos que voltavam sorrateiros, um a um, pela cerca dos Weasley.

- Eles tão voltando... – Meredith acabou falando preocupada.

- Sempre voltam...- Rony disse um pouco inconformado - É meio pequeno. - ele falava do quarto - Nada como aquele quarto que você tinha na casa dos trouxas. E estou bem debaixo do vampiro no sótão; sempre batendo nos canos e gemendo...

Mas Meredith se virou e falou depressa:

- Este lugar é incrível!

Harry, com um grande sorriso, disse:

- Esta é a melhor casa que já visitei.

As orelhas de Rony ficaram vermelhas.



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