Harry Potter e o segredo de Slytherin escrita por Absolem the oracle


Capítulo 19
Capítulo 19 - Os conselhos de Dumbledore




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Quando Harry, Rony, Meredith, Gina e Lockhart surgiram à porta, cobertos de sujeira e limo, e no caso de Harry e Meredith sangue, houve um silêncio momentâneo. Em seguida ouviu-se um grito.

- Gina!

Era a Sra. Weasley, que esteve sentada chorando, diante da lareira. Ela se levantou num salto, seguida de perto pelo Sr. Weasley, e os dois se atiraram à filha.

O Prof. Dumbledore estava parado junto ao console da lareira, sorrindo, ao lado da Prof. McGonagall, que inspirou várias vezes, as mãos no peito. Fawkes passou voando pela orelha de Harry e pousou no ombro de Dumbledore, na mesma hora em que Harry e Rony se viram envolvidos pelo abraço apertado da Sra. Weasley. Meredith fugiu da demonstração de afeto. Estava usando o longo casaco de Rony fechado por cima das roupas, mas ainda sentiria dor se fosse apertada.

- Vocês salvaram minha filha! Como foi que vocês fizeram isso?

- Acho que todos nós gostaríamos de saber... - disse a Prof. McGonagall com a voz fraca.

Meredith que estava encostada em uma parede deu alguns passos bambos e sentou em uma das cadeiras da sala. A Sra. Weasley soltou Harry que hesitou um instante, caminhou até a escrivaninha e depositou em cima dela o Chapéu Seletor, a espada cravejada de rubis e o que sobrara do diário de Riddle.

Então começou a contar tudo. Durante uns quinze minutos ele falou cercado de atenção e silêncio: contou sobre a voz invisível que ouviram, como Hermione finalmente percebeu que eles estava ouvindo um basilisco na tubulação, como ele, Rony e Meredith tinham seguido as aranhas até a floresta, que Aragogue revelara onde a última vitima do basilisco morrera, como tinham adivinhado que Murta Que Geme fora essa vítima e que a entrada para a Câmara Secreta poderia estar no banheiro...

- Muito bem... - a Prof. McGonagall o encorajou quando ele parou - Então vocês descobriram onde era a entrada, e eu acrescentaria: atropelando umas cem regras do nosso regulamento, mas, por deus, Potter, como foi que vocês conseguiram sair de lá com vida?

Harry, com a voz rouca de tanto falar, contou então sobre a chegada providencial de Fawkes e do Chapéu Seletor com a espada dentro. Mas, nesse ponto, lhe faltaram palavras. Até ali, ele evitou mencionar o diário de Riddle ou Gina e a punhalada que Meredith levou. Ela estava de pé, com a cabeça apoiada no ombro da Sra. Weasley, e as lágrimas ainda escorriam silenciosamente pelo seu rosto.

Instintivamente, Harry olhou para Dumbledore, que lhe deu um breve sorriso, os seus óculos de meia-lua refletindo a luz do fogo.

- O que me interessa mais... - ele disse brando - É como foi que Lord Voldemort conseguiu enfeitiçar Gina, quando as minhas fontes me informaram que no momento ele está escondido nas florestas da Albânia.

Um alívio, um alívio morno, envolvente, glorioso - invadiu Harry.

- Q-que foi que disse? - o Sr. Weasley perguntou com a voz tremula - Você-Sabe-Quem? En-enfeitiçou Gina? Mas Gina não... Gina não esteve... Esteve?

- Com esse diário. - Meredith apontou com os braços fracos para o diário nas mãos de Harry e depois fechou os olhos.

- Riddle escreveu nele quando tinha dezesseis anos...

Dumbledore recebeu o diário de Harry e examinou com atenção, por cima do nariz comprido e torto, as páginas queimadas e encharcadas.

- Genial... - disse baixinho - É claro, ele foi provavelmente o aluno mais brilhante que Hogwarts já teve. - e se virou para os pais de Gina, que pareciam inteiramente perplexos.

- Muito pouca gente sabe que Lord Voldemort um dia se chamou Tom Riddle. Eu fui seu professor há cinqüenta anos, em Hogwarts. Ele desapareceu depois que terminou a escola... Viajou por toda parte... Aprofundou-se nas Artes das Trevas, associou-se com os piores elementos do nosso povo, passou por tantas transformações mágicas e perigosas que, quando reapareceu como Lord Voldemort, quase não dava para reconhecê-lo. Muito pouca gente ligou Lord Voldemort ao garoto inteligente e bonito que, no passado, fora monitor-chefe aqui.

- Mas, a Gina... - a Sra. Weasley perguntou - Que é que a nossa Gina tem a ver com... Com... Ele?

- O d-diário dele! - Gina soluçou- And-dei escrevendo no diário, e ele andou me respondendo o ano todo, e por minha culpa... ele machucou tanta gente...

- Gina! - o Sr. Weasley exclamou espantado. - Será que não lhe ensinei nada? Que foi que sempre lhe disse? Nunca confie em nada que é capaz de pensar se você não pode ver onde fica o seu cérebro. Por que não mostrou o diário a mim ou a sua mãe? Um objeto suspeito desses, estava obviamente carregado de Artes das Trevas...

- Eu n-não sabia! - Gina soluçava arrependida - Encontrei o diário junto com os livros que mamãe comprou para mim. P-pensei que alguém o deixou ali e se esquecera dele...

- A Srta. Weasley devia ir imediatamente para a ala hospitalar. - Dumbledore a interrompeu com firmeza - Ela passou por uma terrível provação. Não haverá castigo. Bruxos mais velhos e mais sensatos que ela já foram enganados por Lord Voldemort. - se encaminhou então para a porta e abriu - Repouso e talvez uma boa xícara de chocolate fumegante. Sempre acho que isto me reanima! - ele acrescentou piscando bondosamente para a garota - Os senhores encontrarão Madame Pomfrey ainda acordada. Está administrando suco de mandrágoras, imagino que as vítimas do basilisco irão acordar a qualquer momento.

- Então Mione está bem! - Rony exclamou animado.

- Não houve dano permanente. - Dumbledore disse.

A Sra. Weasley levou Gina embora e o Sr. Weasley a acompanhou, ainda parecendo profundamente abalado.

- Sabe, Minerva... - o Prof. Disse Dumbledore pensativo - Acho que tudo isto merece uma boa festança. Será que eu poderia lhe pedir para avisar as cozinheiras?

- Certo. - a professora disse eficiente, se encaminhando para a porta - Vou deixar você lidar com Potter e Weasley, concorda?

- Com certeza.

- Espero que Snape também concorde. - falou pensativa.

Ela saiu, e Harry e Rony olharam inseguros para Dumbledore. Meredith sentiu preocupação ainda com os olhos fechados. Que será que a professora quisera dizer com aquele lidar com eles. Certamente... certamente eles não iriam ser castigados... certo?

- Estou me lembrando que disse a ambos que teria de expulsá-los se infringissem mais um artigo do regulamento da escola. - Dumbledore começou.

Rony abriu a boca horrorizado. Meredith abriu os olhos cansados e observou Dumbledore.

- O que prova que até o melhor de nós às vezes precisa engolir o que disse. - o diretor continuou, sorrindo - Os três receberão prêmios especiais por serviços prestados à escola e... Vejamos... É, acho que duzentos pontos para a Grifinória, por cabeça.

Rony ficou tão vermelho que parecia as flores de Lockhart para o Dia dos Namorados, e tornou a fechar a boca.

- Claro que a Sonserina recebera duzentos pontos. Mas um de nós parece que está calado sobre a parte que teve nesta aventura perigosa. - acrescentou Dumbledore - Por que é tão modesto, Gilderoy?

Harry se assustou. Esqueceram completamente de Lockhart. Viraram e viu o professor parado a um canto da sala, um sorriso vago ainda no rosto. Quando Dumbledore lhe dirigiu a palavra, ele espiou por cima do ombro para ver com quem o diretor estava falando.

- Prof. Dumbledore... - Rony disse depressa - Houve um acidente lá na Câmara Secreta. O Prof. Lockhart...

- Eu sou professor? - Lockhart disse ligeiramente surpreso - Nossa! Acho que fui inútil, não fui?

- Ele tentou lançar um Feitiço da Memória, e a varinha estava virada para ele. - Rony explicou calmamente a Dumbledore.

- Ai, ai... - Dumbledore disse balançando a cabeça com sua longa barba prateada tremendo - Empalado com a própria espada, Gilderoy?

- Espada? - Lockhart repetiu confuso - Não tenho espada. Mas esse menino tem. - e apontou para Harry - ele pode lhe emprestar uma.

- Importa-se de levar o Prof. Lockhart à enfermaria, também? - Dumbledore disse a Rony - Gostaria de dar mais uma palavrinha com o Harry. Você também Meredith. - ele falou quando ela fez menção de se levantar.

Lockhart saiu. Rony lançou um olhar curioso a Dumbledore ao fechar a porta.

O diretor caminhou até uma poltrona diante da lareira, do outro lado da sala.

- Sente-se, Harry... - ele disse e o garoto obedeceu parecendo nervoso- Antes de mais nada, Harry, eu quero lhe agradecer. -Dumbledore com os olhos novamente cintilantes - Você deve ter mostrado verdadeira lealdade a mim lá na Câmara. Nenhuma outra coisa teria levado Fawkes a você.

Ele alisou a fênix, que voara para o seu joelho. Harry sorriu, sem jeito, diante do olhar do diretor que o observava.

- Bom, então você conheceu Tom Riddle. - disse Dumbledore, pensativo. - Imagino que ele estivesse interessadíssimo em você...

Derrepente, uma coisa que estava preocupando Harry, escapou de sua boca.

- Prof. Dumbledore... Riddle disse que eu sou igual a ele. E disse... coisas sobre Meredith. "Uma estranha semelhança" foi o que me disse...

- Foi mesmo? - disse olhando pensativo para o garoto por baixo das grossas sobrancelhas prateadas.

- Não me metam nisso. Já fui esfaqueada hoje. A Murta que me salvou. - Meredith resmungou.

- E o que é que você acha Harry?

- Acho que não sou igual a ele! - ele exclamou mais alto do que pretendia. - Quero dizer, pertenço... Pertenço a Grifinória, sou...

Mas se calou.

- Professor... - recomeçou após um momento - O Chapéu Seletor me disse... Que eu teria sido bem-sucedido na Sonserina. Todo mundo achou que eu era o herdeiro de Slytherin por algum tempo... Porque falo a língua das cobras...

- Você fala a língua das cobras, Harry - disse Dumbledore, calmamente -, porque Lord Voldemort, que é o último descendente de Salazar Slytherin, sabe falar a língua das cobras. A não ser que eu muito me engane, ele transferiu alguns dos seus poderes para você na noite em que lhe fez essa cicatriz. Não era uma coisa que tivesse intenção de fazer, com toda certeza...

- Voldemort deixou um pouco dele em mim? - disse Harry, estupefato.

- Parece que sim.

- Então eu deveria estar na Sonserina. - disse, olhando desesperado para Dumbledore. - O Chapéu Seletor viu poderes de Slytherin em mim, e...

- Pôs você na Grifinória. - Dumbledore completou serenamente. - Ouça, Harry. Por acaso você tem muitas das qualidades que Salazar Slytherin prezava nos alunos que selecionava. O seu dom raro de falar a língua das cobras, criatividade, determinação, um certo desprezo pelas regras... - acrescentou dando uma rápida olhada para Meredith, como se ela levasse Harry ppelo mau caminho - Contudo, o Chapéu Seletor colocou você na Grifinória. E você sabe o porquê. Pense.

- Ele só me pôs na Grifinória... - Harry disse com voz de derrota - Porque pedi para não ir para a Sonserina...

- Exatamente. - Dumbledore disse abrindo um grande sorriso - O que o faz muito diferente de Tom Riddle. São as nossas escolhas, Harry que revelam o que realmente somos, muito mais do que as nossas qualidades. - Harry ficou sentado na poltrona, atordoado - Se quiser uma prova, Harry, de que pertence à Grifinória, sugiro que olhe para isto com maior atenção.

Dumbledore esticou o braço para a escrivaninha da Prof. MacGonagall, apanhou a espada de prata suja de sangue e entregou-a a Harry. Embotado, Harry revirou-a, os rubis rutilaram à luz da lareira. E então viu o nome gravado logo abaixo da bainha. Godrico Gryffindor.

- Somente um verdadeiro membro da Grifinória poderia ter tirado isto do chapéu, Harry. - concluiu Dumbledore com simplicidade.

Durante um minuto nenhum dos dois falou.

- E então, por que eu falo com as serpentes? Por que eu abri a câmara? - Meredith disse subitamente, com a voz atormentada.

- Você sabe o por que.

- Não... é mentira. - Meredith falou com um nó na garganta.

- Infelizmente não. Pedi para você esperar exatamente por isso. Tenho coisas para te contar. Coisas que devia ter dito no primeiro ano. - Harry piscou surpreso - Só um herdeiro de Salazar poderia abrir a câmara. Tom Riddle tomou as decisões erradas, e isso acabou influenciando muita gente, inclusive você.

- Por que ele fez isso comigo? - Meredith tirou o casaco devagar e mostrou a blusa ensangüentada e com um corte, agora quase totalmente curado.

- Meredith. Não me lembro bem ao certo se já lhe disse, mas Tom jamais será o que você procura. Você é filha dele, mas não é ele.- ele respirou fundo - E assim como Harry, suas escolhas te farão diferente. Acredite, eu realmente queria... queria poder dizer que tudo ficará bem, mas é possível que ele te procure novamente. Você terá que ser forte e seguir o caminho que escolher.

- O senhor vai me expulsar? Aparentemente sou um perigo. E se ele me controlar de novo? E se ele me fizer machucar alguém? - Meredith perguntou aflita.

- Não. Meredith... creio que você poderá ser brilhante. Não há como escapar. Ele é seu pai.. Mas não há necessidade de ninguém sentir medo de você, ou te ignorar. Não se preocupe está bem?- Dumbledore parecia arrependido de não ter dito nada - Para ele com certeza foi mais fácil a usar, já que você não estava preparada, e não sabia de nada. São os laços inquebráveis da família.Você resistiu, e acredite, as coisas vão melhorar. O domínio dele sobre você diminui a cada minuto. Bem, Harry... Não se preocupe. Ajude-a, por que ela vai precisar de apoio, e creio que sejam amigos. Não se preocupe por ter ido para a Sonserina.

Dumbledore viu Meredith passando a mão no buraco da camisa.

- Ah, e o remédio que dei a Murta... Logo vai estar bem. É só descansar.

Depois Dumbledore abriu uma gaveta da escrivaninha da Prof. MacGonagall e tirou uma pena e um tinteiro.

- O que vocês precisam é de comida e de um bom sono. Sugiro que desça para a festa enquanto escrevo a Azkaban, precisamos ter o nosso guarda-caça de volta. E preciso preparar o anúncio para o Profeta Diário, também. - ele acrescentou pensativo - Vamos ter que contratar um novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas... Ai, ai, parece que gastamos esses professores muito depressa, não é mesmo?

Harry e Meredith se levantaram e saíram em direção à porta. Ele tinha acabado de levar a mão à maçaneta, quando a porta se abriu com tanta violência que bateu na parede e voltou.

Lúcio Malfoy achava-se parado ali, com uma expressão furiosa no rosto. E encolhendo-se por trás de suas pernas, todo enfaixado, achava-se Doby.

- Boa-noite, Lúcio. - Dumbledore disse em um tom agradável.

O Sr. Malfoy quase derrubou Harry ao entrar na sala. Dobby disparou atrás dele, agachando-se à barra de sua capa, um olhar de abjeto terror em seu rosto.

O elfo trazia nas mãos um trapo manchado com que tentava terminar de limpar os sapatos do Sr. Malfoy. Seu dono, aparentemente, saiu com muita pressa, porque não só trazia os sapatos engraxados pela metade como também os seus cabelos, em geral alinhados, estavam despenteados. Sem dar atenção ao elfo que se sacudia aos seus tornozelos pedindo desculpas, ele fixou os olhos frios em Dumbledore.

- Então! - disse - Você está de volta. Os conselheiros o suspenderam, mas mesmo assim você achou que devia voltar a Hogwarts.

- Bom, sabe, Lúcio... - Dumbledore respondeu sorrindo serenamente -... os outros onze conselheiros entraram em contato comigo hoje. Foi como se eu tivesse sido apanhado por uma tempestade de corujas, para lhe dizer a verdade. Eles tinham ouvido falar que a filha de Arthur Weasley foi morta e queriam que eu voltasse imediatamente. Parece que acharam que afinal eu era o melhor homem para enfrentar a situação. Me contaram coisas muito estranhas... Vários pareceram pensar que você ameaçou enfeitiçar a família deles se não concordassem em me suspender.

O Sr. Malfoy ficou mais pálido do que costumava ser, mas seus olhos ainda pareciam fendas de fúria.

- Então, você já fez os ataques pararem? - ele zombou - Já apanhou o culpado?

- Apanhamos. - Dumbledore respondeu com um sorriso.

- E?- o Sr. Malfoy disse ríspido - Quem é?

- A mesma pessoa da última vez, Lúcio. Mas agora, Lord Voldemort agiu por intermédio de outras pessoas. Por intermédio do seu diário.

Dumbledore segurou o livrinho com o enorme buraco no centro, observando, atentamente, o Sr. Malfoy. Harry e Meredith porém, observavam Dobby.

O elfo agia de maneira muito estranha. Seus olhos estavam fixos nos dois, cheios de significado, e ele apontava primeiro para o diário, depois para o Sr. Malfoy, e por fim dava murros na própria cabeça.

- Entendo... - o Sr. Malfoy disse lentamente para Dumbledore.

- Um plano engenhoso. - Dumbledore disse com a voz inexpressiva, ainda encarando o Sr. Malfoy nos olhos - Porque se Harry, Meredith - Malfoy lançou um olhar rápido e incisivo ao garoto - e seu amigo Rony não tivessem descoberto este livro, ora, Gina Weasley teria levado toda a culpa. Ninguém teria sido capaz de provar que ela não agiu de livre e espontânea vontade...

O Sr. Malfoy ficou calado. Seu rosto de repente se transformou numa máscara.

- E imagine... - Dumbledore continuou - o que teria acontecido então... Os Weasley são uma de nossas famílias puro sangue mais importantes. Imagine o efeito que isto teria em Arthur Weasley e na sua lei de proteção aos trouxas, se descobríssemos que sua própria filha andava atacando e matando alunos nascidos trouxas... Foi uma sorte o diário ter sido descoberto e as memórias de Riddle apagadas. Caso contrario, quem sabe quais seriam as conseqüências...

O Sr. Malfoy fez um esforço para falar.

- Teve muita sorte. - ele disse secamente.

Mas ainda às suas costas, Dobby continuava a apontar, primeiro para o diário, depois para Lúcio Malfoy e por fim dava murros na própria cabeça.

E Meredith subitamente entendeu. Puxou Harry e fez sinal a Dobby e este recuou para um canto, agora torcendo as orelhas para se castigar.

- O senhor não quer saber como foi que Gina chegou a esse diário, Sr. Malfoy? - Harry perguntou.

Lúcio Malfoy se voltou contra ele.

- Como vou saber como essa menininha burra chegou ao diário? - perguntou.

- Porque foi o senhor quem deu o diário a ela - disse Harry. - Na Floreios e Borrões. O senhor apanhou o velho exemplar de Transfiguração que ela levava e escorregou o diário para dentro dele, não foi?

Ele viu as mãos brancas do Sr. Malfoy se fecharem e se abrirem.

- E depois criou toda aquela confusão com o Sr. Weasley par tirar a atenção sobre Gina. - Meredith disse devagar.

- Prove. - sibilou.

- Ah, ninguém vai poder fazer isso. - Dumbledore disse sorrindo para Harry e Meredith - Não agora que Riddle desapareceu do livro. Por outro lado, eu aconselharia você, Lúcio, a não sair distribuindo o material escolar que pertenceu a Lord Voldemort. Se mais algum objeto chegar a mãos inocentes, acho que Arthur Weasley é um que vai providenciar para que seja rastreado até você...

Lúcio Malfoy ficou parado por um instante, e os dois viram distintamente sua mão direita fazer um gesto involuntário como se quisesse alcançar a varinha. Em vez disso, ele se virou para o elfo doméstico.

- Vamos embora, Dobby!

Abriu a porta com violência e quando o elfo veio correndo para alcançá-lo, ele o chutou porta afora. Eles ouviram Dobby guinchar de dor por todo o corredor.

Harry ficou parado um instante. Meredith o cutucou, como se o forçasse a falar algo.

- Prof. Dumbledore! - ele disse apressado - Por favor, podemos devolver esse diário ao Sr. Malfoy?

- Claro Harry. -disse Dumbledore tranqüilamente - Mas se apressem. A festa, já se esqueceram?

Meredith agarrou o diário e saiu correndo da sala. Ouvia os guinchos de dor de Dobby se afastando para além da curva do corredor. O plano já estava feito. Enquanto o senhor Malfoy prestava atenção em Dumbledore Meredith pediu a meia de Harry. Agora a enfiava no diário de forma que não aparecesse nenhum pedacinho pelo buraco no meio dele.

Alcançaram os dois no alto da escada.

- Você entrega pra ele! - Meredith disse dando o diário a Harry.

- Sr. Malfoy! - disse sem fôlego, derrapando ate parar - Tenho uma coisa para o senhor... E forçou a meia fedorenta dentro do diário na mão de Lucio Malfoy.

- Que di...?

O Sr. Malfoy arrancou a meia do diário, atirou-a para o lado, depois olhou, furioso, do livro estragado para Harry e Meredith.

- Foi ele. - Meredith apontou para Harry.

- Você vai ter o mesmo fim sangrento dos seus pais um dia desses, Harry Potter... - disse baixinho - Eles também eram tolos e metidos. E você Meredith de “qualquer coisa”... Uma Sonserina andando com este tipinho... vai acabar como eles.

E se virou para ir embora.

- Venha, Dobby. Eu disse, venha.

Mas Dobby não se mexeu. Segurava no alto a meia pegajosa e nojenta de Harry, a admirando como se fosse um tesouro inestimável.

- O meu dono me deu uma meia! - o elfo disse cheio de assombro - O meu dono deu a Dobby.

- Que foi? - o Sr. Malfoy disse - O que foi que você disse?

- Ganhei uma meia! - Dobby disse incrédulo - Meu dono atirou a meia e Dobby a apanhou, e Dobby... Dobby está livre.

Lúcio Malfoy ficou imóvel, encarando o elfo. Então, atirou-se contra os dois.

- Você me fez perder o criado, seu moleque! Você e essa pirralha imunda!

Mas Dobby gritou:

- O senhor não fará mal a Harry Potter nem a Meredith Riddle!

Um forte estouro e o Sr. Malfoy foi lançado para trás. Rolou pelas escadas, três degraus de cada vez, e aterrissou como se fosse um monte disforme no patamar de baixo. Ele se levantou pasmo.

- Como... Sua cretinazinha, como conseguiram isso tudo?

- Posso responder? - Meredith perguntou a Harry.

- A vontade.

- Esse daqui é Harry Potter. Ele é o que é. E eu... - ela soltou uma risadinha debochada -Eu Sou Meredith Marvolo Riddle, e sou o que sou. Muito melhor que qualquer sangue puro.

Lúcio apanhou a varinha de uma forma hostil, e Dobby apontou o longo dedo indicador ameaçadoramente.

- O senhor irá embora agora. - ele disse com ferocidade apontando para o Sr. Malfoy - O senhor não tocará em Harry Potter. O senhor irá embora agora.

Lúcio Malfoy não teve escolha. Com um último olhar rancoroso aos três, puxou a capa para junto do corpo num rodopio e desapareceu depressa de vista.

- Harry Potter libertou Dobby! Ele e a menina Meredith! -o elfo disse com voz aguda erguendo a cabeça para os dois com seus olhos redondos refletindo o luar que entrava pela janela mais próxima - Harry Potter e a menina Meredith deram liberdade a Dobby!

- Foi o mínimo que pudemos fazer, Dobby. - Harry disse sorridente - Só me prometa que nunca mais vai tentar salvar minha vida.

- Nem acredito que peguei a sua meia nojenta e fedida! - Meredith disse com uma cara de reprovação.

A cara feia e escura do elfo se abriu de repente num sorriso largo e cheio de dentes.

- Eu só tenho uma pergunta, Dobby... - Harry disse enquanto o elfo puxava a meia com as mãos trêmulas. - Você me disse que toda essa história não estava ligada a Ele-Que-NãoDeve-Ser-Nomeado, lembra-se? Bem...

- Foi uma pista, meu senhor. - Dobby disse arregalando os olhos - Estava lhe dando uma pista. O Lord das Trevas, antes de mudar de nome, podia ser nomeado livremente, entende?

- É... faz sentido.

- Certo. - Harry disse sem muita convicção - Bom, é melhor irmos andando. Vai haver uma festa e minha amiga Mione já deve estar acordada a essas horas...

Dobby atirou os braços em torno da cintura de Meredith e apertou, depois fez o mesmo com Harry.

- Harry Potter é muito maior do que Dobby pensou! - soluçou - E a menina Meredith... é um anjo diferente deles! Adeus, Harry Potter! Adeus Meredith ri...

- Me chame só de Meredith, por favor Dobby. - ela disse rápido o cortando.

Ele abriu outro sorriso e com um estampido final, desapareceu.

Aconteceram muitas festas de Hogwarts, mas nenhuma igual a esta. Todos estavam de pijamas, e a comemoração durou a noite inteira. Meredith se divertiu quando Hermione saiu correndo para eles e gritando feito louca "Você solucionou o mistério! Você solucionou o mistério!" . Hagrid aparecendo às três e meia, dando socos tão fortes nos ombros de Harry e Rony que os garotos quase foram parar em cima dos pratos de gelatina caramelada e um abraço apertado e sufocante que fez Meredith sentir dor no corte que nem existia mais graças a Murta e Dumbledore. A parte um pouco chata foram os quatrocentos pontos que Harry e Rony tinham ganho para a Grifinória, garantindo, assim, a posse da Copa da Casa pelo segundo ano consecutivo apesar de Meredith ter ganho duzentos. A Prof. McGonagall anunciou que todos os exames tinham sido cancelados como um presente da escola ("Ah, não!"Hermione exclamou). Mas a melhor parte foi Dumbledore anunciando que, infelizmente, o Prof. Lockhart não poderia voltar no próximo ano, porque precisava se afastar para recuperar a memória. Muitos professores participaram dos aplausos que saudaram esta última noticia.

- Que pena! - Rony disse se servindo de uma rosquinha com geléia. - Eu estava começando a gostar dele.

- Tá doido? - Meredith falou séria - Eu chutei ele bem no meio das pernas! Adorei fazer isso e faria de novo!

Depois da festa, Meredith parou para conversar com Harry.

- Por favor... não conte a ninguém que eu sou... você sabe... filha dele...

- Não... nunca, eu prometo. - Harry falou sério.

- Nem para Hermione ou Rony.

- N-Nem para eles...

- Promessa de bruxo?

- Promessa de bruxo.

- Obrigada. - ela deu um abraço apertado em Harry - Nunca mais faço isso. Esse foi o primeiro e o ultimo! Agora vou pra enfermaria, o Prof. Snape mandou... - e ela seguiu até sumir da vista de Harry.

O restante do trimestre final passou numa névoa resplandecente de sol.

Hogwarts voltou ao normal com apenas algumas diferenças - as aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas foram canceladas ("mas tivemos bastante treinamento nisso", Rony disse a uma Hermione irritada. “ô se tivemos!” Meredith respondeu rindo enquanto Hermione reclamava.), e Lúcio Malfoy foi dispensado do cargo de conselheiro. Draco parou de se exibir pela escola como se fosse dono do lugar. Pelo contrário, parecia cheio de rancor e mágoa. Por outro lado, Gina Weasley voltou a ser absolutamente feliz.

A hora de voltar para casa no Expresso de Hogwarts chegou cedo demais. Harry, Rony, Hermione, Fred, Jorge e Gina conseguiram uma cabine só para eles e Meredith se instalou como penetra. Aproveitaram ao máximo as últimas horas em que tinham permissão para fazer mágicas antes das férias.

Brincaram de snap explosivo, queimaram os últimos fogos Filibusteiro de Fred e Jorge e treinaram como desarmar uns aos outros com feitiços. Harry estava ficando muito bom nisso.

Estavam quase chegando a King's Cross quando Meredith se lembrou de uma coisa.

- Gina... Que foi que você viu Percy fazendo, que ele não queria que contasse a todo mundo? - Meredith perguntou com um tom de voz pervertido.

- Ah, aquilo... - Gina disse entre risinhos - Bom... Percy tem uma namorada.

Fred deixou cair uma pilha de livros na cabeça de Jorge.

- É aquela monitora da Corvinal, Penelope Clearwatet. Foi para ela que esteve escrevendo o verão todo. Eles têm se encontrado escondido por toda a escola. Um dia eu peguei os dois se beijando numa sala vazia. Ele ficou tão perturbado quando ela foi... Sabe, atacada. Vocês não vão caçoar dele, vão? - ela acrescentou.

- Eu nem sonharia! - Fred respondeu parecendo um menino cujo aniversário tivesse chego mais cedo.

- De jeito nenhum! - disse Jorge, abafando o riso.

- Ah... eu também... beijei o Percy. - Meredith falou com um sorriso que dizia “ aproveitem o dia de sorte e irritem ele”.

O Expresso de Hogwarts reduziu a velocidade e finalmente parou.

Harry tirou uma pena e um pedaço de pergaminho e se virou para Rony, Hermione e Meredith.

- Isto se chama um número de telefone. - disse a Rony, escrevendo três vezes, rasgando o pergaminho em três e entregando um pedaço a cada um - No verão passado, contei ao seu pai como se usa um telefone, ele vai saber. Me liguem na casa dos Dursley, está bem? Não vou suportar outros dois meses tendo só o Duda para conversar...

- Mas os seus tios vão se sentir orgulhosos, não vão? - Hermione perguntou quando desembarcaram do trem e se juntaram à multidão de alunos que se dirigia à barreira encantada - Quando você contar o que fez este ano?

- Orgulhosos? - Harry falou - Você enlouqueceu? Depois de todas aquelas vezes que eu podia ter morrido e não morri? Eles vão ficar furiosos...

- Que sorte hein... - Rony disse com um certo pesar.

- É isso ai.

- Meredith... você não devia estar em Hogwarts? - Hermione perguntou curiosa - Que eu saiba... você não tem exatamente uma casa.. certo?

- Não, não tenho. Mas vou morar num bairro bruxo aqui em Londres. Dumbledore “emprestou” a casa, e uma mulher vai ir todos os dias lá durante as férias para cuidar de mim! - Meredith sorriu bobamente, como uma criança que acaba de ganhar o melhor doce do mundo - Só vou sentir falta do Franco. Era o jardineiro. Mas Dumbledore disse que seria melhor eu me afastar de lá!

- Ah...

E juntos eles atravessaram a barreira para o mundo dos trouxas.

Fim.


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