Harry Potter e o segredo de Slytherin escrita por Absolem the oracle


Capítulo 17
Capítulo 16 - Lockhart, um mentiroso




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Meredith não teve uma noite tranqüila. O garoto de seus sonhos a atormentou novamente, e ela o reconhecer. Era Riddle. Ele havia “salvo” o colégio. Mas ele não estava agindo como um monitor deveria agir. Ele olhou em seus olhos, beijou sua testa e depois seus lábios. Dos lábios de Meredith saiu uma nevoa brilhante, azul-esverdeada, que fazia pequenos caracóis e Riddle a sugou devagar.

– Preciso do que só você tem... Só você. - ele sussurrou de um jeito estranhamente sensual.

Meredith acordou de uma vez só. Estava suada e ofegante, se sentindo fraca e desgastada. Era quase como se o beijo em Riddle tivesse sugado sua energia e animação. Algum tempo depois ela se “arrastou” para o café da manha levando a capa da invisibilidade em uma mochila marrom velha e surrada.

– Estivemos tantas vezes naquele banheiro, e ela ali a apenas três boxes de distância... - Rony comentou amargurado à mesa do café, na manha seguinte - E poderíamos ter perguntado a ela, e agora...

– É... - Meredith respondeu desatenta. Pegou a mochila e jogou para Harry.

Foi bastante difícil encontrar as aranhas. Fugir dos professores o tempo suficiente para entrar escondido em um banheiro de meninas, e ainda por cima o banheiro de meninas bem ao lado da cena do primeiro ataque, ia ser quase impossível.

Mas aconteceu uma coisa logo na primeira aula. MacGonagall fez questão de anunciar para todas as turmas que as provas seriam no primeiro dia de julho, dali a uma semana exata.

– Provas? - Simas Finnigan gritou - E vamos ter provas?

Ouviram um estrondo no fundo da sala, já que a Grifinória estava em aula, quando a varinha de Neville escapuliu e fez desaparecer um pé de sua carteira. A professora a restaurou com um aceno da própria varinha e se virou de cara amarrada para Simas.

– A razão de se manter a escola aberta neste momento é vocês receberem educação. - ela disse severamente - Portanto, os exames vão se realizar normalmente, e confio que vocês estejam estudando a sério.

Estudando a sério! Jamais ocorreu aos alunos que haveriam provas com o castelo naquela situação. Houve muitos murmúrios de protesto na sala que fizeram a professora amarrar ainda mais a cara.

– As instruções que recebi do Prof. Dumbledore foram no sentido de manter a escola funcionando o mais normalmente possível. E isto, não preciso dizer, significa descobrir o quanto os senhores aprenderam neste ano.

Harry olhou para os dois coelhos que devia transformar em chinelos. Parecia peocupado.

Rony parecia que tinha acabado de ser informado de que seria obrigado a ir viver na Floresta Proibida.

Meredith não protestou. Não estava com animo para discutir algo que não tinha outra solução alem de estudar, e Draco e seus “amiguinhos” reclamaram e ficaram ridicularizando Harry e Rony dizendo que tirariam as menores notas.

– Você pode me imaginar fazendo provas com isso? - Rony perguntou aos dois mostrando a varinha, que começara a assobiar alto.

Três dias antes do primeiro exame, a Prof. McGonagall deu outro aviso no café da manhã.

– Tenho boas notícias! - ela disse e os alunos no Salão, ao invés de se calarem, desataram a falar.

– Dumbledore vai voltar! - vários alunos exclamaram cheios alegria.

– Apanharam o herdeiro de Slytherin! - uma menina na mesa da Corvinal gritou esganiçada.

– Os jogos de Quadribol vão recomeçar! - Olívio berrou ansioso.

Quando o vozerio diminuiu, a professora disse:

– A Prof. Sprout me informou que finalmente as mandrágoras estão prontas para serem colhidas. Hoje à noite, poderemos ressuscitar os alunos que foram petrificados. Não será preciso lembrar a todos que um deles talvez possa nos dizer quem ou o que os atacou. Tenho esperanças que este ano tenebroso terminará com a captura do culpado.

– Que droga... - Meredith disse desanimada - Se pelo menos eu estivesse petrificada isso seria uma boa noticia.

Houve uma explosão de vivas. Meredith e Harry olharam para a mesa da Sonserina e não ficaram nem um pouco surpresos ao ver que Draco Malfoy não se alegrou. Rony, porém, parecia mais feliz do que nos últimos dias.

– Então, não vai fazer diferença nunca termos perguntado nada à Murta! - Rony disse - Hermione provavelmente terá todas as respostas quando a acordarem! E mais, vai endoidar quando descobrir que vamos ter exames dentro de três dias. Ela não estudou. Seria mais caridoso que a deixassem onde está até os exames terminarem.

– Rony... - Meredith colocou a mão na testa e franziu o cenho, como se estivesse com dor de cabeça - Fique quieto tá?

Nesse instante Gina Weasley se aproximou e se sentou entre Rony e Meredith. Parecia tensa e nervosa e Harry reparou que torcia as mãos no colo.

– Que foi que aconteceu? - Rony perguntou se servindo de mais mingau.

Gina não disse nada, mas olhava de uma ponta a outra da mesa da Grifinória com uma expressão apavorada no rosto, que lembrou alguém, embora Meredith não conseguisse descobrir quem.

– Desembucha logo! - Rony disse a observando. Meredith derrepente percebeu com quem Gina parecia. Estava se balançando para frente e para trás na cadeira, exatamente como Dobby fazia quando estava hesitando, pouco antes de revelar a informação proibida.

– Tenho que lhe contar uma coisa - Gina murmurou tomando cuidado para não olhar para Harry.

– O quê? - Harry perguntou.

Gina fez cara de quem não consegue encontrar as palavras certas. Meredith começou a sentiu uma forte náusea que não conseguia ignorar.

– Que é?- Rony perguntou.

Gina abriu a boca, mas não saiu som algum. Harry se curvou para frente e falou baixinho, de modo que somente Gina, Rony e Meredith pudessem ouvir.

– É uma coisa sobre a Câmara Secreta? Você viu alguma coisa? Alguém se comportando estranhamente?

Gina tomou fôlego e, naquele exato momento, Percy Weasley apareceu, com a cara cansada e pálida.

– Se você já terminou de comer, fico com o seu lugar, Gina. Estou morto de fome. Acabei de ser liberado do serviço de vigilância. - Percy acabou de dizer quando Meredith se levantou, deu dois passos e vomitou.

– Eu to bem. -Meredith disse com a voz tremida quando todos se viraram para olhar ela.

Gina deu um pulo como se sua cadeira estivesse eletrificada, lançou um olhar rápido e amedrontado a Percy e saiu correndo. Percy se sentou e pegou uma caneca no meio da mesa.

– Percy! - Rony disse aborrecido - Ela ia começar a nos contar uma coisa importante!

– Meredith você está bem? Quer ir a enfermaria? - Harry disse preocupado enquanto alguém gritando chamava Filch para limpar a bagunça.

A meio caminho de beber um gole de chá, Percy se engasgou. Meredith voltou a sentar na cadeira com a cabeça apoiada na mesa afirmando que não precisava ir à enfermaria

– Que tipo de coisa? - perguntou tossindo.

– Acabei de perguntar se tinha visto alguma coisa estranha e ela começou a dizer...

– Ah, isso, não tem nada a ver com a Câmara Secreta. - Percy disse na mesma hora.

– Como é que você sabe? - Rony perguntou erguendo as sobrancelhas.

– Bem, se você faz questão de saber, Gina, hum, esbarrou comigo no outro dia quando eu estava... Bem, não importa, a questão é que ela me viu fazendo uma coisa e eu, hum, pedi a ela para não contar a ninguém. Devo dizer que achei que ela ia cumprir a promessa. Não é nada, verdade, só que eu preferia...

Harry nunca vira Percy tão constrangido.

– Que é que você estava fazendo, Percy. - Rony perguntou rindo - Vamos, conte para a gente, não vamos rir.

Percy não retribuiu o sorriso.

– Me passa esses pães, Harry, estou morto de fome.

– Provavelmente algo perverso. Ou pervertido. - Meredith gemeu com a cabeça escondida entre os braços e apoiada na mesa.

A grande oportunidade de falar com a Murta veio na manha seguinte. Já que Rony insistia em esperar Hermione ficar curada ao invés de perguntar a Murta. Então Meredith e Harry decidiram o deixar de lado desta vez. Meredith sutilmente se juntou a turma que saia do grande salão.

Lockhart, que tantas vezes os tranqüilizou dizendo que o perigo havia passado, para em seguida provar o contrário, agora estava inteiramente convencido de que nem valia a pena levá-los em segurança pelos corredores. Seus cabelos não estavam tão sedosos quanto de costume, parecia que tinha estado acordado a maior parte da noite, vigiando o quarto andar.

– Marquem minhas palavras. - ele disse contornando um canto com os alunos - As primeiras palavras que aqueles coitados petrificados vão dizer serão "Foi Hagrid". Francamente, estou pasmo que a Prof. MacGonagall continue achando que todas essas medidas de segurança são necessárias.

– Concordo professor. - Harry disse e Meredith fez Rony derrubar os livros de surpresa.

– Obrigado, Harry! - Lockhart disse gentilmente, enquanto esperavam uma longa fila de alunos da Lufa-Lufa passar - Quero dizer, nós, professores, já temos muito o que fazer sem ter que acompanhar alunos às aulas e ficar de guarda a noite inteira...

– Tem razão. - Rony disse percebendo a jogada.

– Por que o senhor não nos deixa aqui, só temos mais um corredor pela frente... - Meredith tentou falar em um tom angelical e se escondeu no meio dos alunos.

– Sabe, Weasley, acho que vou fazer isso. Preciso mesmo preparar a minha próxima aula...

E se afastou depressa.

– Preparar a aula. - Meredith disse debochando - É mais provável que vá é enrolar os cabelos.

Os três deixaram o resto dos colegas da Grifinória seguirem em frente, dispararam por uma passagem lateral e correram para o banheiro da Murta Que Geme. Mas quando estavam se parabenizando pela jogada genial...

– Potter! Weasley! Riddle!Que é que os senhores estão fazendo?

Era a Prof. MacGonagall, e sua boca parecia um fio de linha de tão fina.

– Íamos... Íamos... - Rony gaguejou. - Íamos... Ver..

– Hermione! - Meredith disse repentinamente e Rony, Harry e a professora olharam para ela - Não a vemos há séculos, professora! - Meredith continuou depressa pisando no pé de Rony - E pensamos em entrar sem sermos vistos na ala hospitalar, sabe, e contar a ela que as mandrágoras já estão quase prontas e...

– E para não se preocupar... - Harry falou “emocionado” e a Prof. MacGonagall os encarou. Por um instante os três acharam que ela ia explodir, mas quando falou, tinha a voz estranhamente rouca.

– Claro! - e para o espanto dos três, viram uma lágrima brilhar nos seus olhos - Claro, compreendo que isto tenha sido mais duro para os amigos dos que foram... Compreendo bem. Está bem, Potter, é claro que os senhores podem ir visitar a Srta. Granger. Vou informar ao Prof. Binns onde foram. Diga a Madame Pomfrey que têm a minha permissão.

Harry, Rony e Meredith se afastaram, mal ousando acreditar que tinham evitado uma detenção. Quando dobraram o canto do corredor, ouviram distintamente a professora assoar o nariz.

– Essa... - Rony disse entusiasmado -... foi de longe a melhor história que você já inventou.

– Com certeza. - Harry concordou - Pena ter que meter a Hermione no meio disso.

Não havia escolha agora senão ir à ala hospitalar e dizer à Madame Pomfrey que tinham permissão da Prof. MacGonagall para visitar Hermione.

Madame Pomfrey os deixou entrar, com relutância.

– Não tem sentido conversar com uma pessoa petrificada! - ela disse e os garotos tiveram que admitir que estava certa, depois de se sentarem ao lado de Hermione. Era evidente que Hermione nem imaginava que tinha visitas, e que tanto fazia dizerem ao armário de cabeceira para não se preocupar, tal era o bem que a conversa poderia produzir.

– Será que ela vê e escuta, mesmo estando petrificada? - Meredith a cutucava curiosa.

– Mas eu me pergunto se ela terá visto o atacante. - Rony disse contemplando com tristeza o rosto rígido de Hermione - Porque se ele chegou sem ser visto, ninguém nunca vai saber...

– E esse papel? - Meredith apontou para a mão fechada de Hermione.

Harry se prontificou a tentar tirar da mão de Hermione. Verificando antes se Madame Pomfrey andava por perto, ele apontou o papel para Rony.

– Tente tirar! - Rony cochichou mudando a posição da cadeira e Meredith se levantou para esconder Harry da vista de Madame Pomfrey.

Não foi nada fácil. A mão de Hermione segurava o papel com tanta força que Harry teve certeza de que ia rasgá-lo. Enquanto Rony e Meredith vigiavam, ele puxou e torceu e, finalmente, depois de alguns minutos tensos, o papel saiu.

Era uma página rasgada de um livro muito velho da biblioteca. Harry alisou-a ansioso, e Rony se curvou mais para ler também.

“Das muitas feras e monstros medonhos que vagam pela nossa terra não há nenhum mais curioso ou mortal do que o basilisco, também conhecido como rei das serpentes.

Esta cobra, que pode alcançar um tamanho gigantesco e viver centenas de anos, nasce de um ovo de galinha, chocado por uma rã. Seus métodos de matar são os mais espantosos, pois além das presas letais e venenosas, o basilisco tem um olhar mortífero, e todos que são fixados pelos seus olhos sofrem morte instantânea. As aranhas fogem do basilisco, pois é seu inimigo mortal e o basilisco foge apenas do canto do galo, que lhe é fatal.”

E, no pé da página, uma única palavra fora escrita numa caligrafia que Harry reconheceu ser de Hermione. Canos.

Era como se alguém tivesse acabado de acender uma luz em seus cérebros.

– Rony! - Harry sussurrou. - É isso. Isso é a resposta. O monstro na Câmara é um basilisco, uma cobra gigantesca! E por isso que andei ouvindo a voz por todo lado, e ninguém mais ouvia. É porque entendo a língua das cobras...

– E-eu também ouvi... - Meredith admitiu constrangida.

– Então por que não disse?

– Eu não sei... o que eu sei é que o basilisco mata as pessoas com o olhar. - Meredith mudou de assunto - Mas ninguém morreu, porque ninguém o encarou. Colin viu o bicho através da lente da máquina fotográfica. O basilisco queimou o filme que havia dentro, mas Colin só ficou petrificado. Justino... Justino deve ter visto o basilisco através do Nick Quase Sem Cabeça! Nick recebeu todo o impacto, mas não podia morrer novamente... E Hermione e aquela monitora da Corvinal foram encontradas com um espelho ao lado delas. Hermione tinha acabado de perceber que o monstro era um basilisco. Aposto o que você quiser que ela preveniu a primeira pessoa que encontrou para antes de virar um canto, primeiro olhar o outro lado com um espelho! E aquela garota tirou o espelho da mochila... E...

O queixo de Rony caiu.

– E Madame Nor-r-ra? - Rony perguntou.

– A água... - Harry disse lentamente. - A inundação do banheiro da Murta Que Geme. Aposto como Madame Nor-r-ra só viu o reflexo...

Harry examinou a página que tinha na mão.

Quanto mais liam, mais ela fazia sentido.

– "O canto do galo... Lhe é letal!"- ele leu em voz alta - Os galos de Hagrid foram mortos! O herdeiro de Slytherin não queria nenhum perto do castelo quando a Câmara fosse aberta! As aranhas fogem do basilisco! Tudo se encaixa!

– É por isso que quase todos os ataques foram de tarde ou de noite. Nunca de manhã, que é quando o galo canta... - Meredith disse baixo.

– Mas como é que o basilisco anda circulando pelo castelo? - Rony perguntou - Uma cobra gigantesca... Alguém a teria visto...

Harry, porém, apontou para a palavra que Hermione escreveu no pé da página.

– Ninguém veria se ele andasse dentro das paredes. - Meredith resmungou.

– Canos. Canos... Rony, ele está usando os canos. Tenho ouvido aquela voz dentro das paredes...

Rony agarrou de repente o braço de Harry.

– A entrada para a Câmara Secreta! - Rony disse com a voz rouca.

– E se for um banheiro? E se for o..

– Banheiro da Murta Que Geme. - Meredith disse devagar.

Os três ficaram sentados ali, a ansiedade circulando com rapidez pelo corpo, mal conseguindo acreditar.

– Isto significa... - Harry disse pausadamente -... que não devemos ser os únicos a falar a língua das cobras na escola Meredith. O herdeiro de Slytherin deve ser outro que fala também. É assim que ele controla o basilisco.

– Que vamos fazer? - Rony, cujos olhos faiscavam, perguntou.

– Vamos direto à Prof. McGonagall?

– Ah claro... como se ela fosse acreditar em um monte de conclusões tiradas por alunos... - Meredith retrucou e repentinamente ficou em silencio - Onde... a Gina está?

– Por que? - Rony ficou surpreso com a pergunta.

– Estou... preocupada com ela. - com um mau pressentimento definiria perfeitamente o que Meredith sentia.

– Vamos à sala dos professores. - Harry disse ficando de pé de um salto - Ela vai para lá dentro de dez minutos. Já está quase na hora do intervalo.

Eles correram para baixo. Não querendo ser encontrados perambulando por outro corredor, foram diretamente à sala dos professores, ainda deserta. Era um aposento amplo, as paredes forradas com painéis de madeira, as cadeiras de madeira escura. Harry e Rony ficaram andando de um lado para o outro, ansiosos demais para se sentar e Meredith, sem muitas expectativas, se sentou em uma das cadeiras.

– Vamos embora! - Meredith disse perdendo a paciência.

Mas o sinal do intervalo jamais tocou.

– Em vez disso, ecoando pelos corredores, ouviram a voz da Prof. MacGonagall, magicamente amplificada.

"Todos os alunos voltem imediatamente aos dormitórios de suas casas".

"Todos os professores voltem à sala de professores. Imediatamente, por favor".

Harry se virou para encarar Rony.

– Não outro ataque! Não agora!

– Que vamos fazer? - disse Rony horrorizado. - Voltar ao dormitório?

– Não... - Meredith disse apontando para um feio guarda-roupa à sua esquerda, onde guardavam as capas dos professores - Ali dentro. Vamos ouvir o que foi. Depois podemos contar o que descobrimos. - ela falou séria.

Eles se esconderam dentro do armário, escutando o barulho de centenas de pessoas andando no andar de cima e a porta da sala de professores se abrir e bater. Do meio das dobras mofadas das capas, observaram os professores chegarem um a um. Alguns pareciam intrigados, outros completamente apavorados. Então chegou a Prof. McGonagall.

– Aconteceu! - ela disse na sala silenciosa - Uma aluna foi levada pelo monstro. Para a Câmara.

O Prof. Flitwick deixou escapar um grito fino. A Prof. Sprout tampou a boca com as mãos. Snape agarrou com muita força o espaldar de uma cadeira e perguntou:

– Como você pode ter certeza?

– O herdeiro de Slytherin. - a professora disse muito pálida - Deixou outra mensagem. Logo abaixo da primeira.


"O esqueleto dela jazerá na Câmara para sempre."


O Prof. Flitwick rompeu em lágrimas.

– Quem foi? - Madame Hooch, que afundou numa cadeira com os joelhos bambos, perguntou - Que aluna?

– Gina Weasley. - MacGonagall respondeu.

Rony escorregou silenciosamente para o chão do armário do lado dele. Meredith deu um soluço abafado.

– Acha que poderia ter sido... ? - Snape mandou um olhar enigmático para MacGonagall.

– Não. Eu duvido. Até por que muitos alunos mal tinham ciência desta história, e passaram a saber este ano. Creio que ela também. - MacGonagall disse confiante e mandou a todos na sala um olhar de “este é um assunto particular, não se preocupem”. - Teremos que mandar todos os alunos para casa amanhã. - ela continuou - Isto é o fim de Hogwarts. Dumbledore sempre disse...

A porta da sala de professores bateu outra vez. Por um momento delirante houve uma esperança dentro do armário que seria Dumbledore.

Mas era Lockhart e ele sorria.

– Lamento muito, cochilei, que foi que perdi?

Ele não pareceu notar que os outros professores o olhavam com uma expressão muito próxima ao ódio. Snape se adiantou.

– O homem de que precisávamos! Em pessoa! Uma menina foi seqüestrada pelo monstro, Lockhart. Levada para a Câmara Secreta. Chegou finalmente a sua vez.

Lockhart ficou lívido.

– Isto mesmo, Gilderoy! - disse a Prof. Sprout - Você não estava dizendo ainda ontem à noite que sempre soube onde era à entrada da Câmara Secreta?

– Eu... Bem, eu... - gaguejou Lockhart.

– É, você não me disse que tinha certeza do que havia dentro dela? - falou o Prof. Flitwick.

– D-disse? Não me lembro...

– Pois eu me lembro de você dizendo que lamentava não ter tido uma chance de enfrentar o monstro antes de Hagrid ser preso - continuou Snape. - Você não disse que o caso todo foi mal conduzido e que deviam ter-lhe dado carta branca desde o começo?

– Babaca... - Meredith disse em um sussurro furioso - As vezes eu ate admiro o Prof. Snape. -Ela olhou para Harry que sentia o mesmo.

Lockhart contemplou os rostos duros dos colegas à sua volta.

– Eu... Eu realmente nunca... Vocês devem ter entendido mal.

– Vamos deixar o problema em suas mãos, então, Gilderoy! - a Prof. MacGonagall disse - Hoje à noite será uma ocasião excelente para resolvê-lo. Vamos providenciar para que todos estejam fora do seu caminho. Você terá oportunidade de cuidar do monstro sozinho. Enfim, terá carta branca.

Lockhart olhou desesperado para os lados, mas ninguém veio em seu socorro. Ele não parecia mais bonitão, nem de longe. Seu lábio tremia e na ausência do sorriso costumeiro, cheio de dentes, seu queixo parecia pequeno e fraco.

– M-muito bem. - disse - Estarei em minha sala me... Me preparando.

E saiu.

– Muito bem. - a Prof. MacGonagall disse com certa raiva - Com isso o tiramos do caminho. Os diretores das casas devem ir informar os alunos do que aconteceu. Digam que o Expresso de Hogwarts os levará para casa logo de manhã. Os demais, por favor, certifiquem-se de que nenhum aluno fique fora dos dormitórios.

Os professores se levantaram e saíram, um por um.

Foi provavelmente o pior dia da vida de todos. Harry, Rony, Meredith, Fred e Jorge se sentaram juntos a um canto da sala comunal da Grifinória, incapazes de dizer qualquer coisa.

Percy não estava presente. Fora despachar uma coruja para o Sr. e a Sra. Weasley, depois se trancou no dormitório.

Nenhuma tarde jamais se arrastou tanto quanto essa, nem tampouco a Torre da Grifinória esteve tão cheia e, no entanto, tão silenciosa. Próximo ao pôr-do-sol, Fred e Jorge foram se deitar, porque não conseguiam continuar sentados.

– Snape vai me matar... - Meredith reclamou - Eu devia estar no meu dormitório.

– Ela sabia alguma coisa, Harry. - Rony disse falando pela primeira vez desde que entraram no armário da sala de professores - É por isso que foi seqüestrada. Descobriu alguma coisa sobre a Câmara Secreta. Deve ter sido por isso que foi... - Rony esfregou os olhos com força - Quero dizer, ela era puro-sangue. Não pode haver nenhum outro motivo.

– Talvez... Quando ela disse que queria falar algo importante... não fosse sobre o Percy. - Meredith resmungou.

Meredith podia ver o sol se pondo, vermelho-sangue, na linha do horizonte. Se sentia estranha. Talvez devesse falar de tudo, dos sonhos, dos pressentimentos. Se ao menos houvesse alguma coisa que pudessem fazer. Qualquer coisa.

– Meredith, você perguntou por Gina antes de sairmos da enfermaria. Por que?

– Tive... um mau pressentimento. Sobre ela querer falar e não conseguir.

– Você acha que pode haver alguma chance de ela não estar... Sabe... - Rony perguntou a Harry.

Harry não soube o que dizer. Não conseguia ver como Gina ainda pudesse estar viva.

– Sabe de uma coisa? - Rony falou - Acho que devíamos ir ver Lockhart. Contar a ele o que sabemos. Ele vai tentar entrar na Câmara. Podemos contar onde achamos que é, e avisar que tem um basilisco lá dentro.

– Ele não vai enfrentar essa coisa. Vocês mesmos ouviram que a Prof. MacGonagall só disse quilo para o tirar do caminho. Por que ela sabia que ele vai fugir. - Meredith falou pesarosa.

Já que não havia nada melhor a fazer, os dois cederam a Rony e decidiram ir atrás de Lockhart. Os alunos da Grifinória na sala estavam tão infelizes e sentiam tanta pena dos Weasley, que ninguém tentou impedi-los quando se levantaram, atravessaram a sala e saíram pelo buraco do retrato.

Anoitecia quando desceram à sala de Lockhart. Parecia haver muita atividade lá dentro. Os garotos ouviram coisas sendo arrastadas, baques surdos e passos apressados.

Harry bateu e fez um repentino silêncio na sala. Então se abriu uma frestinha na porta e eles viram o olho de Lockhart espreitando.

– Ah... Sr. Potter.. Sr. Weasley... Srta. Riddle... - ele disse abrindo um pouco mais a porta - Estou muito ocupado no momento, se puderem ser rápidos...

– Professor, temos umas informações para o senhor. - Harry disse - Achamos que podem ajudá-lo.

– Hum... Bem... Não é tão... - A metade do rosto de Lockhart que podiam ver parecia muito constrangida - Quero dizer... Bem... Muito bem...

Ele abriu a porta e os garotos entraram.

Sua sala tinha sido quase completamente desmontada. Havia dois malões abertos no chão. Vestes verde-jade, lilás, azul-meia-noite, tinham sido apressadamente dobradas e guardadas em um deles; livros tinham sido enfiados de qualquer jeito no outro.

As fotografias que cobriam as paredes agora estavam comprimidas em caixas sobre a escrivaninha.

– O senhor vai a algum lugar? - Harry perguntou.

– Hum, bem, vou. - Lockhart disse arrancando um pôster com a sua foto em tamanho natural das costas da porta, enquanto falava, e começando a enrolá-lo - Chamado urgente... Inevitável... Tenho que partir...

– E a minha irmã? - Rony perguntou repentinamente.

– Bem, sobre isso... Foi muito azar... - Lockhart respondeu evitando encarar os garotos, enquanto puxava uma gaveta com força e começava a esvaziar o seu conteúdo em uma mochila.

– Que foi que eu disse? - Meredith perguntou cínica.

– Ninguém lamenta mais do que eu...

– O senhor é o professor de Defesa Contra as Artes das Trevas! - Harry exclamou - Não pode ir embora agora! Não com todas essas artes das trevas em ação!

– Bem... Devo dizer... Quando aceitei o emprego... - Lockhart resmungou agora amontoando meias por cima das vestes - Nada na descrição da função... Não era de esperar...

– O senhor quer dizer que está fugindo? - Harry disse incrédulo. - Depois de tudo que fez nos seus livros...

– Os livros podem ser enganosos. - Lockhart disse gentilmente.

– É um covarde mesmo! - Meredith falou irritada.

– Mas foi o senhor quem os escreveu - Harry gritou.

– Meu caro rapaz - Lockhart disse se endireitando e amarrando a cara para Harry - Use o bom senso. Meus livros não teriam vendido nem a metade se as pessoas não achassem que eu fiz todas aquelas coisas. Ninguém quer ler histórias de um velho bruxo feio da Armênia, mesmo que tenha salvo uma cidade dos lobisomens. Ele ficaria medonho na capa. Nem sabe se vestir. E a bruxa que afugentou o espírito agourento tinha lábio leporino. Quero dizer, convenhamos...

– Então o senhor só está recebendo crédito pelo que outros bruxos e bruxas fizeram? - Harry perguntou incrédulo.

– Isso é surpresa pra você? - Meredith falou cética.

– Olhem vocês três... - Lockhart disse sacudindo a cabeça com impaciência -... a coisa não é tão simples assim. Há muito trabalho envolvido. Eu tive que procurar essas pessoas. Perguntar exatamente como conseguiram fazer o que fizeram. Depois tive que lançar um Feitiço da Memória para elas esquecerem o que fizeram. Se há uma coisa de que me orgulho é do meu Feitiço da Memória. Não, foi muito trabalhoso, Harry. Não é só autografar livros e tirar fotos de publicidade, sabe. Se você quer ser famoso, tem que estar preparado para dar duro.

Ele fechou os malões com estrondo e trancou-os.

– Vejamos... - ele disse - Acho que é só. E. Só falta uma coisa.

E tirou a varinha e se virou para os garotos.

– Lamento muito, rapazes e senhorita, mas tenho que lançar um Feitiço da Memória em vocês agora. Não posso permitir que saiam espalhando os meus segredos por aí. Eu jamais venderia outro livro...

Harry apanhou a própria varinha bem na hora. Lockhart mal erguera a sua, quando Harry berrou:

– Expelliarmus!

Lockhart foi atirado para trás, caiu por cima do malão, a varinha voou no ar e Rony a pegou e jogou pela janela.

– O senhor não devia ter deixado o Prof. Snape nos ensinar isso. - disse Harry furioso.

Meredith chutou o malão de Lockhart para o lado. Lockhart ficou olhando para eles, parecendo frágil outra vez. Harry apontava a varinha em sua direção.

– Que é que você quer que eu faça? - Lockhart perguntou com a voz fraca - Eu não sei onde fica a Câmara dos Segredos. Não há nada que eu possa fazer.

– Câmara secreta... secreta! - Meredith disse impaciente.

– O senhor está com sorte! - Harry disse forçando Lockhart a se levantar com a varinha.

– Achamos que sabemos onde fica. E o que tem lá dentro. Vamos. - Meredith falou secamente. Deu dois passos a frente, ficando cara a cara com Lockhart. Ela respirou fundo e deu um chute certeiro no meio das pernas do professor. Ele não pode fazer nada alem de se curvar e gemer de dor, já que o ataque foi inesperado.

– Eu esperei muuuuito tempo por isso... - Meredith disse sorrindo de uma forma sádica.

Saíram os quatro da sala, desceram as escadas mais próximas, e seguiram pelo corredor escuro em que as mensagens brilhavam na parede até a porta do banheiro da Murta Que Geme. Lockhart andava com as pernas bambas, sob a ameaça das varinhas de Harry, Rony e Meredith. Empurraram Lockhart na frente. Harry ficou satisfeito de verificar que o professor tremia.

Murta Que Geme estava sentada na caixa de água do último boxe.

– Ah, são vocês. - disse quando viu Harry, Rony e Meredith, mas estranhou Lockhart - Que é que vocês querem agora?

– Perguntar como foi que você morreu. - Meredith disse.

A atitude de Murta mudou na hora. Parecia que nunca alguém lhe fizera uma pergunta tão elogiosa.

– Aaaah, foi pavoroso! - disse com satisfação - Aconteceu bem aqui. Morri aqui mesmo neste boxe. Me lembro tão bem! Eu tinha me escondido porque Olivia Homby estava caçoando de mim por causa dos meus óculos. Tranquei a porta e fiquei chorando e então ouvi alguém entrar. Disseram uma coisa engraçada. Deve ter sido numa língua diferente, acho. Em todo o caso, o que me incomodou foi que era a voz de um garoto. Então destranquei a porta do boxe para mandar ele sair e ir usar o banheiro dos garotos e então... - Murta inchou se fazendo de importante, o rosto brilhante.

– Morri..

– Como? - perguntou Harry.

– Não faço idéia - a Murta disse sussurrando - Só me lembro de ter visto dois olhos grandes e amarelos. Meu corpo inteiro foi engolfado e então me afastei flutuando... - ela olhou para o teto sonhadora - E então voltei. Estava decidida a assombrar Olivia Homby, sabe. Ah, como ela lamentou ter-se rido dos meus óculos.

– Onde foi exatamente que você viu os olhos? - Meredith chegou mais perto.

– Por ali. - a Murta respondeu apontando vagamente na direção da pia em frente ao boxe em que estava.

Harry e Meredith correram para a pia. Lockhart ficou parado bem mais atrás com uma expressão de puro terror no rosto sendo vigiado por Rony.

Parecia uma pia comum. Eles examinaram cada centímetro, por dentro e por fora, inclusive os canos embaixo. E então Harry viu: gravada ao lado de uma das torneiras de cobre havia uma cobrinha mínima.

– Essa torneira nunca funcionou! - Murta a murta disse animada, quando Meredith tentou abri-la.

– Harry - Rony disse - Diga alguma coisa. Alguma coisa em língua de cobra.

– Mas... - Harry se esforçou. As únicas vezes em que conseguira falar a língua das cobras foi quando estava diante de uma cobra real. Ele fixou o olhar na gravação minúscula, tentando imaginar que era real.

– "Abra"!-mandou.

Ele olhou para Rony, que sacudiu a cabeça.

– Nossa língua.

– Me... deixem tentar... - Meredith percebeu que Harry só conseguiria com uma cobra viva, e Meredith falou durante tantos anos com Titi que a tarefa não parecia difícil.

– "Abra"... - Meredith falou devagar com o olhar fixo na serpente sentindo a língua estalar dentro da boca.

Só que as palavras não foram o que ela ouviu. Um estranho assobio lhe escapara da boca e na mesma hora a torneira brilhou com uma luz branca e começou a girar. No segundo seguinte, a pia começou a se deslocar. A pia, na realidade, sumiu de vista, deixando um grande cano exposto, um cano largo o suficiente para um homem escorregar por dentro dele.

Meredith ouviu Harry e Rony soltarem uma exclamação e levantou a cabeça. Harry tinha decidido o que ia fazer.

– Vou descer. - anunciou.

Ele não podia deixar de descer, agora que tinham encontrado a entrada para a Câmara, não se houvesse a mais leve, mínima, imaginária chance de Gina estar viva.

– Eu também - Rony falou.

– Por maioria dos votos... - Meredith falou desanimada.

Houve uma pausa.

– Bem, parece que vocês não precisam de mim. - Lockhart disse com uma sombra do seu antigo sorriso -Eu vou...

E levou a mão à maçaneta da porta, mas Rony, Harry e Meredith apontaram as varinhas para ele.

– Não ouse... - Meredith falou sinistra.

– Você pode descer primeiro! - Rony rosnou.

Com pesar e sem varinha, Lockhart se aproximou da abertura.

– Rapazes... - ele disse com a voz fraca - Rapazes, que bem isto vai trazer?

– Eu sou uma garota... - Meredith realmente sentia asco daquele professor.

Harry o cutucou nas costas com a varinha. Lockhart escorregou as pernas para dentro do cano.

– Eu não acho... - começou a dizer, mas Meredith deu um empurrão com o pé e ele desapareceu de vista. Harry o seguiu em silêncio. Depois Meredith baixou o corpo lentamente para dentro do cano e se soltou. Rony fez o mesmo em seguida.

Foi como se ela se estivesse indo rapidamente por um escorrega escuro, viscoso e sem fim. Viu outros canos saindo para todas as direções, mas nenhum tão largo quanto aquele, que virava e dobrava, sempre vertiginosamente para baixo, e ela percebeu que estava descendo cada vez mais fundo sob a escola, para além das masmorras mais fundas. Atrás ela ouvia Rony, batendo ligeiramente nas curvas e na frente Harry as vezes soltava pequenas exclamações.

E então, quando começava a se preocupar com o que aconteceria quando chegasse ao chão, o cano nivelou e ele foi atirado pela extremidade com um baque aquoso, e aterrissou no chão úmido de um túnel de pedra às escuras, suficientemente amplo para a pessoa ficar de pé. Lockhart estava se levantando um pouco adiante, coberto de limo e branco como um fantasma. Harry se afastou para um lado enquanto Meredith caiu e rolou para o lado e Rony também saía chispando do cano.

– Devemos estar quilômetros abaixo da escola! - Harry disse e sua voz ecoou no túnel escuro.

– Provavelmente debaixo do lago .- Rony sugeriu apertando os olhos para enxergar as paredes escuras e cheias de um limo verde.

– As vezes pode ser um lenço freático... - Meredith disse criando hipóteses em sua mente - Bem, agora não da mais pra voltar.

Os quatro se viraram para encarar a escuridão à frente.

– Lumus! - Harry e Meredith murmuraram para suas varinhas que acenderam.

– Vamos! - chamou Rony e Lockhart, já que Meredith já estava ao seu lado, e foram os quatro, com seus passos encharcados e ruidosos no chão molhado.

O túnel era tão escuro que eles só conseguiam ver uma pequena distância à frente. Suas sombras nas paredes molhadas pareciam monstruosas à luz das varinhas.

– Lembrem-se. - Meredith disse baixinho enquanto avançavam com cautela - Qualquer sinal de movimento, fechem os olhos imediatamente...

– Certo... - os dois concordaram com tensão na voz.

Mas o túnel estava silencioso como um túmulo, e o primeiro som inesperado que ouviram foi o ruído de alguma coisa sendo esmagada quando Rony pisou em alguma coisa que descobriram ser um crânio de rato. Harry baixou a varinha para olhar o chão e viu que se encontrava cheio de ossos de pequenos animais. Tentando por tudo não imaginar que aspecto teria Gina se a encontrassem, Meredith seguiu em frente puxando Harry e virou uma curva escura do túnel.

– Harry... Tem alguma coisa ali... - Rony disse rouco, agarrando o ombro do garoto.

– Onde? - Meredith disse em um sussurro quase inaudível e Rony apontou.

Eles se imobilizaram, observando. Meredith conseguia apenas ver o contorno de uma coisa enorme e curvilínea, deitada atravessada no túnel. A coisa não se mexia.

– Talvez esteja dormindo. - Harry sussurrou, olhando para os outros dois atrás. Lockhart tampava os olhos com as mãos.

Meredith tornou a se virar para olhar a coisa, o coração batendo tão forte que chegava a doer. Muito devagarinho, com os olhos o mais apertados possível, mas ainda vendo, Harry e Meredith avançaram aos poucos com as varinhas erguidas.

A luz deslizou pela pele de uma cobra gigantesca, colorida e venenosa, que se encontrava enroscada e oca no chão do túnel. O bicho que se desfez dela devia ter no mínimo uns seis metros de comprimento comparando com sua caça.

– Droga. - Rony falou em voz baixa.

– Se isso é a presa... imaginem... o caçador... - Meredith falou com a voz tremida. O medo estava se apoderando dela.

Ouviram então um movimento súbito às costas. Os joelhos de Lockhart tinham cedido.

– Levante-se! - Rony disse com rispidez, apontando a varinha para Lockhart.

O professor se levantou e em seguida se atirou contra Rony, o derrubando no chão.

Harry deu um salto à frente, mas era tarde demais. Lockhart já se erguia, ofegante, a varinha de Rony na mão e um sorriso radioso novamente no rosto.

– A aventura termina aqui, rapazes. Vou levar um pedaço dessa pele de volta à escola, dizer que cheguei tarde demais para salvar a garota e que vocês dois enlouqueceram tragicamente ao verem o corpo dela mutilado, digam adeus às suas memórias!

– Como vai explicar se acontecerem novos ataques? - Meredith gritou desesperada tentado impedi-lo.

Ele ergueu a varinha de Rony, emendada com fita adesiva, acima da cabeça, ignorando a pergunta e gritou:

– Obliviate!

A varinha explodiu com a força de uma pequena bomba. Harry ergueu os braços para o alto e fugiu, escorregando nas voltas da pele de cobra, escapando do alcance dos grandes pedaços do teto do túnel que caíam com estrondo no chão. Meredith já tinha se jogado para trás do corpo da gigantesca serpente. No momento seguinte, estavam só Meredith e Harry, contemplando uma parede maciça formada pelos destroços.

– Rony! - Harry gritou.

– Você está bem? Rony! - Meredith tentava encontrar uma brecha entre as pedras.

– Estou aqui! - a voz abafada de Rony respondeu atrás do entulho. - Estou bem, mas esse bosta aqui não está, a varinha acertou nele...

Ouviu-se uma pancada surda e um sonoro "ai!". Parecia que Rony tinha acabado de chutar Lockhart.

– E agora? - a voz de Rony perguntou desesperado - Não podemos passar, vai levar séculos...

Harry olhou para o teto do túnel. Tinham aparecido nele enormes rachaduras.

– Eu.. nunca usei magia pra uma coisa tão.. grande! - Harry parecia indeciso com a decisão a tomar.

– Nem eu! Mas... - Ouviram mais outra pancada e mais um "ai!" por trás das pedras -Estmos perdendo tempo. Gina já fora trazida para a Câmara Secreta fazem horas...

Eles sabiam que havia apenas uma coisa a fazer.

– Espere ai! - ele gritou para Rony - Espere com Lockhart. Vamos continuar...

– Se não voltarmos dentro de uma hora... - Meredith respirou fundo.

Houve uma pausa cheia de significado.

– Vou tentar afastar umas pedras! - Rony disse que parecia estar querendo manter a voz firme. - Para vocês poderem... Poderem passar na volta. E, Harry...

– Vejo você daqui a pouco. - Harry disse tentando injetar alguma segurança em sua voz trêmula, enquanto Meredith fazia “não” com a cabeça, e apontando para o caminho. Não adiantaria falar mais nada.

E retomaram sozinhos a caminhada para além da pele de cobra.

Logo o som distante de Rony batalhando para retirar as pedras silenciou. O túnel dava voltas e mais voltas.

– Se o basilisco aparecer eu vou deixar ele comer você. Eu juro que saio correndo! - Meredith sussurrou.

Eles queriam que o túnel terminasse, mas temiam o que encontrariam no fim. E então, ao dobrarem mais uma curva, se depararam com uma parede sólida à sua frente em que havia duas cobras entrelaçadas talhadas em pedra, os olhos com duas enormes esmeraldas brilhantes.

– Esse lugar... isso é uma porta. - Meredith disse em choque. Se lembrava perfeitamente dos sonhos onde entrava por aquele lugar.

Harry se aproximou, a garganta seca. Não havia necessidade de fingir que essas cobras de pedra eram reais já que seus olhos pareciam estranhamente vivos. Meredith parecia em choque. Não conseguiria fazer nada.

– Harry... - ela sussurrou.

Ele adivinhou o que precisava fazer. Pigarreou e os olhos de esmeralda pareceram piscar.

– "Abram". - disse num sibilo grave e fraco.

As cobras se separaram e as paredes se afastaram, as duas metades deslizaram suavemente, desaparecendo de vista e os dois tremendo dos pés à cabeça, entraram.




por favor leiam as notas finais




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Notas finais do capítulo

Olá!!! trabalhei feito louca nestes dois( ou trÊs, vai saber?) ultimos dias escrevendo furiosamente e dormindo cerca de quatro horas por dia para compensar o longo tempo que passei sem postar. sim! estamos no fim do segundo livro(uahauhauhau) ou quase.
bem, o proximo capitulo será emocionante! me sinto meio depre, por que isso significa que é menos um livro ate o fim, mas alegre de finalmente ter acabado este trabalho!!! bem. leiam com carinho e esperem logo( muito logo) o terceiro livro!!!( ainda não decidi o nome... mas terá um link pra ele no ultimo capitulo e no primeiro livro. é isso ai!
kissu da kii



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