Friends By Fate 4 - The Final Battle escrita por Mandy-Jam


Capítulo 9
Congelando


Notas iniciais do capítulo

Desculpem mesmo pela demora!
Boa leitura.



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Todos os semideuses estavam parados na porta do Empire States. Era por volta de umas 5 da tarde, e o Sol já estava começando a se por. Esperavam com ansiedade para ouvir o plano da batalha dos 12 da profecia.

Porém, muitas coisas estavam erradas. Os olhos deles podiam não notar, mas Marcos notava. Ela viu que nada fora completamente resolvido, pois ainda faltavam dois semideuses, Bruna e Rodrigo. Sabia também que eles agiram por impulso, e que não tinham nem ideia do que fazer para proteger o Olimpo.

Sabia também que Zeus não estava muito feliz com aquilo, o que era um dos maiores empecilhos.

 - Qual o plano de vocês? – Perguntavam os semideuses.

- O que faremos contra Cronos? – Perguntavam ainda mais alto.

Vários múrmuros preocupados.

Nina olhava para a multidão á sua frente, e respirava fundo. Era a vez dela. Era a filha de Zeus e sabia muito bem que teria que ser a líder daquele grupo. Sentia que teria que tomar todas as decisões, e que as pessoas deveriam seguí-la.

Quando ela abriu a boca para falar, entretanto, foi outra pessoa que tomou a liderança.

- Nós vamos ter que montar guarda aqui. O último ponto que Cronos tem para atacar é o próprio Olimpo. – Disse Natália de um modo determinado – Nós teremos esse fim de dia e o começo da manhã de amanhã para nos prepararmos. Comida, sacos de dormir e armas. Ficaremos aqui até o exército chegar, e planejaremos nossas estratégias com mais detalhes. Por enquanto... Acho melhor voltarmos para nossas casas.

Nina abriu a boca para reclamar, pronta para dizer que ela é que era líder, mas foi interrompida novamente.

- Eu vou ajudar Natália com os planos. – Disse Bia, e depois olhou para a filha de Poseidon – Acho melhor ela você ser a nossa líder. Quem poderia planejar melhor?

Nina estava pronta para dizer “eu”, mas novamente... Foi interrompida.

- Eu voto na Natália. – Confirmou Amanda sorrindo para a filha de Poseidon – Você é boa em liderar.

Nina estava pronta para dizer “vira casaca”, mas foi mais uma vez interrompida.

- Eu também acho que a Natália é a melhor para pensar nisso. – Confirmou Mariana assentindo – É claro que vai precisar da minha ajuda nas paradas de guerras, mas eu voto nela.

Nina ia dizer que votava nela mesma, e não na Natália, mas... Interrompida.

- Natália venceu a votação. – Disse Mateus vendo todos erguerem os braços e concordarem.

Nina desistiu de falar.

E foi isso que decidiram. Alguns semideuses insistiram em ficar na porta do Empire States, mas a maioria preferiu ir para casa e arrumar as malas para acampar na porta de um dos edifícios mais movimentados e famosos de Nova Iorque.

Marcos estava encostado ao prédio observando todos irem, quando viu alguém se aproximar. Amanda estava indo embora, mas olhando em volta como se estivesse em um lugar estranho. Ele franziu o cenho, confuso.

- Tem alguma coisa errada? – Perguntou. Amanda notou a presença dele, e deu de ombros um tanto incerta.

- As coisas estão devagar. – Comentou ela.

- É só esperar até amanhã. Um pequeno intervalo de preparação. Não estamos indo devagar. – Negou ele com a cabeça. Amanda coçou a cabeça.

- Não é bem isso. – Murmurou sabendo que não tinha se expressado bem. Rhamon veio na direção dela e de Marcos, pois era o caminho de sua casa. Resolveu parar para conversar, pois imaginava que o assunto era algo importante.

- Estão falando sobre Cronos? – Perguntou ele.

- Você está sentindo tudo meio devagar? – Perguntou Amanda. O filho de Deméter pareceu confuso.

- Como assim devagar? – Perguntou ele. Amanda se mexia no mesmo lugar, inquieta – Você quer ir ao banheiro?

- O que? Não! É nervoso. – Disse ela revirando os olhos – Está muito devagar. Lento... Parece que nada anda.

- Como assim nada anda?! – Perguntou Marcos irritado por não estar entendendo. Amanda abriu a boca para explicar, mas não conseguia ser mais clara. A própria sensação era confusa.

- Nada está andando. Está tudo se movendo devagar. – Disse Amanda bem lentamente – Parece que o mundo todo está no mesmo lugar.

Marcos olhou para Rhamon. Nenhum dos dois tinham entendido nenhuma palavra que ela dissera.

- Falar devagar não torna as coisas mais claras. – Comentou Marcos. Amanda revirou os olhos.

- Então nunca vai ficar claro para você. Não tem como explicar melhor do que isso. – Disse encolhendo os ombros – Eu vou para casa. Talvez notem depois.

Ela saiu correndo, e Rhamon olhou para Marcos.

- Acho que ela deve estar mesmo apertada para ir ao banheiro. – Disse Rhamon rindo. Marcos colocou o dedo indicador sobre a cabeça e girou algumas vezes. Rhamon e eles riram, e cada um tomou seu caminho.

Foi só quando chegou a seu apartamento, é que Marcos entendeu o que ela queria dizer. Olhando pela janela, e comparando o cenário ao seu relógio, ele notou que nada estava saindo do lugar direito, pois o Sol passara mais de três horas no exato mesmo lugar.

Rita também notou isso.

Mesmo não sabendo de nada, ela voltou para casa esperando poder juntar o máximo de comida que precisaria. Passou todo o caminho para seu apartamento pensando em como convenceria seus pais de que precisaria dormir nas ruas por vários dias.

- Mãe... Eu tenho que salvar o mundo. Tenho que salvar a minha mãe de verdade, porque ela precisa de mim... Posso...? – Imaginou ela. Não daria certo, mas ela precisava tentar.

A filha de Afrodite abriu a porta de casa, e chamou por sua mãe.

- Mãe? Eu tenho que falar com você. – Disse olhando para uma sala de estar vazia. Rita fechou a porta atrás de si, foi para a cozinha.

Sua mãe estava preparando o jantar, quando ela olhou para a filha. Sorriu, mas de um modo estranho. Rita franziu o cenho.

- Está tudo bem com você? – Perguntou ela.

- Sim. – Respondeu devagar.

- Você parece com sono. – Comentou Rita. Sua mãe assentiu bem devagar, e voltou a olhar a panela contendo um molho de tomate. Rita podia sentir um certo cheiro de queimado, e continuou olhando para sua mãe.

- Está... Queimando? – Perguntou.

- Não... Sei. – Respondeu lentamente de novo – Acho... Que... Sim.

Sua mão esticou lentamente para desligar o forno, mas estava demorando demais. Como se ela estivesse brincando de se mover na Lua.

Bem. Len-ta-men-te.

- Eu desligo. – Disse Rita estendendo a mão e desligando o forno mais rápido do que ela, que estava grudada ao fogão – Acho melhor você deitar para dormir.

- É... Mesmo. – Confirmou ela. A mãe de Rita locomoveu-se bem devagar para o quarto. Já havia saído da cozinha, mas Rita continuava falando com ela.

- Mãe, eu tenho algo importante para falar com você. Mas acho melhor falar amanhã, não é mesmo? – Perguntou ela. Sua mãe não respondeu a pergunta.

- Oh, Rita... Eu me sinto... Tão... Velha. – Disse em voz pausada e lenta. Rita franziu o cenho, enquanto mexia no molho de tomate queimado.

- Mãe, você não está velha. Você está cansada. Eu também estou. – Murmurou Rita, embora ela pudesse ver que não estava tão cansada quanto sua mãe.

A filha de Afrodite contou alguns detalhes sobre seu dia, encontrando seus amigos, e tudo mais, mas sua mãe não disse nada. Nenhum comentário, nenhuma reposta, nada.

Ela largou a panela, e foi ver se sua mãe estava bem. Rita olhou primeiro para a janela da sala, e notou que o Sol tinha acabado de se por. Depois, para o relógio que marcava nove horas da noite.

Depois olhou para sua mãe, parada no meio do corredor, como se estivesse pronta para dar mais um passo. Seu pé pendia no ar, pronto para tocar o chão á qualquer momento, mas nada acontecia.

- Mãe? – Chamou Rita, mas ela não respondeu. Ela correu até lá e notou que sua mãe estava congelada no mesmo lugar. Sua boca estava fechada, e ela não parecia estar olhando para nenhum lugar específico – Mãe! Mãe, acorda! O que houve?!

Rita ia esticar a mão para tocá-la, mas ouviu a voz de alguém.

- Não faria isso se fosse você. – Disse uma voz feminina. Rita olhou para o sofá da sala, e viu uma mulher sentada lá. Sua verdadeira mãe olimpiana.

- O que aconteceu com ela? – Perguntou Rita correndo até a sala – Ela não se move! Por favor, me ajuda!

- Calma. – Disse Afrodite inclinando-se para frente. Ela olhou para a madrasta de Rita, congelada no meio do corredor, e soltou um suspiro – Não pode ajudar ela.

Ela não entendia o que Afrodite queria dizer, mas a Deusa se resumiu a pegar um espelho e soltar outro suspiro pesado.

- O tempo chega para todo mundo. – Falou analisando seu reflexo. Rita ia abrir a boca para reclamar ou perguntar o que tinha acontecido, quando olhou melhor para o rosto de sua mãe.

- Você está... – Ela não completou a frase. Afrodite fechou o espelho e olhou para Rita um tanto irritada, mas extremamente nervosa.

- O que?! Estou o que?! Termine a frase! – Exclamou tensa. Rita ia abrir a boca, mas Afrodite parou para respirar fundo várias vezes na tentativa de se acalmar – Velha. Eu sei. Velha.

Não era tanto assim.

O rosto da Deusa tinha pequenas rugas de expressão, mas que seriam normal no rosto de qualquer pessoa com uns 30 e poucos anos de idade. Porém, ela nunca tivera nada. Sua pele era sempre lisa, e sedosa.

- Eu disse. O tempo chega para todos, e no nosso caso é ainda pior. O tempo está batendo na porta do Olimpo. – Resmungou ela preocupada com seu rosto – Deve estar se perguntando porque eu estou assim, não é?

- Não. – Respondeu Rita mais preocupada com sua mãe mortal.

- É por causa de Cronos! – Exclamou Afrodite. Ela jogou-se no sofá e começou a dar socos e chutes no móvel de pirraça – É tudo culpa de Cronos! Aquele miserável resolveu sair do cantinho do castigo dele, e agora estamos todos enfrentando esse problema!

A Deusa parecia estar chorando, o que comoveu Rita de uma maneira estranha. Parecia que era um crime deixar Afrodite chorar.

- Calma, mãe. O que aconteceu? – Perguntou ela – Cronos fez o tempo andar para vocês?

- Não! – Exclamou Afrodite colocando-se sentada novamente, e enxugando lágrimas – É essa guerra. Está destruindo tudo que nos representa. Nós só nos mantemos vivos durante todos esses séculos, por causa de nossos domínios. O amor nunca morre, por isso eu também não. Mas agora...

- Ele está matando o amor? – Perguntou Rita confusa, e Afrodite revirou os olhos.

- Você é devagar para entender as coisas, hein? Não. Ele está destruindo a nossa maior fonte de poder.

- O Olimpo? – Sugeriu.

- Ah, bom saber que o tempo não está te afetando também. – Comentou ela olhando para a mortal parada no corredor – Ela está assim por causa de Cronos também. Não quer que os mortais se metam na briga.

- Ele vai congelar a cidade inteira? – Perguntou Rita preocupada.

- A cidade? Olá-á! Ele parou todo o país! Por que achou que ele ia querer um exército em cada ponto do mapa? – Falou Afrodite – Vai deixar todos os mortais congelados, e provavelmente o tempo também. O dia e a noite vão ser atrasados. Até que a maior parte da vida vai acabar.

- As pessoas não vão morrer por causa de um atraso no dia e na noite. – Rebateu Rita achando aquilo absurdo.

- Você não notou, não é? – Perguntou Afrodite olhando para a filha – Os mortais pararam de se mover, sim. Estão congelados. Mas ele envelhecem. Estão ficando velhos mais rápido do que o normal.

Rita olhou para sua mãe mortal com medo, e depois para Afrodite.

- Então quer dizer que eles vão morrer rápido? – Perguntou chocada.

- Têm no máximo... Uma semana. – Respondeu Afrodite. Os olhos de Rita se encheram de água, e o da Deusa também – Eu sei, eu sei! Isso é tão triste. Mas se você chorar eu choro.

- Como podemos parar isso? Como? – Perguntou.

- Parando Cronos. – Respondeu Afrodite – Só verá os mortais andando novamente, se ganharem a guerra. Se perderem, bem... Não vão nem precisar se preocupar com o mundo, pois ele nunca mais vai existir do jeito como conhecem.

- Por que veio aqui? – Quis saber Rita andando de um lado para outro inquieta – É para avisar disso? Isso vai acontecer comigo também?

- Só com os mortais, mas não foi para isso que eu vim. – Disse Afrodite se colocando de pé – Nem posso permanecer muito tempo, mas vim te dar um conselho.

- Ganhe a guerra? Devemos nos unir para ficarmos mais fortes? – Tentou adivinhar.

- Ignore aquele idiota barbudo. – Disse Afrodite fugindo á todas as expectativas de Rita. A semideusa pareceu confusa por estar sendo instruída á ignorar as ordens de Zeus – Eu sei que parece loucura, mas é a melhor coisa que podem fazer. Quero que entendam...

Ela sentou-se rapidamente e chamou Rita para perto. Rita sentou-se ao seu lado e olhou em seus olhos maquiados esperando pelo resto.

- Nós somos Deuses, sim, mas também temos defeitos. Defeitos como mortais. – Explicou ela – Um de nossos defeitos é a prepotência. Achamos que sabemos nos virar sozinhos, e que nossas escolhas são as melhores, mas o mundo não tem tempo á perder para avaliar se estamos certos ou errados. Já tivemos nossa chance de resolvermos a situação sozinhos. Esse tempo já passou. Está na hora de vocês tomarem a frente disso.

- Vocês nos entregam os fardos nos momentos mais difíceis, não é? – Comentou Rita revirando os olhos, mas preocupada – Vamos ter que lutar sozinhos?

- Não disse que estarão sozinhos. Disse que, quando chegar a hora de lutar, terão de lutar conosco. Deuses, e heróis. – Explicou – Por ora... Acho que os planos ficam com vocês.

A filha de Afrodite olhou para a janela e logo olhou para seu lado. Iria fazer mais perguntas á mãe, mas notou que ela não estava mais lá.

Sentiu então que estaria sozinha por um bom tempo.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Cronos é um ser maligno. Juro que o próximo capítulo vai ser mai engraçado que esse. E vai por mim... É verdade.
Espero por reviews, e obrigada por lerem!
Até o próximo!