Friends By Fate 4 - The Final Battle escrita por Mandy-Jam


Capítulo 7
Dois lados


Notas iniciais do capítulo

Desculpem mesmo pelo atraso, certo?
Espero que gostem bastante desse capítulo!



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Estava uma tarde completamente entediante. A chuva caía do lado de fora da janela, e fazia com que Nova Iorque parecesse ainda mais cinzenta. Nina observou por alguns segundos a paisagem, e depois voltou-se para a sala.

Estava em casa, mas não se sentia melhor por isso. Na verdade, sentia que tinha coisas mais importantes para fazer do que ficar ali. Seu pai precisava de ajuda, embora não quisesse admitir.

Afinal, ele nunca queria admitir.

- Nina, você está estudando? – Perguntou sua mãe ao entrar em casa. Ela fechou a porta atrás de si, e a filha de Zeus se tocou que nem mesmo a tinha visto entrar.

- Ah. Claro. – Mentiu Nina pegando o primeiro livro que vira na sua frente.

- Está estudando o que então? – Quis saber sua mãe, tirando o casaco molhado.

- Er... Física. – Respondeu ela. Sua mãe olhou para o livro em suas mãos, e revirou os olhos.

- Está estudando física com o meu livro de receitas? E de cabeça para baixo? – Perguntou ela cruzando os braços.

- Ahm... Talvez. – Respondeu Nina sem jeito. Sua mão deu alguns passos em sua direção de modo sério, e ela notou que levaria uma bela bronca.

- Acho que eu já conversei com você sobre isso, não é? – Perguntou impaciente – Eu disse que você ia passar todo dia estudando alguma coisa diferente. Acho que isso é o mínimo que alguém pode fazer depois de ser expulsa de uma escola.

- A culpa não foi minha. – Rebateu Nina.

- Você participou de uma rebelião na praça de alimentação da escola. Tem certeza que é inocente? – Perguntou ela.

- Se não me colocasse naquele colégio do inferno, eu não teria que passar por isso. – Resmungou Nina, mas em um tom baixo demais para sua mãe ouvir. Nina olhou para a janela mais uma vez, e soltou um suspiro irritado – Mãe, você sabe que o fim do mundo está próximo, não é?

- Aham. Claro. Como esteve próximo no ano 2000. – Rebateu sua mãe dando pouco caso.

- Estou falando sério! – Exclamou Nina – Cronos acordou, e destruiu o Acampamento Meio-Sangue. Agora ele vem direto para cá para acabar com o papai...!

- Seu pai tem idade o suficiente para cuidar de si mesmo. – Rebateu.

- Não tem não. Ele precisa de mim. – Reclamou Nina.

- Ele te mandou para casa por alguma razão. – Ela ergueu uma sobrancelha para Nina – Ou você tem uma explicação para se fingir de inocente de novo?

Nina desviou o olhar.

- Você fala como se eu fizesse isso o tempo todo. – Resmungou, mas era verdade. Sua mãe estava quase saindo da sala, quando Nina a impediu – Espera! Mãe, eu estou falando sério! Somos os doze da profecia!

- Doze do que? – Repetiu ela franzindo o cenho.

- Somos os doze da profecia. Destinados a proteger o Olimpo, e a lutar contra Cronos na grande guerra final... – Nina foi interrompida.

- Nossa, isso não foi nem um pouco dramático. – Murmurou.

- Posso terminar de falar? – Perguntou Nina. Ela confirmou – Obrigada. Eu e os outros temos que nos unir para lutar contra os exércitos de Cronos.

- Que outros, Nina? – Perguntou sua mãe a achando louca.

- Os outros! A Flávia, Natália, Vinícius, Amandinha, Bruna... – Nina foi interrompida.

- Sabe qual é o problema? Eles acham que, só porque vocês são semideuses, a única obrigação que têm é de viver em aventuras. Não. – A mãe dela negou com a cabeça – Nina, você já se divertiu. Brincou com seus amigos, usou espadas...

- Virei um hamster, quase fui morta por leões, controlei o vento, lancei um raio no Ares... – Continuou Nina com um largo sorriso no rosto.

- Você o que?! – Perguntou ela chocada.

- Er... Nada. – Sorriu Nina.

- Mas já chega. Agora você vai ficar aqui e estudar. – Disse ela. Nina segurou seu braço e a colocou sentada no sofá. Ela segurou os ombros da mãe e os sacudiu.

- Eu sou a filha mais poderosa de Zeus! Eu preciso ir embora daqui e lutar contra os monstros! Mãe, Nova Iorque vai ser invadida! O mundo inteiro vai acabar, você tem noção disso? – Perguntou ela.

- E o mundo inteiro depende só de você? – Perguntou.

- É, porque eu sou a melhor. Imagina se eu o deixasse nas mãos da Mariana? Estávamos todos perdidos. – Respondeu Nina.

- Puxou a humildade do pai... – Ela revirou os olhos, mas negou com a cabeça – Você não vai salvar o mundo, Nina. Você está de castigo.

- Mas...! Mas...! Mas...! – A mãe de Nina levantou indo para o quarto – Mas eu aposto que a Amandinha vai fugir de casa para salvar o mundo!

- Fuja de casa, e eu vou lançar raios em você. – Falou de longe.

Nina sentiu medo daquilo, por isso resolveu sentar no sofá e pensar em um plano. Ela não queria ficar ali mesmo. Tinha tanta ação lá fora, tanta aventura, tanta emoção, que ficar presa ali era o pior dos castigos.

A filha de Zeus ligou a TV para se distrair, certa de que não iria estudar. Estava morrendo de raiva por não poder salvar o mundo, mas sua atenção focou-se em outra coisa.

Um homem falava da previsão do tempo. Ele olhava e apontava para um mapa atrás de si, mostrando cada região do país.

- E se aproximando de NY e NJ temos uma forte massa de ar frio vinda do Sul e do Oeste. Parece que daqui á três dias, teremos fortes temporais, e, possivelmente, uma névoa muito intensa. – Contou ele.

Ao ouvir a palavra “névoa”, Nina congelou.

Se tinha aprendido alguma coisa naquele meio tempo, era que nada era o que parecia ser. Tinha quase certeza de que aquela previsão estava indicando algo que os mortais não conseguiam ver tão nitidamente.

- Três dias... – Murmurou ela. Seus pensamentos estava tentando se juntar para entender o que estava sendo apresentado á ela. Talvez fosse um presságio. Será que os gregos acreditavam nisso?

De repente... A campainha.

Nina olhou para a porta, e depois para o lado do sofá. Sua mochila cheia de raios estava ali. Era só abrir a caixa e pegar um, caso fosse algum monstro ou algo do tipo. Sua mãe saiu do quarto, atravessou o corredor e parou em frente á porta. Nina já tinha desligado rapidamente a TV.

- Deve ser algum vizinho... – Murmurou sua mãe, pensativa.

Nina não se convenceu. Ela levantou e abriu sua mochila. Tirou de lá uma miniatura de raio, que cresceu em sua mão. A energia estalava de tão poderosa. Bastava um movimento para eliminar o inimigo, mas...

- Sim? – Perguntou a mãe de Nina.

Três crianças estavam paradas na porta. Elas usavam elmos com plumas, lanças, espadas, escudos, e vestiam jenas rasgados e sujos como suas camisas. Elas olharam para a senhora que atendera a porta, e sorriram de um jeito simpático.

- A senhora é a mãe da Nina Castro? – Perguntou uma garotinha.

- Sou sim. – Confirmou sem entender.

- Senhora, a Nina pode sair para salvar o mundo? – Perguntou a garota, mas então levou uma cotovelada do amigo. Ela repensou – Er... Quero dizer... A Nina pode sair para brincar?

A mãe de Nina virou-se para ela com o cenho franzido, e notou que a filha segurava um raio nas mãos. Ela a fitou, e Nina abriu um sorriso desajeitado.

- Então, mamãe? Posso sair para brincar? Deixa? Deixa? Ah, eu sei que você vai deixar. – Disse ela sorrindo.

- Não sobrou ninguém normal nesse mundo? – Murmurou ela.

 xXx

Rodrigo era completamente diferente.

Enquanto Nina queria desesperadamente sair de casa para encarar a ação, Rodrigo queria que todo o mundo se ferrasse tanto quanto ele sempre se ferrou. O único lugar que Rodrigo ia era o supermercado quando sua mãe lhe dava uma lista de coisas para comprar.

Nessa mesma tarde chuvosa, ele estava voltando de lá quando parou na frente de uma loja de eletrônicos com seu guarda chuva e sacolas de compras. Rodrigo viu a mesma previsão de tempo que Nina vira, mas não pensou que algo podia estar errado.

- Droga de tempo... – Resmungou ele irritado. Ele estava pronto para ir embora, quando alguém passou por cima de uma poça d’água e o molhou inteiro – Filho da puta!

- Foi mal, cara. – Disse o garoto, mas quando olhou melhor para Rodrigo... – Espera. Você é um dos doze. Você é o filho de Hades, não é?

Rodrigo uniu suas duas sobrancelhas grossas, e olhou bem para o garoto. Ele parecia ser um meio-sangue que vira no Acampamento alguma vez, mas não era importante o suficiente para ser lembrado.

- Sou eu, e daí?! – Respondeu ainda com raiva.

- Ah, é você mesmo? – Perguntou o garoto – O traidor?!

Rodrigo ficou confuso. Ele negou com a cabeça.

- Que traidor, seu maluco?! – Rebateu ele. O garoto abriu o casaco revelando uma camisa preta com dizeres em branco. A letra parecia grega, mas Rodrigo conseguia ler calmamente. Dizia “Rodrigo - Morte ao traidor” – Que porra é essa, cara?!

- Foi você que acordou Cronos! – Exclamou o garoto com raiva – Foi você que fez com que nós perdêssemos o Acampamento Meio-Sangue! Foi tudo culpa sua!

- A culpa foi da Bruna que levou a gente para o Cassino Lótus! – Protestou ele – E cala a sua boca! Você nem um dos doze é, seu merda!

- Nem você é mais! – Rebateu o garoto – Fico feliz que tenham te chutado para fora! Não quero minha última casa nas suas mãos. Nico vai fazer melhor pelo Olimpo do que você jamais poderia!

- Vai para o inferno. – Resmungou Rodrigo tentando ir embora, mas o garoto disse algo que o fez parar.

- Que nem o seu pai foi? – Retrucou. Rodrigo trincou os dentes e virou-se para ele com ódio. Ele estava profundamente magoado, mas ao mesmo tempo transbordava de raiva e ira.

Ele não soube ao certo o que aconteceu, mas de repente o garoto pareceu ficar tonto. Ele cambaleou pela chuva e olhou para Rodrigo.

- Eu vou chutar a sua bunda, seu...! – Ele não conseguiu terminar. O garoto desabou no chão na frente do filho de Hades após dar três passos.

Rodrigo arregalou os olhos, mas achava que sabia o que era aquilo. Ele tinha poderes especiais, e lembrava que um deles era a capacidade de fazer os outros caírem em um sono profundo. Um dom estranho do semideus das trevas, mas útil de vez em quando.

Sem ligar para o garoto, Rodrigo ia embora, mas não ficou livre por menos de três minutos.

- Ah, você está aqui, não é?! Seu maldito filho da... Espera. Você apagou o moleque?! – Perguntou Marcos atrás dele. Rodrigo se virou e franziu o cenho.

- De onde você veio?! – Exclamou ele surpreso de ver o garoto que mais odiava – Ah, volta para a sua terra de caipira, seu babaca! Vai se meter com o que é da sua conta!

- Até parece que você manda em alguma coisa. Cala essa boca. – Exclamou Marcos irritado com ele também – Você matou um inocente... Que absurdo, hein?

- Ele está dormindo, lesado. – Retrucou Rodrigo – E que porra de camisa é essa que ele está vestindo?!

Marcos chutou o garoto para o lado, podendo assim ver a camisa, de modo nada delicado. Rodrigo não ligou, até porque ele mesmo queria espancar o semideus.

- Ah, sim. É da linha 12. – Murmurou Marcos.

- Linha o que?! – Perguntou Rodrigo franzindo o cenho – Espera... Você tem alguma coisa a ver com isso?!

- Eu? Não. Claro que não. – Mentiu Marcos de modo nada convincente – Não te odeio á ponto de fazer camisas suas e vender por 25 dólares para disseminar o ódio por você.

- É. Imagina. – Resmungou Rodrigo virando-se para ir embora. Marcos olhou para ele, e resolveu fazer algo antes que a cabeça dura do filho de Hades colocasse todos em risco.

- Você tem que ficar junto deles! É a única maneira de vencer Cronos! – Exclamou Marcos. Rodrigo estava longe, mas virou-se e olhou para o filho de Nêmesis mais uma vez.

- Ninguém quer que eu salve porra nenhuma, e nem eu quero! – Berrou ele com raiva – Eu quero que você vá se ferrar! Quero que todo mundo vá se ferrar!

- Salve o Olimpo e depois você torce para a gente se ferrar! – Rebateu Marcos irritado – O dever te chama!

- Não! Vocês que se virem se acham que eu sou um traidor! – Retrucou com mais raiva ainda. Marcos tentou falar algo, mas Rodrigo o interrompeu – Não! Não vou ajudar ninguém, ouviu?! Ninguém!

E com isso e ele viajou pelas sombras até chegar á sua casa.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? O próximo capítulo vai ter mais ação. Mais... Animação, eu acho.
Espero pelos reviews, e agradeço muito se mandarem recomendações também. Mesmo.
Obrigada por lerem Friends By Fate! Até o próximo capítulo!



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