Leis da Noite - Mente sobre Materia escrita por Ryuuzaki


Capítulo 19
Segurança em Primeiro Lugar - Parte 2




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Considerava a situação de onde residia. Vivera toda a sua vida nas imediações de Cleverfield, um dos muitos bairros de Santa Felícia, era constituída predominantemente por pequenos edifícios. Não era um local abastado ou famoso por abrigar pessoas da alta socialite local, não, aquela cercania abrigava pessoas de classe média baixa e baixa, sem chegar, porem, a ser um subúrbio, como onde despertara na noite anterior. Há pouco mais de dez anos aquelas cercanias costumavam ser tidas como pacíficas, seus índices de violência eram baixos, como os da cidade em geral. contudo com a súbita onda de urbanização e crescimento, o quadro do lugar mudou, o silêncio e paz dão agora lugar às vias movimentadas e altos teores de dióxido de carbono.


Tinha que admitir. As mudanças na região foram estratosféricas, não tinha nada do lugar em que andava despreocupadamente, quando era criança, e via outros garotos jogarem beisebol pelas ruas, sendo raramente interrompidos por carros. Mas, não ligava a mínima para todo o barulho que vinha dos carros de estressados motoristas a vir e voltar do trabalho.

 

Tudo o que lhe importava era pintar seus quadros, e quando o fazia, não percebia nada que acontecia ao seu redor, fosse uma conversa dos pais pensando em levá-lo a psicólogo, devido à sua obsessão, ou alguma música, um hit do momento, tocada ao volume máximo do lado de fora.


O prédio era o lugar perfeito para o recluso rapaz: Vizinhos discretos e que não costumavam sequer dar bom dia para os outros moradores, coisa comum por esses dias, proximidade com o City Park de Santa Felícia, onde era abrigado o FEMA e mais algumas regalias que faziam Michael não precisar se distanciar muito do local, coisas como mercados e bancos próximos, embora não achasse que ainda tivesse a opção de comprar alguma comida instantânea nas vendas locais.

 

O único empencilio que tivera por anos fora a presença dos pais, mas, logo que atingira a maior idade arranjara um modo de “expulsá-los” do apartamento, do SEU apartamento.


Sorriu ao perceber que seu excentrismo enquanto artista facilitava certos aspectos de sua nova vida. Nunca imaginava que seus excessos, como os outros chamavam, iriam corresponder a certas necessidades de uma vida noturna.

 

O principal de tudo, ele já havia conseguido antes mesmo de saber que um dia seria necessário. Não seria incomodado. Ninguém iria lhe procurar, a gradual mudança dos hábitos humanos para as práticas vampirescas passaria completamente despercebida, não tinha amigos e mal falava com os pais quando não lhe faltava dinheiro.


Faria as alterações apenas por desencargo de consciência. Não achava que seria alvo de um assalto e teria sua porta arrombada, mas, sabia que eram dias perigosos e a simples idéia de que não lhe aconteceria nada era um convite para a desgraça.


Levantou-se preguiçosamente do sofá velho, o qual fazia parte da mobília antiga e mal cuidada de sua sala. Não estava acostumado nem mesmo com o mais simples dos trabalhos braçais e só de pensar no pouco esforço que teria que fazer, já ficava fatigado. Por fim, quando percebeu que a demora só adiaria o término do problema, levantou-se a contragosto e começou a procurar o material que precisaria.

 

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