Yakusoku escrita por teffy-chan, Shiroyuki


Capítulo 60
Capítulo 60 - Hohoemi wo Agetai


Notas iniciais do capítulo


Hohoemi wo Agetai - Team-F

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O time de basquete de Seiyo tinha passado o resto da noite comemorando sua vitória no campeonato, todos rindo felizes, brindando, comendo pizza, conversando a altos brandos e repassando os últimos lances do jogo. Nagihiko comemorou junto com eles, é claro, e parecia tão feliz que Tadase não se atrevia a tirá-lo de lá. Esperou pacientemente, deixando que ele se divertisse com os colegas de time, pois sabia que no dia seguinte, teria Nagihiko só pra ele, embora no fundo sentisse uma pontinha de inveja. Ele não entendia nem metade do que os garotos estavam dizendo sobre o jogo, então ficava meio excluído da conversa.


Felizmente, ninguém pareceu ligar muito nem estranhar o exagerado abraço que Nagihiko lhe deu em público quando o jogo acabou, e se alguém estranhou, não falou nada. Eles tinham acabado de vencer o jogo afinal, estavam felizes e empolgados, e os colegas de time de Nagihiko também estavam abraçando uns aos outros em comemoração, então não havia nada de errado em abraçar um amigo para comemorar a vitória.


No dia seguinte eles teriam tempo livre para passear pela cidade e fazer o que quisessem. A maioria dos garotos tinham planejado fazer outra competição de basquete entre si, e alguns tentaram arrastar Nagihiko para que viesse junto, mas todos tinham ficado até tarde da noite conversando e comemorando a vitória, então demorariam muito para acordar. Nagihiko, por outro lado, estava agitado e ansioso demais para ficar dormindo até tarde. Esperou muito tempo até poder ter uma chance de sair em um encontro de verdade com Tadase, sem precisar de disfarces, ou sair escondido, ele não ia desperdiçar essa oportunidade de ouro dormindo até o meio-dia. Tinha levantado ainda mais cedo do que o dia anterior e, um pouco depois, Tadase acordou também. Assim que os dois se vestiram e tomaram o café da manhã, avisaram rapidamente o treinador que iriam dar uma volta pela cidade e escapuliram pra fora do hotel enquanto os demais jogadores ainda dormiam e roncavam em suas camas quentinhas.


Os dois caminhavam lado a lado, observando as vitrines das lojas da cidade distraidamente, até que Nagihiko teve um súbito impulso e agarrou a mãozinha de Tadase entre a sua, segurando-a com força. O loiro arfou, sentindo o repentino calor da mão de Nagihiko, encoberta pela luva roxa que ele mesmo tinha lhe dado de presente no Natal anterior, misturar-se com o seu corpo.


- F-Fu-Fujisaki... k-kun... - Tadase gaguejou, o rosto tão vermelho quanto o cachecol que ele usava - Etto... n-não tem problema fazer isso assim no meio da rua...?
- Problema nenhum. Ninguém aqui sabe quem somos, ninguém nos conhece. Não podem nos dedurar para nossos pais - o Valete respondeu tranquilamente, com um sorriso confiante no rosto - Além do mais... qual o problema em andar de mãos dadas com o meu namorado afinal, hein? - ele acrescentou, e Tadase apenas se encolheu, afundando o rosto corado de vergonha no cachecol como se aquilo pudesse escondê-lo. Timidamente, apertou a mão de Nagihiko com mais força entre a sua e entrelaçou seus dedos nos dele, o cachecol em seu pescoço escondendo um tímido sorriso.


Eles continuaram andando em silêncio por mais alguns instantes, suas pegadas manchando a neve branca que se espalhava depressa pela calçada, até que Tadase avistou uma pequena loja de jogos eletrônicos. Seu rosto se iluminou em um sorriso e ele correu até a loja, arrastando Nagihiko junto.


Tinha de tudo na loja, fliperama, playbolim, twister dance, e vários outros que Tadase não conhecia. Ele parou diante de uma daquelas máquinas cheias de prêmios em que a pessoa tem que pegar o que deseja com uma garra eletrônica. Essa estava repleta de bichos de pelúcia. Os olhos de Tadase logo se fixaram em um pequeno cachorro de pelúcia, branco como a neve, de olhos grandes e azuis e orelhas meio caídas. Os orbes escarlates de Tadase pareceram brilhar ao entrar em contato com aquele brinquedo.


- Olha Fujisaki-kun!! Ele é igualzinho ao Hotosaki!! - o loiro gritava, seu rosto e as palmas das mãos espremidos contra o vidro do brinquedo - Ahh nós temos que levar esse pra casa!!
- Hai, hai... tudo bem, vamos jogar e pegar a réplica do Hotosaki então - Nagi concordou, não conseguindo deixar de sorrir ao ver a expressão tão alegre de Tadase por um simples brinquedo. Ele foi até o interior da loja, comprou cinco fichas, e assim que voltou, Tadase arrancou uma ficha da mão dele e a inseriu na máquina, com um repentino olhar determinado tomando conta de seu rosto.


Assim que as luzes se acenderam, ele começou a mover as alavancas da máquina, fazendo a garra se mover também. Era um tanto desajeitado, e não estava acostumado com esse jogo, então até que ele descobrisse como o brinquedo funcionava, seu tempo já tinha acabado antes que ele pudesse sequer agarrar o cão. Pegou uma segunda ficha da mão de Nagihiko e a colocou na máquina de novo. Tentou agarrar o cachorro, mas a garra sempre escorregava, ou ele pegava o brinquedo errado por engano, até que o tempo acabou de novo. Pegou a terceira ficha, e chegou a agarrar o filhote de Akita de pelúcia com a garra dessa vez, seu corpo se movendo todo na mesma direção que a garra metálica e colocando a ponta da língua pra fora como se isso fosse ajudar em alguma coisa, mas o tempo se esgotou novamente antes que ele o pegasse. A mesma coisa aconteceu na quarta tentativa. Tadase soltou um muxoxo triste, batendo o pé no chão com irritação, como uma criancinha mimada.


- Awwnnnn... eu queria tanto o Hotosaki de pelúcia... - o loiro fungou, parecendo que ia começar a chorar a qualquer momento
- O que foi? Já desistiu? - Nagihiko perguntou, encarando-o com o canto dos olhos, se perguntando se ele tentaria novamente. Eles ainda tinham uma ficha sobrando afinal
- M-Mas... é impossível ganhar esse jogo! - Tadase bateu o pé no chão de novo de frustração
- Não é impossível, Hotori-kun... você só precisa de prática - Nagihiko falou tranquilamente, deixando escapar uma risadinha. Escondeu o sorisso com as costas das mãos, não querendo que Tadase pensasse que ele estava rindo dele, de uma forma que lembrava incrivelmente Nadeshiko. E antes que o Rei falasse alguma coisa, ele inseriu a última ficha na máquina e segurou a alavanca do jogo por cima da mão de Tadase, que ainda a segurava inutilmente. Posicionou-se atrás do loiro, colocando a outra mão em cima do botão que fazia a garra se abrir e se fechar, também por cima da do Rei. Sentiu o corpo do loiro estremecer ao entrar em contato com o seu, e sabia que ele devia estar muito corado agora, ainda que não pudesse ver seu rosto naquele momento - Você tem que mover a garra depressa, já calculando que movimento ela vai fazer, e não ficar jogando ela de um lado para o outro sem uma direção definida... assim... - ele moveu alavanca com firmeza, levando a mão de Tadase junto - E só aperte o botão quando ela já estiver próxima ao prêmio que você quer - ele puxou a alavanca com um pouco mais de força, e quando a garra encostou no cão de pelúcia, ele pressionou o botão vermelho junto com a mãozinha de Tadase, aproximando ainda mais seu corpo do dele para alcançá-lo e espremendo o corpo pequeno do loiro contra a máquina. Sentiu o arfar de Tadase, que por pouco conseguiu conter o ruído que estava prestes a fazer com a  garganta. Depois que a garra metálica tinha agarrado firme o brinquedo, Nagihiko puxou a alavanca com força de novo, trazendo-a até o buraco por onde se pegava os brinquedos. O cão de pelúcia deslizou para fora da máquina pouco antes das luzes e apagarem e seu tempo acabar, e ele enfim soltou Tadase e estendeu a mão para amparar a réplica de Hotosaki - Aqui, Hotori-kun. Pra você - ele estendeu o cão de pelúcia para o Rei, que ainda estava meio aturdido com o que tinha acabado de acontecer, e demorou um pouco para perceber que o brinquedo tão desejado estava nas mãos de Nagihiko agora. Seus olhos brilharam dde felicidade, e seu rosto se iluminou em um lindo sorriso. Ele agarrou o cachorro com força, apertando-o tanto que, se fosse um cão de verdade, teria morrido sufocado.


- Ele é lindo... completamente idêntico ao Hotosaki! Arigatou Fujisaki-kun! Ahh estou tão feliz, nem sei como te agradecer!! - sem pensar duas vezes e ele pulou em cima do maior e se pendurou no pescoço dele, envolvendo-o em um apertado abraço, sem nunca soltar o cachorro. Vários segundos depois ele se afastou, apenas o suficiente para poder ver seu rosto - Ou melhor... e-eu acho que sei sim... - ele então respirou fundo, tomando coragem para encarar Nagihiko nos olhos, o rosto terrivelmente corado - Em agradecimento, hoje eu... v-vou deixar que você... f-faça o que q-quiser c-comigo - ele sussurrou tão baixo que por um momento Nagihiko duvidou se tinha ouvido corretamente
- Ahn, Hotori-kun... v-você não precisa fazer isso. Eu te dei o presente porque eu quis, você você não precisa... me dar nenhum agradecimento, sabe... - Nagihiko respondeu, embora no fundo tivesse adorado aquela idéia
- Não, eu preciso sim - o Rei insistiu, embora fosse óbvio que estava morrendo de vergonha - Eu fiquei tão feliz quando você pegou o cãozinho de pelúcia pra mim... eu quero poder te fazer feliz também. Além do mais.. - ele baixou um pouco a voz, e Nagihiko teve que se aproximar ainda mais pra ouvir - Ontem, na festa de comemoração... você parecia tão feliz conversando com os outros garotos. E-Eu não entendi muito bem o que vocês diziam, você sabe que esportes não são o meu forte, mas... eu fiquei muito feliz em te ver sorrindo alegre daquele jeito... mas me senti um pouquinho incomodado também. Porque... não era eu quem estava te fazendo sorrir daquele jeito. Eu quero ver você sorrindo sempre, Fujisaki-kun... quero ser capaz de te fazer feliz também. Então... se isso te fizer feliz, eu... a-acho que posso aguentar a vergonha e fazer isso... por você.


Os olhos de Nagihiko brilharam, completamente emocionado com as palavras do Rei. Ele acariciou as bochechas de Tadase por um momento, e sussurrou no ouvido dele:


- Tem certeza?


Assim que viu o balançar mínimo de cabeça do menor, confirmando, Nagihiko não pensou duas vezes e o arrastou para fora daquela loja, andando a passos apressados, até que foram parar em uma rua estreita e deserta, afastada das lojas chamativas da cidade. Mal esperou Tadase se situar, e o encurralou em um canto, pressionando o corpo pequeno dele contra a parede e o seu próprio. Ouviu um arfar contido do loiro, afrouxou o cachecol dele, e, sem pensar duas vezes, cravou sua boca ali.


Tadase arfou ainda mais alto, nem se dando conta do vento frio que agora batia em seu pescoço, absorto demais nas sensações que Nagihiko lhe provocava para prestar atenção em qualquer outra coisa. O maior lambia e beijava o pescoço alvo do loiro, por vezes alternando em pequenas morididas, arrancando pequenas exclamações do menor. Tadase atirou seus braços finos ao redor do pescoço dele, os dedos se enroscando no cabelo arroxeado, trazendo a cabeça do Valete para mais perto como um pedido mudo para que ele intensificasse mais o toque. As mãos do mais alto começaram a deslizar pelo corpo do Rei, primeiro enlaçando sua cintura, depois movendo-se lenta e sedutoramente, adentrando a camisa e o pesado suéter que ele usava, afim de tocá-lo diretamente na pele. Tadase moveu timidamente as mãos também, tentando desabotoar o casaco de Nagi, um tanto desajeitado. O maior interrompeu o que estava fazendo para ajudá-lo e logo o abriu, voltando a explorar o corpo do Rei com as mãos em seguida, pressionando seu corpo contra o dele com tanta força que podia sentir seu peito nu roçando contra o de Tadase, que agora tinha a camisa toda levantada. Prendeu a camisa do loiro no alto usando apenas seu próprio tórax e abdômen, e desceu as mãos novamente, indo até a cintura, e depois um pouco mais abaixo. Com as duas mãos, pressionou a parte traseira do loiro com força contra si mesmo, fazendo seus corpos se tocarem ainda mais intensamente. Tadase soltou uma exclamação alta e longa dessa vez, a vergonha se fundindo a uma mistura de novas e intensas sensações que o Valete lhe provocara ao fazer isso. Por mais que estivesse frio, seus corpos estavam suando de tantos movimentos rápidos e intensos que os dois faziam.


Nagihiko afastou minimamente a boca do pescoço do loiro, encarando-o nos olhos por alguns instantes, e tornou a aproximar seu rosto do dele, tomando os lábios do Rei para si. Um beijo lento e sedutor no começo, mas que logo foi se tornando mais intenso e mais ardente. Tadase sentiu aquela língua macia tocando a sua e adentrando sua cavidade bucal, agora ambas brigando por espaço, ora em sua própria boca, ora na boca do Valete. Tadase sentiu um fio de saliva escorrer pelo canto de sua boca até chegar ao queixo, mas estava tão inebriado pela presença de Nagihiko que não deu atenção a isso. Sentiu o maior levantar uma das mãos e tocar suas costas nuas, deslizando-a lentamente até o peito magro e movê-la de modo sedutor e provocante, enquanto que a outra a ainda apertava firmemente sua traseira contra seu próprio corpo por cima da calça, e deixou escapar um longo gemido dentro da boca do Valete. A sensação foi tão intensa que ele sem querer arranhou as costas de Nagi com as duas mãos, como que numa tentativa desesperada de tentar extravasar as fortes sensações que o maior lhe provocava. Nagihiko gemeu também, longa e guturalmente, e Tadase se arrepiou por completo ao ouvir a voz rouca dele.
Estavam tão absortos um no outro que não perceberam um vulto se aproximando dali, e se assustaram quando ouviram uma voz gritando:


- MAS O QUE RAIOS VOCÊS ESTÃO FAZENDO??!


Nagihiko soltou Tadase tão rápido quanto o tinha arrastado para aquela ruela escura. Tadase piscou atordoado, ainda absorto nas sensações que Nagihiko tinha lhe provocado, e quando olhou em volta à procura do motivo da interrupção, viu Onodera, um dos colegas de time de basquete de Nagi, olhando para eles completamente aparvalhado. Seus olhos saltavam das órbitas, e o queixo teria despencado se não estivesse bem preso a sua mandíbula. Vários segundos depois, enquanto Nagihiko tentava inutilmente pensar nuna forma de enganar o colega, e Tadase tinha se encolhido atrás dele, segurando as costas de seu casaco com as mãozinhas trêmulas, Onodera tornou a gritar:


- Mas que merda foi essa de agora, Fujisaki?! Você... você e o Hotori... vocês estavam se pegando, feito dois cães no cio!!! - o garoto acusou, apontando para eles. Tadase se encolheu ainda mais atrás do namorado - Tudo bem que tá difícil de arranjar uma namorada, mas vocês são Guardiões, podem até escolher com qual garota sair, não precisam ficar recorrendo a essas baixarias!!
- Onodera-kun, não é isso - Nagihiko tentou se sobrepor aos gritos do colega - Nós não estávamos, ahn... e-extravasando a tensão sexual, ou sei lá como você chama isso...
- Ah, não? - o jogador de basquete ergueu uma sombrancelha - Então posso saber o que foi aquela pegação de agora a pouco?!
- Você... realmente não consegue entender?
- Não, não consigo! - Onodera respondeu - Pelos céus, vocês são dois homens, por que raios estariam se agarrando num beco escuro afinal?!
- Porque nós nos amamos - Nagihiko respondeu por fim - Nós somos namorados, então não há nada de mal em fazer o que estávamos fazendo - ele acrescentou, segurando firme a mão de Tadase entre a sua, e trazendo o loiro até o seu lado. Tinha cogitado a opção de mentir, é claro, e até tinha conseguido pensar em uma ou duas desculpas esfarrapadas pra dar, mas simplesmente não aguentava mais ter que fingir que não amava Tadase, estava farto de ter que esconder seus sentimentos. Ele estava tão feliz em finalmente ter seu amor correspondido que já não conseguiria mais mentir sobre seus sentimentos com a mesma naturalidade de antes, então era melhor dizer a verdade de uma vez.


Onodera os encarou boquiaberto por mais alguns instantes, e do nada começou a rir. Gargalhou por vários minutos, segurando a barriga, e chegando a se dobrar no meio. Quando finalmente se acalmou um pouco, ele disse:


- Ah, tá bom, essa foi boa, Fujisaki! Dizer que vocês se amam... fala sério, é a piada do ano! Vocês perderam alguma aposta ou coisa parecida, não é isso? É claro, só pode ser isso! Vocês são dois garotos, não podem estar apaixonados!
- Não é piada Onodera-kun - Nagihiko falou sério, e fazendo o colega parar de rir abrupdamente - Eu jamais brincaria com uma coisa dessas. Não perdemos aposta nenhuma... eu e o Hotori-kun realmente estamos apaixonados
- M-Mas... eu não entendo... vocês são dois garotos, então como...? Como vocês podem... ahh... então foi por isso... no final do jogo de ontem, aquele abraço... vocês realmente... - o garoto inclinou a cabeça, confuso, sem saber nem como terminar a frase. Aos poucos a compreensão foi se espalhando pelo seu rosto, que ganhou uma expressão  enojada, como se tivesse acabado de ver uma poça de vômito ou coisa parecida - Isso é nojento!! Vocês são homens, não podem... sair se pegando assim... isso é tão indecente, e asqueiroso, e... é repugnante!! Logo você, Fujisaki, que sempre pareceu ser tão certinho, e seguir à risca a todas as regras... fazendo uma baixaria dessas às escondidas... francamente, que decepção!!


Enquanto o garoto desferia um caminhão de ofensas sobre eles, Tadase se encolhia cada vez mais, apertando a mão de Nagihiko contra a sua, o rosto corado, parecendo que estava prestes a chorar. Seu corpo inteiro tremia, tudo que ele queria era sair correndo o mais depressa que pudesse dali. Nagihiko, no entanto, teve uma reação diferente: Primeiro um nó pareceu se apoderar de sua garganta, e seu corpo começou a tremer também, só que de raiva. Quem aquele garoto pensava que era pra rir e repudiar seu amor por Tadase daquele jeito?! Era só um tolo ignorante que não entendia nada sobre sentimentos, ele não era mais que um gorila selvagem e insensível! Um ódio enorme se apossou do Valete, não apenas por ver seu "colega" rindo e criticando os sentimentos dele, mas também por estar sendo tão grosseiro e repulsivo com Tadase. Não se importava muito que rissem ou falassem mal dele, mas não iria permitir que fizessem o mesmo com Tadase, ele não merecia passar por isso. Antes que alguém soubesse como, flores de cerejeira se materializaram nos cabelos soltos de Nagi, bem como uma Naginata em suas mãos, e ele partiu para cima da garoto, gritando:


- VOCÊ... NÃO VAI... RIR DO MEU HOTORI DE NOVO, SEU CÃO IMUNDOOOOO!!!!!! - se Nagihiko não tivesse gritado, Onodera não teria percebido o ataque repentino, e não conseguiria desviar no último instante como tinha feito, completamente aparvalhado. Nagihiko continuou atacando sem dó nem piedade, e tudo que o garoto podia fazer era tentar desviar, chocado e amedrontado demais para se perguntar daonde tinha surgido aquela Naginata.


Enquanto isso, três pessoinhas vieram voando ao encontro de Tadase.

- Daijohu Tadase-kun? - uma voz suave e feminina perguntou à sua direita, que ele reconheceu como sendo de Temari
- M-Minna-san... vocês vieram... - ele falou meio atordoado, o cachorro de pelúcia espremido entre seus braços de tanto que ele o apertava parar tentar aplacar o nervosismo - E-Espera aí, há quanto tempo vocês estão nos seguindo?!
- isso não importa agora, eu só quero ver o Nagi destroçar aquele babaca preconceituoso! - Rhythm exclamou, ao lado de Temari, tomando as dores do dono - Vai lá Nagi, acaba com a raça dele! Fatia esse idiota em pedacinhos!! - ele gritou, ouvindo um rugido do dono em resposta, que por pouco errou o alvo dessa vez, partindo um poste ao meio no lugar do garoto
- Francamente, você nem pra reagir, hein Tadase?! - Kiseki exclamou do seu lado esquerdo - Eu devia te fazer entrar no Chara Change também, e...
- Não!!! - o loiro interrompeu - Já basta o Fujisaki-kun ter se transformado, é mais que o suficiente! Alías... não acham que devíamos pará-lo? Quero dizer, se continuar dsse jeito, ele pode mesmo acabar matando o Onodera-san...
- Pois que mate!! - Temari e Rhythm gritaram ao mesmo tempo, e Tadase resignou-se a apenas assistir a luta de longe, torcendo pra que ninguém acabasse seriamente ferido.


- SEU... CRETINO BASTARDO!! EU VOU... PARTIR ISSO QUE VOCÊ CHAMA DE CARA... EM PEDACINHOS... E JOGAR NO TÁRTARO!!!  - Nagihiko pontuava cada frase com golpes desferidos pela Naginata, e Onodera tinha cada vez mais dificuldade em se esquivar - QUEM VOCÊ PENSA QUE É PRA FALAR DO HOTORI, HEIN?? QUEM?! SEU PEDAÇO DE MERDA, PILHA INÚTIL DE ESTRUME, SACO NOJENTO DE ADUBO PRA PLANTA.... EU VOU TE SURRAR TANTO QUE NEM A VACA DA SUA MÃE VAI TE RECONHECER!!!! - ele desferiu um golpe particularmente forte, mas Onodera se abaixou, de modo que a lâmina acertou uma parede de tijolos no lugar dele. Ela tinha perfurado fundo a parede, e Nagihiko estava tendo dificuldades em puxar a Naginata de volta, até que o garoto aproveitou lhe acertou um chute no estômago. Nagihiko cambaleou, a mão no lugar onde recebeu o golpe, a outra ainda segurando o cabo da arma. Quase caiu pra trás, e o impulso foi tanto que ele acabou puxando sua arma de volta. A a Naginata enfim saiu da parede e voou para longe, indo parar a alguns metros de distância do Valete. Nagihiko rosnou de raiva outra vez, e agarrou uma pedra ridiculamente grande e pesada, e a jogou contra o garoto como se esta fosse uma simples bola de basquete - NÃO PENSE QUE VAI ME DETER SÓ COM ISSO SEU FILHO DE UMA ÉGUAAAAAAAAAA!!!!!!!!!


A pedra despedaçou-se ao entrar em contato com a  cabeça de Onodera, que desabou no chão, inconsciente. Nagihiko observou seu alvo caído, ofegante por causa da luta (ou melhor, massacre), e poucos segundos depois, seu Chara Change se desfez. Ele piscou, um pouco atordoado, olhando para os lados, e assim que avistou Tadase, foi correndo ao seu encontro, e gritou:


- Você está bem Hotori-kun?? Sinto muito pelo que ele fal...
- Mas o que foi que deu em você?! - Tadase gritou de volta, interrompendo-o. Nagihiko se calou, assustado com a  reação do menor - O que foi que você fez com esse garoto?! Você... quebrou uma pedra na cabeça dele... e se ele tiver uma convulsão, ou um traumatismo craniano, ou... pior ainda, e se ele entrar em coma, ou morrer por causa disso, hein?!
- Hotori... kun.... - Nagihiko sussurrou, completamente chocado com a reação do menor - D-Desculpe, eu... é que... q-quando ouvi ele falando aquelas coisas da gente... falando aquilo sobre você... eu não aguentei, e simplesmente perdi o controle...
- Ahh sim, eu vi que você perdeu o controle - o loiro bufou - Você sempre perde o controle. E se você acabou matando esse garoto por causa disso, hein? Pelo amor de Deus, ele é seu colega de time, Fujisaki-kun! - ele andou até o garoto nocauteado, tentando conferir se ele ainda estava vivo. Bom, pelo menos ele ainda respirava, era um bom sinal
- Não pensei que você ficaria desse jeito - Nagihiko virou o rosto para o outro lado - Você ouviu as coisas horríveis que ele falou sobre nós
- Sim, eu ouvi - Tadase confirmou sem encará-lo, ainda apertando o cão de pelúcia contra seu corpo com os braços trêmulos - Mas isso não te dá o direito de matá-lo só porque ele tem uma mente fechada e é um ignorante. Fujisaki-kun, eu... fiquei muito magoado com o que ele falou, é verdade. Tanto que tudo o que eu queria era sair correndo daqui e chorar. Mas... não é fatiando ele em pedacinhos que vamos fazê-lo entender que não há nada de errado em gostarmos um do outro. Imagine se você fosse fazer isso com cada pessoa preconceituosa que criticasse nosso relacionamento... você iria acabar virando um serial killer assim! Eu... não gostaria que isso acontecesse... e eu não quero que você faça mais isso.


Nesse momento, Onodera abriu os olhos. Soltou um gemido de dor, levando a mão à cabeça, e sentou-se devagar.


- Aiiiii... parece até que me acertaram com uma pedra ou coisa parecida, que dor de cabeça horrível! Mas como foi que eu vim parar aqui afinal? - ele olhou para os lados, confuso, e avistou os dois Guardiões - Ué? Fujisaki? E o Hotori também... o que estão fazendo aqui? Ou melhor, como eu vim parar aqui?!


Nagihiko e Tadase piscaram surpresos. Aparentemente a pancada tinha feito ele se esquecer de tudo daquele dia, inclusive o beijo que presenciara, e também a cena de luta,ou melhor, espancamento, contra Nagi. Depois de inventarem uma desculpa qualquer para o garoto, ele se afastou, dizendo que voltaria para o hotel e dormiria o dia inteiro pra ver se sua dor de cabeça passava. Fora isso, parecia completamente bem.


- Bom... parece que tudo terminou bem afinal - Kiseki falou depois que o garoto foi embora - Aquele plebeu não lembra de nada do que viu e não vai dar com  a língua nos dentes... e o Valete também não o matou... está tudo bem então, não é?
- É... acho que sim - Tadase concordou sem nenhum entusiasmo. Kiseki o olhou preocupado, e já ia falar mais alguma coisa, mas Temari o deteve
- Vamos, Kiseki, é melhor voltarmos pro hotel também
- Ehh?! Mas por que??
- Por que eles precisam conversar à sós, seu Rei pamonha! Qual é, até eu consigo perceber isso! - Rhythm exclamou - E eu ainda queria ver aquele garoto estúpido fatiado...
- Quem sabe da próxima vez? - Temari falou de um jeito que parecia que ia ter mesmo uma próxima vez - Vamos, garotos, vamos andando - ela saiu vondo na frente, e os dois a seguiram. Quando já estavam longe o suficiente para não serem mais vistos, Tadase perguntou num sopro de voz:


- Por que você não mentiu?
- Como assim?
- Por que não inventou uma desculpa qualquer pra explicar o que estávamos fazendo... podia até confirmar aquela história que ele mesmo falou sobre termos perdido alguma aposta... seria muito mais fácil desse jeito - o loiro explicou, encarando o chão - Você é um ator tão talentoso, e mente com tanta facilidade... por que você tinha que dizer a verdade pra ele? Se tivesse mentido, poderia ter evitado tudo isso
- Eu... realmente pensei em mentir. Cheguei até a bolar uma ou duas desculpas deslavadas para justificar o que estávamos fazendo - Nagihiko admitiu - Mas é que... eu simplesmente não aguento mais ter que fingir que não amo você. Eu menti durante anos, menti pra mim mesmo, para meus amigos... e tive que mentir até pra você, fingindo que não te amava.  Atuar no palco de dança é uma coisa. Fingir que a Nadeshiko é minha irmã, isso eu ainda consigo fazer. Mas fingir que eu não te amo, depois de ter finalmente alcançado seu coração depois de anos me martirizando por isso, ter que dizer que eu não te quero, e que somos apenas amigos... isso é pedir demais, Hotori-kun. Eu não sou feito de ferro, sabe, também tenho um coração, e ele se contorcia dolorsamente cada vez que eu tinha que fingir que não te amava. Eu não aguento mais... ter que fingir que você não é o amor da minha vida
- F-Fujisaki... kun...! - sem pensar duas vezes, Tadase atirou seus braços ao redor do pescoço dele, se pendurando no maior, e escondendo seu rosto corado no peito do Valete - E-Eu... também te amo muito, você sabe disso. Não sou um mentiroso tão bom quanto você, mas... eu não pensei que mentir assim, como você sempre fez, doesse tanto... e-eu sinto muito, sou tão insensível... e-eu não fazia idéia... é só que... q-quando vi aquele garoto caído no chão, imóvel, como se estivesse morto... e-eu fiquei com tanto medo de você acabar sendo p-preso por causa disso ou coisa parecida... dizem que fazem coisas horríveis, e até... i-indecentes... com os prisioneiros novatos na cadeia, e eu não queria... q-que f-fizessem essas c-coisas com v-você antes de mim... i-isto é, não que possam fazer depois de... err, você sabe... q-quero dizer... - ele balbuciou incoerentemente, sem saber como terminar a frase
- Você pensou tudo isso enquanto eu espancava o Onodera?! - Nagihiko exclamou boquiaberto, dividido entre o espanto e a vontade de rir, e Tadase abaixou ainda mais a cabeça numa tentativa de fazer os cabelos loiros esconderem a vermelhidão de seu rosto - Não se preocupe, Hotori-kun... tudo terminou razoavelmente bem, você viu. Onodera-kun não se lembra de nada, nem da luta, e nem de ter visto a gente se... bem, você sabe... então não se preocupe quanto a isso. Ninguém vai tocar nesse corpo antes de você. Faço questão de que você seja o primeiro e o único a possuir meu corpo, Hotori Tadase-kun
- F-F-F-Fu-Fujisaki... k-k-kun... - Tadase parecia que ia infartar de tanta vergonha, o rosto inteiro mais vermelho do que seus olhos escarlates, um pequeno rastro de fumaça saindo de suas orelhas - Err... n-não diga essas coisas desse jeito, é embaraçoso!! - ele exclamou por fim, batendo com o cachorro de pelúcia no peito desnudo do maior, que riu abertamente. Adorava provocar Tadase e deixá-lo sem graça, era incrível como ele ficava completamente adorável quando estava envergonhado
- Hai, hai... está bem, eu não direi mais essas coisas. Por hoje - ele esclareceu - Mas é que você fica tão fofo quando está com vergonha que eu não resisto... - por causa do ato anterior de Tadase, ele lembrou-se então que sua camisa e o casaco ainda estavam abertos, e apressou-se a fechá-los de novo. Ajeitou então o cachecol vermelho ao redor do pescoço de Tadase, mantendo-o bem quentinho outra vez, e tambem a blusa dele, que ainda estava meio levantada. Ele estendeu a mão para o loiro, com um sorriso gentil nos lábios, e falou - Então, vamos andando, Hotori-kun?
- H-Hai... vamos - Tadase segurou timidamente a mão que ele lhe estendia, ainda abraçando o cão de brinquedo com a outra mão, e  Nagihiko o puxou com força para seu lado, sentindo a mão pequena e delicada do loiro bem firme e segura entre a sua outra vez. Os dois continuaram o passeio, ambos com a certeza de que, apesar dos pequenos incidentes, aquele ainda seria um inesquecível Natal, apenas pelo simples fato de terem um ao outro ao seu lado.


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Notas finais do capítulo

Konbawa minna! Teffy-chan ~desu!! õ/

Bem, eu achei esse capítulo muito fofo, apesar de todos os contratempos.... sem falar que eu adorei escrever a luta/massacre contra o Onodera kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk estava com tanta saudade desse Chara Change com a Temari!!
O próximo capítulo é com a Shiroyuki-chan!! /o/

Deixem reviews onegai e façam duas autoras muito felizes!!! *o*



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