Yakusoku escrita por teffy-chan, Shiroyuki


Capítulo 59
Capítulo 59 - Can do


Notas iniciais do capítulo

Can do - GRANRODEO

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Tadase se encolheu na cama, aconchegado aos edredons. Um cheiro agradável e atraente fazia coçar seu nariz, como se estivesse chamando-o acordar. Primeiro, ele tentou ignorar, mas o aroma inidentificável parecia rodeá-lo, obrigando-o a despertar. Ao abrir os olhos, Tadase estranhou o lugar em que estava. Franziu as sobrancelhas, tentando identificar aquele teto branco com um lustre dourado bem em cima da sua cabeça. Onde ele estava?

— Ah, você acordou, Hotori-kun! Ohayo… – uma voz familiar e bem-vinda chamou-o, e Tadase ergueu-se na cama, finalmente recordando a noite passada, e todos os acontecimentos. Ele havia viajado toda aquela distância, chegando antes de Nagihiko no hotel para fazer uma surpresa de Natal… realmente, tinha que agradecer ao seu Papai Noel, Tsukasa-san, por isso.

 — Ohayo… - ele respondeu, num murmúrio, vendo Nagihiko sentado na mesa próxima, com a cadeira virada de frente para ele. Parecia que estava observando Tadase dormir, de camarote, mas ele não se ateve a esse detalhe, pois logo a fonte daquele cheiro que chamava Tadase apareceu, logo a frente de Nagihiko, em um prato.

— Você está comendo tudo isso? – Tadase espantou-se, com a voz arrastada ainda pelo sono, e conseguindo de alguma forma se levantar. O frio da manhã o saudou, assim que ele saiu dos cobertores.

Tinha identificado no prato de Nagihiko, rapidamente, o bacon, ovos e algumas torradas, mas havia uma xícara fumegante com algum liquido quente, e ainda mais coisas ao redor da mesa, além de frutas, pães e bolos.

— Eu estava morrendo de fome! – ele se apressou em responder, engolindo apressadamente o ovo – Não comi quase nada ontem… me espanto de você ter conseguido dormir, com o tanto que meu estômago roncou…Bem, você deve estar faminto também, sirva-se, Hotori-kun…

— Obrigado… - ele se aproximou, pegando algumas torradas, e um pouco de chá. Nagihiko pegou mais bacon, enchendo uma generosa pilha no prato, e Tadase nem conseguia se surpreender com o fato de Nagihiko ser tão magro mesmo comendo aquela quantidade absurda – Onde você vai ir agora?

— Agora vai ter um treino leve. O jogo é logo no início da noite… você quer ir comigo no treino? – ele indagou, com um sorriso, roubando uma torrada do prato de Tadase e comendo.

— Ah, eu posso? – o rosto de Tadase se iluminou, sem nem ligar para a comida levada.

— Claro! Já que você está aqui, não posso deixar que fique trancado aqui no quarto, não é? Bem, o jogo vai ser no estádio da escola daqui, mas nós alugamos um ginásio para treinar, aqui perto.

— Então eu vou! – Tadase exclamou, alegremente, empolgando-se com a perspectiva.

Depois que os dois terminaram de comer, vestiram-se com suéteres e casacos pesados. Rhythm e Temari haviam aparecido no quarto só depois que seus donos já estavam dormindo, pois haviam encontrado Kiseki no saguão de entrada e decidiram não atrapalhar nada, e também não quiseram acompanha-los no treino, decidindo ficar e explorar o enorme hotel.

Nagihiko pegou a sua mochila com o uniforme e os tênis, e se preparou para sair. Tadase colocou o cachecol vermelho ao redor do pescoço. Nagihiko também usava as luvas roxas que ganhara, no mesmo Natal. Os dois riram, com a coincidência e então, desceram até o hall de entrada, onde os outros membros do time já estavam esperando, depois de tomar café.

— E aí, Fujisaki! Achei que não fosse descer nunca da sua Suíte Presidencial e… - o capitão travou de repente, ao ver que Nagihiko não estava sozinho – Não é o Rei? Por que ele está aqui?

— Hotori-kun chegou aqui ontem à noite, por ordem do Diretor – Nagihiko respondeu calmamente – Ele veio para prestigiar a nossa vitória – ele disse, e os companheiros de time bradaram em conjunto, empolgados com o jogo.

— Tudo bem, que seja… - o capitão franziu os olhos, desconfiado. Ele havia ficado no saguão por um bom tempo, e não havia visto ninguém como Tadase entrando. – Ele está no seu quarto?

— O q-que? – Tadase, que até aquele momento mantinha-se quieto e corado, sobressaltou-se, com o rosto terrivelmente culpado.

— Sim. Ele está no mesmo quarto que eu, foi por causa disso que Tsukasa-san reservou aquele quarto separado – Nagihiko respondeu com naturalidade. Tadase engoliu em seco, olhando admirando para o namorado. Ele era tão confiante, e inabalável… podia ser capaz até mesmo de dizer coisas como essas… Tadase realmente nunca conseguiria alcançá-lo, se continuasse se escondendo atrás dele dessa forma.

— E-eu vim… - Tadase saiu das costas de Nagihiko, ainda meio hesitante – Eu vim como representante da escola, para torcer por vocês! – ele enfim conseguiu dizer, com mais segurança, da mesma forma que se portava diante da plateia nos seus discursos oficiais.

Nagihiko pareceu meio surpreso com a atitude do menor, mas como ninguém mais se opôs, e muitos ali gostavam da companhia de Tadase, todos se dirigiram em ordem para o lado de fora, de onde pegaram a van que levaria os jogadores para o ginásio.

Do lado de fora, o frio estava ainda mais intenso. Todas as ruas, os carros, e os telhados estavam cobertos por uma espessa camada branca, e as arvores secas se retorciam com o vento, derrubando seus pingentes de gelo no chão. A respiração dos garotos se condessavam, formando um fino vapor.

O carro enfim parou em frente ao ginásio alugado, que não era muito maior do que o próprio ginásio da Seiyo. Os jogadores correram para os vestiários, enquanto o técnico e o assistente se encarregavam do equipamento. Tadase se ofereceu para ajuda-los, e depois de pronto, sentou-se na primeira fileira da arquibancada.

O treino seguiu de maneira leve, e até descontraída. Eles treinaram cestas de três pontos e enterradas. Nagihiko era primoroso em tudo o que fazia, e cada passo seu destoava dos outros jogadores. Enquanto os outros corriam, e driblavam, pesadamente, ele apenas voava pela quadra, com os cabelos ao vento, e seus pés dançavam, flutuando, desviando dos outros jogadores com a sua delicadeza característica.

— Como a Fujisaki-san… - Foi o que Tadase pensou, vendo-o dançar com a bola na quadra, e marcar mais um ponto.

— Heey, Hotori-san! – um dos jogadores, do qual Tadase não recordava o nome, chamou-o de repente, enquanto os outros aproveitavam uma pausa para tomar água. – Você não quer tentar?

— Tentar? – Tadase sobressaltou, pois estava distraído vendo Nagihiko jogar um pouco de água no rosto suado – Tentar o que?

— Como o que? – Onodera picou a bola, rindo – Tentar jogar, é claro! Venha, nós podemos te ensinar!

Tadase hesitou por um momento, mas então desceu a arquibancada em direção ao grupo reunido, olhando para Nagihiko com um sorriso tímido. Nagihiko retribuiu o olhar, e se ergueu, deixando de lado a garrafa de água e a toalha que estava em seu pescoço.

— Não, não. – o capitão Takano o impediu com o braço – Você é gentil demais, Fujisaki. Nós que é vamos ensinar para ele – concluiu, com um sorriso preocupante.

Antes que Nagihiko pudesse digerir a informação, outro jogador, Takahashi, jogou a bola para Tadase, desafiando-o a passar por ele. Tadase tentou picar a bola, mas não conseguia fazer isso e olhar para frente ao mesmo tempo, e acabou deixando-a escapar. Saiu correndo em busca da bola, e nem mesmo Nagihiko foi capaz de conter a risada ao vê-lo desajeitadamente tentar recuperá-la. Depois, Kamijou, tentou roubar a bola dele. Então, Tadase se atrapalhou com os pés, e quase foi ao chão. Usami roubou a bola dele, e fez uma cesta da ponta do garrafão, e todos riram alto com o semblante admirado que Tadase fez com aquilo. Foi tudo tão rápido que ele nem mesmo conseguiu registrar a movimentação. Deixaram então, que ele tentasse um tiro livre, e a bola não chegou nem mesmo a alcançar a altura da cesta, passou direto por ela.

— Certo, parem de ser cruéis! – Nagihiko deu por encerrada as provocações com Tadase, embora parecesse que nem mesmo ele ligasse muito para isso. Os colegas protestaram, gritando e rindo alto como sempre. Nagihiko pegou outra bola e andou na direção de Tadase, passando-a de uma mão para outra com facilidade. – Aqui, Hotori-kun – Nagihiko encaixou a bola na mão de Tadase da forma correta, e então ergueu-a – Você tem que erguer seus braços assim… isso. Apoie os pés dessa forma, da maneia que eu estou fazendo, vê? Um pé na frente do outro.

— E-entendi… - Tadase respondeu, nervoso com a aproximação inesperada, e ainda mais com as opiniões dos colegas de time de Nagihiko. Eles não iam perceber qualquer coisa, vendo-os assim tão perto um do outro?

Nagihiko pareceu perceber a preocupação de Tadase, pois logo sorriu tranquilizador.

— Não precisa ficar nervoso, Hotori-kun… eles não vão perceber nada. Antes de tudo, nós também somos amigos, não somos? E amigos podem ficar perto um do outro… olha lá… – ele apontou para trás, onde seus colegas, que nem prestavam mais atenção neles dois, inclusive, riam alto e se atiravam um sobre os outros, em uma brincadeira que, na opinião de Tadase, era um tanto violenta.

Tadase assentiu fracamente. Apesar de pensar que Nagihiko podia estar sendo um pouco descuidado demais, ele também não aguentava mais ter que disfarçar todo o tempo que estava em público com Nagihiko. Ele não era um bom ator, como Nagihiko certamente seria, e não conseguia esconder bem tudo o que sentia dessa forma.

— Então…

— Pode relaxar quanto a esse assunto… – Nagihiko pousou as mãos nos ombros de Tadase, baixando-os um pouco, já que estavam tensos demais – E erga um pouco mais os pulsos… isso. Agora flexione os joelhos – ele concluiu, afastando-se um passo, com as mãos na cintura, para analisar de longe o resultado do seu trabalho.

— Assim?

— Sim, ótimo. Agora, você tem que pular, e então, mover seu pulso dessa forma… - ele mostrou o movimento, como se estivesse lançando uma bola imaginária – Mire na tabela, dentro daquele quadrado preto, e quando estiver lá no alto, você lança a bola.

— Entendi… - Tadase se preparou para lançar, fazendo como Nagihiko havia explicado. Jogou a bola, e ela voou, em um ângulo inclinado, na direção da cesta. Bateu na tabela, e quicou para fora, indo parar perto de onde os outros garotos brincavam. – Awn… - ele lamentou, baixando os braços.

— Que isso, Hotori-kun, foi um ótimo lançamento! Acho que você não entraria para o time… mas foi muito bom para um amador! – ele tentou animar Tadase, bagunçando sua franja com uma das mãos, enquanto ria do biquinho contrariado que ele fazia, quase sem querer.

— Heeey, quem jogou essa bola foi o Hotori? – um dos garotos indagou, jogando a bola de volta na direção de Nagihiko.

— Sim, foi! – Nagihiko respondeu, rindo, depois de pegar a bola no ar. Tadase corou, sabendo muito bem que seu desempenho havia sido vergonhoso.

— Claro que ele não ia acertar, com essa altura toda! – Kusama, que era o mais alto de todos, com seus quase 1,70 ainda que tivesse 13 anos como a maioria dos outros.

— É, Hotori-san não serve para ser nosso jogador, é muito pequenininho! – Kamijou incentivou, gargalhando junto com os outros.

— Ah, mas o Fujisaki leva ele pra todo lado, não leva? Então! O Hotori é o mascote dele!! – Usami bradou, arrancando mais risadas de todos. Tadase corou com mais força, sem saber como responder àquela provocação, mas Nagihiko apenas riu. Provavelmente, esse tipo de piada era comum entre os garotos do time, e por isso, ele não se preocupava.

— Ei, Hotori-kun podia ser nosso mascote também!!! Nee, Fujisaki, por que você não empresta ele pra nós um pouquinho, heeinn?

— O que? Do que vocês estão falando? – Nagihiko desconfiou, não gostando muito do rumo repentino que aquela conversa tomava.

— É Natal! Nós estamos entediados aqui, precisamos nos divertir!! – Kamijou argumentou.

— Ah, deixa, vai! Você vai gostar! – Miyagi avançou, junto com Usami e Hatori. Os outros mexiam na sacola do Assistente, tirando de lá alguma coisa grande e felpuda.

Antes que Nagihiko pudesse entender o que estava acontecendo e impedir, eles agarraram Tadase, e o arrastaram para perto dos outros, formando um muro ao redor dele.

— Ei, nós devemos tirar a roupa dele??

— O QUE? – Nagihiko gritou, tentando novamente abrir caminho, dessa vez com mais vontade.

— Fica tranquilo, senpai, eles não vão fazer isso! – Takatsuki riu da reação exagerada do mais velho, tentando em vão segurá-lo, de alguma forma.

— Veste por cima mesmo!!

— Pra que lado é isso?

— Isso é o rabo, não a cabeça, seu imbecil!!!

— N-não… d-deixa que eu faço isso… - era a única coisa que se ouvia na voz de Tadase.

 Como não ouvia nada além de murmúrios de protesto de Tadase, além da falação interminável dos jogadores (e depois falavam que eram as garotas que falavam demais) Nagihiko se tranquilizou, afinal, já que provavelmente o loiro não estava sofrendo nada. Mas, ainda assim, ele espichava os olhos, tentando ver o que estavam fazendo com ele.

Minutos depois, eles finalmente abriram espaço, dando altas gargalhadas, e revelando um ofegante e absolutamente corado Tadase, que mal tinha forças para levantar, quanto mais para ficar irritado por aquilo. Ele estava metido dentro de uma enorme fantasia de panda, que ainda ficava grande demais nele, já que era o assistente que costumava vesti-la nos jogos, como mascote do time. Seu rosto redondo e vermelho aparecia bem no centro, com parte da franja loira cobrindo os olhos chorosos, e acima da cabeça felpuda e branca, apareciam duas redondas orelhinhas pretas, e o resto do seu corpo estava rechonchudo e fofo, em preto e branco, com um rabinho em forma de bolinha atrás. O cachecol vermelho permanecia enrolado por fora da fantasia, como um acessório a mais.

— Hotori-kun… - Nagihiko balbuciou, incrédulo. Nunca imaginou que ele pudesse se tornar ainda mais kawaii do que já era, não parecia ser humanamente possível… mas lá estava Tadase, tão lindo e adorável que Nagihiko desejou pular em cima dele, abraça-lo com força e até mordê-lo naquele momento.

— N-não olhe para mim!! – Tadase escondeu o rosto com as patinhas gordinhas, não querendo que Nagihiko o visse daquela forma constrangedora, mas isso apenas serviu para aumentar o seu nível de fofura. Agora era Nagihiko que não queria que os outros vissem o seu namorado daquela maneira.

— Eeeeii!! Hotori-senpai, seja nosso mascote no jogo!!! – Takatsuki pediu, erguendo os braços para o alto, com animação.

— Sim, nós nos sentiremos muito mais motivados com uma coisa fofa torcendo por nós, ao invés daquele sem graça do Midorikawa!! – Yukina bradou, referindo-se ao assistente do técnico.

— V-você acha que isso vai ajudar, Fujisaki-kun? – Tadase murmurou, erguendo os olhos enormes e vermelhos diretamente para Nagihiko, desarmando-o por completo.

— B-bem… s-se você quiser… n-não vejo por que não poderia… ahn… - relutante, ele respondeu. Embora Nagihiko sentisse ciúmes dos outros que viam Tadase naquela forma, também não queria que ele tirasse a fantasia tão cedo afinal…

E dessa forma, foi decidido que Tadase seria a nova mascote do time, sem que ele mesmo nem pudesse opinar sobre isso. Os garotos também não deixaram que Tadase tirasse a roupa de panda depois, e quando o Técnico apareceu para chamá-los para ir embora, Tadase foi ainda usando seu uniforme de mascote.

Logo na entrada do hotel, Kiseki o avistou ao longe, e veio voando para perto, seguido por Temari e Rhythm.

— Tadase!! Que trajes mais indignos são esses?? Tais vestes, impróprias até mesmo para um plebeu, quanto mais para alguém da realeza…  - ele gritou, indignadíssimo, ao ver seu dono-panda adentrando o hotel.

Tadase, que já estava vermelho como um pimentão apenas de ver as pessoas do saguão que olhavam para ele, curiosas, não deu atenção ao chara, e andou em frente. Nagihiko se despediu dos amigos, e depois de combinarem o horário para se encontrarem ali na frente, antes do jogo, seguiu Tadase.

— Você, valete insolente!! – Kiseki apontou para Nagihiko, ainda voando ao lado deles – Sua função nesse mundo é proteger Tadase!!! Como ousa entrega-lo dessa maneira?

— Deixa disso, Alteza, ele ficou bem assim! – Rhythm replicou, achando graça. Kiseki, no auge da sua irritação, nem mesmo se ligou em títulos de nobreza.

— Ficou fofo… - Temari escondeu uma risadinha por trás da manga do kimono, com o rosto corado.

Tadase e Nagihiko subiram até o seu andar, e tão logo chegaram ao quarto, Tadase se apressou em tentar tirar a fantasia, mas é claro que não alcançava o zíper, bem no meio das suas costas.

— Me ajuda aqui, Fujisaki-kun! – ele choramingou, quase desmaiando de vergonha, depois de passear por aí vestindo isso.

— Você vai mesmo vestir isso de noite, Hotori-kun? – Nagihiko riu, depois de fechar a porta, aproximando-se do panda por trás.

— E-eu não sei… é tão vergonhoso… m-mas os seus amigos disseram que… pode ajudar vocês a vencerem… então, por causa disso, eu posso t-tentar aguentar… - ele admitiu, virando apenas os olhos na direção de Nagihiko, que estava indo ajuda-lo a tirar a fantasia, mas mudou de ideia no último segundo.

Ele agarrou o panda de pelúcia gigante que Tadase havia se tornado, por trás, e riu ao ouvi-lo protestar.

— Você devia parar de ser tão fofo, Hotori!!! Desse jeito, eu não vou poder deixar você vestir isso na frente dos outros! – o valete disse, como se estivesse censurando Tadase, ainda segurando-o firme entre seus braços.

— M-mas… - ele corou furiosamente, relaxando um pouco nos braços do namorado.

— “Mas” nada… você está tão atraente que eu nem sei o que fazer com você… - Nagihiko reclamou, afastando-se um pouco, apenas para apreciar melhor Tadase – Principalmente… esse rabinho… - ele deslizou a mão até a traseira de Tadase, apertando o rabo redondo e fofo.

— Kya~ - Tadase deixou escapar, e Nagihiko riu – N-não toque a-aí… - ele repreendeu, embora não parecesse nem um pouco ameaçador nesse momento.

— Eu já disse para você… parar de ser tão fofo… - Nagihiko sussurrou, sorrindo de canto – Ou…

— Ou…? – ele inclinou a cabeça para o lado, curioso.

— Ou eu não serei mais capaz de me controlar… - ele balbuciou rapidamente, agarrando Tadase novamente. Com os braços ao redor dele, Nagihiko mordeu de leve a bochecha direita, arrancando um gemido de protesto do loiro. Depois disso, Nagihiko conduziu-o de costas até que caísse na cama, e deitou-se por cima dele, prendendo-o com as pernas. Isso nem era necessário afinal, pois assim que tomou os lábios de Tadase, ele amoleceu em seus braços, jogando as mãozinhas fofas de panda ao redor do pescoço do maior, e deixando que ele avançasse com seus toques.

Aprofundando o beijo, Nagihiko rolou com ele na cama, até que parasse com Tadase por cima dele. Depois, sentou-se, encaixando-o em seu colo, e segurando-o pela cintura volumosa, e passando a mão pela pelúcia até encontrar o rabinho redondo, e deu uma apertadinha.

— Fujisaki-kun! – Tadase ralhou, interrompendo o contato entre seus lábios.

— Desculpe… - Nagihiko riu – É que eu nunca pensei que beijaria um urso panda na minha vida…

— Eu também nunca pensei que seria um… – Tadase respondeu, e então riu, fracamente, com as bochechas ruborizando.

Depois disso, Nagihiko aproveitou mais algum tempo, e então finalmente permitiu que Tadase tirasse a fantasia, até a hora do jogo. Alguns dos amigos de Nagihiko iam sair para dar uma olhada na rua, mas ele preferiu ficar no quarto com Tadase, e os dois assistiram a algum filme que estivesse passando na TV, abraçados na cama, até o fim da tarde.

— Já está quase na hora… - Nagihiko anunciou, olhando para o relógio – Eu tenho que me preparar…

— Sim… - Tadase assentiu, soltando-o de seu abraço carinhoso, e então sentando na cama – Ah, espere…! – ele se ergueu rapidamente, andando até onde Nagihiko estava juntando as suas coisas – Como nós vamos estar em público lá… e-eu vou dar isso a você agora… - ele balbuciou, erguendo-se na ponta dos pés, deixando um delicado e suave beijo nos lábios entreabertos de Nagihiko – Um beijo de boa sorte… - ele explicou, baixinho, antes de se afastar, com o rosto muito corado.

— Obrigado, Hotori-kun… - Nagihiko pode apenas sorrir, diante daquele gesto tão espontâneo e terno. Definitivamente… ele não ia perder aquele jogo!

~

O treinador de Seiyo havia pedido pausa. Os seus jogadores reuniam-se ao redor, recebendo as últimas recomendações, e discutindo uma estratégia derradeira. Por que aquela era a única chance.

Apreensivo, o panda mascote do time olhou mais uma vez para o placar, sem conseguir acreditar naquela possibilidade. Juntou as suas patinhas pretas, mordendo os lábios de aflição.

O placar estava 108 à 106, com a vantagem para o time oposto. Faltava apenas um minuto, e o apito final do último quarto soaria.

— Tem só um minuto… - o coração de Tadase batia descontrolado embaixo de toda aquela roupa – Como é possível que eles façam alguma coisa agora??

Os Shugo charas acompanhavam o jogo ao lado de Tadase, e Rhythm voou até ele. Não estava despreocupado como sempre, e apenas isso já deixava Tadase ainda mais nervoso.

— Hotori! – ele chamou, com os olhinhos focados no loiro – No basquete… um minuto é tempo suficiente para mudar tudo! – ele disse, confiantemente, piscando um dos olhos para o garoto – Apenas confie no Nagi, e tudo vai dar certo!

Assim, o apito soou mais uma vez, e os dois times entraram em quadra. Nagihiko lançou um rápido olhar na direção de Tadase, e então correu para sua posição. Com os cabelos amarrados para trás, em um frouxo rabo de cavalo para não atrapalhar, ele respirou fundo. Seu rosto pingava suor, através da expressão concentrada e séria que ele trazia, e então, a bola entrou em quadra. Tadase não conseguia desprender os olhos de cima dele, naquele momento.

Em um movimento rápido, Nagihiko roubou a bola do adversário, e passou-a para um dos seus colegas de time. Correu o mais rápido que podia, para frente, com o brilhante suor escorrendo pelo seu rosto e dispersando-se no ar, na mesma direção que seus cabelos. Tadase teve a certeza de que nunca vira um jogador tão lindo quanto ele…

O único ruído que se ouvia na quadra, além dos gritos dos jogadores, e da bola quicando, era o dos tênis deslizando sobre o piso. O time oposto roubara a bola novamente, e então Seiyo partira para a defesa. Kusama, o jogador mais alto, conseguiu impedir que a bola entrasse na cesta, por pouco, e então devolveu-a para seus companheiros, que correram com toda a velocidade que tinham para a frente. Takano, o capitão, jogou a bola novamente para Nagihiko, e assim que a recebeu novamente, o placar indicava que faltavam menos de 10 segundos para o término do tempo. Era a última chance. Sem pensar duas vezes, Nagihiko se posicionou na linha de três pontos, da mesma maneira que ensinara a Tadase, naquela mesma manhã, e arremessou a bola para o alto, cerrando os dentes.

Teve um vislumbre de Tadase, em sua roupa de panda, acompanhando com os olhos o caminho que a bola fazia, e então ouviu um apito, e um monte de gritos ensurdecedores em seu ouvido. Todos os seus companheiros correram na sua direção ao mesmo tempo, gritando e pulando. 109 à 108. Seiyo havia ganhado o campeonato.

Nagihiko sentiu um monte de braços e mãos cumprimentando-o, e o abraçando. Ouviu as vozes exaltadas de todos, comemorando, chorando de felicidade, ou rindo abertamente. Sentiu a chuva de papeis picados que celebravam a vitória deles.

Mas agora, seus olhos focavam-se somente em Tadase, que esperava pacientemente que ele chegasse na beira da quadra, exibindo um sorriso lindo. Nagihiko tinha certeza de que jamais teve tanta vontade de jogar tudo para o alto e beijá-lo na frente de todo mundo como a que estava sentindo agora. De alguma maneira, Nagihiko conseguiu se movimentar em meio a toda aquela gente, e chegar até onde Tadase estava.

Rhythm gritava emocionado, Temari o parabenizou, e Kiseki disse que era apenas o esperado do servo de um rei. Mas agora, Nagihiko só tinha olhos para Tadase, e seus ouvidos só captavam o próprio batimento cardíaco, descontrolado por conta do exercício e da emoção.

— Eu consegui, Hotori-kun… - ele sorriu, com os olhos marejando. Riu, incrédulo pelo próprio feito, ainda sem se dar conta do que havia acontecido, e avançou os passos que ainda o separavam de Tadase, erguendo-o para o alto em um necessário abraço – Nós vencemos!!


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Notas finais do capítulo

Yoo, minna-san! Shiroyuki desu yoo~~

Sentiram minha falta?? Claro que não -.-''

Nee~ ~o que acharam da minha narração do jogo? Já posso ir para a NBA? Não respondam, please... aaii, eu sou uma negação em qualquer esporte, mas só de pensar em bishounens, correndo pela quadra, caindo um por cima do outro... awn~ //apanha... certo! Agradeçam à Kuroko no Basket, e não ao meu ex-professor de ed fisíca, por toda a minha experiência no esporte, é isso aí...


Até a próximaa~~~

Itekimaaasu!



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