Yakusoku escrita por teffy-chan, Shiroyuki


Capítulo 23
Capítulo 23 - Toki ni Ai wa


Notas iniciais do capítulo

Toki ni Ai wa - Masami Okui
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Os dias que se seguiram passaram depressa, fazendo com que a temperatura e o calor aumentassem, bem como a tensão e a agitação dos estudantes da Academia Seiyo. Agora, todos estavam animados e ocupados com o Festival Escolar que havia finalmente chegado. No entando, a tensão entre os alunos nem se comparava com a que tomava conta dos Guardiões desde a festa de aniversário do Rei. Ninguém perguntou o motivo, mas era óbvio o clima incômodo e desconfortável entre Tadase e Amu que, desde a festa do Rei, evitara ao máximo ficar perto dele, quanto mais falar com ele. Até mesmo aos ensaios da peça a garota andara faltando descaradamente. Mesmo durante o Golden Week, no qual os Guardiões desistiram da idéia de fazer uma viagem para terem mais tempo para ensaiar a peça, a Coringa não compareceu em praticamente nenhum dos ensaios. Claro que todos estranharam isso, visto que, o normal seria a Coringa seguí-lo para tudo que é canto, como um cachorrinho fofo esperando ansiosamente para receber algum carinho de seu dono. Mas agora parecia que o "cachorrinho fofo" havia se transformado em um cão sem dono. Lentamente, Rima e Yaya deduziram sozinhas o que devia ter acontecido, embora isso ainda fosse motivo de fofoca entre os demais estudantes.


Agora, na sala do sexto ano, os alunos preparavam-se para vestir-se de acordo com o Festival e colocar a loja que lhes foi designada em funcionamento. O que havia se tornado um sério tópico de discussão por sinal...


– Não! Eu não vou usar isso! Me recuso! - Nagihiko não cansava de repitir, encarando a vestimenta que deveria usar com repulsa nos olhos
– Ora, deixa de agir como a Yaya e tenha um pouco mais maturidade. É um Festival, você sabe que precisa se vestir de acordo - Rima falou, aparentemente adorando assistir à cena que ele fazia de camarote - Além do mais, essa não é nem a primeira vez que você veste algo assim mesmo, não sei porque está dando chilique
– É exatamente esse o problema! Não que eu não esteja incomodado em vestir isso, mas... se eu colocar essa roupa, podem desconfiar! - Nagihiko sibilou nervosamente - E você pare de criticar os outros, sendo que nem se trocou ainda! Está aí sentada tranquilamente tomando chá!
– É claro, se vou assistir um ataque de criancice por parte do meu colega Valete, então assistirei de camarote, confortável e bem alimentada - a Rainha respondeu, cruzando as pernas e bebericando sua xícara de chá
– Me pergunto daonde ela tira tanto chá... espero que não ande assaltando a dispensa da escola - Tadase comentou com uma gota na cabeça - Mas, de qualquer forma, não precisa se preocupar com isso, Fujisaki-kun. Ninguém vai desconfiar de nada, você vai ver
– Mas isso é realmente perigoso, não quero ter que arriscar fazer algo assim... sem falar que não queria ter que vestir isso de novo - Nagihiko resmungou entre os dentes - E você não está em posição de falar nada, Hotori-kun! Você também vai ter que vestir isso, esqueceu?!
– S-Sim, eu sei... vestir isso nem é nada, o problema são as outras pessoas me verem... a-assim... - o Rei murmurou, levemente corado
– E pode apostar que vão ver, existem quatro Guardiões nessa classe afinal - Nagihiko bufou irritado - Ahh droga, Yaya-chan é que tem sorte, a classe dela vai fazer um bazar... como eu queria estar no quinto ano agora
– Então troque comigo Nagiii!!


Vinda sabe-se lá de onde, Yaya irrompeu na sala de aula do sexto ano, correndo até o Valete e escondendo-se atrás dele, as mãos agarradas ao paletó do uniforme do garoto, e aproveitando-se do fato do amigo ter cabelos compridos para ficar bem escondida.


– Não digam pra ninguém que a Yaya está aqui, ouviram bem?! Pra ninguém!


Não se passaram nem cinco segundos e meia dúzia de meninos do quinto ano adentraram a sala de aula deles.


– Ei, Guardiões! A Yuiki Yaya passou por aqui??
– E não adianta acobertá-la, ouviram bem?!
– Nós vamos encontrar aquela pestinha, custe o que custar!
– Por ali - Rima apontou na direção da sala do terceiro ano, tomando mais um gole de chá em seguida
– Na sala do terceiro ano né? Obrigado, Mashiro-sama! - um dos garotos agradeceu, saindo correndo em direção à sala do terceiro ano, sendo seguido pelos outros
– Ei, eles já foram. Será que pode me soltar agora?? - Nagihiko falou, e a Às finalmente o largou, saindo de trás dele
– Ufa,essa foi por pouco! Quase que eles pegaram a Yaya! - ela suspirou aliviada
– O que foi que você aprontou dessa vez Yaya-chan?? - o Valete indagou desconfiado
– Que rude! Como tem coragem de sair acusando sua kouhai assim, hein Nagi?! - Yaya exclamou, fingindo-se de ofendida, embora fosse óbvio que tinha feito alguma coisa errada - Você sabe que a classe da Yaya fará um bazar, não é? Então, o Representante de Classe falou pra todos trazermos alguma coisa de casa que não queremos mais pra vender no bazar, daí a Yaya trouxe alguns bichinhos de pelúcuia que ela não brinca mais... mas como posso me desfazer dessas fofurinhas?! Olha só!!


Ela retirou da mochila que carregava uma dúzia de bonecos de pelúcia, de todos os tipos e tamanhos. Tinha desde ursinhos cor-de-rosa, até um boneco em forma de cachorro em tamanho natural, que só Deus sabe como coube naquela mochila.


– Sei... resumindo, você não quer se desfazer dos seus brinquedos, e assim ficou sem contribuir com o bazar, não é? - Nagihiko logo deduziu a situação
– Mas como eu poderia me desfazer dessas fofurinhas?! Não posso, de jeito nenhum!! - ela exclamou, fazendo cara de choro
– São bonitinhos mesmo... principalmente esse aqui - Tadase parecia encantado com o boneco em forma de cachorro - Olha, Fujisaki-kun, parece o Hotosaki! São fofos mesmo, Yuiki-san
– Não é, não é? - Yaya exclamou sorridente ao ver que alguém concordava com ela - Então, até que aqueles malvados desistam de me procurar pra vender meus preciosos bebês, a Yaya vai se esconder aqui com vocês!
– Yaya-chan, você não pode fazer isso! Volte pra sua própria classe! - Nagihiko exclamou
– Não tem problema ela ficar só um pouco, Fujisaki-kun, ela pode nos ajudar também - interveio Tadase
– Mas Hotori-kun...!
– Desista, o Tadase foi seduzido pelo boneco em forma de cachorro, ele não vai te ouvir - sentenciou Rima, tomando mais um gole de chá
– Ah, não se preocupem, a Yaya pode ajudar vocês! - a Às exclamou animada, embora não inspirasse nenhuma confiança - Aliás, por que vocês ainda não se trocaram?! Vocês precisam se apressar, vamos logo! Cadê a Amu-chi??
– No vestiário. Foi se trocar há meia hora e não voltou ainda - Rima respondeu, apontando para o vestiário feminino improvisado no meio da sala de aula, daonde podia-se ouvir vários gritinhos histéricos das alunas. Nagihiko olhou de esguelha para o Rei, à tempo de vê-lo abaixar a cabeça, sendo invadido por uma nova onda de culpa
– Então você se junte logo à ela, Rima-tan! - Yaya exclamou, aparentemente sem nada perceber - Vamos, larga esse chá e vai logo trocar de roupa, depressa! - Yaya arrancou a xícara das mãos de Rima e a empurrou em direção ao vestiário. A loira bufou irritada por ter seu precioso chá tomado de suas mãos, e resmungou alguma coisa em voz baixa, dirigindo-se lentamente em direção ao vestiário
– E vocês dois, estão esperando o que pra irem se trocar também?! Vamos logo, depressa! - Yaya exclamou, apontando para o Rei e o Valete
– M-Mas Yuiki-san, as roupas que temos que usar são meio... - Tadase murmurou, corando novamente - N-Não podemos usar isso, é embaraçoso...
– Não seja bobo, Tadase, não são apenas vocês, todos os garotos dessa classe usarão o mesmo tipo de roupa, não é?! - a Às lembrou
– Bem, isso é verdade - Nagi confirmou - Mas mesmo assim...
– Ora deixem de frescura e vão se trocar logo! Se não forem depressa, a Yaya mesmo arranca a roupa de vocês e obriga os dois à vestir aquilo, ouviram?! - a ruiva exclamou, levantando as mãos ameaçadoramente na direção deles. Tadase corou mais ainda diante da ameaça e deixou escapar uma exclamação de receio, finalmente dando-se por vencido e indo até o vestiário masculino, seguido de perto por Nagihiko.


– Francamente, a Yaya-chan não tem jeito mesmo, viu... - Nagihiko resmungou, fechando a cortina que envolviva o vestiário improvisado
– Mas nós enrolamos demais mesmo, teríamos que nos trocar uma hora ou outra - Tadase falou, só então reparando que os dois estavam sozinhos ali - Ué... cadê os outros?
– Já devem ter terminado e saído. Nós demoramos demais mesmo - Nagihiko respondeu, fingindo não sentir a cambalhota que seu coração deu ao notar qu estava sozinho com Tadase - Então... acho melhor fazer isso de uma vez, Hotori-kun
– C-Certo.


Sem combinar nada previamente, os dois se viraram de costas um para o outro, tanto para não verem o que não deviam quanto para não serem vistos. Não que isso realmente importasse, pelo menos no caso de Nagihiko, afinal, eles já haviam se trocado juntos outras vezes antes, e Tadase já vira seu corpo mais de uma vez. No entanto, desde que descobrira sobre o repentino interesse que o Rei desenvolvera por suas pernas que Nagihiko achou melhor não arriscar passar por uma situação dessas de novo, ainda mais na escola. O que não adiantou muito por sinal, pois, assim que terminou de despir o uniforme escolar, Tadase sentiu como se um poderoso ímã atraísse seus olhos na direção do Valete, e ele não pôde evitar de espiar. Corou furiosamente ao deparar-se mais uma vez com aquelas pernas compridas e esguias que o rapaz possuía, como se estivesse hipnotizado por elas. Sentiu uma irresistível vontade de tocá-las, mas, quando estendeu a mão para fazê-lo, Nagihiko já havia calçado as meias e agora vestia a fantasia que usaria durante o Festival, despertando Tadase do "transe". O Rei voltou a virar a cabeça para o outro lado, desviando os olhos dele e sacudindo a cabeça com força.


"- O que estou fazendo?! Espiando um garoto se trocar desse jeito... aonde estou com a cabeça afinal?! Por que esses pensamentos impuros e sem sentido não páram de vir à minha mente?! Se o Fujisaki-kun soubesse o que eu pensei sobre ele... nem quero imaginar o que ele faria... com certeza ele ficaria magoado... e com raiva de mim. Droga, preciso parar de pensar em bobagens e me concentrar, depressa!"


Tadase sacudiu a cabeça com força, numa tentativa de recuperar sua sanidade, e voltou a concentrar-se em apenas trocar de roupa. Terminou de despir o uniforme, e agora tentava descobrir como raios se vestia aquela fantasia. Foi tempo suficiente para Nagihiko perder todo seu autocontrole e dar uma espiada também. Hesitante, virou a cabeça lentamente na direção do Rei, ainda de costas para ele. Tadase não vestia nada mais do que sua roupa de baixo agora, o que foi mais do que suficiente para fazer Nagihiko corar até a raíz dos cabelos. O loiro tinha um corpo pequeno e delicado demais pra um garoto, o que provocava em Nagihiko uma forte vontade de protegê-lo de tudo e de todos, de abraçar aquele menino inocente e indefeso com todas as suas forças e nunca mais soltá-lo. Ergueu um pouco a mão, que vacilava entre recuar e avançar na direção de Tadase. Ele queria tanto abraçar aquele menino agora, tanto... no entanto, uma voz censuradora parecida com a voz de Nadeshiko teimava em lhe lembrar que ele não podia fazer isso, não importa o quanto desejasse. Quando viu que o loiro havia enfim descoberto como vestir sua fantasia corretamente, Nagihiko tornou a se virar de costas para ele, antes que o Rei percebesse alguma coisa.


– Ano... Fujisaki-kun? - Tadase chamou alguns minutos depois - Você já terminou?
– Já sim, e você?
– Mais ou menos... será que pode me ajudar? Não sei como vestir essa coisa
– Ahn... c-claro - Nagihiko respondeu um tanto contrariado. Às vezes parecia que Tadase queria torturá-lo com isso, é sério! Ele ali se controlando pra não fazer nenhuma besteira, e Tadase lhe pede uma coisa dessas?! Era provocação demais, Nagihiko não sabia se podia aguentar!


Respirando fundo, Nagihiko tomou coragem e virou-se de frente para o Rei, que por sinal não parecia em nada com um Rei agora. Tadase trajava um curtíssimo vestido de maid, com mangas curtas e bufantes, babados nas mangas e na saia, e um laço branco no decote e nas mangas, em um tom entre roxo e rosa, contrastando com o vestido de Nagihiko, que era idêntico ao do loiro, exceto que era azul-escuro. Calçava meias brancas cheias de rendas e uma fita rosa enfeitando-as dos lados, sapatilhas pretas, e agora tentava descobrir como se colocava o avental branco com babados que ele segurava entre suas mãos trêmulas.


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– Etto... v-você sabe como se coloca isso? - Tadase perguntou, mas o Valete não estava ouvindo. Na verdade parou de escutar ou ver qualquer coisa que não fosse a visão radiante do doce menino à sua frente. Nagihiko sentiu seu coração acelerar perigosamente, batendo tão freneticamente que chegava à doer, seu rosto esquentou numa velocidade alarmante, corando até as orelhas, e sentiu seu queixo despencar alguns centímetros. Uma grossa gota de saliva começava a se projetar no canto da boca, ameaçando escorrer para fora à qualquer momento.


– Ano... Fujisaki-kun? Você está bem?? - Tadase chamou hesitante - Seu rosto está vermelho... não está com febre, está? - o Rei colocou-se na ponta dos pés, afastando a franja do maior para os lados, e encostando a própria testa na dele. Isso não fez Nagihiko melhorar, na verdade só o fez piorar ainda mais. Ele ofegou assustado, sentindo sua face inteira esquentar rapidamente, como um bule de chá em ebulição, enquanto suas batidas cardíacas aceleravam perigosamente. Ver a face gentil e corada de Tadase assim tão perto da sua, tocando em seu rosto, só aumentava seu desejo de envolver aquele menino que transbordava inocência entre seus braços e nunca mais soltá-lo, e Nagihiko teve que fazer um esforço descomunal para não agarrar Tadase ali mesmo.


– Não parece ter febre... - Tadase falou, afastando-se dele - Tem certeza de que está tudo bem?
– C-Claro, eu estou bem... n-não se preocupe, Hotori-kun - Nagihiko respondeu, desviando os olhos dele, inconscientemente levando as mãos ao próprio peito, como se isso fosse capaz de normalizar seus batimentos cardíacos - Etto... o q-que você queria mesmo?
– Ah... queria saber se você sabe como se veste isso - o Rei estendeu o avental timidamente
– Claro... coloque ele na frente do seu corpo que eu amarro atrás pra você - Nagihiko falou, e Tadase obedeceu, jogando as fitas que deveria amarrar para trás. Tentando ignorar o delicioso cheiro de morangos que o loiro exalava, Nagihiko aproximou-se dele e ajeitou a roupa de Tadase o mais depressa que suas mãos trêmulas permitiram.


– P-Pronto
– Arigatou Fujisaki-kun! - Tadase tornou a virar-se de frente para ele, em um movimento rápido, que fez sua saia balançar - Ano... e isso... como se coloca? - ele estendeu a última peça da fantasia que faltava
– Isso é pra colocar na cabeça - Nagihiko explicou - Você coloca sob os cabelos e amarra assim... - ele foi dizendo enquanto terminava de colocar a fantasia em Tadase. O loiro ofegou, um tanto surpreso de ver o rosto do mais alto assim tão próximo do dele novamente, sentindo seu coração dar uma repentina cambalhota. Porém, logo Nagihiko terminou, afastando-se dele
– Está pronto - o Valete anunciou
– Obrigado de novo. Você... é bom mesmo com esse tipo de roupa complicada... - Tadase comentou, rindo sem graça
– Bem, os anos vivendo como Nadeshiko tinham que servir pra alguma coisa - o mais alto respondeu um tanto incomodado - Mas você... deu mesmo uma ótima maid... está... r-realmente ótimo com essa roupa
– Eh?! Ahn... o-obrigado, eu acho... - Tadase murmurou sem graça, abaixando a cabeça numa tentativa de esconder o rubor que se apossada de seu rosto - Mas você... deve estar muito melhor do que eu. Você fica... r-realmente bem com esse tipo de roupa... muito... kawaii...
– Hein?! Ah... bom... suponho que seja minha sina - Nagihiko murmurou, coçando a cabeça sem graça - M-Mas obrigado assim mesmo. Só que ainda falta resolver uma coisa
– O que?
– Eu... realmente odeio usar saia e ficar com esse cabelo solto - Nagihiko contou, segurando uma mecha do próprio cabelo - Mas não posso prender, ou as pessoas me confundirão com a Nadeshiko, sem falar que tem gente que pode desconfiar do meu segredo, então... eu não sei o que fazer
– Humm... e se você fizesse um penteado diferente? Sabe, se prendesse ele, mas não em um rabo-de-cavalo, como costumava fazer? - o Rei sugeriu
– É, pode ser... mas prender como então?
– Deixa eu tentar uma coisa. Etto... s-sente-se aqui.


Tadase o conduziu até uma cadeira, onde Nagihiko se sentou e, pegando duas fitas que provavelmente foram esquecidas ali por alguma aluna, puxou os cabelos do Valete para a frente, dividindo-os ao meio. Pegou a metade direita entre suas mãos e começou à trançá-los. Assim, tão perto dele, podia sentir claramente o doce cheiro de cerejeiras que Nagihiko exalava, lembrando muito o perfume de uma garota, deixando o loiro um tanto inebriado. Com aquela roupa então, Nagihiko parecia inteiramente com uma menina, o que causava uma estranha agitação em Tadase.


– Ano... pode deixar que eu faço isso sozinho - Nagihiko falou, depois de entender que tipo de penteado o Rei estava fazendo nele
– Não se preocupe, eu faço isso - Tadase respondeu, sorrindo gentilmente - Afinal, você me ajudou com a fantasia, é o mínimo que posso fazer para retribuir o favor - ele alargou um pouco seu sorriso, o rosto levemente corado. Não sabia bem o porquê, mas há muito ansiava em poder mexer nos longos cabelos do Valete, em poder tocar aquelas madeixas macias e cheirosas, tê-las em suas mãos... e agora finalmente estava podendo realizar esse inexplicável desejo que nem Tadase sabia dizer daonde vinha. Quando chegou ao final, amarrou a ponta da primeira trança, com certa dificuldade, visto que não tinha prática em fazer essas coisas, e partiu para a segunda. Pegou a metade esquerda entre seus dedos e, dividindo-a em três, começou a trançá-las como fez com a direita. Foi uma boa idéia ter pedido para ele se sentar, do jeito que a diferença de altura entre eles era grande, Tadase provavelmente não conseguiria fazer isso com Nagihiko de pé.


– Você parece... ter prática com essas coisas - Nagihiko comentou depois de um tempo, incomodado com o silêncio prolongado - Não me lembro de você fazendo isso quando eu era Nadeshiko
– É, eu não fazia mesmo - Tadase riu sem graça - Mas é que, quando eu era pequeno, e Utau-chan vivia lá em casa comigo, ela sempre me obrigava a fazer todo o tipo de penteados nela, então acabei aprendendo
– Ahh, então é culpa da Utau de novo... impressionante, mesmo involutariamente, ela consegue me colocar nesse tipo de situação - Nagihiko resmungou para si mesmo
– O que disse?
– Ah... n-nada, não é nada não - ele apressou-se à dizer - Aqui a outra fita - Nagi estendeu a outra fita quando viu que o Rei havia terminado, e o loiro amarrou a ponta da outra trança, um tanto desajeitado
– Prontinho, está perfeito! Agora sim, uma maid completa! - Tadase exclamou, um tanto empolgado demais
– E eu deveria estar feliz com isso? - Nagihiko perguntou ao se levantar, sua voz soando surpreendentemente feminina. Ele levou as mãos à boca, arregalando os olhos, surpreso com seu tom de voz. Tadase sentiu seu coração dar uma estranha cambalhota ao ouvir a voz de Nadeshiko - Droga, preciso dar um jeito nessa voz... parece que é um efeito colateral, sempre que prendo o cabelo, isso acontece, é impressionante... - ele resmungou, forçando sua voz à voltar ao tom normal
– Hahahahaha... por um momento pareceu que a Fujisaki-san estava aqui de novo - riu-se Tadase - Você realmente... lembra muito ela agora
– Droga, esse é o problema! Por isso não queria usar esse vestido, as pessoas podem desconfiar, e aí meu segredo vai pro espaço!
– Não se preocupe, ninguém vai perceber nada. Vocês "são gêmeos" afinal, então é natural que se pareçam, certo? - tranquilizou-o Tadase - Agora é melhor sairmos, já demoramos demais aqui.


Respirando fundo e tomando coragem, os dois saíram do vesiário, dando de cara com Yaya, que os aguardava na entrada com um celular na mão, tirando uma foto assim que eles saíram.


– Finalmente terminaram! Vocês demoraram uma eternidade pra se trocar, estava quase invadindo aquele provador e vestindo vocês eu mesma! Não estavam fazendo nenhuma "limonada" lá dentro não né?? - Yaya exclamou, tirando uma segunda foto - Kyaaaa vocês estão uma graça! Muito, muito, muito fofos mesmo!! Nagi está tããão kawaii com essas trancinhas! - ela segurou as tranças do Valete, levando-as próximas ao rosto - E o Tadase de saia! Kyaaaa que coisinha mais fofa! Nee o Tadase não está uma gracinha assim, Amu-chi? - Yaya perguntou, ainda tirando fotos de todos os ângulos, e só então os dois perceberam que Amu os observava próxima à Às, seguida por Rima
– É... está mesmo muito bem assim. Parece até uma versão feminina dele - Amu respondeu, sem muito entusiasmo, forçando-se a olhar para o Rei
– Fala sério Amu-chi, o Tadase já é uma versão feminina de si mesmo! Aquele Chara Change bizarro dele que é uma versão masculina, isso sim! - Yaya exclamou, fazendo pose de filósofa. Em seguida, cobriu a cabeça com os braços, protegendo-se de um ataque iminente que estava certa que receberia, mas nada aconteceu. Olhou para os lados confusa. Amu certamente lhe daria no mínimo um cascudo ao ouvir um comentário desses, mas a Coringa não parecia nem ter ouvido o comentário. Em seguida olhou hesitante para o Valete, que também não lhe fez nada. Geralmente Nagihiko a mandaria calar a boca, no mínimo, mas dessa vez achou melhor deixar essa passar, já que interiormente concordava com a Às - Ué... que estranho, nem o Nagi nem a Amu-chi brigaram com a Yaya! Principalmente a Amu-chi... ela anda tão esquisita ultimamente! - a Às comentou como quem não quer nada
– Hein?! Ah, n-não é nada não... a-acho que estou um pouco cansada por causa dos preparativos do Festival, só isso - Amu mentiu, forçando um sorriso - A prposito... quero aproveitar, e me desculpar. Sinto muito por ter faltado aos últimos ensaios da peça... e por ter saído correndo daquele jeito no meio da sua festa, Tadase-kun. Eu não estava... m-me sentindo muito bem naquele dia, então...
– N-Não precisa se desc...
– Imagina, Amu-chi! Já estamos todos acostumados com seus ataques de pelanca, não liga não! - Yaya interrompeu o que o loiro ia dizer
– Certo. Eu vou... vou ali pra... fazer mais chá - Amu soltou a primeira desculpa que lhe veio à mente, ao ver que o bule de chá tinha sido completamente esvaziado por Rima, e se afastou rapidamente, aparentemente sem nem se incomodar com a provocação de Yaya
– Ehh... Amu-chi anda esquisita mesmo - Yaya repetiu o comentário, observando a amiga se afastando, enquanto Tadase tornava a abaixar a cabeça entristecido, de modo que a franja lhe cobrisse os olhos
– Não se preocupe com isso, Yaya-chan... vai ver ela só estava prestes a ter uma hemorragia nasal por ter visto o Hotori-kun vestido de maid e saiu de perto para ninguém ver - Nagihiko sugeriu o que poderia muito bem ser verdade, em uma tentativa desesperada de livrar o Rei daquele sentimento de culpa - Deve ser exatamente isso, eu mesmo também quase... err.... q-quero dizer...! - ele atrapalhou-se com as palavras, quase dizendo algo que não devia, recebendo uma risada pervertida de Yaya e um olhar curioso de Tadase - Etto... b-bem, por que você está vestida assim afinal, Yaya-chan? Você nem é dessa classe! - Nagihiko perguntou, mudando o rumo da conversa
– Ah, isso? Digamos que a Yaya pulou uma série e irá participar do Maid Café com vocês! - a ruiva exclamou como se fosse a coisa mais natural do mundo participar das atividades de outra classe e não da sua. Agora, Yaya vestia uma roupa de mordomo, uma calça preta, paletó preto, por cima de uma camisa branca e um colete roxo, usava uma gravata-borboleta roxa e luvas brancas. Estava com os cabelos presos em um rabo-de-cavalo baixo no lugar de suas costumeiras maria-chiquinhas. As demais alunas também vestiam uma roupa de mordomo semelhante, incluindo Amu e Rima.


http://desmond.imageshack.us/Himg585/scaled.php?server=585&filename=girlsbutlers.jpg&res=landing


– Você só está querendo se esconder aqui porque seus colegas de classe ainda querem seus brinquedos pra vender no bazar, admita - Nagihiko falou estreitando os olhos
– Exatamente! Nossa, você é sério demais pra uma maid, precisa sorrir mais, Nagi! - a ruiva exclamou, tentando mudar de assunto - Mas sabe que olhando você assim de saia, você fica incrivelmente parecido com a sua irmã? Se estivesse usando um rabo-de-cavalo então, estaria idêntico à ela! Kyaaa sinto como se a Naddy estivesse conosco outra vez! - ela falou sonhadora, agarrando-se ao pescoço do amigo. Claro que Nagihiko sabia muito bem que, se vestisse roupas femininas, inevitavelmente lhe comparariam com Nadeshiko, por isso mesmo ele preferiu não prender os cabelos em um rabo-de-cavalo, como Nadeshiko fazia
– Verdade, é incrível como eles são parecidos... às vezes tenho a impressão de que são até a mesma pessoa - alfinetou Rima, falando como quem não quer nada, fazendo o coração do Valete dar uma desconfortável cambalhota
– É mesmo, é mesmo! Uau, gêmeos são incríveis mesmo, né Rima-tan? - Yaya concordou, sem nada perceber - Ué.... mas espera aí, Rima-tan não chegou a conhecer a Naddy, ou conheceu??
– Eu vi uma foto dela uma vez. São incrivelmente parecidos mesmo - mentiu Rima, bebericando sua xícara de chá
– Rima-chan, quer parar de beber tanto chá? Desse jeito não teremos nada pra servir! - Nagi exclamou com uma gota na cabeça
– E também, parece que o seu uniforme não ficou muito bom em você... tem certeza de que consegue servir as mesas assim, Mashiro-san? - Tadase perguntou, reparando que, devido à sua baixa estatura, tanto a calça quanto o paletó da garota estavam tremendamente compridos, as mangas chegando a cobrir suas mãos por completo, o que certamente provocaria algum tipo de tropeço ou acidente
– Eu dou um jeito - ela respondeu simplesmente - E o seu uniforme de maid também não parece ser exatamente do seu tamanho - os olhos dela desviaram-se até a saia do vestido de Tadase, que era bem mais curta do que o necessário. Ao perceber o olhar fixo dela, o loiro segurou a saia com as duas mãos, corando violentamente
– E-Está um tanto curta demais mesmo... e-eu trocaria de bom grado com você se pudesse - Tadase murmurou, rindo sem graça
– Não diga isso, você está uma fofurinha assim, Tadase! - Yaya exclamou, apertando as bochechas coradas dele e tirando mais uma foto - Bom, agora está na hora de abrirmos! Todo mundo pronto?
– É né fazer o que - Nagihiko murmurou desanimado
– Não acredito que as pessoas realmente vão me ver usando isso... - Tadase murmurou para si mesmo, extremamente corado
– Agora sabe como eu me senti esses anos todos - Nagihiko sussurrou de volta - Mas, pense por esse lado, Hotori-kun: Pelo menos nossos Charas não estão aqui agora, estão sabe Deus aonde organizando o próprio Festival deles. Seria muito pior se o Kiseki estivesse aqui e te visse usando vestido
– Hahahaha tem razão... posso até ouví-lo falando "Isso é tão indigno!" - Tadase riu sem graça, imaginando a cena - Pior que ele teria razão... isso é mesmo indigno
– Indigno ou não, é só por um dia, então vamos nos esforçar
– Hai!


Depois de Yaya abrir o café ao público e realmente ficar trabalhando em um Maid Café de uma classe que não era a dela, o lugar que antes era uma sala de aula encheu-se de clientes na velocidade da luz. Alunas de todas as classes voltavam ao lugar de meia em meia hora só para realizar suas mais loucas fantasias e poder ver o tão aclamado Rei dos Guardiões usando um vestido e servindo-lhes como seu criado particular por um dia. Inesperadamente Nagihiko acabou fazendo bastante sucesso também, principalmente entre as visitantes de fora da escola, que ficavam seriamente em dúvida sobre qual era seu verdadeiro gênero. E alguns calouros cismavam em voltar de quinze em quinze minutos apenas para admirar as três Guardiãs tranvestidas, aparentemente adorando a fantasia de mordomo delas. Cerca de duas horas depois de o café entrar em funcionamento, Nagihiko desistiu de mandar Rima parar de tomar chá e ir servir os clientes, pois percebeu que só estava gastando saliva, já que ela não obedecia, e resolveu concentrar-se em seus próprios clientes. E quando estavam chegando perto da metade do horário do expediente, Tadase puxou o Valete para um canto mais afastado, parecendo um tanto aflito.


– O que houve Hotori-kun? Algum problema? - ele perguntou enquanto fingia estar reabastecendo a jarra de suco que carregava (já que Rima se apoderou de todo o chá daquela sala)
– É... bom... t-talvez - o loiro murmurou nervoso - E-Eu reparei há algum tempo, mas... p-parece que tem duas pessoas estranhas aqui... elas não fizeram nada, mas estão vestidas de um jeito esquisito, e conversam aos sussurros de um jeito tão suspeito, e... b-bem... e-estão me dando um pouco de medo
– Que pessoas, Hotori-kun? Aonde elas estão?
– A-Ali.


Tadase apontou disfarçadamente para uma mesa em um canto mais afastado e escuro da sala. Lá, estavam sentadas duas pessoas, ambas emvolvidas em uma comprida capa negra, tornando impossível identificar se era homem ou mulher, usavam chapéu e óculos escuros, ocultando parte do rosto. Quando perceberam que Nagihiko às estava observando, as duas cobriram o rosto com um jornal que carregavam (de cabeça pra baixo, por sinal, e da semana passada ainda por cima).


– Tem razão... são estranhas mesmo - Nagihiko concordou, ainda observando as duas figuras suspeitas
– Viu, eu disse! - Tadase exclamou nervoso - Nee... a-acha que são da Easter?
– Não, não pode ser... não tem nenhum Shugo Chara perto delas. De qualquer forma, se forem pessoas suspeitas, então precisamos tirá-las daqui - Nagihiko falou
– Mas como?!
– Não se preocupe, eu vou lá.


Nagihiko respirou fundo, e caminhou decidido até a mesa afastada onde as duas figuras encapuzadas estavam, com Tadase logo atrás dele, ainda agarrado ao seu pulso. Quando chegou, Nagihiko forçou um sorriso, voltando a assumir seu papel de maid obediente, e falou:


– Sejam bem-vindos, Mestres. Posso anotar seu pedido?
– Você é... Fujisaki Nagihiko, certo? - perguntou uma das pessoas. Pela voz, era possível identificá-la como uma garota
– S-Sim, eu mesmo, senhorita
– E a maid... d-digo, o menino atrás de você é Hotori Tadase, não é? - a outra pessoa indagou, também revelando uma voz feminina. Tadase apenas assentiu, balançando a cabeça, ainda temeroso
– Sabia! Eu sabia que eram eles! Viu só, eu disse que encontraríamos eles, Teffy-senpai!!


A garota misteriosa mais próxima ergueu-se de um salto, jogando o jornal, a capa e o chapéu que usava para o lado. Era uma garota de cabelos negros, curtos e repicados, presos em duas maria-chiquinhas, usava óculos e devia ter quase a mesma altura que Tadase. Vestia uma saia de prega roxa e uma camiseta branca com os dizeres "Fã-clube Tadahiko". Assim que levantou, a garota literalmente se jogou em cima do loiro, atirando seus braços ao redor do pescoço dele e o apertando em um forte abraço.


– Kyaaaaaaaaa ele tem cheiro de morango mesmooo!! - a garota exclamou extasiada, com um sorriso bobo nos lábios
– M-Ma-Mas o que v-você está f-fazendo??? - Tadase gaguejou nervoso, corando diante do "ataque-surpresa" da garota
– Ei, garota! Não leu a placa lá fora?! Você não pode sair agarrando as maids assim de repente! - Nagihiko exclamou, sentindo uma onda de ciúmes invadindo-o. Eles realmente haviam colocado um cartaz na entrada da porta, escrito "Proibido agarrar as Maids e os Mordomos" devido ao fato de haverem Guardiões trabalhando naquela sala. Nagihiko adiantou-se para afastar a garota misteriosa de Tadase, mas a segunda garota também ergueu-se de um salto e, antes que Nagihiko pudesse separar Tadase da menina, a segunda garota voou no pescoço dele, apertando-o em um forte abraço.


Devido ao movimento rápido, a capa, o jornal e o chapáu da segunda garota também caíram no chão, revelando uma saia de prega azul-clara e uma camiseta branca com os dizeres "Fã-clube Tadahiko", idêntica à da amiga. Tinha cabelos negros e curtos, que estavam soltos, cortados ao estilo Suzumiya Haruhi, e era um pouco mais alta que a colega, ultrapassando a altura de Tadase.


– Kyaaaaa não acredito que finalmente encontramos eles, Shiroyuki-chan! Eu morreria feliz agora!! - a garota que abraçava Nagihiko exclamou sonhadora
– Adoraria realizar esse seu desejo... droga, que falta faz aquela Naginata nessas horas! - Nagihiko resmungou para si mesmo, tentando se desvencilhar da menina que o abraçava, em vão
– Ano... v-vo-você está me enforcando... - Tadase falou com certa dificuldade, o rosto inteiramente rubro
– Uepa! Não podemos permitir que enforque a Rainha das Maids e sua fiel escudeira, dupla de stalkers! - Ikuto pareceu brotar do chão e, com um único movimento, afastou as meninas que os agarravam, segurando as duas pela gola da blusa, uma em cada mão
– Não acredito... - falou Shiroyuki, ao encarar a pessoa que a segurava
– ... é o Ikuto! - completou Teffy, também encarando o rapaz
– Kyaaaaaa!! Tsukiyomi Ikuto está aqui tambéééém!!! - as duas gritaram ao mesmo tempo, dando um jeito de se contorcer até ficarem de frente para Ikuto e abraçá-lo, as duas ao mesmo tempo
– Sim, sim, sou eu... vocês estão bem informadas, hein?! - Ikuto falou, não sabendo se ria ou se deveria se aproveitar da situação - Bom, pelo menos elas têm bom gosto! - por fim, ele resolveu optar pela segunda escolha, abraçando as garotas de volta - E olha só, não é que os dois se tranvestiram mesmo?! Aquela ruiva tampinha tinha razão no final das contas, quem diria! - Ikuto acrescentou, olhando mais adiante e avistando Tadase e Nagi
– Não acredito que fizeram mesmo isso... é nessas horas que fico feliz de não estudar mais nessa escola - Kairi falou, vindo logo atrás de Ikuto, observando o Rei e o atual Valete com uma gota na cabeça
– Ahahahahaha! A Yaya estava certa, vocês ficaram ótimos assim! O Fujisaki eu já sabia que combinaria, mas você também ficou incrível, Tadase! - Kukai exclamou, caindo na gargalhada
– OMG! É o Kairi!
– E o Kukai!


As duas garotas soltaram-se de Ikuto (que soltou uma exclamação de desapontamento) e começaram a encarar os dois Ex-valetes com uma cara suspeitíssima, como se tivessem visto as duas últimas fatias de um delicioso e suculento bolo e estivessem prontas para roubá-la para si. Tanto Kukai quanto Kairi sentiram um terrível arrepio na espinha.


– Ei, acho melhor fugirem agora, hein - Ikuto cochichou para os dois, que não perderam tempo e saíram correndo para fora da sala, sendo perseguidos pela dupla de stalkers. Tadase tossiu um pouco, finalmente livre da menina que o agarrava, e Nagihiko suspirou, aliviado em se livrar de sua "admiradora" também - Tá vendo, vocês pirralhos fazem esses Festivais abertos ao público.... aí qualquer um entra! - Ikuto falou, em um tom que sugeria estar dando uma bronca em dois irmãozinhos, mas na verdade estava se segurando para não rir
– "Qualquer um" tipo você? - Nagi perguntou erguendo uma sombrancelha
– Qualquer um tipo aquelas assediadoras malucas! - Ikuto exclamou, fingindo-se de ofendido - Francamente, vocês pirralhos não aprendem mesmo... o que fariam se eu não estivesse aqui, hein?! Aposto que aquela dupla de fangirls abusaria de vocês fácil, fácil!
– Ahh mas não é à toa que aquelas duas agarraram eles, os dois estão fofíssimos assim!! - Utau também pareceu brotar da terra, tomando o lugar das stalkes e abraçando os dois ao mesmo tempo
– E-Está me sufocando, Utau-chan... - Tadase murmurou com certa dificuldade, seu rosto voltando a se tingir de vermelho
– Será que dá pra largar a gente Tsukiyomi-san? Daqui a pouco confundirão você com uma stalker também! - Nagihiko acrescentou, tentando se soltar da cantora
– Tá bem, tá bem, seus chatos! - Utau reclamou, soltando-os, e tirando uma foto dos dois com o celular em seguida - Vocês são tão egoístas, não deixa ninguém te abraçar, mas aposto que ficam abraçando um ao outro o tempo todo...
– Se vão ficar, então peçam alguma coisa, se não, por favor vão embora, temos trabalho a fazer! - Nagihiko desconversou um tanto embaraçado
– Ok, ok! Então, o que a nossa Maid de trancinhas sugere? - Ikuto perguntou, sentando-se na mesa onde antes estavam as fangirls, e lançando um estranho sorriso pervertido para o Valete
– Qualquer coisa menos chá, que isso está em falta - Nagihiko falou, respondendo ao sorriso pervertido do mais alto com um olhar de desprezo
– Eu quero limonada! Uma limonada feita pelo Tadase e pelo Nagi-kun! Ahahahahahaha!! - Utau caiu na gargalhada logo após fazer o pedido, rindo da própria piada e imaginando um outro tipo de "limonada"
– O que você vai querer Nii-san? - Tadase perguntou, sem entender o motivo pelo qual a loira estava rindo
– Ei! Vocês não deveriam chamar os clientes de "Mestre"? Então, hoje eu não sou seu Nii-san, sou seu Mestre! Seja uma boa Maid e me chame de Mestre! - exigiu o neko
– H-Hai... o que o senhor deseja... M-Mestre Ikuto? - Tadase falou um tanto embaraçado
– Naaah... não é como eu imaginei - Ikuto reclamou desapontado - Tente você, Maid de tranças!
– Hai... qual o seu desejo, Mestre? - Nagihiko perguntou de má vontade
– Ohh! É isso! - Ikuto apontou para o garoto de tranças, mais animado do que o necessário - Você sim parece mesmo uma garota, está perfeito! Uma completa e verdadeira Maid! Você leva mesmo jeito pra coisa, sabia?!
– Será que dá pra pedir logo, Mestre?? Temos outros Mestres e Mestras muito mais educados e menos pervertidos do que o senhor pra atender - Nagihiko falou, controlando-se para não dar uma voadora em Ikuto ali mesmo
– Aff que Maid mais mal-humorada... deve estar de TPM, aposto! - Ikuto resmungou - Vou querer um café. E um prato com brownies
– Entendido, Mestre - Nagihiko anotou o pedido e, fazendo uma rápida reverência, retirou-se, sendo seguido por Tadase.


Depois de empurrar o pedido daquela mesa para Amu, os dois continuaram a servir os demais clientes, felizmente não topando com mais nenhum conhecido, nem nenhuma admiradora fanática. O resto da tarde passou depressa, e depois que os dois últimos clientes se retiraram (sim, Ikuto e Utau insistiram em ficar até o último instante) tanto os garotos vestidos de maid quando as meninas-mordomo puderam enfim se trocar.


– Ufa, finalmente acabou! Não aguentava mais isso! - Nagihiko exclamou, já no vestiário, soltando os cabelos
– Verdade... foi mais cansativo do que imaginei - Tadase concordou exausto, tentando inutilmente desfazer o laço do avental amarrado em sua cintura - Etto... p-pode tirar isso pra mim, Fujisaki-kun?
– Ah, claro - Nagihiko levou a mão até a cintura de Tadase, desfazendo o laço do avental amarrado um pouco acima, e fazendo um tremendo esforço para apenas desfazer o laço e não tocar em outro lugar - Prontinho
– Arigatou - ele agradeceu - Gomen nee... eu sempre dependo de você pra tudo, não importa o que seja... mesmo sendo o mais velho...
– Não se preocupe com isso, já disse que gosto de cuidar de você - Nagihiko respondeu sinceramente. Em seguida percebeu que havia dito algo um tanto comprometedor e acrescentou - M-Mas tem certas coisas que você realmente precisa aprender a fazer sozinho, você sabe!
– N-Não brigue assim comigo! - Tadase virou o rosto, fazendo adorável biquinho - Mesmo que seja apenas alguns meses, eu sou mais velho que você, então você deve me respeitar!
– Ohh, perdão, Majestade - Nagihiko riu, fingindo uma reverência - Você pode até ser o mais velho, mas eu continuo sendo o mais alto, e sempre serei!
– É... acho que quanto à estatura... não há muito o que eu possa fazer à respeito mesmo - Tadase sorriu um tanto envergonhado
– Ei, Hotori-kun. Você não ficou... chateado com o que eu disse, ficou?? - Nagihiko perguntou um tanto apreensivo
– Não, imagine... acho que você sempre será o mais alto mesmo, fazer o que - Tadase respondeu forçando um sorriso, embora fosse óbvio que isso lhe incomodava
– Gomen... e-eu falei brincando, por favor, não fique chateado com isso, Hotori-kun! - Nagihiko exclamou e, antes que pudesse ver o que estava fazendo, segurou as mãos de Tadase entre as dele, erguendo-as na altura do peito - Você não deve se chatear com isso, afinal, como a Utau disse antes, essa baixa estatura é o seu charme! - ele falou convicto, e só quando percebeu o rosto incrédulo e corado do Rei encarando-o foi que se deu conta de que havia falado e feito coisas demais. Largou as mãos do loiro quase que imediatamente, e acrescentou - Err... i-isto é... p-parece que as meninas gostam disso em você, já que você é sempre tão popular com as estudantes, então... err... n-não se chateie com esse tipo de bobagens, por favor
– Não se preocupe, está tudo bem. Não estou chateado - Tadase voltou a sorrir gentilmente, virando-se de costas em seguida para terminar de se trocar, e Nagihiko fez o mesmo - Apesar de que... o que você falou antes é verdade. Não posso depender de você pra tudo, preciso aprender a me virar sozinho. Parece que sempre teve alguém cuidando de mim, o tempo todo. Primeiro era o Souma-kun, logo que entrei para os Guardiões. Ele sempre cuidou de mim e de todos, como um verdadeiro irmão mais velho... até as tarefas do Valete ele fazia sem reclamar. Depois foi o Sanjou-kun, sempre tão eficiente, encarava essas tarefas absurdas com uma naturalidade impressionante. E depois, você voltou... como o seu verdadeiro eu. Mesmo antes, quando você não era o Valete ainda, você sempre cuidou de mim. E continua sendo assim até hoje. Você sempre me protege e me ajuda em tudo o que for preciso... até realiza aquelas tarefas sem sentido impostas ao Valete, sem nunca reclamar. Eu sou muito grato à você, Fujisaki-kun... aliás, à vocês todos. Sinto como se tivesse uma dívida enorme que jamais poderei pagar, mas... posso pelo menos expressar minha gratidão.


Enquanto terminava de se trocar, Tadase reparou que, ao observar os outros alunos trocando de roupa também, ele não sentia nada mais do que um leve constrangimento, e nada mais além disso, ao contrário de quando via Nagihiko se trocando, que sempre lhe provocava uma mistura de sensações confusas, causando-lhe, além de um imenso constrangimento, uma aceleração em seus batimentos cardíacos, um afogueamento em seu rosto, e uma estranha curiosidade em continuar observando aquela pessoa, que ele não sabia de onde vinha. Por mais que se esforçasse, não conseguia compreender porque se sentia assim apenas com Nagihiko, e com outros meninos não.


Quando terminou de se trocar, Tadase se virou de frente para o Valete, e Nagihiko fez o mesmo, reparando vagamente que os poucos garotos que restavam saíam do vestiário agora, deixando os dois Guardiões sozinhos.. Agora, ambos usavam o uniforme escolar de novo, mas Nagihiko o encarava estranhamente sério, para não dizer magoado. As palavras que o Rei dissera antes, embora soassem inocentes e sinceras em sua mente ingênua, atingiram o mais alto como um golpe fatal. Nunca pensara nisso antes, embora fosse uma verdade óbvia que ele sabia o tempo todo. Ele não era o único Valete que já tinha servido Tadase, houveram outros antes dele, que executavam exatamente o mesmo tipo de tarefas que ele sempre fazia, até feliz, por acreditar que assim estava ajudando o loiro. Pensando nisso agora, perguntava-se se era bom o suficiente para estar ao lado do Rei. Kukai, o primeiro Valete, o serviu por anos, desde a época em que ele era Nadeshiko e ocupava o posto de Rainha dos Guardiões, então certamente deveria ter muito mais experiência no assunto. Kairi ficou pouco tempo no posto, mas sempre demonstrou eficiência em tudo que fazia, sem nunca reclamar ou discutir uma única vez sequer, como um verdadeiro cão-de-guarda fiel e obediente. E, desde que Nagihiko voltou da Europa e assumiu o posto de Valete, já tendo pleno conhecimento do tipo de sentimentos que nutria por Tadase, que ele sempre via algo de suspeito em suas tarefas. Desde que Kukai lhe explicara sobre os secretos deveres do Valete, que ele, ainda que inconscientemente, viu nisso uma oportunidade para se aproximar do Rei, para fazer coisas que ninguém mais faria com ele, ainda que uma voz em sua cabeça extremamente parecida com a voz de Nadeshiko insistisse em lhe lembrar de que aquilo era errado, que ele não deveria se aproveitar do seu posto de Valete para fazer esse tipo de coisas vulgares com alguém tão inocente quanto Tadase, até porque, ele não era o primeiro e nem o único a executar tais tarefas. Isso mesmo... outros já haviam feito isso antes dele, Nagihiko era só mais um para preencher a lista de Valetes que já haviam servido o loiro. Tadase podia até ser o único Rei para ele, mas o menino já havia tido outros Valetes servindo-lhe antes, e Nagihiko era só mais um na lista. Foi muito tolo em achar que era especial.


– Fujisaki-kun? - Tadase chamou hesitante - Está... tudo bem?
– Está... está sim - ele mentiu, desviando os olhos do menor - Nee Hotori-kun... por acaso eu... tenho feito meu trabalho direito? Eu tenho lhe servido bem, como um bom Valete?
– O que?!
– É que... bem, eu não sou o único Valete que o serviu afinal - Nagihiko explicou, ainda sem encará-lo - Souma-kun e Sanjou-kun fizeram o mesmo tipo de tarefas antes de mim, e... bem, eu queria saber... se sou tão bom quanto eles, e se realmente estou à altura de te servir, ou... se eles eram melhores... se você preferia ter algum deles como Valete do que à mim
– Mas o que você está dizendo?! - Tadase exclamou exasperado, mal acreditando no que ouvia - Fujisaki-kun, é verdade que eles ocuparam o posto de Valete antes de você, mas... eu nunca encarei nenhum de vocês como um servo ou um criado, nem nada disso! Só porque eu sou o Rei, e vocês ocuparam o cargo de Valete... isso não quer dizer nada! Somos todos Guardiões e, independente do cargo que ocupamos, somos amigos acima de tudo! Aquela história da tarefa especial do Valete é... b-bom, eu só invento de fazer isso quando entro no Chara Change, então... isso é mais coisa do Kiseki do que minha, mas isso não importa realmente. Você desempenha perfeitamente suas funções como Guardião, assim como o Souma-kun e o Sanjou-kun fizeram antes. Mas ninguém é melhor do que ninguém, então você não deveria ficar pensando nisso
– Sei... você disse esse monte de frases bonitas, me enrolou, mas não respondeu minha pergunta - Nagihiko murmurou de cabeça baixa, encarando o chão, de modo que a franja cobrisse-lhe os olhos - Significa que... eu não sou bom o suficiente, mas você é gentil demais pra me dizer isso, não é? E que você preferia eles como Valete...
– Já disse que não é nada disso!!! - Tadase gritou, mais alto do que pretendia, e Nagihiko o encarou assustado. O Rei andou alguns passos na direção dele, segurando-o pelos braços, deixando Nagihiko entre uma parede e o próprio Tadase, e continuou - Escute bem, Fujisaki-kun: Vocês ocuparam a mesma função por determinado período, no entanto, mesmo estando no mesmo cargo, vocês três são pessoas diferentes. Cada um tem características individuais, qualidades e defeitos que o outro não possui, e um jeito único de ser. Souma-kun era um Valete esperto, divertido e brincalhão. Um tanto desbocado, exagerava algumas vezes, mas sempre protegeu e cuidou não só de mim, mas de todos os outros Guardiões, como um irmão mais velho faria; Sanjou-kun era um Valete sério e obediente, um tanto certinho, sempre procurando defeito em tudo, e pensando em um modo de resolvê-los, prestava atenção nos mínimos detalhes e aceitava qualquer tarefa que lhe dessem, não importando qual fosse. E você é... é um Valete gentil e educado, que busca harmonia e sempre dá um jeito de fazer com que todos os Guardiões se entendam, por mais diferentes que sejam uns dos outros. Você geralmente é sério e responsável com suas obrigações, e um tanto rígido às vezes, mas também é um garoto divertido, livre e espontâneo, que tem seus momentos de malandragem, e gosta de se divertir, como qualquer garoto faria. Só que você... às vezes exige demais de si mesmo, ficando sobrecarregado, como se carregasse um enorme fardo nas costas, maior e mais pesado do que pode suportar, o que te deixa sério demais, e até pessimista às vezes, exatamente como está fazendo agora. Entende o que quero dizer? Vocês três são pessoas diferentes, então não é certo compará-los, cada um tem suas próprias características, seu próprio ritmo. Não são como... - Tadase olhou em volta, à procura de algo que pudesse usar como exemplo, e viu um prato de docinhos que alguém surrupiara para dentro do vestiário - Não são como três brownies idênticos pra eu comparar um com o outro, por exemplo. São mais como... como um mochi, um macaron e um dango. Souma-kun é animado e cheio de energia, ao mesmo tempo que é uma pessoa doce e prestativa - ele falou, afastando um mochi dos demais docinhos - Sanjou-kun é uma pessoa rigorosa e responsável, mas também possui um lado amável e mais suave - o Rei explicou, afastando também o macaron dos demais docinhos - E você, Fujisaki-kun... você é a pessoa mais gentil, mais doce e prestativa que conheço. Só que você precisa aprender a não cobrar tanto de si mesmo e relaxar um pouco mais, porque senão, não importa quanto açúcar te envolva, a sua doçura natural pode acabar desaparecendo por causa desse seu imenso senso de responsabilidade. Eu não quero que você se torne uma pessoa amarga, então não se preocupe mais com isso... está bem? - Tadase falou sorrindo, pegando o dango e o devorando em seguida.


Nagihiko não sabia se foram as palavras do Rei ou o fato de ele ter devorado o docinho que deveria representar-lhe nessa estranha demonstração, mas sentiu seu rosto esquentar tanto que parecia que tinham derramado água fervendo em sua cabeça, corando violentamente, seu coração dando uma forte cambalhota, lutando contra sua caixa toráxica. Ele gaguejou alguma coisa indecifrável e, depois de alguns segundos que usou para respirar fundo, se acalmar, e se convencer de que o fato de Tadase ter comido o docinho que lhe representava no exemplo não tinha duplo-sentido, ele respondeu:


– E-Está bem... como quiser. Desculpe por... f-fazer você se preocupar, Hotori-kun
– Sem problemas, desde que você tenha entendio - Tadase respondeu, alargando seu sorriso
– Kyaaaaaa eu não aguento maaaais!! Preciso gritaaaaar!!!


O berro repentino sobressaltou os dois que, ao olharem para o lado, viram que Yaya e Utau os espiavam da entrada, ambas com um sorriso besta nos lábios e o nariz pingando sangue. Utau segurava uma filmadora apontada para eles e Yaya tirava fotos freneticamente, esmagando o botão de seu celular.


– Que cena mais linda a de vocês!! Não aguento mais espiar daqui, tenho que ver mais de perto! Ai, como podem ser tão fofos heeein?! - Utau exclamou com entusiasmo excessivo, tendo um sério "surto de moe"
– Céus, vocês vão nos deixar anêmicas se continuarem com isso, é sério! - Yaya completou, com o nariz ainda sangrando - E o Tadase... meu Deus, o que foi isso, garoto! Encurralando o Nagi na parede assim e dizendo essas coisas lindas... pensei que você fosse o uke, mas está parecendo um seme agora!!
– Aposto que eles variam, Yaya! - arriscou Utau, ainda com um sorriso besta nos lábios - Assim deve ser mais interessante mesmo hahahahaha!!
– Tem toda razão Utau-chan! - a Às apoiou veementemente - E o Tadase... gente, ele comeu o docinho que representava o Nagi! Ele "comeu" o Na...
– Nem mais uma palavra, sua Às de mente poluída! - Nagihiko adiantou-se, tampando a boca da ruiva antes que ela soltasse alguma outra insinuação indecente
– Ihh não seja chato, Nagi, elas têm toda razão! Apesar de que foi uma pena elas terem interrompido, justo quando a coisa estava ficando boa - Rhythm surgiu de algum lugar desconhecido, e aparentemente também andava espiando os dois garotos
– É verdade, como ousaram interromper um Rei assim, suas insolentes?! Ou melhor, como ousaram espiar um Rei, suas plebéias enxeridas!! - Kiseki surgiu do mesmo lugar de desconhecido que Rhythm, aparentemente também espiando os dois
– Mas aonde foi que vocês se meteram esse tempo todo hein?! Ou melhor, daonde foi que vocês saíram?! - Nagihiko exclamou, um tanto desnorteado
– Ora, não seja chato, meu rapaz, é óbvio que estávamos observando vocês! Aposto que até esses dois insensíveis são capazes de perceber que o amor está no aaaar!! - Eru cantarolou sonhadora, saindo de trás da dona
– "Amor"... como assim? - Tadase indagou inocentemente, sem ter muita certeza se ouviu ou não direito
– Ah, é... amor, é? - Nagihiko murmurou, tendo uma súbida idéia - Acontece que essas duas andaram espiando a sua vida privada... o que vai fazer à respeito disso... Príncipe?


Automaticamente, uma coroa dourada surgiu na cabeça de Tadase, ativando o Chara Change.


– Essa não... agora ferrou, Utau-chan! - Yaya exclamou, já prevendo o pior
– Como é que é? Vocês ousaram fuçar a vida particular e a intimidade de um Rei como eu, suas plebéias insolentes?! E ainda ousan me chamar de algo tão baixo e indigno quanto Príncipe... escutem bem, míresas camponesas, eu não sou um mero Príncipezinho qualquer, ouviram?! Eu sou um Rei!! Um Rei muito furioso por ter tido minha privacidade violada desse jeito... vocês pagarão caro por isso, suas desaforadas!! Holy Crown!!!
– Aaaahhhhh!!! - antes que fossem atingidas pela fúria do Chara Change do Rei, as duas saíram correndo para longe, sendo perseguidas por Tadase, que ainda ria escandalosamente, soltando ofensas e ameaças ocasionais, ainda insistindo em castigá-las. Nagihiko não pôde deixar de sorrir satisfeito, vendo os três correndo feito loucos ao longe, e apreciando os poucos momentos de diversão que estava tendo, pois sabia que o segundo dia do Festival Escolar teria um final muito menos agradável do que o primeiro.



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Notas finais do capítulo

Yoo minna! Teffy-chan falando!
Ia postar só amanhã, mas minha ansiedade foi maior de novo XP
Siiiim, eu coloquei à mim mesma e a Shiroyuki-chan na fic, não resisti, tinha que aproveitar essa oportunidade... é incrível o poder de autora né? =D /apanhadasleitoras
Mas não se preocupem, porque essa é a primeira e última vez que faço isso, viu? /ounão
À propósito, tanto o desenho dos garotos de maid quanto o das meninas de mordomo fui eu quem fiz, por isso que ficou aquela coisa tosca lá que vocês viram... mas eu fiz de coração, viu?! Então me digam o que acharam onegai! *-*
O próximo capítulo é com a Shiroyuki-chan! /o/ E devo dizer que eu devo estar mais ansiosa do que vocês pra ver o que vai acontecer hohohoho XD
Deixem reviews onegai e façam de mim uma autora feliz!!! *o*