35 – Symphony of Destruction

POV Zacky

Dirigíamos pela estrada escura apenas iluminada pelos faróis do carro. Não percebi que havia ligado o rádio, até que uma música começa a tocar. Uma canção macabra eu diria, mas não dei atenção, afinal aquilo era ridículo. Avancei, minha mãe me dava as coordenadas até chegarmos á uma casa muito grande. Ela era recolhida e distante das demais. Desliguei o carro.

- Que lugar é esse?

- Vamos, antes que ele volte! – olhei assustado para ela. Ele quem? Ignorei o comentário dela e seguimos rumo á casa luxuosa.

- Como vamos entrar? – ela simplesmente pegou a mini chave das minhas mãos e colocou na fechadura do lado de fora. Rapidamente os portões foram abertos. – Que loucura foi essa?

- Muitas perguntas Zacky! Vem, vamos entrar! – ela me puxou pela mão até os jardins principais da casa. Usamos a mesma chave várias vezes e logo percebi que ela era útil para todas as fechaduras da casa. Me perguntava como minha mãe sabia daquelas coisas. Ela me levou até um dos muitos cômodos da casa.

- Não toque em nada! Precisamos ser rápidos! – ela pareceu não se importar com o ambiente, mas não era algo que alguém gostasse de ver. A casa era escura, e tinha muitas fotografias de crianças na parede. Crianças? O dono da casa era fissurado por morte, crianças e coisas do gênero. Aquele cômodo era o pior de todos e a escuridão e o cheiro de mofo tomava conta do local.

 Meu coração palpitou quando aquela mesma música do rádio tocara. Uma velha vitrola estava tocando aquela que parecia uma “sinfonia” macabra. Minha mãe estava ajoelhada perto de um armário antigo e dentro dele havia um cofre. Ela girava a pequena chave com agilidade até que conseguiu abrir.

- Pegue e corra! – ela me deu uma pasta com muitos papéis

- Correr por quê? – antes que eu pudesse compreender, aquela música aumentou seu volume e ficou mais rápida, como se anunciasse a chegada de alguém.

- Corra Zacky agora! – Ela me empurrou para fora do salão e acabei aceitando seu pedido. Corri mais que tudo, mas eu consegui ouvir minha mãe gritar, após uma voz conhecida.

“Você chegou bem na hora querida... Vamos brincar”

Escondi-me atrás de um muro, foi quando vi minha mãe ser arrastada para fora. Ele a puxava pelos cabelos com muita força. Xingava-a de muitos nomes. Ele a jogou num lugar escuro, por onde passavam, havia rastro de sangue. Não podia ficar ali parado.

- Onde ele está? Me devolve o que roubou vadia! Eu vou matar você – ele batia muito nela, mas minha mãe estava firme.

- Vai pro inferno! – ela cuspiu nele e logo levou outra bofetada. Assim que me viu distante, ela sussurrou: “Vou ficar bem... Faça o que é certo”. A coragem me invadiu, eu sussurrei á ela de volta: “Eu volto pra te buscar”. Corri até o carro, dei partida e acelerei. Eu tinha aquele cara nas mãos agora e voltaria para salvar minha mãe.

 Eu dirigia rápido pela estrada em direção ao hospital onde meus amigos estavam. Olhei de relance e pude ver que na pasta havia apenas um nome: Prescher... Agora tudo se encaixara: P.F... Eu acabara de invadir a casa de Flávio Prescher.

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POV Jimmy

Não conseguia dormir, aquelas malditas dores no coração me deixavam em estado de choque sempre. Levantei, estava suado. Um sonho tinha me deixado preocupado. Nunca acreditei em premonições, mas Zacky sempre me dizia ser verdade. Zacky... O sonho fora com ele e com todos meus amigos, até mesmo Clara.

 Desci até a cozinha para tentar esquecer aquelas cenas. Morte, gritos, uma batalha sem fim... Sentei-me na mesa, levei minhas mãos á cabeça. Quando fechei os olhos àquelas mesmas frases ecoavam em minha mente: “Zacky... Eu te amo me perdoe”, Clara pedia desculpas á ele enquanto estava prestes á morrer, mergulhada em seu próprio sangue. Via Chiara e Zacky feridos, Rosana chorava e Bia estava caída ao lado de Diego. Kamily tinha uma arma nas mãos, a qual apontava para Flávio. Este estava com Leticya nos braços e fazia ameaças de morte á ela. Até Brian estava ferido. Muitos caras estavam com Flávio, pareciam ser seus capangas ou algo do tipo até que... Flávio investira contra Zacky e... Abri meus olhos rapidamente, minha mãe me olhava na porta da cozinha.

- Jimmy... Está tudo bem?

- Eu... Eu... Mãe, eu tenho que voltar! – eu disse com o rosto coberto de suor.