Outra semana começava naquele lugar, eu saía da enfermaria, senti dores a noite toda, na região da barriga, eu já tinha uma grande suspeita do que era, mas não queria aceitar, era nova demais e essa não era a melhor hora pra isso. Entrei rápido no meu quarto e me deitei com cuidado na cama, ainda sentia dores. Logo adormeci. Acordei com fortes batidas na porta, abri e algumas meninas me puxaram e jogaram no chão. Desde que entrei aqui essas garotas tem problemas comigo, elas me obrigam a fazer o trabalho delas e me xingam, tudo porque eu sou a namorada do Justin. Elas fizeram um circo em minha volta e o que parecei ser a líder delas me falou:

–A namoradinha de pop-star tá com dor?

- Não importa pra você.

- Responde direito garota!

- Eu não sou obrigada a te responder, a vida é minha..

Ela deu um empurrão na minha barriga, deu um sorriso sínico e a saiu com suas seguidoras. Com certeza minha vida iria ser um inferno. Entrei no meu quarto e me deitei. As duas últimas semanas tinham sido tranquilas, pois elas não estavam aqui, acho que foram pra outro reformatório, mas ao que parece, voltaram. Em meio aos meus pensamentos dormi. Senti alguém se aproximar e falar para mim “Não se preocupe, eu estou aqui” não sei de que era a voz, mas era uma voz que me deixava calma, eu confiava naquela pessoa, uma coisa que eu não fazia a muito tempo, confiar. Quando a pessoa ia mostrar seu rosto para mim, eu acordei. E vi no relógio que já eram 7:10. As 7:30 eu deveria estar na cantina. Corri para chegar lá, e me sentei em uma mesa sozinha. Eu estava comendo, mesmo sem vontade, afinal o enjoo era presente. Uma menina de aparência bem comportada demais para estar lá, chegou pra mim e disse:

- Oi, prazer, sou a Nicole

- Olá, sou a Kristin

- Eu sei, você é namorada do Justin Bieber..

- Ahhh, mais uma pra me xingar, olha, eu já não tô legal hoje...

- Calma, eu não vim te xingar, eu sou nova aqui, cheguei hoje, não quero arrumar confusão, sou da paz.

- Então por que veio falar comigo se não quer me fazer mal?

- Eu sou fã do seu namorado, quer dizer, não sou uma belieber louca, mas eu gosto das músicas dele, como ele se importa com os fãs..

- Bom, nesse caso, podemos ser amigas, só prometa que não vai pular nele, ok ?

- Ok, prometido.. haha’

Ela estendeu a mão para mim e deu um sorriso verdadeiro que eu não via por um bom tempo. Logo depois do projeto de café da manhã, eu fui ao centro de informação onde Mart me diria o trabalho de hoje:

–Oi Mart. - Falei indiferente

–Oi Kristin, seu trabalho vai ser... - ele olhou para a tela do computador - limpar o banheiro 4.

–Banheiro 4, Mart? Mas esse é o pior.

–Desculpe, não fui eu que escolhi. Foi o sistema.

Ele me deu o balde com todos os objetos que necessitava para limpar o banheiro. Saí batendo o pé e fui em direção ao banheiro 4.

Girei a chave do banheiro com cuidado e entrei. Levei tudo lá para dentro e tranquei a porta. Senti aquele cheiro péssimo entrando pelas minhas narinas. Quase vomitei e segurei as lágrimas, criei coragem e fui lavando o banheiro. Depois de umas 2 horas limpando aquele lugar, ele ficou outra coisa. Aproveitei para tomar banho. Assim que acabei o banho, senti meu estômago se revirar e coloquei o que tinha no mesmo pra fora. Outro sinal do que eu não queria aceitar, eu não podia aceitar. Sai de lá bem mais limpa do que eu havia entrado. Deixei o banheiro aberto como Mart mandou e devolvi as coisas para ele. Entrei no meu quarto sem fome por causa do enjôo e vomito e encontrei com Nicole, ela seria minha colega de quarto.

- Nicole, você disse que era do bem, só quer a paz, mas aqui não é lugar de pessoas boas, ou ao menos inocentes.

- Hahaha’ um pouco estranho né, mas tem uma explicação...

- E qual seria? Se quiser me contar, claro.

- Sem problemas, mas não ri, ta?

- Tudo bem, quero ouvir sua história.

- Sou Nicole, tenho 17 anos, sou de classe média e vim parar aqui por causa de um garoto idiota da minha escola.

- Como assim?

- Ele ficava falando que meu melhor amigo era gay, que ele só queria dar, eu não ligava para aquilo, até que um dia isso me irritou, eu respondi que o gay era ele, que ele dava todo santo dia pro time de futebol inteiro, acho que isso irritou ele, ele me pegou e me levou pro jardim da escola, tirou minha roupa e disse que ia mostrar quem era gay, mas eu me defendi dele, por isso estou aqui.

- Se defendeu como?

- Quando ele colocou o pênis pra fora da calça eu quebrei o mesmo, depois dando um soco na cara dele e um chute em sua barriga.

- Woow, agora até eu estou com medo.. haha’

- Bom, não precisa ficar não.. Só não tente me estrupar.

- Ahh, pode ficar tranqüila, eu não tentarei isso, prometo, você não faz meu tipo.

- Hahaha’ bom saber disso, mas e você, está mesmo aqui por ter seqüestrado o Justin?

- Er.. sim, é estranho, afinal ele é meu namorado agora, mas eu fazia parte de uma quadrilha e para provar que eu merecia ser parte da mesma, eu tive que planejar o seqüestro dele e ficar no cativeiro.

- Woow, mas você fez isso sozinha?

- Não, eu planejei e talz, mas tive ajuda.

Contei todo o seqüestro para ela, não sei por que, mas sentia que podia confiar nela. Passamos a tarde conversando, amanhã era dia de visita de novo, eu sentia falta de Justin, mas queria Anny aqui comigo também. Fui dormir pensando no que eu faria se estivesse mesmo grávida, como já suspeitava a algumas semanas.