Justin levantou cedo e foi correndo para a delegacia. Pediu para falar com Kristin.

- John!! - Gritou o delegado. - Trás a moça! Kristin Smith... Aliás… Leva ela pra cela íntima… - Completou, olhando malicioso para Justin. - Vamos rapaz.

O delegado levou Justin até a tal cela, pediu que ele esperasse ali. Logo depois o policial trouxe Kristin e ele foi correndo abraçá-la.

- Meu amor!

- Meu amor, me ajuda, estou com tanto medo...

- Eu vou tirar você daqui, juro...

- Jus, eu sei que mereço... Sei disso!! Mas não quero ficar aqui longe de você agora que eu te tenho de novo...

- Você não vai ficar longe de mim, Kris... O juiz vai marcar uma audiência, e você vai ser absolvida, e vai voltar pra casa comigo... e aí... - Justin a encarou, buscando coragem para falar - E aí, a gente vai se casar.

- A gente... Se... Casar???

- É, a gente vai se casar... Não é?!

- Claro, meu amor... - Ela o beija.

Justin e Kristin se curtiram durante o tempo da visita, que era curtíssimo para aquela saudade enorme que ainda não tinha tido oportunidade para ser saciada devidamente. Ele foi embora e Kristin voltou para a cela cheia de sonhos... Sim, era uma criminosa, uma seqüestradora, mas... E daí?! Ela ia se casar com ele!! E daí?! Ele ia ser dela!! E daí?! A vítima havia se tornado um grande amor.

Dias depois todos já sabiam de toda a história, Jeremy ficou totalmente pasmo no começo, mas entendeu que o amor não pode ser controlado. Scooter quase matou JB, afinal isso seria algo muito ruim para sua carreira, mas logo percebeu que a garota era importante para seu garoto e aliviou seus pensamentos. Justin recebeu a intimação para depor no caso. Desesperado, relutou em ir.

- Porque você não vai? - Pattie quis saber, tão aflita quanto ele.

- Ah, mãe! Eu não vou saber o que falar!!

- Mas você tem que ir!

- Mas eu não posso! E se eu estragar tudo? E se por minha culpa a Kris for condenada??

- Isso não vai acontecer, Justin! Só você pode contar os verdadeiros fatos!

- Verdadeiros fatos?

- É... Se você for deixar na mão da perícia nem queira saber o filme que eles vão inventar! E aí, seu amor pode ficar preso!

- Meu Deus. - Foi tudo o que Justin conseguiu dizer, assinando mais que depressa o papel que o oficial de justiça lhe entregara.

Alguns dias depois, na data marcada...

- Mããããeee... Essa roupa tá boa?

- Tá, filho...

- Tô bonito assim?

- Tá sim...

- Eu pareço sério?

- Parece, Justin...

- Pareço um cara apaixonado?

- Ah! Isso você parece até se estiver só de cueca...

- Hahahaha! Mãe!!!

- Vamos embora, JB! Que já estamos atrasados! - Ela o puxa para fora da casa. No caminho encontram Ryan.

- Woow!! Onde vai com essa pose toda?

- Vou depor, dude...

- Eita... Olha lá hein JB, não vai falar besteira...

- Aí, mãe... Até ele acha que eu vou falar coisa errada...

- Ryaaan!! - Regina repreende o amigo do filho. - Não vai falar não... Só vai falar a verdade...

- E se eu mentir só um pouquinho assim? Por uma boa causa?

- Mente não man!! Depois a policia te pega, aí já era... Falso testemunho...

- É mesmo...

- Falou dude, vai de boa lá, boa sorte...

- Valeu, Ryan!!

Justin dirigiu até o tribunal sem falar nada. Ele só conseguia formular frases em seu pensamento, formas de falar sobre o seqüestro sem incriminar Kristin. Formas de falar cordialmente com o juiz, se policiando pra não chamá-lo de ''dude'', ''man'' e sem falar que Kristin era sua ''shawty''. Formas de parecer verdadeiro mesmo que durante o depoimento lhe escapassem umas mentirinhas.

Chegando ao tribunal, Justin quase perdeu a pose de “sério e verdadeiro” ao ver sua amada algemada. Mas decidiu continuar na sua, para não piorar as coisas.

- E então, Sr. Justin Drew Bieber... Conte-nos como tudo aconteceu...

- Er... Foi... Foi num hotel... Em Atlanta... No dia... 16 de março, eu acho...

- Sim, o que aconteceu?

- Bom, eu estava atendendo algumas fãs...

- E então?

- Aí de repente eu comecei a me sentir mal...

- Se sentir mal?

- É, eu estava meio... tonto...

- PROTESTO MERITÍSSIMO! - Gritou um dos advogados de defesa. - A vítima se sentiu mal em decorrência de um doce envenenado que Srta. Kristin ofereceu!

- Protesto mantido... Isso é verdade, Sr. Bieber?

- Não!!! Quer dizer... Não que eu saiba...

- O Sr. afirma que não ingeriu nenhum alimento oferecido por Srta. Kristin?

- Er... Não, eu comi o chocolate... Mas não estava envenenado...

- Isso prova que Srta. Kristin tentou envenenar a vitima!!

- Não, meritíssimo... Ela não tentou me envenenar...

- Com a palavra, Srta. Kristin... O que a Srta. tem a dizer?

- Bem... Eu não tentei envenenar o Justin... É verdade que eu dei a ele uma trufa, mas não continha veneno...

- E o que continha no alimento?

- Sonífero...

- Prossiga, Sr. Bieber, o que aconteceu depois? - Justin respirou aliviado pelo juiz ter deixado o protesto de lado, mas ainda se sentia um pouco incomodado pela informação que acabara de ter.

- Aí depois eu levei uma pancada na cabeça e apaguei...

- E acordou onde?

- No cativeiro...

- Com quem?

- Com a Kris... Er... Kristin!

- Ela estava guardando o cativeiro?

- Na verdade, Sr. Meritíssimo... Ela não guardava só o cativeiro... Ela me protegia também, e não deixava eles me baterem...

- Mas você apanhou, não apanhou? Sofreu maus tratos? Ficou preso a uma cama? - Perguntava, quase que sem pausa, um dos promotores.