– Bem... - Pattie riu, sem graça... - As duas coisas! - Foi até Kristin e segurou em suas mãos, encarando Justin, e então explicou a ambos - Kris, eu não sou coordenadora de ballet nenhum, e o ballet do Justin também não está com nenhuma vaga aberta... Eu sou mãe desse mocinho apaixonado aí! E estou tentando bancar o cupido!

Justin abaixou a cabeça, morrendo de vergonha. Kristin foi até ele, ainda sem acreditar, e levantou seu rosto:

– Isso é verdade mesmo, meu amor?

– Anh... bem... Er... É sim... - Por fim ele admitiu, envergonhado. - Minha mãe tava quase morrendo por me ver parecendo um zumbi desde que eu deixei aquela pensão e, parece ter feito um trabalho como espiã muito bom, encontrando você depois daquele show desastroso. - Completou olhando pra Pattie num misto de alegria, surpresa e repreensão por te escondido tudo dele...

– Anh... Certo... Agora foi que eu não entendi nada mesmo... Pat, e aquela história toda de emprego, como você me achou... - Kristin sentou-se em um sofá, parecendo uma criança de 5 anos que acabara de receber da mãe a explicação de que os bebês eram trazidos por cegonhas.

Pattie deu um sorriso compreensivo para Kristin e sentou-se ao lado da garota. Justin apenas admirava a cena... Pensando no quão incrível era aquela mulher que ele tinha o prazer e o orgulho de chamar de... Mãe.

– Minha querida, achar você foi a parte mais fácil... - Pattie começou, paciente.- Depois que você saiu correndo daquele show, sua amiga Anny ficou, tentando entender o que tinha acontecido. Me aproximei dela, puxando papo como vocês dizem e, o fato de ela adorar falar, ajudou a localizar você sem maiores problemas...

– Tinha que ser a Anny...- Kristin interrompeu Regina.- Tenho que lembrar de agradecer depois...- Pattie sorriu pelo o último comentário.

– A parte mais complicada foi chegar até você...Não sabia se acreditaria na história do ballet, mas mais uma vez sua amiga ajudou, dizendo que você adorava dança...O resto, quase deu errado, mas um cupido verdadeiro deve ter ajudado...- Pattie mal terminou a fala e foi “atacada” por beijos, dados por Justin.

– Mãe...Eu...Juro...Que...Vou...Te...Agradecer...Eternamente...- Justin falava entre os beijos que dava na mãe.

– Pattie...Muito obrigada mesmo!!!!!!- Kristin falou sorrindo, enquanto Pattie segurava sua mão e ria com os beijos do filho.

O resto da tarde foi de pura alegria. Justin fez questão de apresentar sua ‘namorada’ pra todo mundo da equipe. Jeremy e Scooter estavam felizes em ver Justin ganhar vida novamente, não acreditavam que ele estava novamente sorrindo, falando alto, fazendo bagunça. A festa pela “aparição” de Kristin foi tanta que ensaio mesmo, só no papel. Todos admiravam tamanha beleza da moça, tamanha graça e encanto, porém, ninguém parou para se perguntar de onde ela teria surgido, como ela teria “salvado” Justin e mais, porque ela teria salvado Justin. O que eles não sabiam, é que a resposta viria mesmo assim, mais cedo ou mais tarde.

Quando já estava anoitecendo, Kristin percebeu que era hora de ir...Seus pais logo chegariam em casa e estranhariam sua ausência.

– Jus...-começou, sendo interrompida por um beijo.- Eu tenho que ir embora...

– Não...- Justin falou manhoso.- Eu vou precisar de no mínimo 20 anos pra matar toda a saudade que eu to sentindo de você...- falou enquanto dava beijos no pescoço de Kris.

– Bobo. Você vai ter todo o tempo do mundo.- Justin se animou.- Depois...- o sorriso de Justin murchou e Kris sorriu.- Agora eu preciso ir pra casa, esperar meus pais e contar que a filhinha deles está namorando...

– Não existe a menor possibilidade de você só voltar pra casa amanhã?- Justin perguntou malicioso.

– Jus!- Kristin o repreendeu ficando vermelha por saber que Ryan havia escutado.- Não fala besteira...Depois a gente vai ter muito tempo pra se curtir. Agora eu tenho que ir mesmo....

Justin fez cara de cachorro sem dono, tentando convencer a namorada a ficar... Ryan, não pode perder a oportunidade de zoar.

– Ih...Kris, vai se acostumando viu!? Porque esse ai quando se apaixona é pior que chiclete grudado na sola de sapato.- falou já rindo da cara indignada do amigo.

– Cala a boca moleque!- Justin tentou dar um tapa em Ryan, que desviou ainda rindo.- Vem Kris, se eu não posso ficar com você, vou pelo menos te levar em casa.

Os dois saíram abraçados e foram para o carro de Justin. No caminho do ensaio até a casa de Kristin, os dois foram conversando sobre bobeiras...Cada um tentando conhecer um pouco mais do outro, seus gostos, costumes, manias... Kristin tentou explicar a Justin o que a havia levado a seqüestrá-lo, mas ele não quis ouvir. O seqüestro, os maus tratos, Peter e toda a gangue, o cativeiro, as cordas... Eram coisas que ficariam guardadas num passado agora distante, menos Chaz que virou amigo da vítima, mas parecia ter se arrependido de verdade. Para Justin, aquilo tudo havia sido somente uma porta que o destino havia colocado em seu caminho para que ele tivesse acesso ao paraíso, aquele paraíso que se encontrava na doce garota que agora sorria ao seu lado...

Kris se despediu dele e entrou em casa enquanto Justin a olhava de dentro do carro.

Mal bateu a porta e saiu gritando por sua mãe, que estava na cozinha.

– Mãe... OHHH MANHEEEEEE!

– Fala Kris, quer me deixar surda?

– Não, foi mal, é que eu preciso te contar uma coisa!!!

– Diga, é algo bom ou ruim, conta, anda. – Minha mãe era sempre assim, feliz.

– É bom mãe.. Eu reencontrei o Justin – Olhei pra baixo, sabia que estava vermelha como um pimentão.

– Ah querida, que bom, e agora, vocês vão ficar juntos né?

Assim foi até o fim do dia, minha mãe me fazendo inúmeras perguntas, sobre o Justin, a família dele, sobre o que aconteceu no cativeiro, eu nunca tinha me aberto muito pra ela, eu não gostava de tocar nesse assunto, isso não me fazia bem, mas agora eu acho que passou. Antes de dormir, minha mãe veio ao meu quarto.

– Filha, sabe a semana do feriado agora ?

– Aham, o que tem ela ?

– Eu e seu pai vamos ter que viajar a trabalho, então você vai ter que ficar sozinha, acha que tudo bem?

– Claro mãe, pode ir tranqüila..

Kristin virou-se na cama e em pouco tempo dormiu. Acordou com gritos, jurava que tinha ouvido alguém gritar que ela não podia fugir, esquecer do passado, mas era só um sonho, foi até o banheiro e lavou o rosto, voltou para cama, afinal no dia seguinte tinha aula.