University - Surviving escrita por crimescenelover


Capítulo 2
Apresentando Sara Sidle


Notas iniciais do capítulo

Gente, muito obrigada pelos reviews lindos que vocês deixaram. *---------* Sério, sou uma autora feliz agora :D



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Eu sinceramente não sabia que droga de vida era aquela que eu tinha. Certo, como diriam as pessoas, porque eu iria reclamar, afinal, não sou tetraplégica, tenho um lugar (infernal) para morar, consegui uma bolsa para a faculdade e tudo isso. Mas e o resto, como fica? Vou explicar. Estou com vinte anos, moro no inferno, não tenho amigos e ainda por cima se tudo na minha vida der errado, não poderei ser stripper. Afinal, como os garotos idiotas disseram, eu não tinha bunda. Não que eu quisesse rebolar seminua em cima de uma mesa imunda em algum lugar imundo dessa cidade imunda.

Mas para entender toda essa desgraça, vou começar a explicar do começo. Nasci em uma cidade do interior Califórnia, o que pode parecer glamoroso, mas morar no fim do mundo realmente não tinha nenhum lado bom. Eu não tinha pai, e minha mãe e eu vivíamos brigando pelas coisas mais fúteis que pudessem existir. Então, assim que completei dezoito anos, saí de casa e fui para San Francisco, levando comigo alguns dólares que mal dariam para minha alimentação, o que seria ruim, afinal eu comia como uma escrava africana. Então arranjei um emprego que pagava cinco dólares a hora, então eu trabalhava oito horas por dia, seis dias por semana e aos poucos consegui me estabilizar. Eu não tinha uma mansão, mas tinha um lugarzinho onde dividia com duas outras garotas que trabalhavam comigo, então a parte da moradia era barata. Quando completei vinte anos, me mudei para Las Vegas para começar a faculdade, já que havia ganhado uma bolsa na ULVN quando havia terminado o Ensino Médio, aos dezesseis anos, mas eu teria que trabalhar por algum tempo para ter como viver por lá. Não me despedi de minha mãe, ela dissera que se eu saísse de casa, não precisaria mais voltar, e foi o que fiz com o maior gosto.

De alguma maneira ou outra, eu havia me mudado para Las Vegas. Estava aqui por três meses, a faculdade começara a um e eu já estava atolada de provas. O lance é o seguinte: Eu cursava teorias físicas, o curso mais filho da puta que você poderia encontrar. Não bastava ter que estudar Física, não, não. Tinha Química, Matemática e até Biologia inclusos no curso. Oh sim, bela escolha Sara Sidle. Então eu havia acabado ali, em um apartamento minúsculo, no mesmo andar de outros seres que eu havia visto no primeiro dia de aulas da faculdade. Por ali eu trabalhava como garçonete no Bellagio, que pagava bem para isso. Mas para poder entrar lá você tinha que seguir o padrão, ou seja:

– Ter mais de 1, 75.

– Pesar menos de sessenta e cinco quilos.

– Saber conversar.

– Saber equilibrar vinte copos sobre uma bandeja.

– E não se importar de ter velhos tarados passando a mão na sua bunda.

Então era por isso que eu não tinha bunda, era o preço a se pagar para ter um bom emprego. Tirando a parte dos velhinhos tarados bolinando você. Tanto faz, eu gostava do meu trabalho.

Oh certo, acho que não cheguei a mencionar que eu nunca namorei. Nunquinha. E em conseqüência, adivinhem? Sim, sou virgem. Eu sei que parece papo de louco, uma universitária de vinte anos, na cidade dos jogos, pecados, drogas, sexo e doideras em geral. Sério, eu mereço. Eu era tão horrível assim? Ou será que eu nunca havia deixado um espaço para aproximação? Quer dizer, homens já deram em cima de mim, mas eu nunca havia retornado nenhum flerte. Eu estava esperando o momento certo, era isso, e especialmente, o homem certo.

Ouvi outro baque, seguido de risadas altas. Sem sombra de dúvidas, eram os garotos retardados que moravam á duas portas da minha. Apertei os olhos com força, desejando que eu pudesse pegar no sono logo. De manhã eu tinha aula das dez em ponto até as quatro da tarde, e teria que trabalhar das sete até a uma da matina nos sábados, nas terças, quartas e quintas. Pelo menos eu tinha algum tempo para mim, mas que ficava difícil de aproveitar devido aos crianções que moravam naquele condomínio.

Me virei na cama, ficando de cara com a parede. Antes de dormir, meus pensamentos viajavam, como sempre. Pensei no meu dia. Estava á um mês na faculdade e não conseguira conversar com ninguém, nem com os drogados que andavam perdidos por lá, pensei no meu colega na cadeira de matemática. Victor, ele era gostosinho. Eu não me importaria de ter que beijá-lo. Fazia tanto tempo que eu não beijava ninguém, eu me sentia no desespero. Comecei a fantasiar: eu chegando na faculdade de manhã. Eu seria a primeira a chegar, e Victor seria o segundo. Ele me cumprimentaria timidamente, e mais tarde, seriamos designados uma dupla para uma pesquisa qualquer. Ele ficaria encantado em ver como eu podia ser uma pessoa amável. Ele se inclinaria para me beijar. Eu já podia sentir meu lábios tocando os dele, quando houve outro baque, seguindo de barulho de vidro quebrado e mais gargalhadas. Suspirei enquanto puxava a coberta por cima dos meus ouvidos, para abafar aquele barulho infernal dos garotos idiotas que deram o azar de morarem tão perto de mim.



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Notas finais do capítulo

Então, valeu a leitura? Lembrem-se, para deixar um review é muito fácil, só clique na caixinha abaixo e me deixem saber o que vocês acharam desse capítulo. :D