Kiss With A Fist escrita por dudinhacorreia2


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Já tenho escrito toda a fic,tô botando de pouquinho em pouquinho,no próximo,vai ser Ano novo!!!!



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 Annie! – ela me abraçou. – Que saudade!

- Faz anos que eu não te vejo! – falei, quando me soltei do abraço de urso da minha prima, Bianca. – Oi tia Judith.

- Surpresa, Annie! – a mãe de Bianca me abraçou também. – Você cresceu, tá linda!

Eu ri e agradeci. Fazia muito tempo que eu não via Bianca e a minha tia.

Meu pai veio recebê-las. Elas iam passar o ano-novo aqui, na minha casa, e eu me animei um pouco com a idéia. Ajudei Bianca a carregar as malas pra dentro, colocando o papo em dia. Jantamos juntos, e Helen e meu pai ficaram conversando com a tia Judith na cozinha. Eu e ela fomos pra sala.

- Então – ela falou – como vai a patinação?

- Ótima – menti, me enterrando mais no sofá, abraçando os joelhos. Ela percebeu.

- Aham. – Bianca ergueu as sobrancelhas. - O que aconteceu?

- Ah – suspirei. – Tá, vou contar. Lembra do Luke? – ela assentiu. – Ele foi embora, tipo, do nada, sem me avisar... Foi pro Canadá. Eu fiquei morrendo de raiva. Aí, na aula de patinação, entrou um menino novo, o Percy. – meu estomago se mexeu desconfortavelmente. – Nós ficamos amigos. Mas, a uns dias atrás, teve uma apresentação da aula de patinação, e o Luke apareceu lá.

- Do nada, de novo?

- Foi! Fiquei com mais raiva ainda. Ele veio falar comigo, e a gente brigou... No meio da briga, a gente foi parar no meio da rua, e... – engoli em seco. – Veio um carro...

- Você foi ATROPELADA? – Bianca se assustou.

- Não, não fui. Eu pareço alguém que foi atropelada? – revirei os olhos, rindo de um jeito meio histérico. Eu não gostava de me lembrar daquilo.

Ela deu de ombros e indicou o curativo no meu braço.

- Eu vou explicar. Percy me tirou da frente do carro, mas ele que foi atropelado. Eu me machuquei quando caí.

Bianca ficou em silencio por um momento.

- Annabeth, você não tem nada do que reclamar nessa vida.

- Quê? – perguntei, sem entender.

- Acorda! Um menino se jogou na frente de um carro por VOCÊ. Isso é trágico, mas é muito romântico – ela riu.

- Ah – falei. Na verdade, eu nunca tinha considerado o lado "romântico" dessa coisa toda. Senti meu rosto esquentar. – O caso é que eu não tenho noticias do Percy desde o dia do acidente.

- Meu Deus. – ela olhou pra mim com uma expressão indecifrável. – Confessa. Aconteceu alguma coisa entre vocês dois, não foi?

Essa é uma das coisas que a Bianca sempre apronta. Você nunca sabe o que ela vai falar.

- E-eu? – dei uma risada sem graça. – Não, claro que não.

- Eu sei que você tá mentindo – ela deu um sorrisinho. – Admite!

- Tô falando que não aconteceu nada!

Ela jogou uma almofada em mim.

- Deixa de ser orgulhosa. Fala.

- Tá bom – joguei a almofada de volta nela. – Tá bom. Foi só um, UM beijo.

- Aaaah, eu sabia! – ela falou alto demais, rindo feito louca. Fiquei com medo dela falar bobagem e alguém ouvir, então enfiei uma almofada na cara dela.

Meu pai, Helen e tia Judith nos encontraram com a barriga doendo de tanto rir.

- Parece que vocês estão se divertindo. – meu pai sorriu, e eu revirei os olhos. – Então, onde vocês vão dormir hoje?

Olhei pra Bianca.

- Aqui na sala mesmo?

- Pode ser – ela sorriu.

- Que friiiiiio – falei, me enrolando mais nas cobertas, ao lado da Bianca. Ela procurava alguma coisa boa na televisão.

- Ai – resmungou, jogando o controle remoto no sofá atrás de nós. – Vamos conversar – ela ordenou.

- Ok. Sobre o que quer conversar?

- Sobre o tal do Percy.

- Ai, Bianca. Vai insistir nesse assunto? – reclamei.

- Vou! Eu quero saber sobre ele, ué.

- Tá bom – eu bufei, e ela deu uma risadinha. – O que quer saber?

Bianca sorriu e se endireitou no colchão.

- Como ele é?

- Hã... É alto. E tem cabelo preto. – dei de ombros.

- E os olhos? – o sorriso dela aumentou.

- Verdes – falei, tentando afastar a lembrança dos olhos dele que me vieram à cabeça. Se eu me entregasse a elas, ficaria feito uma idiota.

- Aham – Bianca assentiu, como se estivesse lendo meus pensamentos. Eu estava prestes a protestar quando ela falou: - Ok, ok, não vou insistir mais. Você me conta se quiser.

Ficamos em silencio.

- Vamos ver Friends? – sugeri.

- Nem. – ela recusou, olhando fixamente pro teto.

- Então... Grey's Anatomy?

- Também não.

- Bianca, deixa de ser chata! – reclamei, sufocando-a com a almofada. Ela me empurrou e começou a rir.

- Tá bom, desculpe. Mas é que eu to curiosa – ela fez um biquinho.

- Ok. Se eu te passar a ficha bem completa você fica feliz?

- Claro.

Eu e ela passamos o resto da noite assim, falando bobagem, brigando. Típico. No outro dia, acordamos meio-dia. Quer dizer, eu acordei.

- Bom diaaaaaaa – acordei com esse grito. – Ultimo dia do ano! Ultimo dia do ano! La La laaaa La – algo macio bateu no meu rosto.

- Hã? – me virei a tempo de ver uma coisa laranja e felpuda (uma das almofadas do sofá) vir na minha direção. Arranquei-a das mãos da Bianca, que continuava a gritar e cantarolar. – Acordei, pronto.

- Aleluia! Levanta, anda, a gente tem muito o que fazer.

- Tipo o que? – perguntei.

- Ir no hospital, obviamente. – ela arregalou os olhos significativamente pra mim.

- Hospital? Alguém se machucou? – fiquei assustada.

- Não, sua burra. A gente vai procurar o Percy. Tá na hora de você se mexer e parar de choramingar.

Com essa sentença, ela se levantou e subiu as escadas cantarolando.

- E agora?

- Agora a gente espera. – ela bufou.

Tínhamos ido ao hospital – a pé, e ele é a uns 10 quarteirões da minha casa -, e nos informaram que não tinha ninguém com o nome de Percy Jackson internado lá, mas também nenhum Percy Jackson tinha morrido. Embora eu meio que já soubesse, fiquei aliviada.

Fomos na casa dele na volta, em vez de ir direito pra minha casa. Ninguém atendeu a porta, apesar da Bianca ter grudado o dedo na campainha. Era óbvio que não tinha ninguém lá.

Agora, já eram 6 horas da tarde e estávamos deitadas no jardim da frente. As pessoas passavam e olhavam pra nós como se fossemos loucas, mas eu estava distraída demais pra ligar.

Fiquei olhando céu se tornar cor-de-rosa.

- Uma pessoa não pode simplesmente desaparecer, assim, do nada – Bianca reclamou.

- Moramos em Seattle. É a maior cidade de Washington. Ele pode estar em qualquer lugar. – falei.

- Isso que me deprime – ela suspirou. – E pode parar de dar uma de nerd.

Eu tirei os olhos das nuvens e olhei pra ela.

- Por que você tá tão preocupada em achar o Percy?

- Ah – os olhos escuros dela se desviaram dos meus. – Tá com ciúme, Annabeth? – ela deu uma risadinha forçada.

- Não, não estou. Desembucha – dei um soco de leve no braço dela e me sentei, abraçando os joelhos.

- Tá bom – ela suspirou de novo. – É que, ontem, quando você falou dele... Sua expressão ficou diferente. Você pareceu feliz de verdade. Eu não te vejo assim faz muito tempo.

Senti meus olhos marejados. Abaixei o rosto pra Bianca não ver. Ela segurou minha mão.

- É sério. Não deixa ele ir embora, como... Como a sua mãe. Foi ela que te deixou assim, não foi? A falta dela?

Uma lágrima escorreu, e eu torci pra ela não perceber. Mas ela percebeu, e se levantou e me abraçou.

O pior de tudo é que ela estava certa.


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