Kiss With A Fist escrita por dudinhacorreia2


Capítulo 6
Capítulo 6




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Acordei ouvindo vozes, e bipes de monitor.

- Ela está bem? Não tem nada grave? – era a minha mãe.

- Ela está bem, Sra. Chase. Deve acordar em pouco tempo. – disse outra voz, masculina.

- Mãe? – tentei chamar, abrindo os olhos, que arderam por causa da luz forte. – Mãe? – chamei mais alto, abrindo os olhos. Senti minha boca seca.

- Annabeth? – ela abriu a porta e entrou, toda preocupada, seguida por um medico alto. – Está se sentindo bem?

- Eu estou bem, mãe, calma. – falei, sorrindo. - O que aconteceu?

Os médicos me informaram que eu tinha sido arremessada a uma distancia grande e alguma coisa tinha perfurado meu braço esquerdo. Tive que passar por uma cirurgia qualquer e agora já estava tudo bem, eu iria embora no dia seguinte.

Percebi que tinha uma agulha enfiada no braço. Ugh. O outro estava com um curativo.

Olhei pra minha mãe, ainda sorrindo, feliz por ela estar ali. Fazia uns 3 anos que eu não a via, por causa do meu pai, e do trabalho dela. Ela era gerente de um banco, então se mudava de cidade o tempo todo.

- Eu estava com saudades – falei. – Como você veio pra cá?

- Eu também – ela sorriu de volta, puxou uma cadeira e se sentou. – Seu pai me falou que iria ter uma apresentação sua, de patinação, e resolvi fazer uma surpresa. – ela ficou em silencio por um momento, olhando o relógio na parede. Olhei também. Eram 3 da manhã. Então suspirou e disse: - Ah, Annie, espero que aquele outro garoto fique bem.

Minha cabeça girou, tentando entender, mas eu não sabia do que ela estava falando.

- Quem? Que garoto? – perguntei.

- Aquele... É Percy, o nome dele? Só sei que ele entrou na sala de cirurgia há algumas horas e não saiu até agora.

- Percy... – sussurrei, falando comigo mesma. O que o Percy tinha feito?

Alguém tinha gritado meu nome antes de eu ser atropelada...

Atropelada?

Mas os médicos não falaram nada de eu ter sido atropelada.

- Mãe – eu disse. – o que aconteceu, de verdade?

Os olhos dela ficaram apreensivos, como se não tivesse certeza se me contava ou não.

- Bem... Um carro veio na sua direção.

- Isso eu sei.

- Mas esse Percy... Te tirou do caminho.

Minha cabeça girou mais ainda. Percebi vagamente o bipe do monitor se acelerar.

- Mas... Ele conseguiu sair da frente do carro, certo? – perguntei, com uma pontinha minúscula de esperança.

- Ah, Annie. – ela apertou minha mão. – Sinto muito, mas não.

Ouvi o monitor acelerar ainda mais. De repente pareceu difícil respirar. Ordenei a mim mesma a ficar calma, mas não consegui.

- Querida? – disse a minha mãe. – Vou chamar uma enfermeira. É melhor você dormir. – Ela saiu correndo do quarto.

Não falei nada, chocada demais.

O que o LOUCO do Percy tinha feito? Tinha me empurrado, tirado do caminho? Por isso que eu voei tão alto?

Por que eu não me lembrava de nada? Annabeth idiota, idiota.

Uma enfermeira entrou. Ela injetou alguma coisa num tubo que estava conectado a agulha no meu braço. Mal percebi, ainda sem conseguir pensar direito.

A enfermeira saiu. Me senti sonolenta quase imediatamente. Minha mãe se sentou do meu lado, e segurou minha mão de novo.

- Não se preocupe – ela pediu, e deixei meus olhos se fecharem.

Fui embora do hospital na manhã seguinte.

Minha mãe me deixou em casa e foi logo embora, tinha que voltar pra Washington. Meu pai tinha acabado de chegar. Eles mal disseram "oi" um ao outro.

Ele ficou todo preocupado, perguntando o que tinha acontecido. Respondi o mais rápido possível, dei um abraço de feliz Natal atrasado e fugi pro meu quarto.

Abri minha bolsa – que tinha ido comigo pro hospital – e peguei meu celular. Tinha umas 5000 chamadas não atendidas da Thalia. Liguei pra ela, que deu um dos ataques de sempre. Eu expliquei resumidamente a historia toda, acrescentando que estava preocupada com o Percy. Ela nem se preocupou, pois estava meio ocupada xingando o Luke.

- Ah, se eu encontrar esse cara! Dou um soco na cara dele, muito menos do que ele merece.

Thalia conseguiu me animar, falou que o Percy provavelmente ficaria bem. Mesmo se eu acreditasse nisso, ainda ficaria preocupada, pensando onde Luke estaria.

Dia 30 de dezembro, eu ainda morria de preocupação.

Ligava pra Silena, Clarisse, até Grover, todos os dias. Nenhum nunca tinha informações. Provavelmente ele ainda estava no hospital, já que eu não tive nenhuma notícia de funeral ou sei lá, mas e se o estado dele estivesse piorando? Eu ficava louca sem saber nada.

Helen percebeu a minha preocupação, e tentava me acalmar, mas nada adiantava.

Lá pras 7 horas da noite, eu estava enterrada no sofá - lendo um livro da Agatha Christie que estava empacado na minha estante – a campainha tocou. Fui atender de pijama.

- Ai meu Deus – falei, ao abrir a porta. – Você tá vivo!


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