Kiss With A Fist escrita por dudinhacorreia2


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem a demora,pra compensar,dois capítulos hoje!!!!



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- Annabeth? Você tá legal?

- Ela está pálida.

- Quer uma água?

Demorei um segundo pra perceber que falavam comigo. Era Silena, Clarisse e Zoe.

- Hã? Ah. Eu to bem. Com licença.

Abri caminho por elas e corri pro banheiro. Fechei e tranquei a porta e me debrucei na pia. Vi no espelho que eu realmente estava pálida.

Mas pela primeira vez na vida, eu não sabia o que fazer. Não sabia se ria ou se chorava, se corria ou se ficava ali.

Pensar naquilo fez meu estomago se revirar. Corri pro reservado mais próximo. O sorvete que tinha tomado mais cedo estava indo embora descarga abaixo quando ouvi alguém batendo na porta.

- Annabeth? Você tá aí dentro? – era Silena.

- Já vou sair – respondi. Limpei meu rosto com uma toalha de papel e abri a porta.

- Temos um problema – disse ela.

- Ah, que ótimo – tombei a cabeça na porta. – O que é?

- Rachel. Ela não quer falar no microfone.

De novo, demorei pra entender.

- Ah! – vi Percy olhando pra mim, a alguns metros de distancia, preocupado. Me obriguei a olhar pra Silena. – Por quê?

- Não sei. Ela deu um ataque e falou que não vai conseguir. O que a gente faz?

- Eu falo.

- Oh – ela recuou, surpresa. – Então tá. Já tá quase na hora.

- Ok.

Fui pra perto da entrada da pista, pronta para pegar o microfone antes de Mary.

Mas oops, dava pra ver a arquibancada dali. Me virei de costas e respirei fundo.

Apenas alguns segundos depois, Zoe correu até mim com um microfone e disse:

- É agora.

As luzes da pista diminuíram. Respirei fundo uma ultima vez e entrei na única faixa de luz que havia. Ouvi aplausos.

Não olhe para o publico. Não olhe.

Ouvi Mary me chamando, mas fingi que não ouvi.

- Boa noite – falei. Minha voz ecoou. – Bem vindos ao Ginásio Municipal de Seattle. Meu nome é Annabeth Chase, e era para a nossa treinadora, Mary Dodds, estar falando agora. Mas nós, a turma juvenil de patinação artística no gelo, fizemos uma surpresa. Em segredo, preparamos uma apresentação em grupo. E é isso que vocês vão ver agora.

Mais aplausos. Entreguei o microfone para Zoe, que praticamente o jogou pra fora da pista, pra depois voltar correndo até o seu lugar. Todos entraram e tomaram seus lugares. Fiquei entre Percy e Grover. A musica começou.

Eu mal prestei atenção na apresentação. Fiquei só concentrada em não olhar pro palco. De vez em quando eu cantarolava a musica baixinho. Mesmo sem um pouco de foco, não caí nenhuma vez, só tropecei. No meio de um giro, vislumbrei minha mãe. Ela olhava pra mim com um sorriso, o que me deixou feliz.

Acabou antes do que eu imaginava. Eu seria capaz de ficar ali a noite toda, provavelmente. Agradecemos ao publico e saímos. Mary, em vez de dar uma bronca, achou nossa apresentação completamente linda, e deu um abraço de urso em cada um de nós. Eu me esquivei o mais rápido possível, tirei meus patins, guardei na mochila e fui embora. Era para Percy me dar carona, mas Thalia podia me deixar em casa.

Fiquei parada no estacionamento, congelando de frio, já que tinha voltado a nevar. Pensei em ir lá dentro, ver minha mãe ou coisa assim, mas desisti.

Ouvi passos na neve. Fiquei desejando que fosse Thalia.

Mas, obviamente, não era.

- Oi – disse Luke.

Meu estomago se agitou de novo.

- Hm, oi.

- Você foi incrível lá – ele elogiou, com um sorriso, andando até parar do meu lado.

- Obrigada. – minha voz tremeu, droga.

- Vi sua mãe lá.

Só assenti, pois tinha perdido a confiança na minha capacidade de falar direito.

- Você devia ir dar oi.

Dei de ombros.

Ele ficou na minha frente.

- Qual é o problema?

Ah. Como ele tinha CORAGEM de perguntar isso?

Lancei meu melhor sorriso de pena pra ele.

- Nenhum problema. Imagina. Por que eu iria estar com algum problema?

- Hã, sei lá, você tá esquisita.

- EU? Esquisita? Nossa, nem percebi. – minha voz se elevou. – Com certeza, não tem NENHUM problema, Luke, NENHUM! - Comecei a andar pra fora do estacionamento, e ele me seguiu. – Não tem absolutamente nenhum problema, você ter ido embora do nada, e agora, UAU, aparecer aqui do nada! E pensar que vai continuar tudo do mesmo jeito! – continuei andando, rápido, até parar na porta do ginásio. – É claro que tá tudo bem.

- Annabeth, eu posso explicar, eu vim aqui pra isso – ele disse, tentando me tranqüilizar, mas tinha raiva no rosto dele.

- Ah, tá. Então explica.

- Eu fui pro Canadá... Pra Toronto. Morar com meu pai.

- Grande novidade.

Ele bufou.

- Sério, do que você tá reclamando? – Luke perguntou, abrindo os braços, e dando alguns passos pra trás. – O que você queria que eu fizesse?

- Ah, me avisasse, talvez, seria bom – respondi, andando pra perto dele. – Quem sabe tivesse conversado, comigo, ou uma mísera ligação. Mas NÃO! Você simplesmente foi!

Eu olhava só pra Luke, mas, pela minha visão periférica, vi Percy se aproximando.

Por favor, Percy. Não se meta nisso. Por favor.

- Eu tive motivos pra fazer isso! – disse Luke, ainda andando pra trás, e eu ainda chegando mais perto. – Motivos que talvez eu não possa te contar!

- Achei que não tivéssemos segredos – gritei.

Ele recuou como se tivesse levado um choque. Ia falar alguma coisa, mas ouvi alguém gritar meu nome. Olhei pra ver quem era, mas algo me acertou antes que eu virasse a cabeça.

Fui arremessada pra cima, depois caí no chão, como uma boneca. A ultima coisa que me lembro foi uma dor enorme, no meu corpo todo, e o asfalto embaixo do meu rosto.


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