Kiss With A Fist escrita por dudinhacorreia2


Capítulo 4
Capítulo 4




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No dia seguinte, acordei com meu celular tocando. Era Thalia.

- Bom dia! – disse ela.

- An, bom dia – falei, tentando acordar.

- Credo, eu te acordei? Mil desculpas. Mas eu acabei de voltar da viagem. Liguei pra te avisar que vou te ver hoje.

- Me ver onde?

- Na sua apresentação, ué.

Um jorro de lembranças passou pela minha cabeça. A noite passada, a rua escura...

- Ai meu Deus – deixo escapar.

- Meu Deus o que? Achou que eu não ia te ver? – ela disse, num tom ofendido.

- Não é isso – falei, ainda meio zonza. – É só que...

- Annabeth, você tá me assustando. – Thalia reclamou. – O que aconteceu?

- Percy me beijou ontem – soltei.

Como eu imaginava, ela deu um ataque no telefone.

- O QUÊEEEE? COMO ASSIM? - ela gritou, e eu afastei o celular da orelha. – Me conta TUDO, agorinha mesmo.

Contei resumidamente a história, enquanto me levantei da cama e desci as escadas. Meu pai e Helen já tinham ido viajar. Só havia um bilhete: "Feliz Natal! Tem comida na geladeira.", sem assinatura. Como eu estava sem fome e animação, voltei pro quarto e desabei na cama de novo, enquanto Thalia tagarelava.

- Tá, o que isso significa? Claro, não to falando que você tem que ser namorada dele ou coisa assim, mas não dá pra continuar o mesmo de sempre. Ele não te ligou?

- Não – respondi. – Mas ainda é de manhã.

- É, realmente – admitiu ela. – Tomara que ele ligue. Senão, tipo, hoje, vai ficar um clima estranho.

- Ah, falando nisso – interrompi, porque uma coisa acabara de me ocorrer. – Você pode passar aqui em casa hoje, de carro, lá pras 3 horas? Porque eu vou pra patinação mais cedo, sabe, parte do plano. Eu ia com o Percy, mas sei lá.

- Claro, eu passo aí – Thalia disse, para o meu alívio. – Ai, minha mãe tá gritando aqui, vou ter que desligar. Até mais tarde.

- Tchau.

Fiquei deitada na cama, olhando pro teto até não agüentar mais. Quando me levantei, já era 1 da tarde. Peraí, que horas eu tinha acordado?

Escovei os dentes e fui procurar alguma coisa pra comer. Enquanto comia, me peguei olhando pro telefone, feito uma idiota.

Ele ia ligar. Se não ligasse, tudo bem. Aliás, ele nunca liga, porque ia ligar agora?

Às 3 horas em ponto, Thalia me levou pro ginásio. Eu já fui com o vestidinho que ia usar na apresentação, morrendo de frio. Thalia elogiou o vestido.

Quando cheguei lá, não havia mais ninguém, bando de atrasados. Me sentei num degrau que não estava coberto de neve – que não parava de cair – e esperei. Fiquei agarrada na minha bolsa, querendo calçar meus patins logo.

Alguns minutos depois, ouvi passos. Subitamente, fiquei com medo de ser pega. Não que eu estivesse em algum lugar proibido do ginásio ou coisa assim, mas se alguém me visse ali, iria me interrogar. Vi uma portinha a alguns metros dali e entrei. A sala estava vazia.

Exceto por uma pessoa.

- Oi – disse ele.

- Oi – falei.

- Não vi você chegar – ele se levantou de onde estava sentado e começou a andar na minha direção.

Eu bufei.

- Duh, obviamente.

Ele riu, parando na minha frente.

- O que foi aquilo ontem à noite? – perguntei, de uma vez. Estava cansada de ficar esperando.

- Aquilo o quê? – Percy inclinou a cabeça de lado.

Respirei fundo, tomando coragem. Resolvi meter as caras.

- Isso – e comecei a me inclinar pra ele.

Fui interrompida pelo som da porta abrindo.

- Perc... – Grover começou a falar, mas quando nos viu, pareceu sem graça. – Ah. Todos já chegaram. Não quero interromper nada. – e saiu rapidinho, fechando a porta. Eu quis bater nele.

- Vamos – Percy chamou, com uma expressão estranha no rosto. Não tive o que fazer senão ir atrás dele.

O plano já estava em ação. Beckendorf tinha acabado de arrombar o cadeado da porta dos fundos quando eu e Percy saímos do quartinho. Silena, Clarisse e as outras meninas já estavam calçando os patins, e calcei os meus também.

Entramos no ginásio, um tanto histéricos, com um certo medo de sermos pegos, embora isso não fosse possível. Silena tinha conseguido arrancar de Mary que ela só chegaria no ginásio às 5:30h, 1 hora e meia antes da apresentação, e que o ginásio só seria aberto às 5h. Tínhamos tempo de sobra para ensaiar, e sair de lá sem sermos pegos pela faxineira ou alguém assim.

Chegamos no gelo, e quase sem parar pra respirar, tomamos nossos lugares. Chris, que tinha ficado encarregado de levar a musica, ligou o som e correu pro seu lugar.

O ensaio correu bem. Percy, que não era a favor de invadir o ginásio, admitiu que tinha sido uma boa idéia. Iríamos nos sair melhor na apresentação.

Tá, vou explicar o plano. Como ninguém estava com vontade de fazer as dancinhas chatas e melosas da Mary, nós resolvemos nos juntar, e criar uma apresentação em grupo, com todos da turma. Foi idéia da Silena. No inicio, não achei que ia funcionar, mas funcionou.

Quando saímos de lá, ninguém queria ir pra casa. Então ficamos matando tempo na sorveteria, mesmo faltando um tempão pra apresentação. Mas nenhum de nós parecia ligar.

Às 6:30, voltamos pro ginásio. Algumas pessoas já estavam nas arquibancadas, mas eu não parei pra reparar.

O tempo estava voando. Faltando 10 minutos, Mary chamou a gente pra ouvir seu discurso feliz. Reparei no pedacinho de arquibancada que dava pra ver de onde estávamos, e levei um susto enorme.

Sentada ali, na primeira fila, estava a minha mãe.


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