Kiss With A Fist escrita por dudinhacorreia2


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Tlvez eu termine hoje ou amnhã!!



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Os próximos dias foram bem chatos.

Só pra começar, Percy fazia questão de ficar me humilhando na aula de patinação. Ele conseguia fazer todos os spins (N/A: spins são os giros, piruetas) que eu não conseguia, e ficava me salvando toda hora que eu podia cair. Não que eu esteja reclamando, mas ele ficava se achando muito quando fazia isso. De vez em quando eu gritava com ele. Nós estávamos tão briguentos que o Sr. Brunner ficava reclamando com a gente o tempo todo.

Acabou que ele parou de dar as aulas – não me pergunte por que, espero que não tenha sido por causa de mim -, e no lugar dele entro uma professora loira e magrela, que ficava falando o tempo todo que eu e Percy juntos éramos muito fofos e blá blá blá.

Pra coroar, Thalia, minha melhor amiga, um dia me buscou na aula e viu Percy. Eu nunca pensei que ela falaria tanto de um garoto assim na vida.

- Annabeth! – ela começou a dar um ataque assim que entramos no carro dela. – Como que você desperdiça um pedaço desses?

- Ele é chato - revirei os olhos.

- Pode até ser, mas não deixa de ser lindo – ela arregalou aqueles olhos cheios de maquiagem preta dela. – E, me conta... – ela abaixou a voz dramaticamente. – Por que todos os caras que patinam têm um... Ahn... Esses glúteos assim?

Eu ri e sacudi a cabeça.

- Deve ser porque usam muito as pernas, né – ironizei.

Em casa, meu pai andava meio preocupado demais comigo. Ficava me chamando pra conversar o tempo todo, perguntando se talvez fosse hora de dar uma pausa na patinação... Eu cheguei a considerar isso, mas desisti – eu não queria parar. Uma vez ouvi Helen conversando com meu pai, pedindo pra ele parar de ficar me "sufocando" daquele jeito.

Na sexta-feira, faltando cinco dias pro natal, eu estava o mais distante possível de Percy. Não disse oi, e só o tocava quando era totalmente necessário. Fiquei mortalmente concentrada, e graças a Deus, não sofri uma quase-queda nenhuma vez, e isso foi ótimo.

No final da aula, a professora loira e magrela – que se chamava Mary – chamou nós dois. Eu fui de má vontade.

- Gente, - começou Mary, com aquele jeitinho chatinho dela – cadê aquela energia lindinha que tinha entre vocês dois? Era tão fofo ver vocês dois!

- Energia lindinha? – repetiu Percy, parecendo gostar de estar ali tanto quanto eu.

- Claro, ué! Vocês brigaram? Briguinha de namorados? Isso passa, gente, esquece...

Eu a olhei como se ela fosse louca.

- Namorados?

- Ué, - ela fez cara de inocente. – vocês não são namorados? Parecia tanto, ele sempre te protegendo, lindinha – ela levantou a mão pra afagar minha cabeça, mas eu dei um passo pra trás.

Percy revirou os olhos.

- Nós não somos namorados, ok? – dava pra ver que ele estava irritado, mas tinha um sorriso irônico querendo sair da boca dele, como se ele estivesse achando aquilo engraçado.

- Ah, que peninha. – Mary fez um biquinho. – Eu ia ensaiar vocês pra uma performance super apaixonada, ia ser tão legal!

- Performance? – perguntei, por que não fazia idéia do que ela estava falando.

- Claro. Dia 26, logo depois do natal, vamos fazer um mini-show aqui! Não é legal? E a platéia vai escolher o melhor casal. Já podem ir avisando seus pais.

Percy parecia totalmente confuso.

- Mas dia 26? Isso significa que nós temos só 6 dias pra ensaiar, não dá tempo! – reclamei.

- É claro que dá. Agora vão. Amanhã nós vamos ter uma aula extra, pra começar a planejar tudinho.

- Mas amanhã é sábado – disse Percy. – Não tem aula de patinação.

- Eu sei, bobinho. Mas eu sou a professora aqui, e eu digo que tem. Agora tchau pra vocês. E tratem de voltarem a ser um casalzinho feliz de novo! – ela foi embora, acenando.

Sentei no banco mais próximo. Queria me lamentar.

- Vou matá-la. – falei.

- Eu te ajudo – Percy se sentou do meu lado.

Ficamos em silencio por um momento. Então eu olhei o relógio. Já eram 7 horas. A aula normalmente acabava às 6:30h.

- Ah, não! – choraminguei.

- Que foi?

- Meu pai já saiu de casa... Foi viajar. Não tem ninguém pra me buscar aqui. – afundei o rosto nas mãos. – Vou ter que ir a pé! Que maravilha.

Ouvi Percy mexendo em alguma coisa. Então o barulho de chaves.

- Quer carona? – ele sorriu.

Bufei.

- Eu sou a única nesse mundo que ainda tem 15 anos, e não tem carro?

- Provavelmente. Vamos. – ele se levantou, e eu o segui.

Chegamos no carro dele. Percy estava prestes a abrir a porta, quando viu alguma coisa do outro lado da rua e sorriu.

- Quer um sorvete? – perguntou.

Olhei na direção que ele estava olhando e vi a sorveteria em que eu e Luke costumávamos ir depois da aula.

- Hm. Na verdade não. Quer saber, acho que vou embora a pé mesmo. Tchau. – comecei a ir embora, mas ele agarrou meu braço. Minha reação instintiva era me soltar e correr, mas ele estava segurando com força.

- Não vai não. Vamos.

Fui praticamente arrastada pra sorveteria. Ele tomou um milk-shake gigante, e eu só um copinho com sorvete de menta e cobertura. Percy tentou conversar, mas eu tinha meu orgulho. Respondi só o necessário. Na hora de pagar, eu paguei meu sorvete, porque não queria ficar devendo nada pra ele.

Já dentro do carro, indo pra casa, meu silencio pareceu irritá-lo.

- Qual é o problema? – perguntou ele, irritado. – Não vai falar nada?

Suspirei e me rendi.

- Desculpe.

- Tudo bem – ele pareceu relaxar também. Aumentou o som do carro, e eu reconheci a musica.

- Você ouve The Kooks? – perguntei, surpresa.

- Aham – ele sorriu e olhou pra mim. – Você gosta?

- Gosto sim, mas não é minha banda preferida.

Deixando o orgulho de lado, eu fiquei conversando com ele até chegar na minha casa. Ele parou o carro, mas não estávamos prontos pra acabar a conversa, então ficamos lá, falando e falando.

Tudo bem, ele não era tão mal assim.

Dei um pulo quando percebi que já eram 9 da noite.

- Meu Deus, tá tarde! É melhor eu ir – eu tentei abrir a porta, mas não consegui.

- É, eu também – ele disse. Então percebeu a minha luta com a maçaneta. – Deixa eu abrir pra você.

Ele se inclinou do banco do motorista pra minha porta, e até ele abrir, pareceu uma eternidade. O rosto dele, virado de lado, estava perto do meu. Eu sentia a respiração dele, e consegui ver perfeitamente os olhos verdes...

Socorro, acorda, Annabeth!

- Pronto – ele abriu a porta.

Sacudi a cabeça pra acordar, e ele riu.

- Por que você sempre faz isso?

- Isso o que?

- Sacode a cabeça. Você geralmente faz isso quando está perto de mim. – ele me encarou com força.

Ai, eu precisava aprender a ser mais discreta.

Tomando coragem, eu o encarei também.

- Não sei. Eu nem percebo.

Percy deu de ombros.

- Então tá. Te vejo amanhã.

- Até amanhã – me despedi, e saí do carro, batendo a porta atrás de mim. Fiquei olhando ele ir embora, então entrei na minha casa vazia.


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