Kiss With A Fist escrita por dudinhacorreia2


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Ta aí!!



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- Ai, minha pernaaaaaa – gritei, segurando o choro. Como doía!

- Annabeth? Você tá bem? – disse Luke, deslizando na minha direção.

- Não, eu não estou bem! – gritei com ele. Que tipo de pergunta era aquela?

Tentei levantar, mas quando coloquei minhas mãos no gelo elas queimaram. Com um grunhido, cruzei os braços e esperei ser resgatada.

Luke finalmente chegou, e segurou minhas mãos. Quando me puxou para me erguer, eu gritei de novo. O corte na minha perna era pior do que eu pensava.

- Meu Deus, tem um rombo na sua perna! Vem cá – ele disse, passando um braço pelos meus ombros e o outro por baixo dos meus joelhos. Depois deslizou até os bancos, fora da pista de gelo.

Meu professor, Sr. Brunner, arrumou o corte rápido, mas continuou doendo mesmo assim. Eu tinha sido esperta o suficiente pra me cortar com meus próprios patins quando caí.

- Vou ficar com medo de patinar com você agora – Luke falou, sorrindo. – Não quero sofrer a ira de seus patins assassinos.

Mostrei a língua pra ele e me virei pro Sr. Brunner.

- Esse corte vai me atrapalhar a treinar?

Ele riu da minha preocupação.

- Não vai não. Você cortou acima do joelho. Talvez nessa semana você não consiga, por causa da dor, mas quando passar vai ficar tudo bem.

- Que bom, então – falei, aliviada.

Fiquei sentada até o final da aula. Eu fazia patinação no gelo há um ano, mais ou menos, e Luke é meu parceiro desde sempre. Ele pode ser considerado meu melhor amigo... Ele e Thalia.

- Vamos pra casa? – Luke me chamou, quando a aula acabou. Eu me levantei e fui com ele, mancando um pouco. Ainda bem que ele tinha carro. E morava na mesma rua que eu.

Cheguei em casa, planejando ir sorrateiramente pro meu quarto, mas meu pai me viu subindo as escadas.

- Annabeth! Venha jantar – chamou, com seu sorriso somos-uma-familia-feliz. Larguei minha mochila no alto da escada e fui pra sala de jantar, tentando não fazer careta.

Minha madrasta, Helen, sorriu pra mim, e vi que ela tinha colocado um prato na mesa pra mim, mesmo sabendo que eu sempre fugia do jantar. Me senti meio culpada.

- Como foi o treino? – ela perguntou.

Eu me sentei à mesa e comecei a me servir, com fome.

- Foi bom. Aprendi um movimento novo.

- Que bom – ela sorriu de novo, e dessa vez eu retribuí. Meu pai pareceu feliz.

Esse momento foi interrompido por uma pontada de dor na minha perna.

- Ai! – gemi, me remexendo. – Pai, você tem alguma coisa aí pra dor?

- Acho que sim, pra quê?

- Vou pegar – disse Helen, se levantando.

- Ah, nada, só um corte – respondi meu pai.

- Annabeth... Será que você não está exagerando nessa historia de patinação? – disse ele, preocupado.

- Não, pai – eu ri. – Eu caí e me cortei. Foi só. Acontece toda hora.

Ele não pareceu convencido, mas não falou mais nada.

Os próximos dois dias passaram lentamente. Tentei ir à aula de patinação um dia, mas como eu esperava, não consegui.

A quinta-feira amanheceu nevando. Eram férias de inverno, e faltavam oito dias pro natal. Já me sentia melhor, então às 5 horas fui pra casa de Luke, pra irmos juntos pra aula de patinação.

Toquei a campainha e esperei. A mãe dele atendeu a porta.

- Ah, oi, Annabeth – disse ela, parecendo surpresa em me ver ali. – Veio pra ir pra patinação?

- Sim. Cadê o Luke?

- Bem, ele não te falou? – ela me olhou, parecendo desconfiada, preocupada. - Não se despediu?

- Falou o que? – perguntei, sentindo um pouco de pânico.

- Ele se mudou pro Canadá. Foi morar com o pai. Você não sabia? Ele estava planejando isso há muito tempo...

- Ah... Não, eu não sabia. – murmurei. – Obrigada. – me virei pra ir embora.

- Annabeth – ela chamou. – Sinto muito.

Assenti lentamente e continuei indo embora.

Em vez de ir pra casa, fui pra aula. Era meio longe, e eu provavelmente ia chegar atrasada, mas eu realmente não estava com vontade de ficar em casa.

Cheguei com meia hora de atraso. Todas as quatro duplas já estavam correndo e girando pela pista, com o Sr. Brunner dando gritos de incentivo. Então eu percebi que não tinha um par.

Fui até o treinador.

- Sr. Brunner... – comecei a falar, mas ele me interrompeu.

- Annabeth! Você voltou. Luke me colocou a par dos acontecimentos, e eu já tenho um par pra você. – ele disse, com um sorriso enorme.

- Ahn... Quais acontecimentos?

- Bom, da mudança repentina e tudo o mais. Vou te apresentar seu novo par. – ele se virou pra pista, e gritou: - Sr. Jackson!

Deslizando até nós, veio um menino alto, de cabelos escuros.

- Annabeth – disse o Sr. Brunner, - este é o Percy Jackson. Percy, esta é a Srta. Chase, da qual eu lhe falei.

- Oi – ele sorriu de um jeito irônico. Percebi que seus olhos eram verdes, e que ele era muito, mas muito bonito.

- Oi – respondi, tentando falar com firmeza.

- Acho melhor você colocar seus patins – disse o treinador, e eu assenti, me sentando no banco mais próximo e abrindo minha mochila.

Foi assim, que dez minutos depois, o tal do Percy Jackson me salvava de uma aterrissagem que seria terrível.

- AH, te peguei! – gritou ele, me segurando pela cintura praticamente um segundo antes de eu me quebrar em pedaços no gelo.

Meio desorientada, tentei me equilibrar em meus patins, mas não consegui. Forcei meu corpo pra baixo, mas Percy não parecia perceber que já era pra me soltar. Apoiei minhas mãos nos ombros dele pra ajudar no equilíbrio, e consegui.

Levantei meus olhos, que estavam focados nos meus pés, e dei de cara com o rosto dele a centímetros do meu.

Recuei como se tivesse levado um choque.

- Pronto. Obrigada. – senti meu rosto esquentar, e torci pra que ele não notasse.

- Tudo bem – ele deu aquele sorriso irônico de novo.

O resto da aula foi praticamente Percy me salvando de um monte de acidentes... E me humilhando completamente. Me senti muito aliviada quando acabou. Mal me despedi dele, e do Sr. Brunner.

Liguei para casa, pro meu pai me buscar de carro – acho que não conseguiria andar nem se quisesse -, mas ele não estava. Quem veio foi Helen.

- Olá – saudou ela quando eu entrei no carro. – Cadê aquele seu amigo, o Luke?

- E-ele se mudou – gaguejei, lutando contra as lagrimas. Todas as sensações que eu estava tentando afastar caíram sobre mim.

- Mudou? Mas pra onde? Você nem comentou – disse ela, olhando fixamente pra estrada, sem perceber como eu estava.

- Pro Canadá. – ela pareceu notar minha voz embargada e me olhou.

- Ah, querida – ela segurou minha mão. – Me desculpe.

- Não é sua culpa – funguei, puxando os joelhos pra cima do banco e os abraçando com as duas mãos. Helen não falou nada, e eu fiquei agradecida.


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Notas finais do capítulo

O que acham?