My Life Inside Your Heart escrita por Babi


Capítulo 21
Lembranças


Notas iniciais do capítulo

ooooooooooooooi pessoas de My life.
É aqui estou eu, A SUMIDA, FDP QUE NAO POSTOU MAIS NADA kkkkkkkk'
Gente explicar meu sumiço de seis meses. Primeiramente foi culpa minha, que estava totalmente bloqueada , e depois quando eu tinha acabado de fazer esse bendito capitulo, meu notebook vai e me queima o HD. Ai perdi o capitulo, quando meu notebook volta do conserto, e começo tudo de novo, maaaaaaas quando chego na metade ele queima o bendito do HD de nvoooovo. Ai na terceira vez que comecei a escrever o capitulo eu salvei no email e um dia depois meu HD queima de novo kkkkkk.
Meu notebook é uma benção mesmo. sóoooooooo que esse capitulo ficou melhor do que os outros que eu havia escrevido.
espero que gostem dele, e que ele recompense o sumiço. gente ja tenho o proximo capitulo escrito, porém está no meu caderno ja que eu tive que escrever a mao por causa da ausencia do note, entao terei que passá-lo a limpo, e acabar ele.
vejo voces la embaixo, boa leitura (:



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Minha vontade maior era poder dar um soco bem dado na cara de Allan. Ele só podia estar brincando, né? Me contive, respirei fundo duas vezes, até agora eu estava quieta olhando incrédula para Allan. Eu parei de dançar.

-Sabe o que eu quero que você faça? – disse entre dentes para não elevar a voz, o que estava difícil de fazer naquele momento de ira. – Eu quero que você... – eu iria soltar um xingamento, porém pensei bem, e achei melhor não me rebaixar por causa daquele ser parado na minha frente. – Nada, eu quero que você faça nada, porque acho que não dá mais Allan, até quando eu vou ter que desculpar seus erro? Porque parece que quanto mais eu desculpo mais você vem com suas explosões.

-Duda... – a voz de Allan não passava de um sussurro afetado, com ressentimento estampado no tom.

Dei uma risada seca e fui em direção à porta de saída, não agüentava mais ouvir a voz de Allan, parecia que aquilo estava me deixando cada vez mais vulnerável, e eu não gostava daquilo. Nos meus passos rápidos e ritmados sem olha para os lados com medo de que as lagrimas começassem a escorrer ali acabei esbarrando em alguém.

-Desc... – minha voz fica presa quando vejo quem é. A figura preta está parada ao meu lado, fico paralisada por um momento, e a criatura sorriu com aqueles seus dentes brancos e alinhados, abro minha boca para gritar mas nada sai da minha boca. DROGA!

Minha postura de boa moça, e meu comportamento de garota certa e educada se perderam ao meio do medo e eu sai correndo esbarrando em todo mundo. O que me deixou mais perplexa foi que ninguém notou a presença da figura vindo atrás de mim, senão iriam gritar. Me deparei com o estacionamento sem nenhuma alma viva, sendo ocupado só pelos carros. Olhei para o lado a procura de socorro, mas nada!

Quando me dou conta, não tem mais nada me seguindo.

Será mesmo que estou ficando louca?

Acho um banco ali perto e me jogo nele, apoiando meu rosto em minhas mãos. Ouço o farfalhar das folhas de quando tem alguém se aproximando, levantei meu rosto alarmada pensando ser a figura preta que havia me seguido até lá. Mas era alguém pior: Allan.

- O que você quer? Sai daqui! – eu gritei, com as lagrimas escorrendo, tanto por causa do medo, quanto pelo Allan.

- Duda o que aconteceu? Por que você está com essa expressão assustada? – Allan pergunta preocupado.

- Allan vai se fu... – fui interrompida pelo Allan que selou a boca dele na minha, se demorando ali, passado seus braços sobre minha cintura, e me apertando contra ele. Quando ele rompeu o beijo minha primeira reação foi ficar maravilhada, mas eu estava me esquecendo de que estava brava com ele. Quando retomei a consciência da realidade ali presente, do quanto Allan havia me chateado, e pelo meu ver, brincado com os meus sentimentos, eu o olhei furiosa.

- Por que você fez isso? – perguntei incrédula, não bastava me tratar rudemente, tinha que me iludir também? Não sabia mais se conhecia realmente Allan.

- Não sei, por impulso talvez, não pensei, de inicio só agi como por instinto. – O que Allan me respondeu me deixou com mais raiva ainda, e mais indignada. Antes que eu pudesse me conter, ou perceber o que estava acontecendo com meu corpo, minha mão já havia acertado a cara de Allan, e eu tendo uma direita boa, o tapa não foi nada fraco, deixando os cinco dedos da mão marcados certinho no rosto de Allan. – EI! Por que você fez isso.

- “Não sei, por impulso talvez, não pensei, de inicio só agi como por instinto” – fiz aspas com a mão enquanto ia dizendo cada palavra que Allan havia pronunciado instantes antes, o que o deixou com a expressão vazia. – Você acha legal brincar com os sentimentos das pessoas? Hein Allan, você gosta de brincar de boneca? – minha voz estava ficando cada vez mis alta.

- Eu estou brincando com os seus sentimentos desde quando? – Allan mantinha o tom da voz baixa, parecendo que estava controlando algo que estava dentro dele.

- Desde sempre! – soltei antes que pudesse segurar. – E principalmente quando me beijou, pra quê aquilo? Você não tinha o direito de fazer aquilo.

- Não, eu não tinha, mas não sei porque você esta fazendo esse escarcéu sendo que você estava retribuindo agora pouco. – o tom arrogante de Allan poderia está fraco naquele momento, mas mesmo assim eu notei, e não gostei de nada daquilo. Porém ele estava certo na parte em que eu retribui, eu que sempre tinha uma resposta na ponta da língua fiquei um tempo parada olhando para ele.

- Não se faça de inocente Allan, você é mais forte que eu, que não conseguiria nem te empurrar. – a única saída que havia achado para poder ficar por cima era jogar contra ele, colocar culpa nele por uma coisa, que não tinha nada haver com o momento.

- Acho que quem está se fazendo de inocente aqui é você! – quando ele disse aquilo, não se deu nenhum trabalho de tentar reprimir o sarcasmo na voz dele.

- Cala a boca! – minha voz saiu com um tom sombrio e não passava de um sussurro. – Vai embora. Some daqui!

- Não vou embora! Tenho uma festa para aproveitar. – o sorriso arrogante de Allan estava lá, me desafiando, me convidando para partir para cima dele, me incentivando a discutir mais. Mas aquilo, só me fez ver que precisava mostrar a ele que a presença dele havia se tornado insignificante.

- Ok então! Espero que se divirta! – minha voz e meu sorriso mostravam a minha ironia. E isso fez com que Allan ficasse com a expressão confusa. Dou as costas para Allan, me deixando levar pela arrogância, porém ele me puxa de volta para o local, olhando bem fundo dos meus olhos, sendo difícil de desviar daquele olhar, é como se estivesse hipnotizada.

- O quê? – acho que é tudo que Allan consegue falar, já que ele está olhando-me incrédulo, e tentando conter o misto de emoções que sei que está tomando conta dele.

- Não acredito que você quer que eu soletre! – agora quem que estava abusando da arrogância era eu, e ao contrário do que eu achei, não estava gostando daquilo, estava me sentindo mal. Eu ia me soltando da mão de Allan, quando ele me deteve e aprofundou mais ainda seu olhar sobre mim.

- Eu já te disse o quanto você está linda hoje? – Allan perguntou com um sorriso no rosto, como se tivesse pedindo trégua, mas não seria tão fácil assim conseguir isso.

- E o que isso importa? – perguntei sarcasticamente, odiando isso, já que não era do meu feitio ficar fazendo essas coisas, mas Allan merecia, depois de tudo que ele me fez, mas ai lembrei de quando ele me ajudou, ninguém é perfeito, mas naquele momento eu não ia dar o braço a torcer.

- Importa que Duda... – Allan se interrompeu, e esperei o resto da resposta, estava me preparando para uma explosão, porém isso não aconteceu, o que me surpreendeu, saio andando quando ele me liberta. – Que gosto de você!

Paro instantaneamente e olho para trás confusa, indignada, não sei bem o que de certo estava sentindo dentro de mim, era uma mistura de todos os sentimentos, eu acho. Olhei para ele de cima a baixo. Olhei para os olhos dele. E nada em seu tom e em seu olhar me falava que ele estava mentindo, pelo contrário, mostrava que ele estava dizendo a verdade.

- Você mente bem, sabia? – fui irônica, foi o único jeito que conseguir pensar em responder a ele depois do que havia dito.

- Mas eu não estou mentindo Duda! Eu juro! – ele olhou bem nos meus olhos para dizer aquilo, mas ele fazia isso o tempo todo.

- Basta Allan! Não quero mais ninguém brincando comigo, esta entendendo? – digo totalmente fria, o que me faz sentir-me ruim, eu sabia que não deveria estar assim, porém não consigo. Algo dentro de mim não consegue ver outra saída para aquela situação.

- Você não entende, não é? – Allan olhou triste para mim, o que me deixou desolada, porém mantive a postura, mantive no meu lugar o olhando friamente. – Eu não estou brincando com você, eu não teria coragem de fazer isso com você.

- Se é verdade, prove! – eu desafio ele, que me olha incrédulo.

- Já não serviram de exemplo tudo o que eu já fiz pra você? Eu sempre encontro um jeito de estar com você.

- Ah é! – eu grito, afinando a voz. – Então porque essa semana que passou você sumiu, me evitou? Ein? Foi ignorante, tem sido explosivo.

- Coisas pessoais. – Allan foi seco e curto. Logo muda isso quando vai falar diretamente comigo. – Se você quer tanto que eu te prove, eu provo. – Allan se vira e vai indo embora.

- Aonde você vai? – perguntei a ele, porem ele nada disse. – EI! Onde você está indo?

- Embora, você me mandou ir! – Allan diz com um sorriso sínico.

- Agora virou pau mandado? – reconheço que fui grossa com ele, mas ele merecia aquilo, ou não, eu não sabia exatamente o que fazer. Alex virou, sua cara estava retorcida de raiva, começou a avançar rapidamente de mim, como se fosse fazer algo ruim comigo. Ao tempo que ele se aproximava eu ia recuando cada vez mais, até que esbarrei na arvore, e ele me alcançou, e me encurralou com seus braços um de cada lado meu.

- Você acha que vai ser melhor assim me tratar desse jeito? – Allan estava bufando de raiva, seu rosto feito em carranca naquele momento, eu não o reconhecia mais, parecia ate outra pessoa. – Você acha que eu sou seu cachorrinho? Eu não sou Maria Eduarda! – Ele começara a gritar, e isso estava me assustando cada vez mais. Eu ia me encolhendo na arvore, tentando atravessá-la. – Eu acabo de dizer que eu gosto de você, e é assim que me trata?

Minha respiração ta rápida, minhas lagrimas começam a transbordar dos meus olhos involuntariamente.

- E você acha o que? Quantas vezes você já não foi rude? HUM? – Minha voz estava embargada, e alta. – Droga Allan, você disse que acabou de se “declarar”, só que eu não te trato devidamente? Vai à merda, porque você já me tratou pior. Fica longe de mim.

Allan olha pra mim com a expressão vazia, e vai se afastando, e vai em direção ao carro dele, e logo sai dali. Eu tento me recompor, e volto para o evento, onde meu pai e Derek estavam conversando com os acionistas, minha mãe estava conversando com minhas tias. Elo e Mel estavam conversando com Clara e Bernardo. Ao invés de me enquadrar em uma dessas conversar, sentei em um canto, onde ninguém estava ali, até que Henry chega perto de mim.

- Ei! – ele me chama, levanto o rosto para visualizar sua face, que está coberta de preocupação. – Posso me sentar com você?

- Claro! – dou um sorriso fraco, segurando o choro, tentando esconder a tristeza, mas acho que sem sucesso.

- Ei, tudo bem Duda? – pergunta Henry me analisando.

- Está! – minha voz falha por um instante. Não, nada está bem, tudo na minha vida está virando de cabeça para baixo. Só queria que algo desse certo para mim.

- Você mente muito mal, senhorita Maria Eduarda! – Henry fez uma tentativa de me animar, o que de certa forma deu um pouco certo, envio um sorriso para ele.

- Não costumava ser assim, sabia? – falei com o sorriso fraco, me lembrando que antes minha vida era muito mais simples do que agora, que era fácil sorrir. E que por conta disso eu sabia de certa forma esconder muito bem minhas emoções.

- O que não costumava ser assim? – Henry perguntou para mim confuso e curioso.

- Minha vida, antes tudo era tão mais fácil, até que me mudei para cá, e conheci Allan. Minha cabeça está virando cada vez mais de cabeça pra baixo. – disse enterrando meu rosto em minhas mãos, controlando minha respiração, para que ela não ficasse muito alterada.

- Mas se você tivesse a oportunidade de voltar atrás e mudar isso, teria escolhido não mudar para cá? – ele perguntou curioso.

- Não sei! Depois que me mudei tudo parece tão confuso. – dou uma pausa um tanto que dramática, olho para ele e começo a falar novamente – Não tenho mais certeza de nada, isso acaba me frustrando.

- Sabe, se você não tivesse mudado para cá, eu poderia ter morrido, olhe por esse lado bom, poxa. – Henry diz me empurrando de leve com o ombro, me fazendo sorrir, e quase rir daquilo. Acho que com o jeito que ele havia me tratado essa semana, um jeito mais afetivo e respeitoso, eu tinha me esquecido desse lado dele, divertido, pervertido, e alegre de ser.

- Quem disse que isso é um lado bom? Ein? – eu começo a entrar na brincadeira, com o sorriso mais largo agora.

- Poxa Maria Eduarda, agora você me magoou! – Ele brinca, fazendo carinha de cachorro sem dono.

- Oh, me desculpe! – faço-me de dissimulada.

- Não desculpo!

- Desculpa sim.

- Só se você me der um beijo... Na boca! – ele diz com cara de safado, e aproveitador. Arqueio minhas sobrancelhas, e digo:

- Pare de ser tão safado Henry. Quando salvei você, não imaginava que era tão              assim. Você parecia indefeso.

- As aparências enganam baby. – Henry diz com ar misterioso.

- O que você...

- Olha Maria Eduarda, eu não quero me intrometer em sua vida, mas você deveria perdoar Allan! – Henry me interrompe, e acabando completamente com o ar de brincadeira, sendo sério dessa vez.

- Por que está dizendo isso? Você odeia o Allan! – Eu digo confusa com o que ele acaba de dizer, já é a segunda vez que ele me diz isso, de algum modo, nessa mesma noite.

- E ainda mais o pai dele! – Henry diz com desprezo na voz, e me deixa surpresa, já que eu não sabia que ele conhecia o pai de Allan.

- Você conhece o pai de Allan?

- Digamos que não, e nem tenho vontade de conhecer. – Henry diz com a voz sombria, e com o olhar misterioso se focando em mim.

- Então como pode dizer que pode odiar ele? Sem nem conhecer! – confesso que fiquei um tanto que indignada com o que Henry havia falado, sabia que ele era um pouco hipócrita às vezes, mas não sabia que ele julgava as pessoas sem nem mesmo conhecê-las.

- Por ser seu amigo Duda! – Henry estava sendo sincero, mas sabia que ele estava escondendo algo, e que não me diria.

- Como assim? – pergunto confusa, e vendo se El da um brechinha do que ele sabe sobre o pai de Allan.

- Eu me sinto no direito de te dizer que é melhor você não mexer com coisas que não compreende. – Henry diz o que me parece entre códigos, já que estou entende de pouco a nada o que ele me diz.

- Henry, não estou entendendo nada. – digo, implorando com o olhar por alguma explicação mais concreta, algo que não tenha nenhum enigma, porém ele não diz nada do que eu queria ouvir.

- Melhor assim! – diz Henry com uma voz sombria, que me dá arrepios, e me deixa confusa, o que não me deixa muito confortável.

- Olha aqui Henry...

- Duda, o Allan precisa mais de você do que você imagina, por mais que isso me desagrade. Pare de ser idiota e vá falar com ele.

Eu não estava entendendo absolutamente nada do que Henry estava falando, nem conseguia me concentrar para poder entrar na mente dele e ver o que ele estava escondendo de mim.

- Sinceramente Henry, realmente não estou te entendendo. Você me diz que odeia o Allan, mas ainda assim está falando para eu perdoar ele, e ir conversar com ele?

- Duda, só faça o que eu estou te dizendo, sem a sua ajuda, Allan pode acabar seguindo um caminha sem volta. – arqueio minhas sobrancelhas, entendendo muito menos ainda. – e se me permite dizer... – ele faz uma pausa esperando que eu o interrompa, que eu não gostaria de ouvir o que ele tinha a dizer, porem eu só aceno com a cabeça, o incentivando a seguir em frente, esperando ansiosamente pelo fim daquilo. – senão fosse por ele, Duda, você nesse exato momento estaria morta.

Eu não sabia do que ele estava falando, aliás, sabia, mas não sabia como que ele sabia sobre minha quase morte. E não entendia o que Allan tinha a ver nisso, já que a minha única historia com ele na minha antiga vida, com a antiga Duda, era somente baseada em algumas trocas de palavras.

- Como assim? – perguntei.

- Se eu te falar, estarei ultrapassando todos os limites, mas me ouça, isso que você está fazendo, tentando tirar ele da sua vida, está sendo, para ambos, o maior sofrimento, e para ele ainda pior.

- Mas então, ele só quer se aproximar de mim, porque isso é benéfico para ele? – pergunto, tentando entender tudo que Henry estava me dizendo, e ficando mais revoltada com Allan.

- Céus Duda, você está cega mesmo. Ele nem sabe o que pode acontecer com ele. Ou sabe e está somente ignorando isso.

- Henry, você está começando a me assustar.

- Duda você ama o Allan, faça o que estou pedindo, ou talvez esse Allan que você conhece acabe morrendo. – percebo uma sombra nos olhos de Henry, e ele não está brincando quando diz isso, dá pra perceber que ele está falando sério, que ele não está exagerando, eu estremeço diante daquilo.

- Como assim? – eu pergunto atordoada com tudo aquilo, eu realmente quero entender, mas algo me bloqueia, não conseguia processar aquelas informações.

- Cruzes Duda! Não. Você é bem lenta! O Allan que você conhece não estará mais aqui, ele não será mais o mesmo.

Mais cedo, quando estava conversando/brigando com Allan e ele havia me falado que me amava, eu havia o mandado provar aquilo, já que não confiava no que ele estava dizendo. Sendo que, segundo Henry, ele havia me salvado, ele que tinha me dado a vida. Como eu não sei! Mas Henry havia dito que por isso ele poderia sofrer sérias conseqüências, e que ele poderia ou não saber na época o que acarretaria aquele ato, e ele precisaria de minha ajuda para isso. E alguma coisa me diz que ele sempre soube de tudo, e mesmo assim me salvou. E como eu agradecera? Pedindo que ele me provasse mais. E foi isso que ele iria fazer, ele iria se entregar a não sei o que, acho que para o destino horrível dele. Fui me aprofundando tanto em minha mente pra ver se conseguia alguma resposta, e fui sugada para uma lembrança.

Eu já estava cansada da vida que eu levava naquela cidade. Alias, estava de sacio cheio de toda a minha vida. Desde sempre nunca pude ter amigos fixos, com quem eu pudesse conviver até a faculdade, e planejar coisas, como todas da minha idade fazem. Por causa do meu pai, que é dono de multinacionais espalhadas pelo mundo, nós temos que nos mudar constantemente. E dessa vez tínhamos parado ali, naquele fim de mundo. Na escola eu não me dava bem com ninguém, era um saco, quando não eram os meninos mexendo comigo, fazendo piadinhas obscenas,tinham as meninas olhando de rabo de olho, falando pelas minhas costas coisas ruins sobre mim, e chegaram ao ponto de sair inventando absurdos de mim.

Cansada de tudo aquilo, havia me decidido, iria cometer um suicídio, porém não estava muito segura quanto a isso, não achava que era o certo a fazer, mas parecia que iria me aliviar mais. Quando estava chegando à ponte abandona, aonde iria me jogar, ouço alguém me chamar, uma voz familiar.

 - Maria Eduarda! – era uma voz masculina que eu conhecia de algum lugar, só que não estava conseguindo ligar a voz à pessoa, ela parecia urgente, era rouca e suave ao mesmo tempo. – Maria...

- O que foi?!- perguntei virando-me para o dono da voz, não estava lembrando seu nome, porém sempre o vira nos corredores da escola, e às vezes nos topávamos, e trocávamos algumas palavras, poucas palavras.

- Não faça isso! – Ele ignora a minha pergunta. Tento lembrar o nome dele, mas não me vem nada na cabeça, realmente lembro-me dele, mas não me lembro como ele se chama.

- Fazer o que?! – pergunto friamente, mas sei exatamente do que ele está falando, só não estou querendo dar o braço a torcer.

- Eu sei que você está indo se jogar da ponte. – Não sei como ele sabia daquilo , o que me deixa confusa.

- O que... ?

- Não faça isso!

- E o que você tem a ver com isso?! – pergunto hostilmente, apertando os olhos.

- Nada, só não quero que você desista tão fácil, que você não seja fraca! Tem gente que te ama que iria sofrer com sua morte. Será que você não percebe isso?!

- Fraca?! Você não sabe o que eu venho passando, acho que você não deveria dizer coisas que não sabe. – não estou suportando o intrometimento dele. – Eu faço da minha vida o que eu quiser.

Dou as costas para o menino e sem me importar com mais nada, e começo a andar com passos largos, não olhando pra trás, ele fica me seguindo e me chamando, mas ignoro. Chegando a ponte, vou até a beirada dela, respiro fundo e olho para baixo, a queda deve ter mais ou menos uns 20 metros, engulo em seco, quando vejo que ele está lá olhando pra mim, levanto um pé e começo a tirá-lo da ponte.

-Espere! Não faça isso, por favor! – implora o garoto, porém só ignoro, e me jogo de lá, meu estomago parece vir até a boca, falta-me ar, e percebo a besteira que fiz, não deveria ter feito aquilo. Por que eu fiz aquilo?! Era tarde demais para arrependimentos. Deveria ter me despedido dos meus pais, mas não o fiz. – NÃAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAO! – ouço o grito do garoto, parecia desesperado. Quando meu corpo se encontra no chão, sinto uma dor horrível, a morte está sendo lenta, sinto cada osso meu se quebrando, minha cabeça tendo um impacto que parece que quebrou tudo ali dentro. O cheiro de sangue está cada vez mais forte. Vejo o garoto que tentou me impedir ali se abaixando. Não agüento mais de tanta dor, e fecho meus olhos, já caindo na inconsciência, já me entregando para morte, quando eu ouço. – Por favor! Fique comigo! Não vá! Não me deixe! – percebi que ele estava chorando desesperadamente. – Não vá! – Algo em mim se ascende e eu lembro quem é o sujeito.

-Allan! – minha voz sai fraca e em um sussurro, parecendo mais um gemido de dor.

- Te amo! – ele diz chorando, selando as nossas bocas, e por um instante aquilo passa a minha dor.

A lembrança me atingiu tão em cheio, e havia me pagado de surpresa, não me lembrava de nada daquilo.

-Henry, me diga o que está acontecendo com Allan. – pedi com urgência na voz, precisava vê-lo rapidamente, impedir qualquer besteira que ele pudesse fazer.

- Não posso lhe dizer! Você deve descobrir por si só.

- Como você sabe tanto sobre ele?! – estou curiosa, e um tanto surpresa por Henry saber tanto sobre Allan e eu tão pouco.

- Coisas de família! – Henry dá de ombros, aquilo me deixa confusa. Como assim coisas de família?!

- Quanto tempo eu tenho?! – pergunto alarmada.

- Não sei Duda, mas não tem muito tempo. – Henry olha bem nos meus olhos, e mexe no seu bolso, e tira de dentro dele um pingente com o anjo Azrael, e pega minha abrindo-a, e o coloca ali. – Algo pra ti dar sorte. – e sorri para mim.

- Muito obrigada! Mas...

- Você vai descobrir para o que ele serve. Agora vá logo!

Aceno para Henry, e saio em disparada para o meu carro. Saio com a carro à mil, eu precisava chegar ao Allan a tempo. Antes eu achava que o que eu sentia por ele era algo superficial, mas depois daquela lembrança eu sei que é muito além de superficial, o que eu sino é puro e verdadeiro.

Pego o meu celular da bolsa, e ligo para o Allan, porém ninguém atende, ligo de novo, e novamente cai na caixa postal. Lembro-me que me esqueci de avisar meus pais que eu iria sair. Ligo pro meu pai, porém também cai na caixa postal, e deixo recado.

Pai, me desculpe sair do evento sem avisar. Sinto muito, mas parece que eu não mereço tal coisa que você está me oferecendo, não tenho tamanha responsabilidade. Mas não foi pra fugir dessa responsabilidade que eu sai às pressas. Eu cometi um enorme erro, e se não o consertar o mais rápido possível, posso perder algo que eu amo muito. Espero que me entenda. Mais uma vez, sinto muito. E desculpa o drama. Te amo!”

Ao tentar ligar para o Allan de novo, a minha ligação cai na caixa postal. E deixo um recado pra ele também.

“Allan me atende, por favor! Sei que errei, me perdoa! Já te perdoei tanto, pelo menos desta vez, me perdoe, acho que chegou a minha vez de pedir perdão, e a sua vez de perdoar. – eu dei uma risada fraca, e comecei a chorar ao imaginar que poderia perder ele. – Não faça nada, por favor! Hmmm... Também te amo.”

Quando disse que também o amava, estava me referindo tanto ao que ele me dissera hoje mais cedo, quanto ao que me dissera na minha lembrança.

Estou quase na metade do caminho até a casa de Allan, quando o motor do meu carro começa a sair fumaça, e eu ouço o barulho do pneu estourando. Eu poderia ter forçado demais meu carro, mas não tinha como o pneu ser furado, e o motor estar sobrecarregado, ao mesmo tempo, era muita falta de sorte.

-DROGA! – grito batendo no volante.


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Notas finais do capítulo

e ai leitoreeeeeeeees ? o que acharam? preciso da opniao de voces, gostaram? odiaram? recompensou ou nao a demora? espero que sim een...
acharam dramtico demais. eee gente eu sei que a lembrança ta um cado impossivel, mas lembre-se é um livro, so acontece essas coisas em livro mesmo kkkk
e o fato dela tentar se matar gente, nao estranhem, ou estranhe, já que ela nao estava consciente de si. Voces estenderam um pouco no proximo capitulo.
espero seus reviews
kisses s2s2s2s2s2s2