Inside Blue Eyes. escrita por PrefiraTestralios


Capítulo 8
Criando laços.


Notas iniciais do capítulo

Gente, assim, MIL DESCULPAS Por não estar respondendo os reviews mas tá tudo meio corrido essa semana então só tive tempo de copiar a história e colar aqui. Prometo responder assim que tiver mais tempo no pc *-*
Uma palhinha pras leitoras: Me empolguei na aula de informática e a cena do encontro Dafne-Astoria já está escrita!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/197895/chapter/8

"Querida Alison,

Como você está? Ainda está com Mason? Como vão os meninos? Eu sinto falta deles, diga que eu mandei um abraço, sim? Me conte todas as novidades. Faz tempo, eu sei, e peço desculpas, mas só consegui uma coruja agora. No último fim de semana, fui a Hogsmead, é um barato. É um vilarejo inteiramente bruxo que fica aqui perto e temos permissão para visitar.

Está indo tudo muito bem, as coisas estão caminhando mais rápido que pensei. Responda assim que puder. Eu te amo, Astoria."

Selei a carta e mandei Roxy, minha nova coruja, entregá-la. Me surpreendi ao ver o quanto ela era rápida. Ia demorar para chegar até Alison, claro, mas não importava. Pelo menos ela ia me trazer notícias.

Eu havia avançando muito, meu conhecimento em poções estava há anos luz do que era antes, então resolvi tentar começar a preparar o tal veneno e assim que começasse a ter resultados, daria início em um plano para achar Dafne. Eu só precisava de um lugar pra isso.

— Bom dia, princesa.

Sorri. Eu estava acostumada a ouvir aquela voz logo cedo na sala comunal e tinha que admitir, estava começando a sentir um carinho enorme por Henry. Desde o momento em que cheguei, ele foi meu único consolo. Eu não podia exatamente contar a verdade a ele, mas nossas conversas eram tão agradáveis que em alguns momentos eu sentia como se não tivesse obrigações no mundo. Como se não estivesse em Hogwarts com uma missão quase impossível. Me sentia uma estudante normal, com amigos normais.

— Bom dia, princeso. Dormiu bem?

— Claro, depois daquela vitória memorável no xadrez de bruxo, não tem como dormir mal.

— Aquilo foi sorte, você não ganha de mim de novo.

— Aposto que ganho. Tô morto de fome, Allie, vamos descer de uma vez.

Eu já estava habituada ao caminho até o Salão Principal, ao café farto, aos corredores cheios de vida por causa dos inúmeros quadros, o problema era que o hábito fazia eu me sentir meio culpada. Não apenas isso, mas a atual proximidade com Henry. Eu o consideraria um amigo se não estivesse mentindo pra ele. Mais uma coisa estava me preocupando: Draco Malfoy. Ele não estava sendo lá muito útil, mas me acostumei a ter uma espécie de "admirador". Ele ainda investia uma vez ou outra, mas estava diferente. Pálido, meio doente. E parecia realmente estranho quando o encontrei no corredor esta manhã.

— Hey... tá tudo bem? — perguntei, indo direto ao ponto.

— É claro que está, porque não estaria?

— Posso te dar mil e um motivos pra não estar bem. O fato do mundo ser cruel é um deles.

— Sempre uma piadinha. Então, quando é que vai se render e sair comigo? No próximo fim de semana em Hogsmead, talvez. — ele chegou perto e jogou um charme, chegando perto e quase me beijando. Me afastei, meio zonza. Ele podia ser um idiota, mas era um idiota charmoso pra caramba.

— Você não está entendendo Draco. — suspirei — não vai rolar, tá? Se você quiser alguém pra conversar um dia eu estou aqui, continue com as mesmas intenções e toda vez que falar comigo vai me aborrecer outra vez.

Fui para a aula, praticamente marchando. Essa foi uma das poucas vezes em que falei a verdade nas últimas semanas. Sem contar o disfarce, eu omiti milhares de coisas à Henry, disse a Gina que ela e Dino formavam um casal bonito e que a blusa nova de Robbie combinava com os olhos dela. Não que eu realmente me importasse com o que estava acontecendo com Draco, mas eu sabia que ter alguém ouvindo ajuda e muito alguém em crise. E a outra parte era mais verdade ainda. Caramba, eu tive poucas experiências com garotos mas sabia, pelas de Alison, o quanto se apaixonar podia ser devastador.

— Ei, Rockfellery, espera! — ele estava atrás de mim, correndo. — Então você ao menos podia me dar uma chance, não? Quer dizer, você nem me conhece, qual o problema comigo?

— Esse é o problema. Não me envolvo com pessoas, ainda mais pessoas que não conheço.

— Então conheça e faça seus próprios julgamentos. Não foi você mesma que disse que tinha suas próprias opiniões?

Encostei na parede, suspirei e olhei para o relógio. Já estava atrasada para a aula de feitiços. Ótimo.

— E qual é a sua sugestão? Conversar no meio do corredor enquanto eu devia estar na aula?

— Você não é a única que devia estar na aula, sabe?

— Sei que eu não quero levar uma detenção.

— Mas deve estar querendo perder pontos pra grifinória.

— Como assim?

— Se você entrar lá agora, vão tirar pontos pelo seu atraso. Se não entrar, vai só levar falta.

— Ótimo! Realmente ótimo. E culpa sua.

Saí do castelo em direção aos jardins. Estava um dia bonito, não exatamente quente como eu gostava, mas pelo menos o sol tinha dado as caras. Abri meu caderno de anotações, com intenção de rever as informações que tinha sobre o veneno. Não era bem um veneno, na verdade, era uma poção que se preparada corretamente, funcionaria para o que eu quero. Se não desse certo, mataria também, mas sem a dose de dor que eu fazia questão.

— Então você mata aula embaixo da árvore? Nada típico, normalmente as pessoas vão para a sala comunal

— Você não tem mais ninguém pra atormentar não? Tipo, Pansy Parkinson?

— Então a inabalável Alyssa Rockfellery tem ciúmes? Bom saber.

— De você? Porque eu teria? Eu nem te conheço.

— Sabe, você vive dizendo isso, mas eu não te conheço também.

— Não é o único por aqui, pode ter certeza.

— Você não é a única que não me conhece também. — Disse se encostando na árvore, do meu lado, com um certo tom de verdade.

— Acontece. — respondi sem tirar os olhos dos meu materiais.

Passou-se o que me pareceu uma eternidade de silêncio constrangedor. Eu queria quebrar o silêncio mas isso só daria corda nele.

— Porque você veio pra cá?

— Como?

— Você sabe. O mundo bruxo está meio que em guerra por aqui.

— Na verdade estou meio por fora. Tenho meus próprios problemas na cabeça.

— Tipo...?

— É... complicado.

— Acho que posso entender.

— Problemas de família. Não queria continuar morando com meu pai e se continuasse na França ele continuaria me atormentando, então eu vim pra cá.

— E se a coisa ficar feia por aqui? — havia tensão na sua voz... estranho, muito estranho. Como se ele soubesse o que ficaria feio.

— Se a coisa ficar feia por aqui eu vou embora daqui também ué. — Balancei a cabeça. Essa conversa estava me deixando agoniada. — Já tenho muita coisa pra lidar, não posso pensar nas guerras de todo mundo, se não posso lidar com as minhas.

Isso pareceu encerrar o assunto, mas não foi suficiente para mandá-lo embora.

— Você sente falta de lá?

— Muita. — sorri melancolicamente.

— Do que mais sente falta?

Então eu tentei levar uma conversa de verdade com Draco Malfoy. Contei a ele sobre as festas no dormitório, sobre a elegância permanente dos alunos, dos professores e até das faxineiras, sobre como meus amigos sabiam enlouquecer os professores e até mesmo sobre a vista da minha janela. Contei a ele que participava do time de Quadribol da minha casa e também do grupo de dança da escola.

— Você jogava? Em qual posição.

— Artilheira. Era uma das melhores.

E continuei falando. Falei até demais. Quando dei por mim já estavamos conversando como duas pessoas normais, sem investidas da parte dele, e sem rancor da minha. Ele me contou sobre as viagens que fez, sobre a mansão que morava e até deixou escapar o medo de decepcionar os pais. Não o julguei, eu era uma rebelde em casa mas nem todos tinham um irmão assassinado. O tom da voz dele deixou claro que ele editava a própria vida. Como se não quisesse me contar a má fama que os pais tinham, sobre o parentesco com Bellatrix Lestrange ou o fato de ele sempre perder o pomo de ouro para Harry Potter. Eu já sabia de tudo isso porque não era novidade para ninguém na escola, principalmente para quem o odiada. mas não ligava pra isso porque não ligava muito pra quem ele era. Eu estaria fora daqui em poucos meses e não devia criar laços. O que houve com Henry já havia sido um erro gigantesco.

— Você parece gostar daqui às vezes.

— Eu acho que gosto, mas minha vida nunca foi aqui. Hogwarts não é o meu lar. Nem a Inglaterra.

— Ah.

Ah. Nossa, acho que isso descreve realmente tudo.

— Eu vou pra aula, Malfoy. Au revoir.

Saí de lá meio apressada, não para a aula, mas para a sala comunal. Quando aconteceu algo que não acontecia desde minha primeira semana: eu me perdi.


Passei por várias escadas, corredores e passagens em direção à torre da Grifinória mas parecia sempre estar indo na direção errada. E em vez de pensar no caminho, me distraí ainda mais. Pensei na minha "missão", nos livros de poções que precisava e talvez nunca encontrasse na biblioteca, sobre meu caldeirão que provavelmente acabaria derretido na minha primeira tentativa, sobre precisar de uma cobaia e de ingredientes que provavelmente teria que roubar. E enquanto pensava nisso, passava por um corredor no sétimo andar. Entrei em desespero e comecei a andar de um lado para o outro, como fazia quando ficava nervosa. Nossa, eu nunca conseguiria prepará-la. A menos que Hermione me ajudasse, mas para isso eu precisaria contar o motivo e ela provavelmente contaria às autoridades. Eu precisava de um lugar, caldeirões novos, ingredientes proibidos e uma coleção completa de... Um barulho súbito interrompeu meu surto mental. Uma portal na parede se abriu e dentro dele, estava uma réplica perfeita de tudo que pensei. Entrei lá, meio receosa, e percebi que não eram réplicas. Eram livros, caldeirões, ingredientes que eu nunca vira na vida e algumas plantas, provavelmente as cobaias. Minha vontade era de começar agora mesmo, mas e quanto a essa sala? Era seguro usá-la?



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!