POV Draco Malfoy

O Armário Semidouro estava me enlouquecendo. Essa era a verdade. Não importava o quanto eu trabalhasse, não era suficiente. Saí da Sala Precisa intensamente irritado. Felizmente Crabbe estava esperando por mim do lado de fora e pude descontar tudo nele antes de me encontrar com Alyssa.

Nossos encontros na torre em que nos beijamos (embora ela não lembre disso) eram o que estava me mantendo são. Se não fosse o riso, a espontaneidade e alguém que não me tratava como se eu fosse a pior pessoa do mundo eu já teria enlouquecido. E depois de enlouquecer, eu teria outra ideia idiota e acabaria matando a pessoa errada. O medo de que Allie fosse a próxima vítima acidental, e o efeito que ela tinha me davam forças para continuar com tudo.

Com o tempo, passei a parar de me preocupar com a segurança de Alyssa e quis esquecer logo essa história de manter segredo. Alguém como ela nunca poderia ser sangue-ruim, então os riscos eram mínimos. Talvez eles queiram que ela venha para o nosso lado quando descobrirem sobre nós, mas ela nunca aceitaria isso. Na pior das hipóteses, eu fracassaria e Alyssa seria mais uma vítima das falhas do meu pai. Voldemort não me mataria. Me deixaria vivo e moribundo, sozinho. Claro, não era necessariamente um risco no momento. Ela insistia no anonimato. Não tinha um encontro em que não me arrependesse de ter pedido segredo a ela.

Só não me arrependia de ter prometido não beijá-la até que ela pedisse. Ok, o acordo foi sobre contato físico, mas ela não se importava com minhas provocações. Não beijá-la outra vez, pelo menos por um segundo, só para saber se seria melhor ou pior que o beijo com gosto de whisky, me matava. Mas a abstinência fazia mais mal a ela, e eu queria vê-la pedir.

Sentiu minha falta?

Não. Você demorou muito. reclamou, mal humorada.

Eu teria ficado feliz com Allie sentindo minha falta, se não conhecesse o tom de tristesa.

Se você percebeu a demora, a resposta correta seria sim. Você anda meio estranha. comentei

Eu sei. Não é culpa sua. Não dessa vez.

Ah, claro. Se não era culpa minha só poderia ser do garoto Richter. Senti uma pontada estranha no peito ao pensar que ela poderia estar sentindo ciúme da namorada dele. Mesmo me sentindo de certa forma traído, sentei perto dela e a reconfortei.

Eu sei que não é culpa minha. É culpa dele.
Dele quem? perguntou, inocentemente.

Não se faça de desentendida, Alyssa, por favor.

Desculpa.

Ficamos em silêncio um tempo. Esperei que ela desembuchasse de uma vez pra brigarmos de uma vez. Quanto mais cedo fosse a briga, mais cedo ela acabaria. Mas ela não falou nada.

Sabe, isso não vai funcionar. comecei Não se você ficar pensando nele quando está comigo.

Eu sinto falta dele. Mas não do jeito que você pensa.

Como assim?

Ele era meu amigo, Draco. Eu preciso ter com quem conversar quando você vai embora.

Sabe, a Sala Comunal da Sonserina não é assim tão longe da Grifinória.

Claro que é. respondeu, se divertindo e nós não vamos ter essa discussão outra vez.

Porque você ficaria em apuros se fosse vista

Porque nós ficaríamos em apuros se fossemos vistos juntos. Você não quer estragar sua reputação sendo visto saindo com uma garota da Grifinória.

Reputação. Como se essa fosse a maior das minhas preocupações.

Então eu não preciso voltar para a Sala Comunal. passei meu braço em volta dela, afastei uma mecha de cabelo com a mão livre e dei uma investida. O pescoço era o ponto fraco dela. Eu praticamente podia ouvir os pelos da sua nuca se arrepiando.

Não podemos ficar nessa torre pra sempre.

Porque não? Ninguém nunca vem aqui.

Porque aqui é frio à noite. E cheio de mariposas.

Ok, essa foi mais uma lição de "Como brochar um garoto", por Alyssa Rockfellery. Lembrar do ataque de pânico que ela teve quando uma mariposa chegou perto dela outra noite poderia até ser divertido, se fosse num momento mais oportuno.

Você tem que superar esse seu medo de mariposas. Liberei meu braço E podia começar superando hoje.

Não, obrigada.

Medrosa.

Não sou. Vai chover.

Que desculpa ridícula foi essa?

Não foi uma desculpa, Malfoy.

A chuva veio exatamente na nossa direção. Como não reparei que ela estava vindo, não sei. Só sei que estava nos ensopando.

Acho que é a nossa deixa.

Sabe eu sei de um lugar onde podemos ir.

Sala Precisa. Quando chegamos ao corredor, comecei a pensar que era uma péssima ideia. Ela já fora atacada nesse mesmo corredor e acabou se jogando de uma escada para encobrir as provas. Era o único assunto sobre o qual não conversamos. Ainda. E sinceramente eu não tinha pressa nenhuma. Claro, uma hora ela ficará sabendo que eu sou um Comensal, mas pra que ter pressa?

Lembrei do quarto em que quase dormi com Pansy uma vez. Não era dos melhores. Estava escuro, frio e ela estava bêbada. Alyssa merecia mais. Tentei entrar na cabeça dela e pensar como uma garota. Bom, não qualquer garota. Tentei pensar como Alyssa Rockfellery. Acabamos com a Sala em forma de um quarto pequeno e aconchegante. Com paredes brancas, uma lareira e um banheiro. Allie se jogou na cama e eu fui acender a lareira. Nenhum de nós falou sobre a Sala.

Sabe, você podia ter me trazido aqui no inverno. Ou ter colocado uma lareira na torre.

Pra que? Só iria te privar da sua fonte de calor mais sensual.

Tirei a capa e me joguei na cama ao lado dela. Esperei que ela começasse a falar sobre alguma coisa, mas ela me surpreendeu quando usou de gestos e não de palavras. Quando percebi, ela estava por cima de mim, prendendo meus braços. Numa proximidade tão desconcertante que eu podia sentir seu hálito.

Que tal você parar com essa birra?

Que tal você fazer um pedido? Não, eu não vou ceder, Alyssa. Não importa o quão sexy você fique com o cabelo molhado e a blusa colada.

Esperei pelo pedido, ou por um recuo, mas em vez disso ela me roubou um beijo. Não foi como da primeira vez. Definitivamente. Foi melhor. Intenso. Beijei-a de volta. E não pretendia parar de fazer isso nunca mais. Estava me excitando. Tentei não demonstrar que nunca havia feito mais do que dar uns amassos. Seria constrangedor e humilhante. Ela com certeza já havia feito. Virei-a e fiquei por cima, para parecer no controle. Então simplesmente fiz o que me deu vontade. Quando Allie começou a tirar minha camisa, percebi que estava fazendo o certo e então continuei. Tirei sua blusa e beijei seu pescoço. Se ela gostava disso quando estávamos vestidos, devia gostar agora também. Ela sabia o que estava fazendo. Tive certeza disso porque estava cada vez mais excitado. De certa forma, pensar que ela já havia feito isso com outro me deixou um pouco enciumado. Mas não deixei isso me afetar.

Draco

O que foi?

Acho que não posso fazer isso.

Soltei-a e deitei, imensamente envergonhado. Então eu não era tão bom assim?

Eu fiz algo errado?

Não! Você fez certo até demais.

Então qual o problema? Você nunca?

É claro que já! Respondeu, um pouco alto demais É que não sei, nós mal nos conhecemos

Ah, qual é. Qualquer desculpa menos essa, Allie. Nós passamos um bom tempo juntos, essa desculpa não serve mais. Você sabe até em que mês eu comecei a ter pêlos pubianos.

Não foi isso que eu quis dizer. É que eu não quero fazer isso com você. Não agora. O que é que nós somos, afinal? Passamos semanas nos encontrando escondido com você me provocando e quando eu resolvo ceder você quer abrir todas as portas de uma vez só?

Boa escolha de palavras. rimos juntos Desculpa. É que você parecia estar gostando

Eu não sei o que nós somos. continuei mas eu não quero continuar me escondendo. Já faz um bom tempo que quem persiste nessa ideia é você. Não diga que é por causa da Pansy. interrompi antes que ela começasse a falar Não a vejo há muito tempo e você não tem medo dela que eu sei. E não me diga que é porque sou da Sonserina, porque também sei que você não se importa.

Então você quer sair do escuro só pra poder ir pra cama comigo?

Claro que não! Me defendi. De todas as coisas que ela poderia pensar sobre mim, aquela era a mais absurda Quer saber? Você venceu, Alyssa Rockfellery. Vou fazer seu jogo.

Como assim?

Só irei pra cama com você quando você me pedir.

Boa sorte com isso. sorriu

Mas não significa que irei parar de te beijar.