Inside Blue Eyes. escrita por PrefiraTestralios


Capítulo 28
Descompostura.


Notas iniciais do capítulo

Então gente, o que me dizem da fic chegar aos 100 reviews antes do próximo post? *-*
Novidade: Não sei se vocês vão continuar comigo até lá, maaaas o prólogo da segunda temporada já está escrito, hehe.
Xoxo :)



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— Posso matar a sua coruja? Ou a sua amiga? 

— Pode. — respondi com a voz sonolenta abafada pelas cobertas. 

Olhei no relógio. Não eram nem cinco da manhã, e Roxy já estava impaciente fazendo um barulho enorme. Se enroscou num canto do quarto e dormiu. Era bom eu checar se ainda estava viva pela manhã, e mandar Alison maneirar no tônico. 

— Acho que alguém exagerou naquela dose de pressa. — comentou Henry. 

— Volta a dormir, ainda é cedo. 

Henry dormiu na mesma hora. Provavelmente quando acordasse outra vez, pensaria que tudo foi um sonho. Mas eu já estava descansada, então levantei e fui ver o que minha coruja trouxe com tanto esforço. Era apenas uma caixa. Gelei no mesmo instante em que abri. Havia comprado para Alison apenas um casaco em Londres que achei simplesmente a cara dela. Mas havia sido apenas isso. E apenas para Alison. Dentro da caixa haviam três embrulhos. 

A mãe de Alison e Brianna me mandaram um kit com maquiagem nova, com votos de boas festas. Quando vi o embrulho roxo (minha cor favorita), me comovi instantaneamente. Então meus amigos ainda não haviam se esquecido de mim. Abri com cuidado e dentro havia a melhor coisa que eu poderia ganhar. Uma blusa. Bom, não era só uma blusa. Era um dos meus figurinos. A blusa que eu usei na nossa última competição entre-casas. Foi um sucesso absurdo. Eu ainda saberia cantar a música, se me pedissem. Junto com a blusa, havia uma carta, uma foto da equipe e uma foto com meus amigos mais próximos, erguendo nossos copos. Foi tirada logo depois da foto da equipe reunida, na comemoração. 

"Querida Astoria,

Não vamos perguntar "como vão as coisas", porque nem sabemos que coisas são essas. Não é exatamente uma reclamação, não entenda mal. E sabemos que você está bem porque sempre perguntamos pra Alison como você está. Gostou do nosso presente? Você faz muita falta. Se não fosse você, jamais teríamos ganhado. Nossa equipe era de longe a mais talentosa, mas a sua química com Pierre e o jeito como vocês dançaram aquela noite garantiu o troféu que está aqui hoje, sem mencionar nossa viagem à Nova Zelândia onde você bebeu e beijou um banqueiro de uns quarenta anos. Sabemos que você talvez nunca volte. E se voltar, não será mais a mesma. E quer saber? Estamos felizes por você. Por você estar lutando contra o que te assombrou por meses e meses e por estar seguindo com a sua vida. Porque temos certeza que é pro seu bem. Afinal, você sempre soube o que é melhor pra você. Sempre foi forte e sempre soube tomar as decisões certas. E eu, Courtney, que estou escrevendo esta carta, tenho certeza que um dia todos nós nos encontraremos novamente. Talvez seja em breve e talvez nós seremos apenas adultos casados e bobos, cuidando dos filhos e lembrando dos nossos dias de glória. Mas nos encontraremos. Então, minha amiga, esperamos de coração que você tenha um ótimo natal, um ano novo que lhe traga tudo que está faltando, e que você seja muito, muito feliz com a vida que escolher pra você. Nós encontraremos nosso caminho de volta, mas por enquanto... adeus. 

Fique bem, e se cuide. 

Courtney, Maurice, Pierre, Madeline e Rachelle."


"Baixinha insuportável,

E aí, como você está? A Inglaterra continua chuvosa e entediante? Alison é uma chata. Eu estou cansado de saber que você está na Inglaterra procurando sua irmã, fui eu quem te deu a pista sobre Hogwarts. Mas ela permanece leal apesar de tudo. Não a julgo, é o que eu faria e não contei pra ninguém também. Se eu perguntar como você está, você vai responder? Talvez sim, talvez não. Mas sei que não é por mal. Mesmo que você já tenha encontrado outro melhor amigo, eu sei que ele não beija tão bem quanto eu. Não se preocupe, continuo mantendo segredo. Estávamos bêbados e era verdade ou desafio... tá, esquece. Você ainda desenha? Ainda dança? Seguiu meu conselho sobre aulas de natação? Não se preocupe, continuo guardando segredo sobre você quase ter se afogado no lago aquela vez. Eu vou bem, antes que pergunte. Estou namorando com aquela garota, a Clarisse. Não sei se você lembra, mas a colocou no grupo e ela está arrebentando até hoje. Ela não dança nem canta tão bem quanto você, mas é muito melhor que a nova líder. Claro que não deram o cargo a ela porque ainda é "novata", mas ela dança muito melhor que a Deiserée. As festas na torre ainda acontecem de vez em quando, mas ninguém por aqui dá festas como você. Eu vou me formar esse ano e vou embora sem ter visto você lamber o peito de Pierre cheio de chocolate mais uma vez... ok, eu prometi que nunca mais falaria nisso. É sério, acho que você foi uma lenda nessa escola. Tão empolgante, divertida e deslumbrante. E não, eu não estou apaixonado por você. Só queria te desejar boas festas. Tenha um ótimo natal, aproveite meu presente (é o azul, caso ele tenha se perdido na caixa gigante de Alison) e tente manter contato, ok baixinha? 

Fique bem,

Aaron."


"Minha melhor amiga mais linda do mundo,

Quando drama,não? Courtney não queria me deixar ler a carta deles, e Maurice largou o treino do quadribol pra vir ajudar a escrever. E não, eles não roubaram a blusa da sua última vitória, acho que só persuadiram a treinadora. Desculpe por ter sido indiferente na minha última carta, mas a verdade é que estou louca para saber o que rolou na festa. Se você acabou na casa dele, deve ter sido boa mesmo. Acho melhor dar um descanso para a pobre Roxy, ela tem trabalhado duro. Então você vai ter tempo de escrever um relato grande e detalhado, ou seja, sem desculpas. Se lembra do último natal em que você estava aqui? E eu quase não consegui te impedir de ir para aquela boate estranha e para maiores de idade? Bom, eu espero que não seja a sua última lembrança. Espero que lembre do peru que a minha mãe levou mais tempo que o comum para assar, da Brianna dançando uma música de natal com um suéter de renas e de como todos estávamos juntos. E eu sou sincera quando digo que estou muito, muito feliz por você estar em segurança, na casa de alguém que confia e não em uma casa noturna suja com algum desconhecido. Eu prometi que não falaria mais nisso, mas é algo que me traumatizou um pouco. Não ter sido uma amiga boa o suficiente para você ter ido buscar "apoio" em outro lugar. 

Eu sinto sua falta, todos os dias. Na escola, quando Rachelle não está completamente sintonizada comigo e nosso trabalho fica um desastre, nos jogos de quadribol, torcendo pelos nossos amigos. Nas competições, nas festas. Ou só nas noites que passamos conversando... sinto falta de você fora da escola também. Da época em que éramos novas e tinhamos a vida toda para fazer qualquer coisa. Eu sinto falta de tudo. E agradeço por sempre ter confiado em mim, por ter me contado tudo, por ainda manter contato. E por me aconselhar a largar o meu último namorado, ele era um fracassado mesmo. E ia me largar de qualquer jeito então não fez muita diferença.

Feliz Natal, Ast. 

Com amor, Allie."


Quando terminei de ler, estava mais que emocionada. Eu lembrava de cada detalhe da personalidade dos meus amigos. Courtney era a maluca. Participou do grupo de dança por um tempo, mas sua grande paixão era o quadribol. O time era composto por meninos, então teve que mostrar serviço. Não desanimou nem por um minuto. Rachelle era a ruiva mais linda do mundo. A mais linda e a que sabia se vestir melhor, e sempre dava as melhores dicas de roupa, cabelo e maquiagem. Madeline era a briguenta. Tinha olhos azuis, vários tons mais claros que os meus e não suportava ninguém mexendo com os amigos dela. Maurice era jogador de quadribol e ajudou Madeline até onde conseguiu. Incrivelmente bonito e um ano mais velho que eu, fazia um sucesso inacreditável com as garotas. Pierre... bom, Pierre era um bom garoto. Foi um ótimo namorado, eu tenho que admitir. E ele merece uma garota que o ame e de a ele o devido valor. Aaron era simplesmente uma figura. Era amigo do meu irmão, e sempre foi o amigo mais velho que me colocava dentro das festas. Mas mais do que isso, era o tipo de amigo que te fazia sentir especial. Era meu parceiro de loucuras também. Me fez passar poucas e boas, claro, principalmente nos jogos "Eu Nunca" e "Verdade ou Desafio". Ainda acho que as pessoas manipulavam as rodadas de vez em quando para agitar a festa. Eu não estava tão bêbada quando nos beijamos, mas nunca contei para ele. E ele me lembrou de uma coisa que eu gostava também: desenhar. Não sobrevivi na turma de desenho na Beauxbatons porque desenhar pra mim era um hobbie, e não algo para conseguir créditos então abandonei as aulas, e mais tarde os hábitos. 

E Alison... bem, eu não saberia o que dizer de Alison. Ciumenta, exagerada e dramática, mas sempre foi minha amiga mais confiável e mais próxima. 

Comecei pelo presente de Aaron. Um vidro de Chanel nº5. Ótimo, o meu já estava quase no fim. O presente de Alison era uma bota preta de cano alto elegantíssima. Ótimo, botas eram a alternativa mais quente nesse frio, e eu já estava enjoando das duas que havia levado. 

Sorri com as lembranças e com os presentes. Voltei para a cama e me enrolei nas cobertas. Pensei que poderia, quem sabe, comprar alguma coisa em Hogsmead e mandar Alison entregar, antes de fechar os olhos novamente. 

xx

— Se cuidem, os dois. Não vou cuidar de nenhum neto, Henrique, vou logo avisando. 

— O que...? 

— Ah, qual é — respondeu Aisha — todo mundo viu que vocês dormiram juntos. 

— Ah, isso. Alyssa estava com frio. 

— Espero que o quarto não tenha esquentado muito. — comentou o pai de Henry

— Precisamos ir, o trem está saindo e nossas coisas já estão lá dentro. 

— Foi um prazer ter você na nossa casa, Alyssa. Espero que você possa vir para as férias de páscoa. — A mãe dele me abraçou e se despediu. 

Dei adeus à Aisha e Johnnie e disse que adoraria voltar outro dia. E eu adoraria mesmo. Talvez um dia se eu terminasse o que vim fazer e assumisse minha verdadeira identidade, eu pudesse realmente voltar. 

— Seu namorado está com ciúmes. — comentou Henry enquanto entrávamos no trem. Olhei para trás e vi Draco se despedindo dos pais, me olhando com uma cara de poucos amigos. Arrisquei um sorriso. Arrisquei certo, obtive outro como resposta, ainda que discreto. Isso era bom.

— Ele não é meu namorado. — respondi à Henry, mal humorada e entrei no trem. 

Nosso compartimento de volta à escola estava idêntico ao da ida, menos pelo fato de eu não estar dormindo. 

— Espero que tenha cuidado bem do meu namorado. — disse Lyla.

"Melhor do que você imagina", pensei em responder. Mas desisti. Ela estava apenas tentando ser legal. 

— Esperou certo. Como foi o natal de vocês? — perguntei. 

— Completamente normal. — respondeu Robbie — alguns presentes, uns beijos com o vizinho trouxa e uns dez quilos a mais por causa da comida da minha avó. 

— Eu acho que engordei uns vinte. — gemi

— Vinte e um. — comentou Henry — nunca vi alguém gostar tanto de torta holandesa.

— Eu não gosto. Só gosto da que a sua mãe faz. 

— Eu percebi. Até Aisha percebeu e ela é mais lerda do que você. 

— Eu não sou lerda. — ri, e percebi que estávamos deixando Lyla de fora. — E você, Lyl, como foi de natal? 

— Normal. Eu gosto mais do ano novo. — respondeu, mas terminou a frase de um jeito estranho. Como se se arrependesse do que disse. Não entendi porque, não era nada demais. — Olha, é o carrinho de comida. 

Meu olhar encontrou o de Robbie. Ambas estávamos confusas. Lyla nunca perdia a compostura, nem perto de Henry. Dei de ombros e deixei a desconfiança de lado... todos têm seu dia ruim.  Talvez ela só não gostasse de falar sobre o natal que eu passei com o namorado dela. 


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