Inside Blue Eyes. escrita por PrefiraTestralios


Capítulo 21
Par Ideal


Notas iniciais do capítulo

Gente, se alguém ainda lê isso me avise, deixe review, faça sinal de fumaça, qualquer coisa, mas se manifeste :[



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POV Draco Malfoy

Bloqueei o sentimento de culpa por não estar trabalhando. Foi uma semana difícil, considerando o acidente com Alyssa e quase ter sido descoberto, então resolvi simplesmente deixar a sala precisa pelo resto do dia. E ainda tinha a festa de Slughorn. Claro que não recebi convite nenhum, o que era estranho. E desesperador. Significava que minha vida social estava indo pelo ralo. Era mais estranho que o sumiço de Pansy. Não me preocupei muito, ela sempre voltava. 

Então eu a vi outra vez, e Pansy Parkinson, com seus dramas e manias de compromisso, sumiu da minha mente. Sentada no chão, encostada na parede. Parecia triste, mas não chorava. Percebi que estava empenhada em tirar a tala do braço sozinha. 

— Me disseram que você não pode tirar esse tipo de curativo sozinha. 

— Percebi. Parece que Pomfrey colocou algum feitiço porque realmente não sai. Droga. 

Droga digo eu. Por uma razão inexplicável e completamente sem sentido, essa garota metida e que me esnobava funcionava como... não sei explicar. Como uma poção revigorante, talvez. Bastava uma frase naquela voz aveludada e eu sentia todas as minhas preocupações e frustrações se esvaírem. No começo, o que me atraiu foi a beleza, claro. Depois, o desafio. Depois do nosso quase-beijo, começaram as sensações estranhas. Mesmo quando me dava um fora, tinha algo naquela menina que me fazia querer ficar perto. 

— Eu já usei uma. No terceiro ano. 

— Perdeu na queda de braço com um de seus amigos?

— Um acidente com um hipogrifo idiota. 

— Você não gosta de hipogrifos? — Ela parecia indignada. Melhor omitir a parte em que o animal foi sentenciado a morte. 

— Eles não gostam de mim. E quem gosta deles afinal? São grandes e assustadores.

— Eles são incríveis. Aposto que se voasse em um, pensaria diferente. 

— Você já fez isso? — Se atira em escadas, voa em hipogrifos... será que tem algo que ela não faça?

— Uma vez. Quando eu era criança, de férias na Austrália.

—  Você é louca. O que está fazendo aqui fora? Além de aproveitando o clima, é claro.

— Só aproveitando o clima mesmo. Eu amo frio, sabe, essa sensação de parecer um boneco de neve o tempo todo realmente me agrada.

— Não precisava ser tão irônica.

— Desculpe. Eu estou fugindo. 

— Não vou perguntar de quem, não se preocupe. 

— Não é isso. Meu dormitório está uma loucura. Todo mundo empolgado com o feriado e com a festa de hoje e eu simplesmente não estou com paciência. 

— Então você vai à festa de Slughorn hoje?

— A princípio. E você? 

— Estou esperando alguém me convidar. — Tentei dizer num tom convidativo, mas acho que só consegui parecer idiota.

— O que? Draco Malfoy não tem seus próprios convites?

— É claro que tenho! — Levantei uma sombrancelha. — Bom, eu vou ter. Deve ter acontecido alguma coisa, ele conheceu o meu avô. Porque você recebeu, afinal?

— Não sei. — respondeu — Eu costumava ser meio carismática, mas ele deve mesmo é se divertir às minhas custas. Sou uma tragédia em poções. Provavelmente soube do meu acidente e ficou com pena.

— Se eu algum dia fui bom em adivinhação, devo dizer que você provavelmente vai levar Richter.

Ela me fitou, ergueu uma sombrancelha. Ou estava surpresa demais com meu, hm, quase ciúme... ou estava pensando em alguma coisa. Talvez, quem sabe, cogitando uma outra companhia.

— Eu não posso fazer isso. 

— O que tem de errado, afinal? Você está saindo com mais alguém?

Para minha surpresa, ela riu.

— Já tenho coisas demais na cabeça. Eu não posso fazer isso porque cada segundo que passamos juntos leva a vida amorosa dele pro buraco. E eu não quero mais isso.

— Vou fingir que entendo. 

Ela suspirou alto, fez uma pausa e desabafou.

— É aquela garota do meu dormitório, Lyla Adams. Ela gosta dele. E ele costumava gostar dela também, até eu aparecer e estragar o curso natural da vida.

— Como você é dramática. 

— É um dom. 

— Então... na verdade, você está é fugindo da fúria de uma loura desprezada?

Ela riu alto. E eu sabia que achava isso realmente engraçado. Já estava aprendendo a detectar a ironia quando ela fazia isso. 

— Não me faça rir mais. É que... — a risada sumiu. — está todo mundo tão empolgado e eu vou sair da festa e ir direto passar o natal sozinha, numa cidade chuvosa e estranha. Provavelmente na companhia de uma garrafa de vinho e imaginando o que faria na França.

Não sabia o que dizer. Nunca tive muito tato com meninas, não de verdade. E não me importava também. O que a motivou, no fim das contas, a deixar o próprio lar? Devia ser difícil. E eu não seria um canalha agora. Pelo menos não ainda. 

— Se ajudar, pode me contar o que faria na França. Às vezes conversar é o melhor remédio. — Lembrei das vezes em que desabafei com a murta-que-geme

— Eu não sei. Acho que na hora que eu aceitar falar sobre isso, vou estar admitindo pra mim mesma que fiz a escolha errada vindo pra cá. Ou que deveria voltar imediatamente. Você poderia me distrair com alguma cantada estúpida, isso sim ajudaria muito. 

— Me dar outro fora ajudaria muito? Desculpe, acho que já usei todas com você. 

— Então era só aquilo? O que é que você usa com as garotas afinal, poção do amor?

— Eu não sei. — respondi com sinceridade — Eu normalmente não faço nada.

— Essa juventude está perdida. 

— Então vou te distrair de verdade. O que exatamente pretende fazer com relação a festa?

"Vou te convidar pra ir comigo, depois vamos dar uns amassos e você vai descobrir o que tem de especial em mim"

Ela demorou para responder, como se cogitasse realmente me convidar. Ou lesse minha mente. 

— Não sei. Acho que vou pensar em algum lugar mais quente. Foi bom falar com você dessa vez. — Como é que ela consegue levantar de um jeito tão sexy com um casaco tão grande? — Você deveria ser decente mais vezes. 

Então sorriu e foi embora, me deixando pasmo. E de uma coisa eu tive certeza: meu convite para o baile viria em algumas horas.

POV Astoria Greengrass

Não haviam muitas escolhas de roupa, uma vez que havia trazido apenas um de meus vestidos. Era prateado, leve, com alças finas, um decote em V e ia até os joelhos. Não estava autorizada a tirar a tala, mas pelo menos pude cobrir o machucado na cabeça com maquiagem. Era bom me preocupar com aparências de novo. Passei quase três horas tirando a sombrancelha, depilando, arrumando as unhas, escolhendo os sapatos certos, me maquiando e enrolando as pontas do meu cabelo. Coisas que eu fazia todas as manhãs em Beauxbatons. 

Escolhi sapatos altos e pretos, para combinar com o cabelo e o esmalte. Usei uma maquiagem simples, com os olhos bem delineados e cílios cobertos com rímel, deixando-os espessos e longos. Eu estava bonita. Encarei meu reflexo e descobri que minha expressão preocupada ainda estava alí. Bom, eu havia feito uma escolha hoje cedo. E estava na hora de leva-la a sério.


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