Inside Blue Eyes. escrita por PrefiraTestralios


Capítulo 18
Confessionário Parte I


Notas iniciais do capítulo

Hey guys :)
Capítulo dividido em duas partes, ficou muito longo por conta das duas narrações. Enfim, comentem :(



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POV Draco Malfoy

A Sala Comunal estava vazia. Ainda bem, se Snape estivesse acordado eu provavelmente levaria outro sermão sobre ser mais cuidadoso. Na verdade, ainda era bem provável que eu levasse um sermão. Um pior ainda. A desculpa da "queda na escada" não enganaria ninguém. Eu praticamente podia ouvir as perguntas da Minerva McGonagall "Se você caiu da escada, como subiu para o dormitório? Porque ninguém ouviu nada?" e depois "O que houve no sétimo andar?" "O que estava fazendo fora da cama?" e depois que descobrissem que foi um ataque "Quem teria motivos para agredir uma aluna dessa forma?". Por um lado, se descobrissem tudo (e provavelmente iriam), todos saberiam que eu a ajudei. Então, logicamente, eu estava acordado e no corredor da Sala Precisa. Isso geraria perguntas e deixaria muita gente desconfiada. Isso ia atrapalhar tudo. Por outro lado, eu queria as respostas para essas perguntas mais que ninguém. Quem é que estava querendo matá-la? Porque aquilo não podia significar outra coisa. O que ela estava fazendo afinal? E que história era aquela de ser expulsa sem ter "terminado"? Ela nunca me contaria. Em outros tempos eu simplesmente faria chantagem ou algo parecido, mas agora era completamente inviável. Eu teria que descobrir sozinho.

Já não levava mais um susto ao me olhar no espelho de manhã. A palidez e as olheiras já faziam parte de mim. Assim como as toneladas a mais atormentando meus ombros. Então, a surpresa. 

Todos estavam falando sobre a garota da Grifinória que caiu da escada. Não todos, exatamente, mas muitos. O garoto Richter que sempre andava com ela parecia perturbado. Algumas garotas que também andavam com ela às vezes pareciam um pouco perturbadas também. Mas o garoto estava pior. Quase tão pálido quanto eu... como se a garota realmente estivesse correndo algum riso. Como se ele soubesse de tudo.

Dei meia volta antes que Pansy Parkinson me visse e não me deixasse sair e fui direto para a enfermaria. Estava vazia, a não ser por uma das camas. Madame Pomfrey não estava visível, então me arrisquei. Ela estava dormindo, ou dopada com alguma poção para dor. Havia um corte a mais em sua cabeça e seu braço ainda estava meio inchado e roxo. 

— Posso ajudar em alguma coisa? — perguntou Madame Pomfrey em voz alta, me dando um susto.

— Preciso de algo para dor de cabeça. O que aconteceu com ela?

— Ah, ela caiu da escada no meio da noite. Coitadinha, quebrou o braço e o tornozelo. Eu concertei os ossos num minuto, claro, mas ela se machucou muito mais. Vai ter que ficar aqui por mais algumas horas, no mínimo. 

— Caiu da escada?

— É, garoto, o que tem de tão estranho nisso? Aqui, beba esta poção e me deixe trabalhar. 

Tomei a poção, mesmo sem dor de cabeça nenhuma. Como eles puderam acreditar nisso? Ninguém se machuca tanto assim caindo da escada. E o que tinha errado com o braço dela? Tentei lembrar exatamente o que ela havia dito "Vou me jogar da escada do dormitório… e  aí vão pensar que eu caí de lá. É, perfeito."Acho que a subestimei. Eu não esperava realmente que ela se jogasse da escada. Isso era idiota e masoquista. Mas funcionou afinal. A garota francesa bonitinha talvez não fosse tão boba quanto eu pensava. Talvez todo aquele jogo de cintura fizesse parte de sua personalidade. Talvez não fosse apenas coisa de garota. 

xx

POV Astoria Greengrass

As paredes entravam e saíam de foco. A luz machucava meus olhos. Um sinal de que eu devia estar viva. Meio desnorteada, era possível que eu tivesse dormido por anos. Meu braço estava quente e meu tornozelo um pouco dolorido. E era só. 

— Até que enfim. — Ouvi uma voz feminina — Já estava achando que havia errado a dose dos seus remédios.

— O que? Quanto tempo eu dormi? Porque eu vim parar aqui?

— Vinte e seis horas. Seu amigo esta ficando meio desesperado. 

— Amigo?

— O bonitão, Henrique Richter. Os outros alunos da grifinória estiveram aqui também, mas Richter praticamente teve que ser arrastado para fora. Aqui, beba isso. 

Bebi, obediente, sentindo uma onda de afeição por Henry e um alívio por não ser Malfoy. Ainda. 

— O que exatamente aconteceu comigo? — tentei parecer o mais inocente possível. O que não era difícil, ainda estava meio grogue.

— Você não lembra?

— Um pouco... eu derrubei um vaso. E depois disso eu não lembro de mais nada.

— Você caiu da escada, querida. Foi uma queda muito feia. Você provavelmente não se lembra porque bateu a cabeça também. — e começou uma lista do que eu tinha machucado. Não me importei muito com isso, apenas sorri por dentro por ter dado tudo certo. Agora eu só teria que me preocupar com o Malfoy e suas segundas intenções ao salvar uma donzela em perigo. E, é claro, com o fato das vadias tentando me matar. — Seu tornozelo e seu braço estavam quebrados. Você já vai conseguir andar normalmente, mas seu braço deu um pouco mais de trabalho e vai demorar um pouco para sarar completamente. Veja se pode mexer.

Comecei mexendo os dedos, depois tentei alguns movimentos simples. Doía, mas era possível.

— Ah não, vai precisar imobilizá-lo. — Disse Madame Pomfrey analisando meu braço e passando nele uma pomada estranha que o deixava quente. . — Vai tomar uma poção para a dor e continuar com a pomada para o inchaço. Em pouco tempo estará novo.

— E quando eu posso voltar para as aulas? 

— Acredito que amanhã. 

— Porque não hoje mesmo? — Tantas coisas pra resolver e agora presa numa cama da Ala Hospitalar até amanhã. Ótimo.

— Porque eu disse que você não pode. E se quiser receber visitas ainda hoje vai precisar colaborar e guardar essa teimosia. 

Então eu colaborei. Fui boazinha. Tomei todas as poções horríveis que ela mandou, deixei que esquentasse meu braço de novo e fiquei quieta enquanto ela colocava uma tala nele. Uma tala horrível que eu deveria manter até a próxima semana. Que legal, eu já estava pensando em como iria agir às pressas com Dafne e agora vou ter que abrir mão de um dos braços. 

— E aí, princesa? Até que enfim você acordou, já estava achando que tinham te dado a poção morto-vivo. 

Ah não. Algo estava estranho em Henry. Pra começar, ele viera sozinho. Eu não tinha exatamente laços afetivos com Chuck, o melhor amigo de Henry, ou com as meninas do meu dormitório, mas nós conversávamos e numa outra época eu até poderia rotulá-los como amigos. Sem falar que a mesinha ao lado estava cheia de feijõezinhos de todos os sabores, sapos de chocolate e outros doces. Também tinha um envelope, mas esse eu estava com medo de abrir. 

— Aconteceu alguma coisa? 

— É claro que aconteceu! Eu achei que você estava morta. Quando te vi no pé da escada você realmente parecia morta. E... eu queria conversar com você. 

Arg. Essa frase. Quem não detesta essa frase? Faz você pensar em tudo que você fez ou pode ter feito de errado a vida toda. Me lembrei até de quando coloquei fogo no tapete persa da minha mãe. 

— Então... pode falar. 

— É meio sério. Eu acho que posso esperar você voltar ao normal.

— Henrique, eu estou normal. Sério. O que eu fiz dessa vez?

— Você não fez nada. É que... não sei se já te contaram, mas eu encontrei você primeiro. E achei isso.

Oh-oh. O bilhete homicida que estava no meu robe.


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