Inside Blue Eyes. escrita por PrefiraTestralios


Capítulo 17
A queda.


Notas iniciais do capítulo

Então pessoas (ou vácuo no momento, tanto faz hehe), me desculpem pela demora. Essa semana foi provavelmente a mais estressante e corrida de toda minha vida. Anyway, algum palpite sobre quem é Dafne, o que aconteceu com Henry ou qualquer outra coisa? Compartilhem!
Vejo vocês nos Reviews :)



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Em algum momento da noite, Draco Malfoy entrou nos meus sonhos, junto com Dafne. Não era a praia ensolarada novamente, era a sala precisa. Bom, a minha sala precisa. No meu sonho, por algum motivo, ao invés de dar a poção para Dafne, eu dera para Draco. Minha irmã ria e eu não conseguia me mexer, apenas assistia Malfoy cair morto no chão. Foi horrível. Acordei encharcada de suor e assustada. O que esse sonho significava? Poderia ser apenas um sonho, mas meus sonhos nunca foram apenas sonhos. Não os que me incomodavam depois de acordada. Esse, especialmente esse, devia significar alguma coisa.

Resolvi ir até a sala. Coloquei meu robe, minha bota de inverno, acendi a varinha e tentei ser o mais discreta possível. Acordei alguns quadros, tropecei, mas consegui chegar ao sétimo andar. Apaguei a varinha, quando aconteceu.

Não vi quem me acertou, mas era óbvio que a dupla dinâmica PG estava atacando novamente. Fui jogada com uma velocidade incrível contra uma estátua e consegui quebrá-la com o impacto. Não gritei, nem prestei atenção na dor, apenas saquei a varinha e contra-ataquei. 

Passos. Alguém correndo, eu errara o alvo. Os passos cessaram. Esperei um novo ataque, tentando forçar a memória para as aulas de defesa que tive com Daniel quando tinha onze anos. 

— Apareça, vadia. Venha brincar. — sussurrei.

Mas ela estava correndo. Fugindo, outra vez.

— Então foge de novo! — gritei.— Fuja, sua covarde! — Tentei estuporar, desarmar, tudo me passou pela cabeça... menos acender a varinha. 

Mais passos. Com luzes. Dessa vez não era Dafne, nem Parkinson. Professores. Eu estava mais que encrencada. Comecei a pensar em mil desculpas para estar fora da cama, e depois em duas mil para o barulho, quando alguém me puxou para trás e me arrastou com força para algum lugar, provavelmente para dentro da sala. Era minha chance. Não usaria a poção, mas me vingaria ali, usando a varinha mesmo. Mas e se não fosse Parkinson ou Dafne, mas ambas? Eu daria conta das duas? E se me desarmassem antes de eu conseguir sequer enxergar alguma coisa? O que estaria me esperando dentro da sala? Instrumentos de tortura? O pensamento ma deixou apavorada. Tentei gritar, mas alguém muito ágil tapou minha boca. Me debati, mas não pareciam braços de garota. Eram muito fortes para isso. Ótimo, agora elas tinham reforço também? O reforço me soltou e ouvi o tradicional som da porta mágica se fechando.

Esse negócio de adrenalina estava ficando inconveniente. Só percebi que estava machucada quando meu tornozelo cedeu. Muito machucada, na verdade. Meu tornozelo estava enorme. Meu braço parecia quebrado e minhas costas doíam. Havia umidade demais no meu ombro o que indicava sangue. Não era de se esperar o contrário, afinal, eu quebrara uma estátua.

— Mas que droga, apareça logo. — Gemi.

Ergui os olhos e esperei ver, talvez, um dos meus colegas da grifinória se transformar lentamente em Dafne Greengrass, Parkinson rindo e talvez uns cinco garotos fortões da Sonserina. Mas vi apenas ele... Draco Malfoy.

— Você perdeu o juízo?!

Abri a boca para responder, mas não encontrei as palavras. As engrenagens do meu cérebro estavam a mil por hora. Mas que diabos ele estava fazendo no corredor da Sala Precisa no meio da madrugada? Será que Draco havia me atacado? Porque? E se atacou, porque me tirou do caminho dos professores? Estava prestes a perguntar o que ele fazia acordado, mas me detive num pequeno papel grudado na parte inferior do meu robe:

"Sem planos para as festas? Cuidado, os corredores podem ficar bem perigosos quando estão vazios. E os dormitórios, piores ainda. Ninguém aqui está brincando." - PG


Guardei o bilhete no bolso e tentei engolir o desespero. 

— Eu sou sonâmbula. 

Olhei para cima e ele parecia mais apavorado que eu. Pálido como giz e tremendo. Era difícil decidir qual parte do meu corpo doía mais. 

— Então você estava dormindo e deu de cara com uma das estátuas de gesso? 

Agora eu entendia porque Alison reclamava da minha ironia. 

— Não exatamente. E quem é você pra falar de juízo? Esse não é exatamente o dormitório da Sonserina. O que é que você estava fazendo, afinal? 

Ele hesitou. 

— Não interessa, Rockfellery. O que foi aquilo lá fora? E porque ainda está no chão? 

— Não interessa pra você também, Malfoy. 

Tentei levantar, mas meu tornozelo cedeu. Draco me segurou antes que eu caísse no chão e depois me ajudou a sentar. 

— Sai daqui, Malfoy. Eu não preciso de ajuda. 

— Parece que suas habilidades para andar discordam. 

Ele esticou minha perna e começou a puxar minha bota. Reprimi as lágrimas e o grito. Eu tendia a ser extremamente dramática com a dor. Quando quebrei o dedo anelar, aos sete anos, chorei até não conseguir mais.

— Ah, que ótimo. — Meu tornozelo estava realmente enorme. E tão ruim quanto eu previa. Não poderia dizer se estava quebrado, mas o inchaço era suficiente para eu precisar de Madame Pomfrey. Tirei o robe e analisei meu braço esquerdo. Parecia quebrado, estava roxo e doía mais que o tornozelo. Afastei minha camisa de dormir com o braço bom, e percebi um ombro esfolado e sangrando muito. — Droga. Como é que eu vou explicar isso? — As lágrimas de desespero vieram quase instantaneamente. Eu não era nada emotiva, mas o nervosismo me consumia. Uma estátua no sétimo andar estava quebrada. Uma aluna também. McGonagall não era idiota, saberia que era culpa minha e ia querer explicações. 

— Calma Alyssa, por favor, não surta... — Ele aparentemente não sabia o que fazer comigo. 

— Como é que eu não vou surtar? Assim que descobrirem eu vou ser expulsa e sem ter terminado...

— Sem ter terminado o que? Ah, esquece. — Ele sentou do meu lado, pegou minha mão boa e tentou me acalmar. — Só...se acalma tá? Você parece o tipo de garota que tem um plano pra tudo e desse jeito, não vai conseguir pensar em nada.  

Respirei fundo, engoli o choro tentei pensar com clareza.

— Ok, acho que já sei o que vou fazer... — Comecei a conseguir raciocinar, comigo mesma, sem me importar com a mão de Draco ainda sobre a minha. — Vou me jogar da escada do dormitório... e  aí vão pensar que eu caí de lá. É, perfeito. 

Tentei levantar, dessa vez, me apoiando na parede com o braço bom. Ah, quem eu estava enganando? Eu nunca chegaria ao dormitório sem ajuda. Sem a ajuda do meu admirador. Claro que ele sabia disso e claro que estava imensamente feliz quando passou meu braço direito pelo seu ombro e abraçou minha cintura.

— Não vai chegar no seu dormitório até o amanhecer se não me deixar te levar no colo. — Reclamou ele alguns poucos metros depois. Eu não queria admitir de jeito nenhum, mas era obrigada a concordar. Draco Malfoy sustentava todo o meu peso, desajeitadamente, o que me deixava com mais dor ainda. — Aliás, você não precisa deixar nada. Mal consegue falar mesmo.  

— Eu não sou aleijada. E não acredito que estou nessa situação. — Gemi enquanto ele caminhava a passos rápidos pelos corredores, sem acender a varinha. Ele devia ter seus segredos... parecia conhecer todo o caminho mesmo no escuro. 

— Eu não sou tão ruim quanto você pensa. Se fosse, teria te deixado lá para ser encontrada pela diretora da sua casa. Ou qualquer um que estivesse subindo. 

Não discuti. Seria inútil tenta formular uma resposta. Torci para que o sangue do meu ombro não deixasse rastros no corredor. Tentei ignorar a dor e me concentrei nos passos rápidos de Draco. 

— Eu não vou agradecer.. quero dizer, eu vou, mas não do jeito que você vai querer. Isso faz sentido? 

— Um pouco. Não se preocupe com isso. Se preocupe em como você vai entrar e chegar às escadas. 

Tentei perceber algo familiar mesmo no escuro e percebi os traços do retrato da Mulher Gorda. Respirei fundo e alto e resolvi encarar a situação. 

— Tudo bem... me coloca no chão. 

Fala sério. Eu estava aqui, em outro país, com outro nome, longe dos meus amigos e preparando venenos letais e torturantes. Eu podia encarar um tornozelo machucado, um braço quase quebrado e um ombro esfolado. 

Assim que ele me colocou de pé, ainda me segurando pela cintura, comecei a me lembrar das aulas de etiqueta na Beauxbatons, onde andávamos sobre saltos enormes e finos. Mantive minhas costas doloridas retas e comecei a andar. A mancar, na verdade. Dei a senha a uma Mulher Gorda muito mal humorada e entrei. O quadro se fechou, deixando Draco Malfoy para fora. Eu agradeceria depois. Me concentrei no caminho para as escadas. Meio me arrastando, mancando e reprimindo gemidos de dor, cheguei. 

Agora só precisava subir. "Um passo de cada vez", ordenou uma voz dentro da minha cabeça. "Como é que eu daria dois?", outra voz disse em resposta. Ótimo, agora eu estava ficando louca. Comecei a pensar na batida da última música que dancei em Beauxbatons. Dois, dois, um. Dois, um, vira, um, dois. A distração funcionou. Cheguei ao topo e pensei em como toda a adrenalina que de certa forma anestesiara a dor nas outras vezes, cairia bem agora.

Olhei para o meu "cenário" e pensei em algo que pudesse ajudar a fazer barulho e acordar alguém. Eu não ia gostar de ficar agonizando, esperando alguém acordar. O vaso de Lyla com uma planta morta, que havia sido posto para fora do dormitório por ter um cheiro estranho ainda estava no corrimão. Me concentrei. Só teria uma chance. Empurrei o vaso de Lyla para baixo, esperando o estrondo. E assim que ele veio, me larguei. A queda acentuou a dor no meu ombro, terminou de quebrar meu braço e me deu um corte fundo na cabeça. Senti o sangue descendo em quantidade preocupante perto dos meus olhos. Ouvi alguns passos e vi umas luzes se acendendo... então apaguei. 


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