Inside Blue Eyes. escrita por PrefiraTestralios


Capítulo 16
Providências


Notas iniciais do capítulo

Ignorem o nome do capítulo, sempre fui péssima pra isso e simplesmente não consegui encontrar um nome pra esse '-' É o seguinte, eu ando desanimada pra caramba então se alguém ainda gosta daqui me avise, deixe um review bonitinho, me siga no tumblr, comente sobre a fic, critique (acredite, eu adoro), diga o que acha que vai acontecer... porque né, to carente. Enfim, é isso.
Xoxo



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— Nossa, o que aconteceu com você?

Henry levantou os olhos do jornal que estava lendo e me examinou. 

— É uma boa pergunta. 

Subi em direção ao dormitório e me afundei na cama. Ele chegara tão perto que ainda parecia ser possível sentir seu cheiro. Há tempos eu não me sentia tão fraca. Senti vergonha de mim mesma, afinal, eu me deixara levar pelo charme de um louro qualquer. E que charme... Eu só não entendia porque me afetou tanto assim. Meu último "namorado", Pierre Boulevard era mil vezes mais bonito e eu não perdia as palavras (e muito menos a compostura) perto dele. De um jeito inexplicável e ridículo, Draco Malfoy me fizera esquecer o incidente na noite passada. 

Ah, que falta fazia Alison! Só ela saberia o que me dizer agora, não só por ser minha melhor amiga, mas pela, hm, experiência. Levantei e resolvi finalmente responder sua última carta, mas não sabia escolher as palavras então por ora desisti. A preocupação me consumia. Agora ele não me largaria até que eu cedesse. Talvez eu devesse beijá-lo de uma vez por todas para que me deixasse em paz. 

xx

— Bom dia, princesa.

— Já estava com saudades do apelido. — respondi com um sorriso enquanto descíamos para o café.

— E eu com saudades de você. Jogar xadrez de bruxo com Chuck perdeu a graça desde que encontrei uma adversária a altura. Conseguiu dormir?

— Um pouco. Tive uns sonhos estranhos.

— Assustadores?

— Muito.

"Por favor, não me pergunte, por favor não me pergunte!", torci em pensamento, Eu não queria mentir mais para Henry, detestaria ter que confessar que sonhei com Draco Malfoy. Não era tão assustador assim. Era uma praia, num dia de sol quente e estávamos nos beijando. O estranho era que no sonho eu estava diferente. Continuava com o cabelo escuro, mas não era Alyssa. Era Astoria Greengrass. Uma Astoria mais livre, sem as toneladas de preocupação nos ombros, sem rancor e sem buracos no peito. Uma Astoria que há muito se perdeu. 

— Assustadores tipo, alguém invadindo seu dormitório outra vez ou assustador tipo, você e algum garoto... 

— Porque está perguntando isso? — Interrompi

— Por nada ué. — deu de ombros. — Você chegou diferente ontem, com os olhos brilhantes e meio desnorteada. Eu esperava que ao menos isso você me contasse.

— Para de fazer eu me sentir culpada, Henrique. Um dia eu vou te contar tudo, mas não vai ser hoje. 

— Vou anotar o que você disse e vou te cobrar. Mas me conta, com quem você andou se encontrando ontem para chegar toda boba? 

— Vou querer somente ovos hoje...

— Com licença... — ouvi uma segunda voz, tremula. Olhei para a fonte e vi um garotinho, provavelmente do primeiro ou segundo ano, com o uniforme da sonserinha. Ah, isso não pode ser bom. — Me pediram para entregar isso. — Me estendeu um buquê de rosas cor-de-rosa e assim que eu o toquei, fugiu. Provavelmente, fora instruído para sair correndo antes que eu o mandasse devolver. 

"Bom dia, linda. Acho que temos um assunto meio inacabado, concorda? Me encontre hoje às cinco e meia, na torre mais alta. Ps.: Por favor, dessa vez não fuja." Malfoy.


Arrisquei um olhar na mesa da sonserina. Ele estava lá, rindo com outros garotos. Notou que eu estava olhando e me deu uma piscada. O fuzilei com o olhar. Henrique aproveitou-se da minha distração e arrancou o bilhete das minhas mãos. 

— EI! 

— Alguém tem um admirador secreto! — Ouvi uma voz feminina, que não reconheci, e depois risinhos. 

— Alguém está com inveja. — Retruquei. Que meu "admirador" não me ouvisse, mas claro que adorei causar inveja. O buquê era lindo, isso eu tinha que admitir. E a sensação de ser invejada já estava esquecida desde minhas primeiras semanas em Hogwarts. — ME DEVOLVE, HENRIQUE!

— Uau... eu não acredito! — Seus olhos estavam vidrados no bilhete, enquanto se esquivava da minha fúria. 

— Tanto faz. — Levantei, peguei minha mochila, meu buquê e o joguei na lixeira mais próxima. Me segurei e não olhei para trás, nem mesmo para ver a cara do Malfoy. Torre às cinco, bem capaz.

Na aula de história da magia, me obriguei a contar a Henry sobre meu quase-beijo com Draco Malfoy pelos nossos tradicionais bilhetes.

"E se começar de sermão ou rir eu vou parar de falar com você de novo" 

"Eu não vou te dar sermão, essa é a função do seu pai. Mas sério Allie, Draco Malfoy? Ele é um idiota."

"Eu sei. Não sei o que aconteceu comigo."

"Vocês devem ter algum tipo de química. Se prepare, ele não vai te deixar em paz tão fácil."

"Ótimo. Realmente ótimo. Como se eu não tivesse mais com o que me preocupar."

"Relaxa. Talvez não seja tão ruim assim."

"Não vou pagar pra ver."

"Você que sabe. E aí, já arrumou as malas?"

"Pra que?"

"Feriado de natal, ué. Pensei que garotas tivessem tantas roupas que levam uma semana para arrumar tudo."

Natal. Ano Novo. Como eu pude esquecer isso tudo?

"Não vou arrumar nada. Não posso ir pra casa." 

Senti um aperto ao escrever isso. Lembrei de meu último natal, o primeiro sem Danny. Na casa de Alison, com a tradicional ceia deliciosa que a mãe dela preparava. Os primos de Alison (e também meus amigos) Aaron, Pierre e Rachelle. Os cartões criativos da Courtney, os bombons feitos pela mãe de Madeline, o abraço de urso de Maurice...todos empenhados em me deixar feliz. Naquele natal, por incrível que pareça, não derramei uma lágrima de tristeza. E agora? Eu ficaria sozinha no meu apartamento em Londres, ou sozinha em Hogwarts trabalhando na minha poção e me sentindo inútil por não conseguir avançar. 

"Ninguém deve ficar sozinho no natal. Eu não posso ficar, desculpa. Minha mãe me mataria."

"Não precisa. Eu vou ficar bem, não se preocupe. Já passei sozinha mais tempo do que imagina."

"Mas não era natal."

"Tá tudo bem" - Menti.

Saí da aula meio melancólica, mas feliz por ser a última. Morta de cansaço por ter dormido mal, resolvi me lavar e ir direto para a cama. 

Quando estava no meio de um corredor relativamente vazio, senti alguém me puxando com força para um canto e uma mão desconhecida abafando meu grito de susto.

— Não precisa fazer escândalo. — reclamou Malfoy, irritado.

— Não precisa usar a força. — reclamei também. — O que é que você quer? Seja breve. 

— Percebi que não gostou das flores. Rosas não costumam falhar... que tal uma dica?

— Aqui vai a sua dica: fique longe de mim, ok? 

— Você é bipolar? Porque esse seu desejo não parece ser o mesmo de ontem... — E começou com o jogo de charme novamente. Me encurralando na parede, apertando minha cintura e me prendendo com o olhar. Quase me descuidei novamente.

— Ontem. Nunca. Existiu. — O empurrei. — E se você contar para alguém ou continuar me perturbando eu vou... tomar providências. 

Ele começou a rir e isso me irritou. 

— Qual é a graça? — resmunguei, mal humorada.

— Tomar providências? Será que ninguém te ensinou a dar um fora antes? 

— Eu sei muito bem como dar um fora, obrigada. 

— Se você está dizendo...

— O negócio é o seguinte, Draco Malfoy — não resisti e joguei os cabelos para trás, provocando-o. Se ele pensa que é o único que sabe jogar charme, está é muito enganado. — Você e eu... — Dessa vez, encurralei-o eu mesma na parede e o obriguei a sentir também o meu perfume francês. — simplesmente não vai rolar. Você não faz meu tipo. — dei de ombros e fui para o dormitório.


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