Inside Blue Eyes. escrita por PrefiraTestralios


Capítulo 15
Olhos Azuis.




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POV:  Draco Malfoy

Mandei uma carta para casa, tentando (em vão, eu sabia) tranquilizar minha mãe. Tudo que ela queria para mim era que eu tivesse uma adolescência normal; terminasse a escola, encontrasse uma boa garota sangue-puro e vivesse minha vida. Mas eu não podia e nem queria. Essas coisas eram para bruxos normais, eu queria ser um deles. Eu já era um deles, agora faria por merecer. Mesmo que estivesse difícil e que eu estivesse trabalhando quase às cegas. Fracassando, de certa forma, durante esses meses, eu não desistiria. Nem poderia desistir dessa vez, havia muito mais em jogo do que honrar a marca no meu braço. Claro que eu estava sobrecarregado. Não joguei mais quadribol, não que tivessem sentido minha falta. Estava pálido o tempo todo e parecia estar ficando doente.

Saí do castelo, na intenção de fugir um pouco antes de voltar para a Sala Precisa, quando a vi, sentada embaixo de uma árvore. Exatamente como da primeira (e última) vez que conversamos de verdade. Alyssa alguma coisa, a morena francesa sexy. Aquela garota despertava em mim os sentimentos mais opostos. Me deixava furioso, por ainda não ter caído nos meus braços. Ao mesmo tempo, me excitava. Assim como qualquer desafio. Por um tempo, parei de procurá-la, piscar nos corredores e mandar bilhetes que ela sempre jogava fora. Deixei que me procurasse, fosse atrás de mim. Mas ela não veio. Talvez já estivesse com o idiota do Richter, afinal, eles costumavam passar muito tempo juntos. Mas ultimamente eu a via nos corredores sozinha. Eles deviam ter brigado, ou ela percebeu que precisava de um homem de verdade. Decidi ir até ela.

— Olha só quem o inverno trouxe.

— Não sei, talvez o frio. 

— Não foi uma pergunta, foi uma cantada. — suspirei e sentei ao seu lado, derrotado. Ela não precisava de charme, obviamente, já estava vacinada quanto a isso.  Deixei de lado o sentimento de derrota e resolvi fazer seu jogo.

— Você não é muito bom nisso.

— Eu não sou muito bom, ou você é que está num dia ruim?

— Os dois.

Perdi as palavras. Algo que nunca havia acontecido antes. Droga.

— Não precisa falar nada. — Deixou claro, vendo que eu não respondia. — Não estou muito a fim de conselhos, cantadas, ou qualquer coisa então vá embora.

— Sabe, eu não desisto tão fácil.

— Se eu fosse você, desistiria. Sou mais difícil ainda, Draco Malfoy. 

— Eu não desisto. Nunca desisti em toda minha vida.

— É mentira. 

— Porque seria?

— Porque sim. Aliás, já achei que tivesse desistido.

— Então alguém sentiu minha falta?

— Claro que alguém sentiu sua falta. Pansy Parkinson, ou talvez esse seu fã clube. 

— Eu não tenho um fã clube. — respondi, confuso. Claro que eu tinha uma espécie de "fã clube" e, pra falar a verdade, já dei "atenção especial" a vários membros, mas normalmente as garotas de outras casas, principalmente da grifinória, me odiavam. Não vejo como ela ficaria sabendo. 

— Eu sei o que você faz. — Interrompeu meus pensamentos, começando a rabiscar nas margens de um livro, distraidamente. Eu não sabia se ela estava realmente provocando, mas usou uma voz no tom mais aveludado que o normal. — Você vê uma garota, decide que a quer, mas não gosta dela. Você a seduz com esse cabelo louro penteado demais e esse seu perfume, e ela cai na sua. Depois que a consegue, você percebe que ela não era tão boa assim e a descarta. Estou certa? 

Ela me encarou com um sorriso presunçoso e isso me deixou desconcertado. Sim, ela estava certa, mas eu não diria isso em voz alta, não na frente dela. Cometi o erro de prestar atenção nos seus olhos. Eram azuis da cor do mar. Mas de um azul tão profundo que pareciam até de mentira. Ela era tão enigmática... e dentro daqueles olhos azuis parecia que estavam todas as respostas. Eu precisava dessa garota. Precisava saber se era tão boa quanto parecia. Ela pegou seu material e levantou, vitoriosa, sabendo que estava certa. Levantei, me recompus e respondi.

— Eu nunca precisei seduzir ninguém. Só você. O que é que você disse sobre meu perfume? 

Encostei-a na árvore. Perto demais. Nossas coxas se tocavam e eu pude sentir que ela estava vulnerável. Sorri por dentro. Eu definitivamente mexia com ela. Por mais que ela não admitisse. Por mais que fosse forte. Coloquei uma mexa do seu cabelo preto atrás de sua orelha, e a olhei nos olhos de novo. Dessa vez, obrigando-a a olhar nos meus também. Coloquei as mãos na sua cintura e me aproximei o suficiente para sentir seu hálito. Fechei os olhos e comecei a investir em seus lábios...

— Preciso ir. — Declarou e saiu quase correndo.

Me senti ao mesmo tempo frustrado e no caminho certo. Eu a deixara desconcertada o suficiente para que precisasse sair fugida. Se aquela garota seria um desafio... então que o desafio comece.


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