POV Draco

Eu simplesmente parei de respirar, quando vi Belatriz, a varinha apontada na direção do coração de Hermione. O que saía da minha boca foi simples improviso. Nada mais. Só queria vê-la parar de se contorcer de dor no chão. Aquilo era pura tortura para mim.

Não sei ao certo se adiantou, mas acho que ela teria ficado pior se eu não tivesse feito aquilo. Muito pior. Minutos depois, ela conseguiu escapar. Inconsciente, mas viva. Era o melhor que eu pude fazer, apesar de ter arriscado a minha vida, dizendo à Belatriz que havíamos chamado o Lorde das Trevas à toa.

Eu me perguntava onde ela estava agora. E como estava. Era apenas com ela que eu me preocupava, apesar de ter sido duramente punido, eu e toda a minha família pelo lorde. Meus ossos ainda queimavam por causa da maldição.

Hermione. Eu faria qualquer coisa para vê-la de novo, sem provavelmente quase causar sua morte. Isso praticamente já virara rotina. Eu colocá-la em perigo.

Mas por mais egoísta que fosse, eu não podia ficar muito tempo sem vê-la. Era pura angústia.

Weasley pensei comigo mesmo. Ela deve ter ido para a casa de um dos Weasley’s. Aqueles podres dos Weasley’s. Eles deviam ter pelo menos uma centena de parentes. Todos aqueles cabeças-de-cenoura idiotas.

Então pensei. A toca, com certeza eles não iriam voltar lá. O outro lugar mais provável era o chalé das conchas. Mas eu nunca poderia aparecer lá, eles iriam me matar. Ah não ser...

Subi para o meu quarto, e me ajoelhei em frente ao meu criado-mudo. Abri a terceira gaveta e lá estava. O pequeno vidro de poção que parecia água. A poção que eu guardava desde o ano passado.

Eu não sei se daria certo. Na verdade, eu pensei, onde que eu estava com a cabeça de fazer aquela besteira? Eu nem sequer sabia se era o lugar certo, eu poderia me meter em sérias encrencas, mas era pela Hermione. Apenas esperei algumas horas, até que todos estivessem dormindo, e aparatei.

POV Hermione

Eu rolava na cama, mas não conseguia dormir. Acendi novamente a luz, que Fleur já havia pedido pra eu apagar pelo menos umas sete vezes, e me sentei nos lençóis de linho, esperando o sono.

Alguém bateu à porta.

–Eu já vou apagar a luz. – Respondi, pensando que era a Fleur. A porta se entreabriu, revelando uma cabeleira cor de fogo que eu já conhecia. –Ah, é você.

–Não consegue dormir? – Rony perguntou.

–Não. E você?

–Também não. – Ele disse, se sentando na cama. – Então, você está melhor?

–Ah, sim, Fleur está cuidando bem de mim.

–E... Você não se lembra de nada que aconteceu na mansão?

–Eu me lembro de algumas coisas. Nas horas em que eu não fiquei inconsciente...

Por um minuto ele corou. Então me lembrei, que ouvira ele gritar desesperadamente meu nome enquanto eu me contorcia no chão.

–Você realmente se preocupou comigo lá não? – perguntei.

–Sim. – Ele respondeu. – Se tivesse acontecido alguma coisa com você, eu me mataria.

Desta vez senti o meu rosto corar. O que estava acontecendo? Eu nunca senti nada pelo Rony.

Ele se aproximou mais um pouco e pôs uma das mãos no meu rosto.

–Espero que melhore. Quero que volte a ser a sabe-tudo de sempre. – Ele sorriu, então aproximou seu rosto do meu. Ele estava tão próximo que sua respiração batia em meu rosto, fazendo-me cócegas. Então me beijou.

POV Draco

O chalé das conchas surgiu à minha frente, uma das luzes acesas. Me aproximei, bebi um gole da poção, e parei, em frente à porta da casa.

Sussurrei o feitiço e a porta se destrancou, enquanto eu a abria lentamente. Tudo estava escuro, mas eu pude ver que a poção já fazia efeito.

Subi lentamente as escadas, e vi o idiota Weasley saindo de seu quarto. Eu acertara, eles estavam lá.

O weasley andou em direção à um dos quartos, e bateu à porta. Uma voz que reconheci ser de Hermione respondeu e ele a abriu. Antes que a porta se fechasse, eu me encolhi para passar.

...

–Espero que melhore. Quero que volte a ser a sabe-tudo de sempre. – O weasley disse, então se aproximou dela e a beijou.

Por um minuto, fiquei sem reação. Aquele maldito Weasley estava beijando a garota que eu amava.