Meus dedos se fecharam em torno do pequeno pedaço de pergaminho que eu agora carregava para a mansão Malfoy, guiada pelos seqüestradores.

Abri-a novamente, e re-li, pela milionésima vez provavelmente.

Hermione.

Eu tive que deixá-la, não tive escolhas. Eu queria apenas a sua felicidade. Nada mais.

Só queria que soubesse, o real motivo de eu ter lhe salvado. É que no exato momento, na biblioteca, quando você realmente pareceu disposta a me ajudar, alguém que nunca lhe deu atenção, que sempre procurava te ofender, você pareceu se preocupar comigo. E eu comecei a me preocupar com você.

Não me pergunte exatamente o porquê disso, mas a simples sensação de que você podia ver algo bom em mim, algo que merecesse seu respeito, eu vi algo realmente bom em você. E então, tudo começou.

Só quero que saiba, Hermione Granger, que eu jamais esquecerei você, e que o tempo que passamos juntos, foram os melhores que eu já tive com qualquer pessoa.

Eu te amo.

Draco.

Ele estaria lá? Na mansão? Se bem que, não era com isso exatamente que eu deveria me preocupar, já que eu estava prestes a ser morta ou torturada por Voldemort. Ou pior.

Andamos por alguns metros, um dos seqüestradores, com uma echarpe rosa, mantinha uma das mãos em meu pescoço, apenas de eu estar amarrada. Isso terrivelmente me lembrou de meu incidente com Greyback, que agora estava ao meu lado. Parecia não se lembrar de mim.

Aparatamos. Senti a imensa pressão sobre meus ouvidos, e assim que vi, estávamos enfrente à um imenso portão negro. Uma face modelou-se do metal, perguntando o que desejávamos. Greyback se pronunciou, dizendo que acabara de seqüestrar Harry Potter, então, adentramos à mansão.

...

Meu sangue congelou. Draco estava logo ao lado do pai, sentado à frente da grande sala. Ele me encarou, aflito, surpreendido por Belatriz Lestrange que adentrou pelos fundos.

Perguntou repetidamente à Draco, se éramos realmente o trio mais procurado do mundo da magia. Ele me olhava, aflito e preocupado, e lhe respondia com respostas inconcretas do tipo: “poderia ser... “

Surpreendida pela espada de Griffindor, ela mandou-nos para baixo, aos porões, onde provavelmente ficavam os prisioneiros. Mandou então Draco ir para fora, levar alguns corpos que jaziam no chão.

–Espere – Ela hesitou. –Todos, menos a sangue-ruim.

Eu estremeci. Iria ficar a sós com Belatriz Lestrange e a família Malfoy, sem varinha, sem defesas. E iria acabar sem vida também, provavelmente.

–Crucio... – Belatriz pronunciou. Deu uma risada maléfica logo depois, inaudível aos meus ouvidos, que pareciam pegar fogo, justamente como os ossos de meu corpo. Minhas pernas estavam em chamas, e eu quase não conseguia mais sentir os dedos das minhas mãos, que pareciam ter virado cinzas. A dor era tão intensa... Que quase comecei a desejar morrer.

A porta central se abriu e avistei Draco retornando, se deparando com a cena de Belatriz apontando diretamente sua varinha em minha direção, com um sorriso insano de escárnio, exigindo que eu revelasse onde tinha achado a espada.

De princípio, pensei que ele fosse ficar ali parado, mas então ele se pôs à frente de Belatriz.

–Pare. – Ele ordenou. Belatriz o fitou, incrédula, ainda com um leve ar de insanidade. – Essa não é Hermione Granger.

Eu não tive tempo de perguntar o que raios ele estava tentando fazer. A dor ainda me consumia, eu ainda me contorcia no chão, soltando gritos horríveis.

Draco tentou parecer calmo, fingia que eu não estava ali. O que me fez pensar: Ele provavelmente tinha um plano.

–Que quer dizer? – Belatriz perguntou, agora séria.

–Exatamente o que eu digo. Ela não é Hermione. Os que vocês trouxeram não é nenhum deles.

–Como sabe Draco? – Belatriz perguntou, Ele apenas sacudiu a cabeça e ela começou a urrar. – ARGH! Seu idiota! Idiota! Idiota! Agora é tarde demais! Eu já o chamei!

Ela começou a socar o chão, fingindo que era a cara do garoto.

–Draco – Narcisa, sua mãe perguntou, mantendo a calma, diferente da irmã, que agora pulava no chão com raiva, parecendo querer quebrar os próprios pés. – Se eles não são... Eles, quem são?

Draco me encarou, pensativo.

–Romilda Vane. – Ele disse. – Simas Finnigan e Jimmy Peakes. – Narcisa fitou-o, incrédula. – Acabo de me lembrar de ter ouvido que os idiotas encobririam o Potter.

–Sangues-ruins? – Narcisa reprovou.

–Não. Todos puros. Talvez só o Jimmy...– Eu o chutei na canela. Sabia que para ele, Jimmy Seria Rony. Ele ia tentar encrencá-lo. –Hm... Conheça um sangue-ruim. Talvez.

Narcisa o encarou.

–De qualquer modo – Belatriz vociferou. – Tentaram encobrir aquele pivete! Não merecem viver...

–Belatriz. – Narcisa a repreendeu. – Vamos prendê-la com os outros. Não acha que já temos corpos demais no quintal?